As ruas do país serão novamente ocupadas por atos em defesa da educação pública em 30 de maio, próxima quinta-feira. Entidades estudantis e sindicais estão chamando mobilizações em todo o país para fortalecer a luta contra os cortes de orçamento. O Dia de Lutas também servirá como preparação para a Greve Geral, convocada pelas centrais sindicais para 14 de junho.
Após o sucesso das manifestações de 15 de maio, entidades estudantis e sindicais se reuniram para definir novas ações em defesa da educação. Além de convocar os atos de 30 de maio, as entidades decidiram realizar uma agenda preparatória de mobilização nas próximas semanas, com atividades nas instituições de ensino e aulas públicas na rua.
O Dia de Lutas de 30 de maio foi convocado por ANDES-SN, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Fasubra, Sinasefe, Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (Fenet), União Nacional dos Estudantes (UNE) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).
Confira atos já marcados para 30 de maio
São Paulo (SP)
Local: Largo da Batata
Horário: 16h
Rio de Janeiro (RJ)
Horário: 15h
Porto Alegre (RS)
Local: Esquina Democrática
Horário: 18h
Belo Horizonte (MG)
Local: Praça da Estação - Avenida dos Andradas
Horário: 09h
Brasília (DF)
Horário: 10h
Salvador (BA)
Local: Praça do Campo Grande
Horário: 10h
Cuiabá
Praça Alencastro
Horário: 14h
Curitiba (PR)
Local: Praça Santos Andrade
Horário: 18h
Fortaleza (CE)
Horário: 10h
Belém (PA)
Horário: 13h
Recife (PE)
Local: Rua da Aurora
Horário: 15h
Manaus (AM)
Local: Praça da Saudade
Horário: 15h
Natal (RN)
Horário: 10h
São Luis (MA)
Local: Praça Deodoro
Horário: 15h
Fonte: ANDES-SN (com edição da Adufmat-Ssind)
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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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Por Roberto de Barros Freire*
Só cegos não percebem que o país está destrambelhado, tendo um grupo de extremistas biruta, boca suja, ignorante, feroz, rude, sórdido e sinistro, capaz de causar tanto desarranjo num governo desgovernado. Assistimos bestificados ao sururu atroz da nova elite do poder, uma obra de desconstrução sem nada construir, de lamentável ignorância, de improviso, de preconceito e a estupidez correndo solta a serviço de decisões governamentais: o levante dos extremistas, que confundem os ecos de seus tuítes com a voz do povo.
Bolsonaro é um espécime rústico de um gênero de políticos autoritários, a quem os estudiosos denominam populistas e que se caracterizam pela aversão ao pluralismo e às liberdades próprias das democracias contemporâneas. Um fenômeno social que se alimenta da desilusão, do desassossego, do desespero e da raiva, assim como da irresponsabilidade, irracionalidade e ignorância. Jair Bolsonaro não tem nada para fazer em um governo normal. Não entende de nenhum assunto, não sabe fazer articulação política, nunca demonstrou interesse em um único problema brasileiro. É salutar e inerente à democracia que um governo revise programas de governos anteriores, desde que haja estudos técnicos para respaldar as mudanças sem colocar em risco a segurança das pessoas. No entanto, o que se vê não é uma revisão, mas uma negação ideológica do passado tão somente, desrespeitando a autonomia das autarquias para cumprir suas metas, com base em opinião pessoal de fundamento subjetivo, e sem lastro técnico.
Não é apenas a ignorância que é grande, a falta d educação, a deselegância, as ofensas que o presidente realiza deixa a todos atônitos. Professores são tratados como bandidos, mas bandidos das milícias são tratados como gente de bem. Grupos humanos são ofendidos diariamente, quando se refere aos quilombolas pensando-os como arrobas, ou como no caso dos judeus quando Bolsonaro denominou o nazismo como fenômeno de esquerda, ou recentemente chamando os japoneses de miniaturas, com alusões subterrâneas nefastas.
