Quinta, 19 Outubro 2017 14:19

 

  

Os docentes e técnicos administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) aprovaram, em assembleia conjunta realizada nessa quinta-feira, 19/10, as taxas de reajuste de onze planos em convênio coletivo com a Unimed para os anos de 2017, 2018, e uma perspectiva de negociação para 2019. Os percentuais são referentes aos contratos de números 6890, 6891, 6892, 6900, 6901, 6902, 6903, 6910, 6911, 6912 e 9840.

 

As reuniões entre as partes, trabalhadores e plano de saúde, tiveram início em fevereiro desse ano, quando a Unimed presentou uma proposta de 67% de reajuste para 2017. Depois de diversas reuniões e duras negociações, com cinco propostas diferentes, docentes e técnicos conseguiram baixar o percentual de 2017 para 20%. “Nós não aceitamos, na verdade. Não houve acordo na negociação, então nós trouxemos para a assembleia. Nosso ideal era 10% em 2017, e 10% em 2018, mas até o momento, depois desse longo e desgastante processo, isso não foi possível”, disse o professor Fernando Nogueira, presidente da comissão, ao apresentar os dados da negociação.

 

Além dos 20% para 2017 e 18% para 2018, os trabalhadores aprovaram, na assembleia dessa quinta-feira, a possibilidade de amarrar a negociação entre 15 e 22% para 2019. A Unimed quer condicionar esse percentual de reajuste ao de sinistralidade, ou seja, a taxa de procura dos usuários pelos serviços. A empresa ofereceu um plano para os usuários de terceira idade, que se propõe a viabilizar essa redução da procura, e consequentemente o percentual, por meio de acompanhamento agendado dos pacientes acima de 59 anos.

 

A representante do Sindicato dos Trabalhadores Técnicos Administrativos (Sintuf/MT), Luzia Melo, falou dos receios da categoria em fechar percentual para 2019. “Nós não vemos como diminuir a sinistralidade, porque muitas pessoas fazem tratamentos sérios, com profissionais especializados. Além disso, a conjuntura política não nos permite saber como será 2019”, afirmou a servidora.

 

Depois dos debates, no entanto, os presentes concordaram em amarrar o percentual, com a possibilidade de continuar a negociação.

 

Os presentes também apontaram a necessidade de dialogar com a empresa sobre outras questões, como os abusos na cobrança de pagamentos atrasados as implicações aos pacientes que queiram negociar, demora para agendamento de consultas e ausência de alguns profissionais especializados, além de alternativas de transferência para dependentes de titulares que venham a falecer.

 

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

 

Quinta, 19 Outubro 2017 10:50

 

Já estão disponíveis, na Galeria de Imagens da Adufmat-Ssind, as fotos do Baile dos Professores 2017. 

 

Esse ano, a festa tradicionalmente realizada em homenagem ao Dia dos Professores foi no dia 14/10, no salão de festas do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Estado (Sisma/MT). 

 

Clique aqui para ver todas as fotos na GALERIA.

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quarta, 18 Outubro 2017 19:55
 
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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Roberto Boaventura da Silva Sá

Prof. de Literatura/UFMT; Dr. em Jornalismo/USP

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Depois de longo período de governos petistas – erroneamente ditos e vistos como de esquerda –, interrompido após impressionante acúmulo de práticas de corrupção, arraigadas em tantos partidos da velha direita, muito da esperança, que enfim vencera o medo, foi se dissolvendo no ar.

Da dissolução, aos poucos, o país vem assistindo a um ressurgimento, antes impensável, do pensamento e das ações reacionárias, tudo muito perigoso, alhures, desde que o mundo é mundo.

O processo de dissolução da esperança teve início quando os governos petistas, formado por novos adeptos dos interesses do capital e seguindo a cartilha neoliberal, que em nada se identifica com as esquerdas, empreenderam uma divisão da classe trabalhadora, aliás, “nunca antes vista...”.

Rasgando o lema “Trabalhadores do mundo, uni-vos”, o PT apostou na formulação de diversas políticas compensatórias. Assim, a fragmentação dos trabalhadores estava consolidada. A noção de classe dera lugar à de grupos sociais. Na linha da inclusão, cada agrupamento passou a lutar por conquistas exclusivas. As cotas raciais são exemplos disso. A visão de totalidade dera lugar à visão do foco, que, via de regra, ofusca a possibilidade da compreensão do todo.

