Sexta, 01 Abril 2016 18:51

 

 

Na última terça-feira (29/03), estudantes, docentes e técnicos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) reuniram-se no Centro Cultural da universidade para questionar os pedidos de impeachment ao mandato da presidente Dilma Rousseff.

 

O manifesto reuniu cerca de 300 pessoas, que debateram a conjuntura política, avaliando que não há questões técnicas para o impedimento do governo e, portanto, está em curso uma manobra política que poderá comprometer o processo democrático do país.

 

Uma das organizadoras do “Manifesto em defesa da democracia e contra o golpe”, professora Vera Bertoline (Dep. de Serviço Social), afirmou que, historicamente, a UFMT tem se destacado com relação aos debates e ações na luta pela preservação dos direitos humanos.

 

Para o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind), Reginaldo Araújo, o ato marcou posição na defesa da democracia e dos direitos adquiridos. “Críticas ao governo existem sim, mas não se deve prescindir das discussões saudáveis. No momento em que estamos, não há espaço para contradições”, avaliou Araújo.  

 

Também participaram do Manifesto a reitora da UFMT, Maria Lúcia Cavalli Neder, o professor da Faculdade de Direito da UFMT e procurador do Estado, Luís Alberto Esteves Scaloppe, o professor Alexandre César, também da Faculdade de Direito, o professor do Departamento de História, Renilson Rosa Ribeiro, o professor do Departamento de Sociologia e Ciência Política, Naldson Ramos, a representante do Sindicato dos Trabalhadores Técnicos e Administrativos da Universidade Federal de Mato Grosso (Sintuf-MT), Marillin de Castro Cunha, o estudante Vinícius Fernandes, da União Estadual dos Estudantes (UEE), além de representantes de outros movimentos sociais.

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

 

 

 
 

Sexta, 01 Abril 2016 08:21

 

 

Roberto Boaventura da Silva Sá

Dr. Jornalismo/USP; Prof. Literatura/UFMT

 

Estamos envoltos às más lembranças que todo 31 de março e 1º de abril nos trazem desde 1964; e por incrível que pareça a ideia de um novo golpe vem sendo denunciada em prosa e verso pela presidente da República e seus incansáveis seguidores. Nesse sentido, verdadeiros comícios têm ocorrido fora e até dentro do próprio Palácio da Alvorada.

 

É claro que golpe no sentido stricto do termo (golpe de Estado) não passa de assombração; ou seja, não existe, mas há quem o veja. Excetuando estupidezes localizadas aqui e acolá, ninguém mais no país pensa em golpe. Portanto, não muito mais do que a militância de governistas é capaz de enxergar isso como fato concreto e de alto risco; pior, alguns disseminam isso até em universidades.

 

E nesse cenário em que alguns confundem avião com urubu, houve um mais alucinado do que todos os alucinados de plantão que teve o desplante de passar um e-mail às embaixadas brasileiras, avisando do tal golpe. Um vexame internacional que teve de ser desmentido pelo Itamaraty.

 

Todavia, em sentido mais extenso, podemos, sim, ver vários tipos de golpes em curso, ou melhor, vários tipos de jogatinas políticas que fizeram e fazem parte da atual conjuntura: 2014 inteiro até este momento.

 

A principal das jogatinas, e quiçá a que possibilitou a exposição de um caos, refere-se exatamente ao estelionato eleitoral praticado nas últimas eleições. O partido da ordem (ou desordem), economicamente, pedalou tanto que feriu a Lei de Responsabilidade Fiscal. Suas pedaladas eram para iludir a massa no sentido de garantir a reeleição da senhora Rousseff. Até o bonito slogan “Pátria Educadora”, numa mera jogada de marketing político, foi criado para sustentar sucessivas ilusões. 

 

Uma vez eleita, novas jogatinas foram surgindo. De todas, destaco os cortes orçamentários para diversas políticas públicas. Por incrível que pareça, a saúde e a educação foram duas áreas duramente atingidas. As universidades federais, expandidas nos últimos anos da forma mais irresponsável e irracional que pudesse existir, estão na UTI. O contingenciamento é histórico! Seus professores não veem aumento salarial há mais de um ano.