Enfim, nossa realidade está tumultuada. Não é um tumulto causado por revolta popular, movimentos sociais ou oposição, que ora quase inexiste, mas o tumulto de fazer e desfazer, dizer e desdizer, ofender e negar as ofensas. De interferir em prejuízo das instituições, menosprezando especialistas e sábios, e sem consultar ninguém, fazendo de improviso e repentes, o que deveria ser pensado e refletido por sábios competentes.
Nostálgico da ditadura, se depender de Bolsonaro, não só acabará com a filosofia e a sociologia no Brasil, como fizeram os militares aniquilando a antiga educação pública de qualidade com a reforma de 1971, e que resultou nessa coisa horrorosa que temos até hoje; implantará o direito de matar à polícia, e com certeza fará vista grossa as atividades de tortura. O passado do presidente o condena, revela uma criatura baixa, pequena, atrasada, defensor das piores práticas humanas, favorável à tortura e morte de pessoas. O fato dele não estar mais manifestando suas opiniões íntimas não significa que as tenha abandonado. No máximo estão adormecidas, esperando a oportunidade de dar um golpe de Estado, sob o que já se manifestou favorável inúmeras vezes, defendendo a ditadura do passado. Só que, como já afirmou, por ele tem que matar uns 30.000 e não apenas uns 400 e poucos infelizes como fizeram os militares de 64 à 85.
*Roberto de Barros Freire
Professor do Departamento de Filosofia/UFMT
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Mais uma vez os docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) se reuniram na Adufmat-Ssind, em assembleia geral da categoria, para discutir os ataques à Educação e deliberar ações para impedir que a universidade pública e gratuita acabe. Nessa sexta-feira, 24/05, os docentes analisaram as manifestações do dia 15/05 e a conjuntura, dialogaram sobre a convocação das centrais para o 2º Dia Nacional em Defesa da Educação Pública (30/05), e escolheram os delegados para representar a Seção Sindical no 64º CONAD.
Na avaliação da maioria dos presentes, as manifestações do dia 15/05 em mais de 200 cidades foram positivas. Tanto que os resultados apareceram rapidamente, com as declarações de que o governo garantirá parte dos recursos anteriormente “contingenciados”. No entanto, por todas as ameaças e movimentações de Bolsonaro com relação às universidades públicas, a categoria está convencida de que é preciso continuar.
No dia 30/05, próxima quinta-feira, além da paralisação, a categoria deve realizar outras atividades, à exemplo do dia 15/05: panfletagem, adesivaço, faixas e carreata até o ato unificado, com ônibus e carona solidária aos manifestantes que saírem da UFMT. No entanto, as atividades deverão ser confirmadas na próxima semana pela mesma comissão que organizou o dia 15/05. O grupo se reuniu logo após a assembleia para iniciar a organização.
Durante a análise de conjuntura, os docentes apontaram que, desde 2015, as discussões acerca de uma mudança no projeto neoliberal indicavam o avanço do conservadorismo e a possível eleição de um governo autoritário. A ruptura com o Estado democrático de direito a partir da Emenda Constitucional 95/16 (que congela os recursos para Saúde, Educação, Assistência Social, entre outros, por 20 anos), violando a Constituição Federal, concretizou a leitura e já começa a provocar situações gravíssimas.
“O Estado brasileiro foi sequestrado por um grupo interessado em destinar o fundo público para o capital rentista. Tanto que as decisões do governo acompanham a Bolsa de Valores e a cotação do dólar. Observem que qualquer medida que desagrade esse grupo e provoque queda ou instabilidade faz o governo recuar”, afirmou o professor Maelison Neves, acrescentando que essa disputa dos investidores internacionais pelos recursos públicos desafia os movimentos sociais a criarem formas de diálogo com a população para demonstrar chantagens. O ministro da Economia, Paulo Guedes, chantageia a sociedade ao dizer que a Reforma da Previdência vai salvar o país.
Na avaliação dos docentes, a classe trabalhadora tem demonstrado disposição para responder aos ataques, surpreendendo no dia 15/05, e apontando fôlego para ocupar novamente as ruas tanto no dia 30/05 quanto na Greve Geral programada para 14/06. No entanto, os docentes ponderaram que os movimentos sociais de trabalhadores organizados precisam estar mais coordenados e articulados do que nunca para acompanhar o levante.