Nesse percurso, o PT, que já se esmerava na “corruption made in Brazil”, matando de inveja muitos velhacos da direita, passou a cooptar lideranças de movimentos sociais, sindicais, estudantis e trabalhistas. Pornografia política.

Tudo isso resultou em tragédia para a classe trabalhadora. Agora, nada parece conseguir nos unir. Nem mesmo atos de censura já em curso, frutos de uma onda assustadora de reacionarismo, aliada a uma produzida ignorância cultural de nosso povo.

Só em Cuiabá, em curto período de tempo, duas mostras (uma de fotografia, outra de pintura) foram recentemente censuradas por dois shoppings; claro que com a pressão daquela parte da sociedade tão moralista quanto cínica.

Neste momento, estamos vivenciando a censura que ocorrera no Santander Cultural, em Porto Alegre, durante a exposição de artes intitulada “Queermuseu”.

A referida mostra tinha apenas a intenção de promover a necessária discussão sobre a diversidade de gênero e de sexualidades. Todavia, seguindo a lógica de que “toda nudez será castigada”, a exposição, em si, sofreu estupro moral de uma turba ignara. Depois do estupro, o linchamento.

Vi, por meio de sites, as obras mais polêmicas. Nenhuma poderia ser censurada. A expressão artística não se censura por nada. No mais, elas não mentem, como descaradamente fazem tantos políticos no impuro cotidiano nacional. Elas podem até agredir os puritanos, pois transpõem artisticamente, no caso, para as telas, muitas práticas oriundas de nossa colonização. Nesse sentido, o quadro de Adriana Varejão, que expõe a prática de zoofilia, é a mais chocante para a virgindade ocular.

Sendo assim, o máximo que poderia ocorrer naquela mostra era, como já tantos apontaram, a classificação etária, como ocorre no cinema. Logo, se ainda há o que choque, o que fosse impróprio a menores de 18 anos, que ficasse em lugar reservado. Tudo seria resolvido sem estardalhaço. Sem censura.

Mas por que trago isso à tona, se no início deste texto trato da pornografia política que corre solta no Brasil?

Porque a censura, inclusive a política, chega devagar, cavando a sepultura da democracia. Uma vez sepultada, só nos restará conviver na e com a escuridão dos tempos.

Diante do risco cada vez mais próximo, algo precisa nos unir; e logo, antes que seja tarde. 

Quarta, 18 Outubro 2017 18:53

 

O 3º Congresso da Central Sindical Popular (CSP) Conlutas terminou no domingo, dia 15/10, mas deixou aos trabalhadores uma grande tarefa: construir uma nova Greve Geral no dia 10/11. Depois de quatro dias de ricas discussões, os números finais revelaram a grandeza do encontro, que reuniu 2664 pessoas, sendo 1953 delegados brasileiros, 113 delegados internacionais, 264 observadores, 24 convidados, 105 crianças na creche Conlutinhas, e outras 205 pessoas entre apoiadores, profissionais da imprensa ou expositores.

 

 105 crianças acompanharam os pais no evento e tiveram atividades educativas na creche Conlutinhas

 

Durante o Congresso, os delegados discutiram e deliberaram sobre a posição da CSP Conlutas com relação as conjunturas internacional e nacional, o plano de ações da entidade, balanço dos últimos períodos, além da organização, estatuto e estrutura da Central.

 

Um dos debates mais disputados da conjuntura internacional foi a situação da Venezuela. Inúmeras críticas ao governo de Nicolas Maduro apontaram que a CSP deve se posicionar contra qualquer governo que permita a miséria, persiga e reprima seu povo. Da mesma maneira, resoluções sobre o Haiti, Angola e Catalunha reforçaram o movimento da Central em solidariedade à luta dos trabalhadores em todas as partes do mundo, contra a retirada de direitos e pela soberania popular.

