Sexta, 25 Abril 2025 13:41

O ano de 2024 registrou 2.185 conflitos no campo, que envolvem questões de terra, água, trabalho e ações de resistência, conforme os registros do Centro de Documentação Dom Tomás Balduino da Comissão Pastoral da Terra (Cedoc-CPT). Esse é o segundo maior número de conflitos no campo de toda a série histórica, desde 1985, abaixo apenas de 2023 (2.250).

A informação foi divulgada, nesta quarta-feira (23), na 39ª edição da publicação Conflitos no Campo Brasil, organizada pelo Cedoc-CPT. A publicação traz dados referentes às violências e ações de resistência no campo no ano passado. Embora os conflitos no campo tenham registrado queda de 3% em comparação com 2023, os conflitos por terra em 2024 (1.768), por exemplo, ficaram no mesmo patamar do ano anterior (1.766), o que resulta no maior número da última década.

Segundo informe do Cedoc-CPT, “a manutenção dos conflitos em patamares altos está diretamente relacionada ao aumento dos conflitos pela água, além da persistência do aumento dos conflitos pela terra, impactados pelo crescente número de violências contra a ocupação e a posse. Houve ainda uma redução nos casos de trabalho escravo e nas resistências, o que contribuiu para que os dados gerais de conflitos no campo de 2024 fossem menores em comparação a 2023”.

Conforme o relatório, a maioria dos registros segue sendo de violência no eixo terra, com 1.680 casos, representando 78% do total. Em seguida, vem o eixo água, com 266, depois o eixo trabalho, com 151 casos, e as resistências, com 88 registros.
 

Conflitos por terra

Foram 1.768 ocorrências de conflitos no eixo terra. Comparado a 2023, quando foram contabilizadas 1.766 ocorrências, houve um pequeno aumento, resultando no maior número registrado na última década. A maioria dos registros do eixo terra são de violências – 1.680, enquanto houve diminuição nas resistências em relação ao ano 2023, tanto de ocupações (de 124 para 78) quanto de acampamentos (de 18 para 10).

O estado do Maranhão lidera em número de registros de violência no eixo terra, com 363 ocorrências em 2024. Destacam-se também os estados do Pará, com 234 ocorrências; Bahia, com 135; e Rondônia, com 119 ocorrências. É importante destacar ainda o papel da contaminação por agrotóxicos no aumento nos registros de violência, especialmente no estado do Maranhão. No último ano houve um salto nas ocorrências desse tipo de violação, indo de 32 em 2023, para 276 em 2024, um crescimento aproximado de 762%. A maioria dessas ocorrências foi registrada no Maranhão (228), onde comunidades tradicionais estão enfrentando graves consequências em decorrência da pulverização aérea de agrotóxicos.

O Cedoc-CPT identificou ainda a participação do grupo “Invasão Zero” nos conflitos por terra em 2024, com ataques violentos nos estados de Goiás, Maranhão, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Pará e Pernambuco, em que as ações foram assumidas e/ou comprovadas enquanto ataques do grupo. Contudo, em outros estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Ceará e Santa Catarina, também ocorreram ataques coordenados de grupos de fazendeiros, seguindo os padrões de atuação do “Invasão Zero”. Um caso que se destaca é o assassinato de Maria Fátima Muniz de Andrade (Nega Pataxó), em janeiro do ano passado, cometido por um fazendeiro ligado ao grupo “Invasão Zero”, em uma retomada indígena Pataxó Hã Hã Hãe.
 

Conflitos pela água

Os dados registrados de conflitos no eixo água – 266 – representam o terceiro maior número de casos nos últimos 5 anos. Em relação a 2023, o número de conflitos pela água voltou a subir, indicando assim, um aumento de 16% nos casos registrados.

Os estados que mais sofreram com violências no eixo água foram Pará, com 65 ocorrências, seguido por Maranhão, com 45, Minas Gerais, com 30, e Bahia, com 22. Em relação ao total de casos de violências relacionadas à água, os registros no estado do Pará representam aproximadamente 24% das ocorrências, enquanto o Maranhão representa 17% das violências no país.