Os docentes também concluíram que, para além das mobilizações de rua – importantíssimas -, é preciso construir núcleos orgânicos permanentes para aprofundar as discussões sobre os ataques de forma mais ampla. Nesse sentido, defenderam a continuidade dos debates dentro e fora da universidade, e o apoio ao já atuante Fórum Sindical Popular e da Juventude, do qual a Adufmat-Ssind faz parte, e que tem rodado escolas de Cuiabá e Várzea Grande para discutir a proposta de Reforma da Previdência de Bolsonaro.
O professor Dorival Gonçalves destacou uma demanda que o sindicato apresenta há anos à administração da universidade: é preciso assumir a defesa de um projeto de universidade e, mais do que isso, um projeto de sociedade. “Parece que as reitorias não têm dimensão de que esse é um dos poucos países que ainda tem educação pública e gratuita na dimensão que nós temos. Isso é grave. Embora percebam a importância da mobilização nesse momento, demonstram que as principais preocupações são nomear pessoas, progredir na carreira. A discussão vai muito além disso”, criticou o docente.
O diretor geral da Adufmat-Ssind, Aldi Nestor de Souza, concordou com as intervenções e questionou a ausência da universidade no cotidiano da população. “A universidade tem discutido com a sociedade temas como o efeito do Agronegócio para os trabalhadores em condições análogas à escravidão, nas terras indígenas e quilombolas? Nós pesquisamos sobre isso, mas fica aqui dentro. Sinceramente, eu não acredito que seja possível salvar a universidade num sábado a tarde, expondo o nosso trabalho numa feira. Nós devemos discutir todos esses assuntos com a sociedade o tempo inteiro. Temos de exigir mais recursos para a universidade, sim, mas também que a Reforma Trabalhista seja revogada; que a Terceirização seja revogada; e temos de rechaçar a Reforma da Previdência, porque ela significa o caos para a população”, afirmou o professor, concluindo: “a paralisação no dia 30/05 é o mínimo, porque a situação é dramática mesmo.”
Estudantes também participaram da assembleia.
Delegados do 64º CONAD
Conforme a convocação da assembleia, os docentes escolheram, nessa sexta-feira, os representantes da Adufmat-Ssind no próximo Conselho do ANDES-SN, o 64º CONAD, que será em Brasília, de 11 a 14/07.
Compreendendo a gravidade da conjuntura, a plenária decidiu, após votação, enviar um número maior de participantes, sendo a diretora Quélen de Lima Barcelos a delegada indicada pela diretoria, e os docentes Waldir Bertúlio, Tomás Boaventura, José Airton, Maurício Couto (Sinop) e Aldi Nestor de Souza os ouvintes indicados pela assembleia. O Araguaia também poderá indicar, na próxima semana, um docente interessado em participar do 64º CONAD como ouvinte.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Neste domingo (26), a partir das 10h, no Posto 8, em Ipanema (RJ), haverá um protesto contra as mortes de negros (as) no estado. O ato #ParemDeNosMatar está sendo convocado por mais de 40 movimentos e associações do Rio de Janeiro, inclusive pelo setorial de Negras e Negros da CSP-Conlutas e Quilombo Raça e Classe.
As organizações convocantes alertaram que o ato será pelo o fim do genocídio do povo nas favelas, potencializado por ações de policiais, sobretudo, em territórios periféricos.
Um dos casos mais recentes de mortes de negros no Rio de Janeiro foi em 7 de abril, quando mais de 80 tiros foram disparados por militares do Exército contra um carro na zona norte do Rio de Janeiro. O alvo foi uma família negra, que se dirigia para um chá de bebê. O resultado levou à morte Evaldo Costa Ramos, de 51 anos, que dirigia o veículo.
Estudo lançado pelo Fórum de Segurança, em 2018, concluiu que homens, negros e jovens são os principais alvos das mortes por policiais. A análise foi feita com base em 3.107 registros, de 20 municípios do estado de São Paulo, entre 2013 e 2016. No período, 67% dos mortos por policiais eram pretos e pardos, e 16% tinham menos de 17 anos.