 

Com relação à conjuntura nacional, além da deliberação pela construção da Greve Geral do dia 10/11, as manifestações foram no sentido de fortalecer a CSP Conlutas como central sindical e popular de caráter unitário. Além disso, reforçaram-se as posições contrárias a qualquer movimento de conciliação de classes, por meio de frentes ou acordos que esvaziem o perfil radical e revolucionário, bem como as táticas de ação direta. O trabalho da entidade deve ser de conscientização da classe, na perspectiva de criar as condições para a sua emancipação.

 

 Delegados e delegadas decidiram as posições da Conlutas sobre as conjunturas internacional e nacional, o plano de ações da entidade, balanço dos últimos períodos, além da organização, estatuto e estrutura da Central.

 

“Para conquistar as nossas reivindicações, vencer as reformas de Temer, nós precisamos organizar a classe com autonomia e independência de governos e patrões. É fundamental para o nosso debate que a gente sempre resgate esse papel”, disse Rejane de Oliveira, representante do Sindicato dos Professores e Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato), durante a defesa do conjunto de resoluções aprovadas pela plenária, contra a aproximação de grupos políticos que discutem alternativas para as eleições de 2018.

 

Unidade da classe trabalhadora  

 

Várias intervenções demonstraram, ao longo do evento, a energia e a disposição dos trabalhadores, que representaram ali 330 entidades de categorias profissionais diversas, como metalúrgicos, rodoviários, professores, seringueiros, trabalhadores ecetistas, sem teto e sem terra, estudantes, entre outros, além de organizações populares também diversas, como grupos de mulheres, quilombolas, LGBT’s e indígenas.

 

A mesa contra as opressões, realizada no último dia do evento, proporcionou um dos debates mais marcantes do 3º Congresso da CSP Conlutas. A fala firme e sóbria do representante indígena da etnia Gamela, Inaldo Kuntum, emocionou a todos. "Milhares de indígenas foram assassinados pelas balas do sistema, para dar lugar ao que esse mesmo sistema chama de progresso. Mas tem um segredo que eles não sabem: nós somos sementes. Sementes crioulas, caboclas. Apesar dos brutais assassinatos de índios, travestis, quilombolas, trabalhadores, outros milhares surgirão. Nós não morremos. Os que têm o sangue derramado seguem com a gente na luta”.

 

O representante dos indígenas Gamela, Inaldo Kuntum, ao lado dos companheiros na Mesa Contra as Opressões

 

A inspiração do 3º Congresso da CSP Conlutas nos 100 anos da Revolução Russa, invocando ares de novos outubros, fortaleceu ainda mais os participantes. De modo geral, a avaliação é de que a consciência, organização e luta dos trabalhadores avança. Apesar da aparente apatia, há insatisfação, reações e respostas aos ataques em todos os cantos. A superação do sistema capitalista pode ser um processo longo, mas inevitável. 

Clique aqui para assistir a íntegra dos debates do 3º Congresso da CSP Conlutas.

 

Leia também:

 

CSP-Conlutas reúne mais de 2500 trabalhadores brasileiros e de outros países no 3º Congresso em Sumaré

 

 

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

  

 

 

Quarta, 18 Outubro 2017 14:41

 

Circular nº 353/17

Brasília(DF), 18 de outubro de 2017

 

Às seções sindicais, secretarias regionais e à(o)s Diretora(e)s do ANDES-SN

 

 

Companheira(o)s,

 

Convocamos  reunião do Grupo de Trabalho de Ciência & Tecnologia  do ANDES-SN – GTC&T, conforme segue:

 

Data: 28 e 29 de outubro de 2017 (Sábado e Domingo)

Horário: Início às 9h do dia 28

                Término às 13h do dia 29

Local: Sede do ANDES-SN (CSC Q. 2 Ed. Cedro II, Bloco C, 3º andar – Brasília-DF)

 

Pauta:

1.               Informes

2.               Conjuntura e situação da C&T no Brasil – indicação dos desafios

            e ações políticas do Sindicato com vista ao 37º Congresso

3.               Produção do caderno de C&T

4.               Produção dos vídeos do Seminário SBPC Paralela

 

Sem mais para o momento, renovamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.

Quarta, 18 Outubro 2017 09:35

 

 

A Diretoria da ADUFMAT-Ssind convoca todos os sindicalizados para Assembleia Conjunta Extraordinária com os Técnicos Administrativos (SINTUF) a se realizar:

 
Data:  19 de outubro de 2017 (quinta-feira)
 
Local: AUDITÓRIO DA ADUFMAT
 
Horário: às 08:00  horas com a presença mínima de 10% dos sindicalizados e às 08:30  horas, em segunda chamada, com os presentes.
 