As violações no “Uso e preservação” da água lideram o número de conflitos por água, com 70% dos registros, seguidos de “Barragens” (23%) e “Apropriação da água” (7%). Houve ainda o aumento com relação ao ano anterior no “Não cumprimento de procedimentos legais” (de 79 para 84), “Destruição e poluição” (de 59 para 69) e “Contaminação por agrotóxico”, sendo o maior aumento (de 26 para 40 registros).
 

Trabalho Escravo Rural

O ano de 2024 registrou uma redução considerável de casos e de trabalhadores/as resgatados/as do trabalho escravo rural com relação a 2023, que atingiu o maior número da última década – 2.663. No ano passado, foram registrados 151 casos de trabalho escravo no campo e 1.622 de pessoas resgatadas. Segundo o relatório, em parte, essa queda de 40% nas ocorrências e de 39% no número de resgatados em comparação a 2023, deve-se à greve dos Auditores-Fiscais do Trabalho (AFTs) iniciada em março de 2024.

Minas Gerais se destaca entre os estados com mais casos e também pessoas resgatadas, foram 37 ocorrências e 479 trabalhadores resgatados. Também se destaca o estado de São Paulo, com 11 ocorrências e 357 trabalhadores resgatados; e na sequência Mato Grosso do Sul, com 19 ocorrências e 124 trabalhadores/as resgatados/as.

A atividade econômica onde mais se resgatou pessoas da condição de trabalho escravo em 2024 foi a produção de café, com 237 resgates. Em seguida aparece a lavoura de cebola, com 194 trabalhadores resgatados em São Paulo (121) e Minas Gerais (73). E também a pecuária, com um total de 137 resgates em diversos estados brasileiros, especialmente na região Centro-Oeste, com 65 resgates registrados.
 

Violência contra a Pessoa

O ano de 2024 é marcado por uma redução no número de vítimas de violência contra a pessoa, tanto no número de ocorrências quanto no total de vítimas. Foram 1.528 casos de violência, contra 1.720 em 2023, e 1.163 vítimas contra 1.480 no ano anterior.

Houve redução também no número de assassinatos: enquanto no ano anterior 31 vidas foram tiradas em contexto de conflitos no campo, em 2024 foi 13 o número de casos confirmados. A queda em relação ao ano anterior foi de 58% no total de casos de assassinatos. No entanto, estados onde antes não registraram casos de assassinato aparecem nos dados de 2024, como o Pará, Santa Catarina e Tocantins.

Apesar de 2024 ter apresentado uma queda nos registros de assassinatos, isso não significa uma diminuição da violência. Segundo o levantamento, no ano passado, houve aumento nas ameaças de morte (de 219 para 272), sendo este o maior número em 10 anos.

Houve ainda uma elevação nos registros de intimidação (192 para 221) e tentativas de assassinato (72 para 103), um salto de quase 50%. No caso das tentativas de assassinato, 79% das vítimas são indígenas, sendo mais da metade delas (52%) do Mato Grosso do Sul, com os principais causadores identificados como fazendeiros, em áreas de retomada.
 

Ações de resistência

Em 2024, foram registradas 649 manifestações de luta no país, incluindo atos públicos, protestos e bloqueios de rodovias e hidrovias. Esse dado faz de 2024 o segundo ano com o menor número de manifestações nos últimos dez anos, atrás apenas de 2018, quando foram registradas 554. Apesar da redução nos registros de ações de resistência pelo terceiro ano consecutivo, o número de participantes aumentou em comparação a 2023, saltando de 111.233 pessoas para 169.998.

As principais reivindicações identificadas nessas ações de resistência são por terra, Reforma Agrária, com o maior número de registros, totalizando 201 reivindicações; contra a injustiça e a violência, 168 registros;  questões relacionadas ao meio ambiente, somando 138 registros; e questões indígenas, com 83 registros, trazendo pautas relacionadas aos direitos dos povos originários, demarcação de terras e contra a lei do Marco Temporal.
 