Mortes que podem crescer caso o pacote anticrime apresentado pelo ministro Sérgio Moro que prevê a isenção de pena a policiais que matam em serviço. O projeto potencializa e respalda a ação policial que nas periferias já mata indiscriminadamente. Bolsonaro e Moro, junto com o governador Witzel do Rio de Janeiro, querem oficializar a política do mata e depois pergunta.
A manifestação irá acontecer no mesmo dia do protesto convocado por pró-bolsonaristas e pode representar um contraponto importante contra o racismo e preconceito fomento por muitas dessas pessoas, que apoiam o presidente, assim como ministros, e seus discursos de ódio contra os negros.
Entidades que organizam o ato:
Associação de moradores do Vidigal
Politilaje
Favela no Feminino
Coletivo Jararaca RJ
Instituto Todos na Luta
Movimento popular de favelas
Movimento Moleque
B’nai B’rith
Redes da Maré
Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro
Coletivo Juntos pela Paz
Nós do Morro
Bando Cultural Favelados da Rocinha
Associação de Moradores da Rocinha
Mães e Familiares Vítimas de Violência do Estado
Rede de Comunidades
Movimentos Contra a Violência
Rede de Mães e Familiares da Baixada
Levante Popular da Juventude
Favelação
Funperj
MTST
Fórum de Educação de Jovens e Adultos
Comissão Popular da Verdade
Movimento Negro Unificado
Favela não se cala
Frente Brasil Popular
Radio Estilo Livre Vidigal
Frente de Juristas Negras e Negros do Estado do Rio de Janeiro
Frente Democrática da Advocacia
UNEGRO – União de negras e negros por igualdade
Movimento Nosso Jardim
Coletivo União Comunitária
Ser Consciente
Frente Favela Brasil
Militantes em Cena
Frente Povo Sem Medo
Quilombo Raça e Classe
Torcedores pela Democracia
Comitê Volta Dilma
FAFERJ
FAM-RIO
Fonte: CSP-Conlutas
Atos de LGBTfobia serão equiparados aos crimes de racismo. Julgamento foi suspenso e será retomado no dia 5 de junho.
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou na quinta-feira (23) por criminalizar a LGBTfobia no Brasil. Seis dos 11 magistrados consideram haver omissão do Congresso Nacional por não editar uma lei que criminalize atos de homofobia e de transfobia. O julgamento foi suspenso pelo presidente da Corte, Dias Toffoli, e será retomado na sessão do dia 5 de junho.
Desde 1988, data da promulgação da Constituição Federal, a comunidade LGBT espera por uma legislação que criminalize esse tipo de preconceito. Com a decisão do STF, os atos de LGBTfobia serão equiparados aos crimes de racismo, até que o Legislativo aprove uma lei específica sobre a matéria. A Lei do Racismo (7.716) completa 30 anos de existência neste ano, e prevê pena de 1 a 5 anos de prisão como punição a este tipo de crime.
O tema está em discussão desde fevereiro com a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 26 e o Mandado de Injunção (MI) 4733. Ambas ações foram propostas, respectivamente, pelo Partido Popular Socialista (PPS) e pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT). Além da criminalização da LGBTfobia, também se questiona a omissão do Congresso Nacional ao não editar lei que criminalize atos de homofobia e de transfobia.
Em fevereiro, quatro ministros haviam votado a favor da criminalização da homofobia, equiparando-a ao crime de racismo: Edson Fachin, Celso de Mello, Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso. Celso de Mello é o relator da ADO 26 e o ministro, Edson Fachin, do MI 4.773.
Na quinta (23), os ministros Rosa Weber e Luiz Fux votaram a favor da criminalização. Em seu argumento, Luiz Fux disse haver uma “inércia legislativa”. Essa demora, a seu ver, exige o pronunciamento do Judiciário até que o Legislativo cumpra a determinação constitucional de defesa das minorias contra as violências da maioria.
Já Rosa Weber considerou que o conceito jurídico-constitucional de racismo abarca a discriminação de gênero e de orientação sexual. Para ela, ao não editar lei visando à punição de qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais dos LGBT, o Legislativo cometeu uma omissão inconstitucional.