 

Em meio a uma crise econômica já sem precedentes, na qual o desemprego escancara-se como algo mais do que real, a sociedade vai assistindo, perplexa, ao envolvimento de políticos de diferentes partidos, junto com megaempresários, atolados em esquemas de corrupção orgânica e sistêmica: um monstro de não-sei quantas cabeças. Aliás, ninguém sabe, mas não são poucas.

 

Desse monstro parecem também fazer parte o ex-presidente da República e membros de sua família. Ao que tudo indica, o constante estado de nada saber das coisas do grande chefe, embora as coisas acontecessem sempre embaixo de suas barbas, estão com dias contados.

 

Parece que não será fácil a tarefa de o grande chefe explicar tantas acusações que já lhe pesam sobre as costas. Se não conseguir, de ex-presidente a presidiário será um pulo. Sob risco iminente disso ocorrer, novas jogatinas se nos apresentaram num cenário político já bem sujo. Uma delas foi a tentativa de transformar o ex-presidente em ministro. A intenção óbvia dessa jogatina todos sabemos: dar foro privilegiado ao personagem em questão.

 

Em meio a essas jogatinas, talvez a mais fabulosa de todas, acaba de ser consolidada: o PMDB abandonou o barco furado; ou seja, o aliado mais próximo da presidente, que é o seu vice, de camarote, produz e assiste ao derretimento de um governo com muitos votos, mas agora já sem lastro político algum.

   

Segunda, 28 Março 2016 09:56

 

Por JUACY DA SILVA*

 

Há poucos dias Lula fez um longo pronunciamento em um encontro com líderes sindicais, de várias categorias, capitaneados pela CUT e com a participação de vários próceres petistas, na  tentativa de efetuar  uma análise da conjuntura atual, das origens e desdobramentos desta crise que a cada dia mais se agrava e está destruindo o país  e as esperanças do povo brasileiro.


Na verdade o pronunciamento é  uma forma de agitar  os ânimos da militância petista e de movimentos aparelhados pelo lulo-petismo e seus aliados como a CUT, MST, UNE e outros movimentos sociais, transformando essas entidades e seus militantes em massa de manobra, estimulando o ódio e a violência, direcionando essas energias negativas contra nada menos do que o Juiz Sérgio Moro, responsável pela condução da OPERAÇÃO LAVA JATO  e que conta com a dedicação, eficiência e denodo da  força tarefa constituída por um grupo destemido de procuradores da República, Delegados e agentes da Polícia Federal e o apoio da imensa maioria do povo brasileiro.


Como, só Deus sabe até quando, o sonho de Lula virar ministro e ter foro privilegiado e a partir desta função poder ser de fato o presidente da República e iniciar sua campanha para concorrer `as eleições de 2018, Lula e Dilma tiveram suas tramas destruídas, pelo menos temporariamente, até que o STF julgue em definitivo as ações impetradas que impediram sua posse.


Como estratégia e táticas, os dois, Lula e Dilma, e todas as entidades que lhe dão sustentação resolveram  escolher a Justiça, a Polícia Federal, o Ministério Público e a chamada “grande imprensa”,  como inimigos a serem destruídos. A tática inclui a tentativa de desmoralizar e desacreditar o trabalho sério do Juiz Sérgio Moro e da Força Tarefa da Operação Lava Jato, no que ele chama, como visto  e ouvido em gravações/vídeos divulgados, de “República de Curitiba”,  quando ele afirma estar preocupado e, com certeza, com  medo, a partir de sua condução coercitiva para  depor   na Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas em São Paulo.


Pois bem, em seu discurso aos sindicalistas, Lula tenta incendiar o país, como afirmou em outra gravação divulgada pela Operação Lava Jato, em que diz “Eu sou o único que pode incendiar este país, mas não vou fazer isso”. Mas como um futuro ministro todo poderoso que não consegue ser empossado, a frustração de Lula por não ter foro privilegiado e poder escapar das garras de Sérgio Moro está  gerando muito medo e  sua forma de reagir é igual a de um animal encurralado e acuado, um gato ou uma onça, por exemplo, que se não pode fugir de seus perseguidores parte para o ataque, como em uma luta de vida ou morte.