Fonte: CPT (com edição do ANDES-SN)

Quinta, 24 Abril 2025 14:04

 

A Comissão Eleitoral Central (CEC) do ANDES-SN divulgou, nessa terça-feira (22), que realizará o segundo debate nacional entre as chapas que participam do processo eleitoral do Sindicato Nacional no dia 6 de maio, a partir das 17h, na sede da entidade, em Brasília (DF). O debate entre as quatro chapas será presencial, e transmitido pelos canais do ANDES-SN no Facebook e YouTube e poderá ser retransmitido pelas redes sociais das seções sindicais.

As regras do debate entre as quatro chapas que disputam o pleito para a próxima diretoria do Sindicato Nacional são as mesmas do primeiro debate, realizado em 10 de abril, aprovadas pela CEC e divulgadas pela Circular 011/CEC/2025, de 31 de março.

"O agendamento de um segundo debate organizado pela Comissão Eleitoral Central foi resultante de uma solicitação feita pela Chapa 4, ingressante no processo eleitoral por meio de medida judicial, visando conferir isonomia entre as chapas participantes e a possibilidade de que participem de espaço dessa natureza. A CEC, desde o momento em que foi notificada da decisão, tomou todas as providências a fim de colocar a Chapa 4 em condições de igualdade de concorrência no processo eleitoral com as demais chapas participantes, sendo essa uma das providências", explicou Gustavo Seferian, presidente da CEC.

Conheça aqui as regras do debate.
 

Orientações para debates locais

A CEC também divulgou as orientações para debates organizados pelas Comissões Eleitorais Locais (CEL). Veja a seguir:

- Todo debate realizado por seção sindical deve formalizar convite e garantir custeio (transporte, estadia) para representantes de todas as chapas;
- A definição de representante de cada chapa no debate é exclusiva da mesma e não da entidade que realiza o convite;
- Não realização de debate via Secretaria Regional, visto que o caixa da tesouraria nacional já está sendo utilizado para os debates nacionais;
- Os debates devem ser organizados pelas CELs e CEC, e temas específicos de interesse da categoria, devem ser incorporados via questões para os debates a serem realizados;
- Tendo em vista, a convite de grupo de docentes auto-organizados(as) da base do ANDES-SN para debate entre as chapas, entendeu-se por comum acordo entre as representações das três chapas presentes na 5ª Reunião Extraordinária da CEC, que o relevante tema pautado por esse grupo de docentes deve ser tratado pelo conjunto da categoria e, portanto, a ser inserido no debate a ser organizado pela CEC no dia 6 de maio e nos debates organizados pelas CELs.

 

Eleição

A eleição da diretoria do ANDES-SN para o biênio 2025/2027 ocorrerá nos dias 7 e 8 de maio, por voto direto, em todo o país.

Confira a Circular nº 026/CEC/2025.

 

Fonte: Andes-SN

Quinta, 24 Abril 2025 09:03

 

As e os docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizaram mobilização, no último dia 14 de abril, em conjunto com servidoras e servidores públicos de outras categorias e reivindicaram o cumprimento integral do acordo firmado no ano passado e demais pautas da carreira. O protesto ocorreu durante aula magna da ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, no Auditório Professor Rodolpho Paulo Rocco (Quinhentão), do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFRJ.

“No primeiro momento da aula magna, fizemos uma aglomeração na entrada do CCS, para chamar estudantes, professoras e professores para a aula magna e colocar nossa pauta, principalmente relacionada ao cumprimento dos acordos da greve, cobrando da ministra a parte que lhe cabe e também colocando as mazelas da UFRJ. Colocamos a pauta da recomposição salarial histórica, que não se concretizou, e a revogação da reforma da previdência”, informou a 1ª vice-presidenta da Regional Rio de Janeiro do ANDES-SN, Cláudia Piccinini.