Para Caroline Lima, do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe, questões étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual do ANDES-SN, a decisão representa uma vitória. “Ainda que o julgamento não tenha sido encerrado, avaliamos que é uma vitória importante para o movimento LGBT. O debate da criminalização pauta, de forma imediata, a proteção da vida da população LGBT. A criminalização vai indicar, inclusive, que a gente cobre do Estado políticas públicas efetivas e eficazes que garantam a sobrevivência e inclusão na sociedade”, avalia a docente.
“A criminalização vai fazer com que os espaços públicos sejam menos violentos e menos nocivos para a população LGBT. Vai forçar uma reeducação da população e das alas mais conservadoras. Nesse momento de ataque à educação e à ciência, a decisão do STF contribui para que projetos de pesquisa e extensão com temas relacionados à gênero, sexualidade e comunidades LGBTs sejam respeitados e tenham recursos”, completa Caroline.
A coordenadora do GTPCEGDS lembra, ainda, que 28 de junho é Dia de Luta de Combate à LGBTfobia nas instituições de ensino. A data foi aprovada no 38º Congresso do ANDES-SN.
Senado
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou na quarta (22) Projeto de Lei (PL) que altera a lei que define o crime de racismo. O PL 672/19 inclui a orientação sexual e a identidade de gênero na lista de características que não podem ser alvo de discriminação. A regra, entretanto, não vale para templos religiosos.
Constituição Federal
Desde 1988, data da promulgação da Constituição Federal, a comunidade LGBT espera por uma legislação que criminalize esse tipo de preconceito. Pela constituição, no artigo 3º, um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é o de "promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Já no artigo 5º, em um dos incisos, diz que “a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais".
Saiba Mais:
Depois dos cortes de 30% no orçamento das universidades e institutos federais, outros ataques podem recair diretamente sobre docentes e técnico-administrativos.
Entre eles, o corte salarial e a demissão de servidores públicos.
A hipótese foi colocada na mesa pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, na Comissão Especial de Educação da Câmara, na manhã de quarta-feira (22).
Convidado, Weintraub buscou apresentar um diagnóstico da educação no Brasil.
Insistindo na palavra “contingenciamento”, ele disse que ninguém foi mandado embora das universidades e que “o professor está recebendo salário pontualmente”.
Weintraub disse que salários e aposentadorias compõem uma fatia do orçamento que não pode ser “contingenciada”.
A argumentação do ministro é que “o Brasil está no limite da insolvência fiscal”.
Segundo disse, se a reforma da Previdência não for aprovada “pactos consagrados terão que ser revistos”, reforçando a chantagem que já tinha feito antes.
Ele afirmou que o “gasto com pessoal” no ensino superior aumentou muito nos últimos anos, o que “engessou toda estratégia de educação no Brasil”.
Ele destacou a situação dos servidores do estado do Rio Grande do Sul e de países como Grécia e Irlanda.
Disputa de narrativas
Tentando relativizar o caos que o governo Bolsonaro tem se tornado, o ministro disse estaríamos vivendo uma disputa de narrativas.
Um dos exemplos, segundo disse, é que os problemas das universidades só começariam em setembro, e que os Institutos Federais de Ensino estariam funcionando plenamente.
O ministro foi rebatido por parlamentares, que destacaram que os cortes já inviabilizam pesquisas e o funcionamento das várias universidades.
Inclusive os hospitais universitários, muito afetados atingidos pelos cortes, segundo Weintraub estão funcionando normalmente.
Sobre a nomeação de reitores, o ministro disse que cumprirá estritamente a lei e retomou uma afirmação que já havia dito em outra ocasião: as universidades são autônomas, mas não são soberanas. Em seguida, disse ser favorável que forças policiais entrem nos campi.
Para Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN, a cada fala do ministro da Educação revela-se o projeto educacional do atual governo federal.
“É um projeto que vai além dos cortes orçamentários, mas que visa atacar a autonomia das IES e os servidores públicos”, afirmou.
“O 15M foi uma grande demonstração da nossa capacidade de organização e reação. Agora precisamos avançar na construção do 30M e da Greve Geral em 14 de junho”, reforçou.