Mas em seu pronunciamento Lula  está totalmente equivocado ou maluco em sua análise da conjuntura brasileira. Falta-lhe embasamento econômico, institucional e politico, induzindo a criar factoides ou bodes expiatórios, suas explicações são frágeis e não guardam correspondência com os fatos e com  as manifestações da população, em pesquisas de opinião pública e analises de instituições sérias, com corpos técnicos altamente qualificados, nacionais e internacionais. 


Esses estudos tem demonstrado com dados algo que saltam aos olhos da população. O que  está acabando com a economia, a sociedade brasileira e destruindo as instituições nacionais, não é o Juiz  Sérgio Moro, mas sim a  INCOMPETÊNCIA do Governo Dilma , A CORRUPÇÃO e O APARELHAMENTO DO ESTADO que tem ocorrido nesses  13  anos e três meses de governo petista. Os esquemas e quadrilhas instalados/as na administração publica durante esses anos, principalmente o MENSALÃO e PETROLÃO, durante os seus dois mandatos, são a demonstração de que são essas as causas para a destruição da PETROBRÁS, muito pior do que se tivesse sido privatizada; as obras super faturadas, muitas paralisadas e majoradas em mais de 200% ou 300%, os esquemas de extorsões instalados em todos os setores da administração em conluio com empresários mafiosos, a gestão temerária, enfim, os Governos Lula/Dilma, são diretamente responsáveis pelo CAOS NA ECONOMIA, a recessão, o rebaixamento da nota do Brasil,  a  volta da inflação, o total desequilíbrio  das contas públicas, apesar do aumento exorbitante dos impostos, o desemprego, os juros altos, a desvalorização cambial , o aumento da divida pública, que só com juros gasta quase metade (48%) do orçamento da União, a falta de recursos para as politicas públicas, a inadimplência que atinge mais de 58 milhões de pessoas.


Enfim, falta rumo e competência ao Governo Dilma, que ultimamente está sendo tutelada  pelo PT e por Lula, os quais estão tentando impor  políticas diferentes das anunciadas pela Presidente. Gerando mais conflitos e instabilidade dentro do próprio governo. Desde o início de seu segundo mandato Dilma não faz  outra coisa a não ser usar seu tempo, suas energias e seu governo para se defender dos processos de impeachment no Congresso e de cassação da Chapa Dilma/Temer no TSE e a barganhar cargos e funções públicas com os partidos que dizem lhe apoiar, mas que a cada dia estão pulando fora do barco.


Sem maioria no Congresso, tendo que administrar o caos em seu governo, acuada pela população insatisfeita com os rumos da crise e com as quedas constantes na avaliação da opinião pública, muita gente tem sugerido, inclusive a famosa revista de economia The Economist de que Dilma deve renunciar. A capa da revista desta semana traz  a foto de Dilma com a legenda “Time to Go”, ou seja, é hora de sair/renunciar.

 

Todos esses problemas que estão na origem e no  agravamento da crise brasileira neste momento tem como únicos  responsáveis os Governo LULA, Dilma, o PT e seus aliados e jamais o Juiz  Sérgio Moro, que  teve e está tendo a coragem de desvendar essas teias criminosas de poder, das quadrilhas de colarinho branco que se apossaram da gestão publica brasileira, principalmente nos poderes Executivo e Legislativo nacionais e que acabam se ramificando pelos Estados e municípios. 


O Brasil está sendo destruindo por um câncer, uma gangrena  representado pelo cinismo politico, pela incompetência e pela corrupção. Esse é um vírus mortal, muito pior do que o ZIKA e deve ser combatido e destruído antes que destrua nosso país.


*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre  em sociologia, articulista e colaborador de jornais, sites, blogs e outros veículos de comunicação. Email: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ;Twitter@profjuacy; Blog: http://www.professorjuacy.blogspot.com/