PAUTA:

1) Informes;
2) Reajuste do Plano de Saúde Unimed.

 
 

Cuiabá, 17 de outubro de 2017

 

Quarta, 18 Outubro 2017 09:26
 
 
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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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JUACY DA SILVA*

Há poucos dias li um artigo em que o autor tecia elogios  rasgados `a democracia brasileira e ao mesmo tempo condenava de forma clara a ditadura,  representada pelos governos militares que, durante duas décadas esteveram presente em nosso país.

Em um outro artigo, um outro autor falava da falta de planejamento tanto a nível nacional quanto em Mato Grosso e mencionava o impacto positivo que o programa POLOCENTRO, implementado durante os governos militares havia mudado os rumos do desenvolvimento de nosso Estado, da mesma forma que o Estado de Rondônia.

Ambos os autores sempre que podem não  se cansam de destacar os aspectos repressivos dos governos militares, pouco dizendo sobre os avanços em termos de desenvolvimento que ocorreram durante aquelas duas décadas, cujos impactos possibilitaram ao Brasil dar alguns saltos qualitativos em  termos de crescimento do PIB  e modernização da infraestrutura e outros setores, inclusive os avanços em direção ao Centro-Oeste e Amazônia.

Com  certeza, em sã consciência ninguém pode  deixar de destacar a importância da democracia para a vida de um país e de um povo. Todavia, também  em sã  consciência não podemos deixar de registrar que vivemos em uma democracia de fachada, uma democracia marcada pela demagogia de uma classe política corrupta e ávida por favores que emanam do poder e suas entranhas, uma democracia do compadresco, do fisiologismo, do oportunismo, dos privilégios para uma minoria em detrimento da imensa maioria do povo brasileiro que continua sendo espoliado, enganado e manipulado pelos donos do poder, incluindo os  grandes grupos empresariais,  no meio dos quais vicejam a corrupção e as negociatas  quando se trata das relações público x privado.

Por  esta razão ainda vemos inúmeros políticos e empresários  que outrora  se beneficiaram e apoiaram os governos militares, cujo símbolo maior são o ex-presidente Sarney  que foi por muitos anos o presidente do PDS, partido  que apoiava  e dizia  amém para tudo o  que os militares faziam ou deixavam de fazer.  Outro politico também símbolo daquela época é o ex-governador de SP, Paulo Maluf, que por pouco não chegou a presidência da República. Um terceiro que também  merece referência é Delfim Neto, ministro por duas vezes dos governos militares e responsável pela política econômica e também dos arrochos na classe trabalhadora.

Esses políticos e outros mais espalhados por diversos estados, inclusive MT, cujas histórias e estórias todos bem conhecem, passaram  de apoiadores da ditadura ou dos governos militares para democratas de carteirinha e apoiaram  os governos Lula, Dilma e atualmente o governo Temer e são ou foram expoentes da vida política nacional e caciques de vários partidos que atualmente tem dezenas de dirigentes  investigados, condenados ou presos por corrupção, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e outros crimes de colarinho branco.

A corrupção e a impunidade estão  vencendo a ética,  o respeito pelos direitos do povo, a transparência e a eficiência institucional. Prova  disso tem sido as prisões de vários  ex-governadores, exemplo de MT  e Rio de Janeiro, diversos secretários  e ex-secretários de estados, ex-parlamentares estaduais e federais, afastamento de quase todos os integrantes dos Tribunais de Contas do Rio de Janeiro e de MT, diversos grandes empresários, inúmeros gestores públicos, prefeitos.  De forma semelhante causa espanto quando parlamentares, govenadores são filmados recebendo dinheiro vivo  na forma de propina, outros escondendo fortunas em barras de ouro, em malas e caixas, como aconteceu recentemente com Gedel, ex-ministrro e amigo do peito de Temer e cacique do PMDB.