Uma carta à ministra foi entregue em mãos por representantes dos sindicatos, entre eles o ANDES-SN. O documento destaca que o Arcabouço Fiscal mantém o privilégio do sistema da Dívida Pública, que leva metade do orçamento público para o capital financeiro. “Não bastasse não conseguirmos pagar as contas e evitar o desmoronamento dos prédios públicos, os(as) servidores(as) federais também enfrentam as escolhas políticas do atual governo Lula, que se nega a cumprir integralmente os acordos firmados com várias categorias, pois está amarrado pela própria defesa do Novo Arcabouço Fiscal, “teto de gastos” que  afeta principalmente as áreas sociais - educação, saúde, moradia, aposentadorias e assistência social -, mas não afeta o lucro dos bancos. Esta política econômica visa diminuir gastos com os serviços à população e também ataca diretamente os(as) servidores(as) ao diminuir vagas dos concursos públicos, represando o crescimento das universidades”, diz a carta.

 

 Fotos: Renan Silva/Sintufrj

 

A ministra ouviu as reivindicações das professoras e dos professores, de estudantes e demais categorias presentes, em especial, aquelas relacionadas às questões orçamentárias e estruturais. “Vários docentes e estudantes se manifestaram colocando questões que não avançam, como a recomposição do orçamento e do prédio do Colégio de Aplicação (CAP). Uma professora convidou a ministra a proferir a aula magna na quadra do CAP, cuja parede está caindo. Neste momento, a água do telhado escorreu no palco, a ministra parou e se emocionou, dizendo que se formou na universidade e que tem uma longa trajetória como docente”, avaliou Piccinini.

De acordo com a diretora do ANDES-SN, na fala da ministra Dweck ficou explícito que o projeto do governo não atende às reivindicações do movimento docente, dos técnicos administrativos e tampouco dos estudantes.

Confira a carta entregue à ministra na íntegra.

 

Fonte: Andes-SN

Quarta, 23 Abril 2025 07:33

 

A cidade de Manaus (AM) sediará, entre os dias 11 e 13 de julho, o 68º Conad do ANDES-SN, que terá como tema central: “Unificar as lutas anticapitalistas: contra o colapso socioambiental, em defesa da vida e da educação pública”. Instância de deliberação da categoria docente, o evento ocorrerá na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com organização da Associação dos Docentes da Ufam (Adua-Seção Sindical do ANDES-SN). 

 

Foto: Adua SSind.

 

O 68º Conad terá como principais tarefas a atualização dos planos de lutas gerais e dos setores do ANDES-SN, aprovados durante o 43º Congresso, realizado neste ano em Vitória (ES), além da deliberação sobre questões organizativas e financeiras, como a aprovação das contas da entidade e a definição do local do próximo Conad.

Caderno de Textos

As contribuições ao Caderno de Textos do 68º Conad devem ser encaminhadas pelas seções sindicais e por docentes sindicalizadas e sindicalizados para o e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo., até o dia 10 de junho. 

Os textos devem estar relacionados ao temário do 68º Conad, que abordará o Tema I – Atualização do Debate sobre Conjuntura e Movimento Docente; o Tema II – Atualização dos Planos de Lutas dos Setores e Plano Geral de Lutas; e o Tema III – Questões Organizativas e Financeiras. 

Encerrado o prazo previsto para a composição do Caderno de Textos, conforme deliberação do 42º Congresso do ANDES-SN, não serão aceitos anexos ao Caderno de Textos, e qualquer novo texto só será submetido à discussão durante a plenária de Instalação.