Fonte: ANDES-SN
Os ataques crescentes à Educação pública e gratuita oferecem apenas uma alternativa para quem estuda ou deseja estudar numa universidade pública: lutar. O governo Bolsonaro nunca escondeu que odeia direitos sociais, serviços públicos e pensamento crítico. Ele não pretende parar. O anúncio de que surgiu dinheiro para a Educação depois das manifestações de 15/05 foi uma primeira vitória, agradou as comunidades acadêmicas, mas não convenceu. Continua a luta em defesa da Educação pública, gratuita e de qualidade.
Numa aula pública realizada nessa quinta-feira, 23/05, pela Reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) ficou evidente que há disposição para encher as ruas novamente no dia 30/05. E também na Greve Geral do dia 14/06.
Diante de estudantes, professores e técnicos, Myrian Serra, reitora da UFMT, afirmou que a violência contra a Educação é ideológica, está além dos “contingenciamentos” de recursos. “Todos os governos fizeram cortes, mas eles dialogavam com os reitores sobre os motivos. Agora não há nenhum canal de diálogo. Nós ficamos sabendo pelo facebook, twitter, imprensa… não temos o mínimo de respeito. Não é só financeiro. É um projeto para esvaziar a possibilidade de qualquer formação crítica. Isso está muito claro”, disse a reitora.
A professora citou diversos outros exemplos de como a comunidade acadêmica tem sido tratada pelo atual governo: falta de diálogo com os representantes, repressão e agressões aos estudantes, impedimento de participação nos espaços que deveriam ser de debates, entre outros.
Para o diretor geral da Adufmat-Ssind, Aldi Nestor de Souza, dessa vez a universidade tem de se posicionar com firmeza. “Como os ataques não vão cessar por agora, precisamos pensar de forma mais ampla, não apenas redirecionar o orçamento. A universidade tem de ter uma diretriz clara: de que lado ela está? Qual o projeto de universidade que ela defende?”, questionou o professor, enquanto a plateia, formada por estudantes em sua maioria, aplaudia.
O apelo do diretor inclui uma série de reivindicações apresentadas pela comunidade acadêmica em diversas mobilizações anteriormente ignoradas pela Reitoria, como a revisão de contratos com empresas terceirizadas, a reestatização do Restaurante Universitário, entre outros. “O resultado da terceirização é uma tragédia sobre os brasileiros. E os trabalhadores terceirizados estão desorganizados, sem ter com quem contar. Nosso olhar agora tem de ser diferente. Não podemos cair no erro de fragilizar o mais fraco, porque é sempre ele que paga. A universidade tem de ter outra postura na hora de fazer ajustes necessários, sem retirar bolsas e empregos. Que não coloquemos mais esse peso nas costas dos mais pobres”, defendeu.
Serra disse ainda que entende, agora, que as universidades brasileiras devem voltar o olhar para a América Latina. “Nós ainda temos muito do pensamento de colonizado e colonizador. Olhamos muito pouco para o nosso continente com a tentativa de criar identidade e solidariedade, mas a América Latina espera que o Brasil seja solidário nesse momento”, afirmou a professora.
Estudantes e servidores técnico-administrativos concordaram com o diretor geral da Adufmat-Ssind. “Os trabalhadores terceirizados deveriam estar aqui. Eles também fazem parte da comunidade acadêmica. A minha sugestão à Reitoria é de que nós apoiemos a formação de uma cooperativa para que os próprios trabalhadores gerenciem seu trabalho, e não as empresas”, disse a representante do Sintuf-MT, Lea Oliveira.
“A universidade tem de se tornar um espaço aberto de debate permanente, reflexão e também ação. A universidade precisa se posicionar publicamente com relação ao decreto do armamento, ao Agronegócio, entre outras coisas”, cobrou a servidora, em seguida.
Os estudantes que representaram os Diretórios Centrais dos Estudantes de Cuiabá e Várzea Grande, Vinícius Brasilino e João Lucas Viana, respectivamente, destacaram que a defesa da universidade tem de ser uma posição de toda a sociedade brasileira, e que, para isso, é preciso extrapolar os muros da UFMT.