Para rematar, como podemos defender  uma democracia em que ex-presidentes ainda hoje são investigados por corrupção e o atual, juntamente com diversos de seus ministros são alvos de investigação e só não são presos porque se escondem sob   o manto do famigerado instituto do foro privilegiado, uma verdadeira excrecência jurídica que ajuda a proteger autoridades corruptas ou pelo espírito de corpo e muitos favores de parlamentares  federais, que deverão impedir que a Justiça  investigue o presidente pela segunda vez, por organização criminosa e obstrução da justiça?

Para muitos os parlamentos representam um grande bastião e  símbolo da democracia. Será que o Congresso Nacional, onde estão presentes tantos senadores e deputados federais que são investigados ou suspeitos de corrupção, representa a verdadeira democracia no Brasil?

Será  que esta é a democracia com a qual sonha  o povo brasileiro? Com  certeza não. Todavia,  como são os donos do poder, principalmente o Congresso Nacional que fazem as Leis, a impunidade e a corrupção estão ganhando esta batalha pela ética na política e na gestão pública brasileira.

Precisamos combater de forma mais efetiva e direta a corrupção, a impunidade e os privilégios e mutretas dos donos do poder, para que a democracia seja algo defensável perante os olhos do povo, caso contrário as vozes que defendem uma intervenção militar irão crescer muito em um futuro próximo.

*JUACY DA SILVA,  professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista e colaborador de jornais, sites, blogs e outros veículos de comunicação. Twitter@profjuacy EmailO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo." target="_blank">O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com
 

Sexta, 13 Outubro 2017 19:18

 

 

A luta dos trabalhadores é internacional. Nesse momento, 2581 pessoas estão reunidas no 3º Congresso Nacional da Central Sindical Popular (CSP) Conlutas, em Sumaré, interior de São Paulo. O encontro teve início nessa quinta-feira, 12/10, e será encerrado na manhã do próximo domingo, 15/10, com participação dos trabalhadores brasileiros organizados e também de alguns companheiros de outros países.

 

Com o tema “Outros outubros virão. Outras manhãs plenas de sol e de luz”, trecho de uma composição de Milton Nascimento e Fernando Brant, brilhantemente interpretada por Elis Regina, representantes de sindicatos e outros movimentos sociais organizados discutem, à luz dos 100 anos da Revolução Russa, os caminhos para a resistência e emancipação da classe trabalhadora no Brasil e no mundo.

 

Embora os ataques sejam duros e numerosos, a troca de experiências nas lutas e as análises que apontam reações da classe animam os participantes. “Quando o cenário foi de escravidão, fizemos os quilombos. Se há exploração, há greves. Quando há repressão, há resistência. Nos disseram que seria impossível evitar o aumento das passagens, e nós tomamos as ruas em 2013. Nos disseram que não conseguiríamos fazer uma greve geral, e nós fizemos a maior da nossa história em 28 de abril desse ano. Disseram que seria impossível evitar a privatização das escolas, e os estudantes fizeram centenas de ocupações. Disseram que os indígenas não conseguiriam intervir sobre a privatização do Parque do Jaraguá, e eles tomaram as torres de comunicação do Pico, deixaram mais de 600 mil pessoas no estado de SP sem sinal, e conseguiram ser ouvidos”, disse Helena Silvestre, do Movimento Luta Popular e membro da Secretaria Executiva Nacional (SEN) da CSP Conlutas, na mesa de abertura, causando ampla agitação na plenária.

 

 

 

“Se nós fizemos uma vez, faremos quantas outras forem necessárias. Nós não queremos a metade, queremos inteiro”, continuou a coordenadora, pontuando, em seguida, que um dos principais desafios é provocar a identificação dos trabalhadores com a classe.

 

Amauri Fragoso, diretor tesoureiro do ANDES - Sindicato Nacional e também membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP Conlutas destacou a importância da unidade dos trabalhadores, e afirmou que “o impossível” não existe; que há, sim, o improvável, a depender das condições colocadas.

 

A Adufmat-Seção Sindical do ANDES representa a categoria com quatro delegados e um observador, respectivamente: Alair Silveira, Maelison Neves, Waldir Bertúlio, Tomás Boaventura e Reginaldo Araújo.

 

Em meio a algumas intervenções políticas, o ANDES Sindicato Nacional fez um manifesto na Plenária para divulgar a Campanha Nacional Contra o Assédio Sexual.  