Credenciamento

O credenciamento para o 68º Conad será prévio e digital, e deve ser realizado até o dia 16 de junho. Os documentos necessários devem ser enviados exclusivamente por meio de formulário disponível AQUI

Mais informações sobre a formatação dos textos e as inscrições estão disponíveis na Circular 162/2025

Fonte: Andes-SN

Quinta, 17 Abril 2025 09:15

 

Com intensa participação e debates fundamentais para o enfrentamento da conjuntura, a reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes) do ANDES-SN foi realizada nos dias 11, 12 e 13 de abril, no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ), campus Maracanã, no Rio de Janeiro. A atividade, que contou com a presença de 22 seções sindicais, foi organizada em parceria com a Associação dos Docentes do Cefet (Adcefet-RJ Seção Sindical do ANDES-SN).

Entre os principais temas debatidos estiveram o cumprimento do acordo de greve, como o reajuste salarial previsto para 2 de maio com retroativo a janeiro, e a luta pela alteração do Decreto 1.590/95, que trata do controle de frequência de docentes da carreira do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT). “A escolha do local também visou dar visibilidade ao enfrentamento desse controle de ponto, vivido pela Adcefet-RJ e outras seções”, destacou Clarissa Rodrigues, 2ª vice-presidenta da Regional Leste e da coordenação do Setor das Ifes do ANDES-SN.

Mobilizações e encaminhamentos

O Setor das Ifes aprovou a participação em diversas mobilizações neste mês de abril. No dia 23, serão realizados atos em conjunto com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e sindicatos da Educação Básica. No dia 29, a categoria se somará à Marcha da Classe Trabalhadora, e no 1º de Maio, Dia Internacional de Luta das Trabalhadoras e dos Trabalhadores. Também foi aprovada a realização de ações ao longo desta semana em defesa do mandato do deputado Glauber Braga (Psol/RJ).

Entre os encaminhamentos estão a atualização do diagnóstico sobre as condições de trabalho e estudo na Educação a Distância (EAD), em articulação com o Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE), e a preparação de um texto de resolução para o 68º Conad, que será realizado em julho, em Manaus (AM). Também foram aprovadas a produção de materiais sobre a realidade orçamentária das Instituições Federais de Ensino (IFE) e a elaboração de uma circular para o levantamento das condições de financiamento e infraestrutura das instituições.

Para o segundo semestre, foi definida a construção de um Dia de Lutas pelo fim da lista tríplice e em defesa da paridade na escolha de reitoras e reitores, em articulação com entidades estudantis e de técnicas e técnicos.

Outro destaque apontado é a necessidade de ampliar a comunicação com as seções, através da produção de materiais explicativos sobre a Medida Provisória (MP) 1286/2024; o Comunicado MGI nº 56576 – que bloqueou progressões e promoções de docentes; e as ações do Grupo de Trabalho do MGI, que discute a revogação da Instrução Normativa (IN) 15/2022, relacionada aos adicionais de insalubridade e periculosidade, ao reenquadramento de aposentadas/os e à chamada “entrada lateral”.

Nas deliberações, o Setor indicou ainda intensificar a mobilização contra o controle de frequência e as medidas de aferição de presencialidade vinculadas ao pagamento do auxílio-transporte. Entre as ações previstas estão a produção de uma circular com o acúmulo dos debates sobre o tema, reuniões entre seções sindicais e a coordenação do setor para definição de estratégias de enfrentamento – incluindo possível boicote – e articulação com o Sinasefe para unificar as ações. Para a Comunicação, deliberou-se o uso do mote "Rui Costa: inimigo das professoras e professores EBTT da Rede Federal de Ensino", como resposta aos ataques à categoria.

Debates

O primeiro dia do encontro contou com uma reunião conjunta do Setor das Ifes com o Grupo de Trabalho de Carreira (GTCarreira), conforme deliberação do 43º Congresso do ANDES-SN, de "pautar, em reunião conjunta do GT Carreira e Setor das Federais, o debate sobre as implicações da implementação do Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) para todo o conjunto do magistério federal". 

A realização do painel temático teve como objetivo debater os impactos da implementação do RSC para o conjunto do magistério federal e aprofundar a discussão sobre os pontos relacionados à carreira presentes no acordo de greve firmado em 2024.