“O momento é de luta, é de rua, não só para a universidade, mas para toda a sociedade brasileira. Nossa juventude negra quer estar viva, dentro da universidade, e não morrendo nas periferias. Nós não podemos mudar o nosso planejamento para atender um projeto que não é o nosso”, disse Brasilino, dialogando com a afirmação de Myrian Serra minutos antes, de que não há outro plano, a decisão política será não aceitar as imposições do governo. Em suas palavras: “as universidades não vão arredar o pé; quem terá de mudar essa política será o governo”.
O estudante de Várzea Grande lembrou a importante mobilização estudantil realizada em 2018, em defesa do Restaurante Universitário a R$ 1 e universal, além de lamentar que os estudantes do campus de Várzea Grande estejam há cinco anos “provisoriamente” no campus de Cuiabá, disputando salas de aulas e laboratórios.
Ali os estudantes demonstraram muito bem que a luta não é pontual. Há que se lutar por outro modelo de administração pública, de universidade, de sociedade. Ficou definido, ao fim da aula pública, que a alternativa é e sempre será a rua, porque nenhum governo suporta ver o povo na rua. A agenda apontada: 30/05 e 14/06.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
A audiência na Comissão Especial de Educação, na Câmara dos Deputados, na quarta (22), terminou com estudantes agredidos.
Após quase cinco horas de reunião com o ministro da Educação, Abraham Weintraub, a presidente da comissão cedeu a palavra às entidades estudantis UNE e UBES.
Sem meias palavras, o responsável pelo MEC disse que não queria ouvi-las. Em seguida, os deputados da base governista iniciaram um tumulto.
A intenção dos parlamentares era não permitir a participação dos estudantes, segundo nota publica pela UNE.
A entidade denuncia que deputados governistas “partiram, junto a seguranças da Casa, à agressão física. Arrastaram o presidente da UBES, Pedro Gorki, e a presidenta da UNE, Marianna Dias, para fora do plenário”.
Na mesma nota, a UNE repudia veementemente a atitude desproporcional e reafirma o compromisso da entidade “com a ciência, a pesquisa e a educação pública”.
A União Nacional dos Estudantes termina a nota afirmando: “no 30M voltaremos às ruas contras os cortes a educação e ciência”.
Fonte: ANDES-SN
A Adufmat-Ssind vem, por meio desta nota, rechaçar a atividade intitulada “Adoção na Passarela”, promovida por instituições que deveriam estar resguardado crianças e adolescentes em seus direitos, não violando-os.
Crianças e adolescentes expostos em passarelas não promove a adoção, apenas as expõe a condições vexatórias das quais o Estatuto da Criança e do Adolescente as resguarda, e reedita os zoos humanos, prática racista do período colonial que pensávamos já estar no lixo da história humana. Além disso, aumenta as expectativas das crianças e adolescentes de que podem ser adotadas, oferecendo-as no shopping às elites como os escravos eram ofertados aos ricos senhores nos mercados públicos.
O evento é indefensável e não há nota de esclarecimento que o justifique. O que se espera é que as entidades envolvidas peçam desculpas e jamais reeditem este evento absurdo. A promoção da adoção não se da fomentando a caridade das elites, expondo crianças e adolescentes como mercadorias, mas na instituição de políticas públicas efetivas.
Quem se preocupa com o futuro das novas gerações precisa se posicionar contra a Emenda Constitucional 95/16, que congela os investimentos sociais por 20 anos, para que haja mais investimentos em políticas públicas que beneficiem famílias pobres, nas escolas, postos de saúde; precisa defender política de emprego e condições de trabalho dignas para que as crianças não precisem ser retiradas de suas famílias e, nas situações que precisem ser retiradas, que haja famílias que possam acolhê-las.
Grupo Políticas de Classe para Questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) da Adufmat-Ssind
A Adufmat-Ssind informa que os dois debates programados para dialogar sobre os ataques à Educação, que seriam realizados nessa sexta-feira, 24/05, no auditório do ICHS e na quinta-feira da próxima semana, dia 30/05, no auditório do CCBS III, foram cancelados.
Novas datas e horários para realização dessas mesas deverão ser definidos na assembleia geral da categoria nessa sexta-feira, a partir das 13h30, no auditório da Adufmat-Ssind. Clique aqui para ver a convocação da assembleia.
Adufmat-Ssind