 

Questões centrais

 

Durante as análises iniciais, na defesa das teses de análise de conjuntura, foram destacados pontos centrais de organização e atuação da CSP. A unidade com movimentos de trabalhadores que já retrocederam a acordos anteriores foi um deles, como ocorreu com o que deveria ser a Greve Geral de 30/06. A realização de outro evento maior, com trabalhadores de todos os setores, todas as centrais, sindicatos e movimentos sociais, foi outra demanda apresentada, assim como a construção de uma Greve Geral no dia 10/11. Um dos temas mais delicados, a posição da Central durante as eleições de 2018, também foi uma preocupação pontuada. Esses pontos de pauta serão aprofundados no decorrer do evento, por meio dos grupos de discussão e das plenárias.

 

Na manhã dessa sexta-feira, 13, a Mesa de Saudação Internacional emocionou os participantes. Representantes da Argentina, Colômbia, Chile, Paraguai, México, El Salvador, Haiti, Venezuela, Costa Rica, Estados Unidos, Portugal, França, Itália, Tunísia, Síria, África do Sul, Nicarágua, Namíbia, Palestina, entre outros, falaram da luta contra a retirada de direitos, a precarização do trabalho, a perseguição de trabalhadores. Também falaram sobre a retaliações a sindicatos, e a resistência que surge mesmo nas condições mais adversas. A solidariedade internacional entre os trabalhadores evidencia a força e a capacidade de reação da classe. Nesse Congresso, os trabalhadores também discutem a posição da CSP com relação a Venezuela e outras conjunturas internacionais.    

 

O Congresso manifestou ainda apoio à independência da Catalunha e ao povo Sírio, erguendo enormes bandeiras dos dois países. 

 

No período da tarde, além os grupos de discussão sobre as propostas apresentadas no Caderno de Teses, os participantes tiveram um painel sobre os “100 anos da Revolução Russa”, com Martin Hernandez (LIT), Kevin Murphy (University of Massachusetts), Wanderson Fábio de Melo (UFF) e Valério Arcary (IFSP).

                                                                                                        

O 3º Congresso da CSP Conlutas está sendo transmitido ao vivo. Acompanhe pela página da Central: www.cspconlutas.org.br     

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind              

Quarta, 11 Outubro 2017 17:49

 

 

Os 100 anos que abalaram o mundo também serão objeto de discussão na Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso – Seção Sindical do ANDES (Adufmat-Ssind). Entre 25 e 27/10, a comunidade acadêmica, e toda a população interessada, poderá participar gratuitamente do Seminário 100 anos da Revolução Russa, no auditório do sindicato, com programações ao longo dos três dias.

 

Pesquisadores da UFMT e de outras universidades do país foram convidados para abordar temas que contemplam desde o cenário histórico anterior à Revolução, seus reflexos posteriores, o papel fundamental das mulheres nesse processo, e cultura e arte revolucionárias, até ciência e tecnologia na União Soviética.

 

Também haverá um mini-curso com tema “Teoria da Revolução e Prática Revolucionária: um debate acerca da Revolução Russa”, ministrado pela professora do Instituto Federal de Goiás (IFG), Camila Marques. No dia 27, haverá, ainda a exibição de filme com a temática, seguido de debate.

 

Os participantes receberão certificado e não é necessário fazer inscrição prévia.

 

Confira a programação na íntegra:

 

25/10/17

 

8h - Abertura e Mesa de Debate: "A Revolução Russa e um resgate da perspectiva revolucionária"

(Professor Ivo Tonet/UFAL)

 

14h - Mini-curso: "Teoria da Revolução e Prática Revolucionária: um debate acerca da Revolução Russa” - parte 1

(Professora Camila Marques/IFG)

 

19h30 - Mesa de Debate: "Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia na URSS”

(Professor José Domingues Godoi/ UFMT)

 

_ _ _ _ _ _

 

26/10/17

 

8h - Mesa de Debate: "As mulheres na Revolução Russa"

(Professora Camila Marques/IFG)

 

14h – Mini - curso: "Teoria da Revolução e Prática Revolucionária: um debate acerca da Revolução Russa” - parte 2

(Professora Camila Marques/IFG)

 

19h30 - Mesa de Debate: "A Revolução Russa e seus reflexos"

(Professor Valério Arcary/IFSP)

 

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27/10/17

 

8h - Mesa de Debate: "Arte na Revolução Russa: Rússia e México"

(Professor Pablo Diener/UFMT)

 

14h - Exibição de filme sobre a Revolução Russa, seguida de debate.