Nos dias 12 e 13, a programação incluiu informes da diretoria nacional e das seções, além de um amplo debate de conjuntura, alinhado ao plano de lutas aprovado no último congresso e às resoluções da última reunião do setor realizada em fevereiro.

Entre os destaques da programação houve um painel sobre EAD, considerado estratégico não apenas para o Setor das Ifes, mas para o conjunto da categoria docente. A reunião também debateu a luta pelo fim da lista tríplice para escolha de reitoras e reitores, bandeira histórica do ANDES-SN.

O enfrentamento à Reforma Administrativa, ao arcabouço fiscal e aos ataques à autonomia universitária também estiveram no centro dos debates. Também foi reafirmada a defesa do financiamento público da educação, dos direitos das aposentadas e dos aposentados e do cumprimento integral do acordo de greve – com foco na reestruturação da carreira e na garantia das progressões e promoções.

“No tema orçamentário, houve consenso de que a luta pelo financiamento adequado da educação pública está diretamente ligada ao enfrentamento ao arcabouço fiscal – uma pauta que já constava do nosso Revogaço, entregue no início do governo Lula. Embora tenhamos atuado pela aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA), essa era uma medida transitória e tática, uma vez que a LOA aprovada não contempla as reais necessidades da nossa categoria”, explicou a diretora do Sindicato Nacional.

 

Fonte: Andes-SN 

Quarta, 16 Abril 2025 15:17

 

O ANDES-SN publicou nessa terça-feira (15) uma nota de repúdio ao assassinato de Ngange Mbaye, trabalhador ambulante senegalês, morto pela Polícia Militar do Estado de São Paulo no último 11 de abril. O sindicato também se solidarizou com a família, amigas, amigos e toda a comunidade senegalesa, vítima constante da violência racista e da criminalização da pobreza no país.

“Ngange Mbaye foi vítima da constante violência racista promovida pelas forças da PM, que historicamente agem com brutalidade contra a população negra, periférica, imigrante e trabalhadora”, diz um trecho da nota.

O Sindicato Nacional denunciou a política de segurança pública do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, que intensificou a violência policial e a militarização das ruas.

O assassinato de Mbaye não é um caso isolado. Ele se soma a uma série de violências cometidas pelo Estado contra a população negra, periférica e imigrante. A nota do ANDES-SN rememorou também o caso do jovem trabalhador congolês, Moïse Kabagambe, assassinado no Rio de Janeiro após cobrar duas diárias de trabalho atrasadas. 

“Exigimos a imediata apuração deste crime, com a responsabilização dos agentes envolvidos e também cobramos que os governos estadual e federal adotem medidas efetivas para garantir a segurança, os direitos e a dignidade das pessoas migrantes, em especial da comunidade imigrante negra”, ressaltou a nota do Sindicato Nacional.

Leia a nota completa AQUI.

 

Fonte: Andes-SN

Quarta, 16 Abril 2025 08:00

2º Seminário de Povos Tradicionais, Quilombolas e Indígenas de Mato Grosso será realizado de 24 a 26 de abril, em Poconé

 

O Quilombo São Benedito, em Poconé (MT), já está se preparando para receber estudantes, professores e pesquisadores para o "2º Seminário de Povos Tradicionais, Quilombolas e Indígenas de Mato Grosso: memórias afetivas dos quintas mato-grossenses", um evento que irá discutir, de 24 a 26 de abril, a valorização de saberes ancestrais, a produção de alimentos saudáveis, a popularização da ciência, com acesso a novas tecnologias, a cultura, a arte e a valorização do conhecimento local. Esta é uma iniciativa da UNEMAT e tem a coordenação da professora doutora Lisanil da Conceição Patrocínio Pereira, com financiamento do CNPq.

"O que propomos é o acesso de nosso povo ao ensino e à pesquisa, dando à juventude a oportunidade de tomar conhecimento da própria realidade, para que assim possa transformá-la", explica a professora que coordena diversos projetos de interface, entre o ensino, pesquisa e extensão na UNEMAT, tais como este e outros seminários, a Olimpíada e a Mostra Científica de saberes populares, e o Mais Ciência na Escola em Mato Grosso. Todos eles de iniciação científica e popularização da ciência.

Inclusive, estas experiências estão virando livros. O último deles ficou pronto este mês, com o título Iniciação Científica Decolonial: Educação, Transversalidade da Ciência e Inovações para o Planeta.

 

 

É neste contexto de fomentar a cultura de valorização da ciência que está sendo implementado mais um projeto de iniciação científica em Mato Grosso. Trata-se de um projeto do programa Mais Ciência na Escola, uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC) e do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI), com bolsas do CNPq.

"Nosso projeto envolve uma rede com 15 escolas públicas do Estado de Mato Grosso. Temos, ao longo dos anos, incentivado jovens quilombolas, indígenas e de comunidades tradicionais a serem cientistas, pesquisadores, protagonistas de sua história. Temos feito visitas às unidades escolas para selecionar bolsistas de iniciação científica e também para verificar o espaço para a implantação do Laboratório Maker, em que os bolsistas poderão estudar temas como o plantio tradicional, a história de personalidades locais e até mesmo produzir itens para venda, já que um dos objetivos é abrir caminho de melhoria de vida a esses jovens estudantes, muitos deles em situação de vulnerabilidade social", explica a professora.

O evento é uma realização da UNEMAT, com uma série de apoios, entre eles do Governo Federal, o MEC e o MICT e o CNPq.

 

 

Fonte: Assessoria

Terça, 15 Abril 2025 11:22

 

 

É com indignação que a Adufmat-Ssind recebe a notícia de que o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou a cassação do mandato do combativo deputado federal Glauber Braga (Psol), penalizado por defender a memória de sua mãe que estava sob ataque de um influencer de ultra direita.

 

Vale destacar que a mesma comissão que vê infração ética na defesa da honra de parentes queridos não vê infração ética quando Nikolas Ferreia veste uma peruca e ataca pessoas trans; não vê infração ética no assassinato de Marielle Franco a mando da família Brazão e permite que Chiquinho Brazão siga com seu mandato; não viu infração ética quando o então deputado federal, Jair Messias Bolsonaro, disse que só não estuprava Maria do Rosário “porque ela era feia”, fazendo apologia ao estupro, ou quando o mesmo homenageou o torturador da então presidente, Dilma Rousseff, fazendo apologia a tortura.

 

A defesa do mandato de Glauber Braga significa a defesa da ética como dimensão fundamental para a manutenção de avanços civilizatórios da humanidade (e não para o seu retrocesso); significa a defesa do dissenso democrático e da existência na arena política de discursos que enfrentam a ordem exploratória e opressora que vigora no Brasil há 525 anos; significa defender a liberdade de defender distintos interesses em um país tão plural; significa defender a voz da classe trabalhadora que não pode aceitar seu silenciamento a cada vez que se enfrenta seculares coronéis.

 

Glauber Braga fica!

Arthur Lira e o orçamento secreto precisam ser derrotados!

 

 

Cuiabá, 15 de abril de 2025

Diretoria da Adufmat-Ssind

Gestão Lutar e Mudas as Coisas nos Interessa Mais

Segunda, 14 Abril 2025 17:02

 

O ANDES-SN lançou, na última quinta-feira, 10/04, a segunda temporada do programa “Carreira Docente em Movimento". O projeto tem como objetivo debater temas centrais relacionados à carreira docente, esclarecer dúvidas, reafirmar a luta por direitos e fortalecer a organização da categoria.

Após a exibição de 10 edições ao longo de 2024, o programa retorna com foco nas diretrizes aprovadas durante o 15º Conad Extraordinário, realizado no ano passado, em Brasília (DF). A edição de estreia conta com a participação de Jennifer Webb, 1ª tesoureira do ANDES-SN, que resgata a importância histórica do Caderno 2, aprovado em 1982.