 

19h30 - Mesa de Debate: "O cinema soviético e Sergei Eisenstein"

(Professor Flávio Trovão/ UFMT-Roo)

 

 

 

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quarta, 11 Outubro 2017 15:55

 

Roberto Boaventura da Silva Sá

Prof. de Literatura/UFMT; Dr. em Jornalismo/USP

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Outubro chegou. Com ele, duas comemorações só no dia 12.

 

No plano religioso, o país celebra sua padroeira, aparecida das profundezas de um rio – no formato de estátua – a alguns pescadores. De sua parte, o comércio ri de graça com as graças feitas às crianças, muitas atiradas à sorte neste “mundão de Deus”. Muitas dessas crianças só serão encontradas por pescadores de homens e mulheres, mas para o tráfico. Muitas permanecerão submersas em trágicas cenas de nossa já desumanizada realidade.

 

Logo depois vem o dia 15, que homenageia (?) o professor, um profissional que vai perdendo seu papel nas águas turvas de um país sem projeto para o futuro das novas gerações.

 

Neste outubro, em nada cor de rosa, essas duas datas surgem antecedidas de tragédias que nos comoveram; tragédias que, no centro, tiveram professores e crianças.

 

Na badalada Floripa, um professor que era reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, denunciado por se omitir em possíveis corrupções naquela instituição, suicidou-se em um shopping.

 

Na pacata Janaúba-MG, uma professora morreu tentando salvar seus alunos (de 2 a 6 anos de idade) de um incêndio criminoso em uma creche, provocado por um desses seres que ninguém – tampouco a natureza que o criou – responde por seus erros. Logo, o (mal) feito fica por isso mesmo. Consequências: quem crê nas “alturas”, chora e reza. Quem não crê, não reza, mas chora igualmente, e encontra motivos para só aumentar sua descrença nos desatentos lá do “alto” para com os desprotegidos cá debaixo.

 

 Da tragédia de Janaúba, ainda que correndo o risco da má interpretação, penso que, mesmo se as instalações do prédio daquela creche estivessem dentro dos padrões, ninguém estaria a salvo do premeditado crime de um ser perturbado. Sua crueldade não seria contida por nada. Isso não deve isentar ninguém de cumprir normas de segurança nas construções prediais.

 

Mas se as vítimas de Janaúba estiveram nas mãos de um desequilibrado, o que dizer do infortúnio daquele garoto de 12 anos, no Piauí, deixado por seu próprio pai – ex-presidiário por pedofilia – em uma cela com oito homens, dentre os quais um também responde por pedofilia?

 

Já do suicídio do ex-reitor da UFSC só tenho a lamentar. Não o conhecia; logo, nada tenho a dizer de seu comportamento ético. Todavia, verdade seja dita: a maioria das universidades, acompanhando o ritmo de corrupção no país, se deterioraram muito nas duas últimas décadas.

 

É nesse clima de perdas da ética, e até mesmo da moral cristã, para os que não dão conta de transitar pelas linhas da razão, que os processos de escolhas para as reitorias das universidades e institutos federais estão ocorrendo. Resguardando possíveis exceções, o fato é que tem sido difícil a qualquer um que pleiteie as reitorias dessas instituições não fazer indesejados pactos ou, pelo menos, não optar pelo silêncio em muitos momentos.

 

Diante dessa degradação, lamento pelo processo de espetacularização da prisão e morte do ex-reitor, mas lamento, ainda mais, que sua morte – em si, também espetacularizada na forma – tenha caído como luva a políticos atolados em corrupção. Os agentes da mais recente “seita” de que se sabe foram os mais afoitos no ataque à ação da Polícia Federal, do Ministério Público...

 

Por fim, vale recordar: a sociedade, por muito tempo, cobrou justiça contra os poderosos. Bem ou mal, estamos vivendo este momento. Ele é inusitado; por isso, os erros de encaminhamento devem ser aprimorados, mas o percurso, jamais abandonado.