O documento estabeleceu as primeiras diretrizes para a estruturação da carreira docente defendida pelo Sindicato Nacional e, desde então, tem passado por revisões e atualizações para responder às novas demandas da categoria e aos desafios impostos pela conjuntura. “A luta pela defesa da carreira docente é um pilar essencial para a defesa da educação pública no país”, afirmou a diretora do Sindicato Nacional. 

A participação da categoria é fundamental para fortalecer o debate. Envie dúvidas e sugestões para o programa pelo e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..

Clique aqui e ssista ao programa

 

Fonte: Andes-SN

Segunda, 14 Abril 2025 08:24

Reajuste e retroativos serão pagos em 2 de maio, confirma o MGI

 

O governo sancionou o Orçamento Geral da União de 2025, nessa quinta-feira (10), em edição extraordinária do Diário Oficial da União (DOU). A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 foi aprovada pelo Congresso Nacional em 20 de março, após muita pressão e mobilização do ANDES-SN e demais categorias do funcionalismo público federal.

Com a sanção do Orçamento e a Medida Provisória 1286/2024, que continua vigente, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) confirmou, nesta sexta-feira (11), que o pagamento referente a abril e os reajustes remuneratórios das servidoras e dos servidores públicos federais retroativos a janeiro, será realizado no dia 2 de maio.

Para Gustavo Seferain, presidente do ANDES-SN, a aprovação do orçamento é resultado da luta organizada. “A aprovação da LOA, com sua recente sanção presidencial, é fruto da luta dos servidores públicos federais, da qual o movimento docente tem parte decisiva. A efetivação dos saldos obtidos na greve de 2024 nos levaram a assumir essa contraditória bandeira, tendo em conta a via imprópria pelo qual o Governo Federal apresentou - tardiamente, temos que dizer - a efetivação da recomposição parcial de nossos salários”.

Seferian explica que, apesar de mecanismo necessário à efetivação do reajuste pelo qual lutou toda a categoria organizada no ANDES-SN e demais entidades legítimas da Educação Federal, a LOA é também o instrumento de efetivação de ataques às trabalhadoras e aos trabalhadores. “Digo contraditória, pois essa peça orçamentária, ainda que efetive nosso incremento salarial, traz consigo marcas da austeridade, da corrosão de direitos sociais e do favorecimento do rentismo. No dia 2 de maio, teremos a sagração parcial dessa nossa luta”, avaliou. E completou: “Seguimos lutando, porém, para que uma maior fatia orçamentária seja destinada aos fundos públicos e a garantia de direitos sociais, bem como pela efetivação das demais cláusulas do acordo se concretizem”.

Em nota, o MGI informou que desde a aprovação da LOA pelo Congresso Nacional e seu envio para a sanção presidencial, adota os procedimentos necessários para operacionalizar a procedimentos e realizar o pagamento do salário de abril e dos salários retroativos no dia 2 de maio.

Reajuste é fruto da Greve da Educação

A assinatura do Termo de Acordo nº 10/2024, em 27 de junho, que possibilitou o reajuste das e dos docentes, foi fruto de muita luta e uma greve histórica em 2024. A Greve Docente Federal do ANDES-SN durou 74 dias e alcançou um total de 65 instituições federais, entre universidades, institutos federais e centros federais de educação tecnológica.

As conquistas da Greve do ANDES-SN, articulada com demais entidades da educação, não foram alcançadas em sua integralidade, mas configuraram avanços em uma conjuntura marcada pela retração de direitos e das condições de vida da carreira docente. O Sindicato Nacional permanece mobilizado e em luta pela completa implementação do Termo de Acordo nº 10/2024, já que o governo federal ainda não contemplou todos os itens, como é o caso da alteração do Decreto nº 1.590/1995, que garante a implementação da dispensa do controle de frequência para as e os docentes EBTT.

Confira a publicação do Orçamento no DOU.

 

Fonte: Andes-SN