Terça, 14 Junho 2016 14:49

 

JUACY DA SILVA*

 

Nos últimos dias o PT e  partidos aliados como PDT, PCdoB e PSOL, bem como os movimentos sociais e sindicais que orbitam em sua orla, como o MST, CUT, os Sem Teto  e outros mais, estão fazendo uma verdadeira luta política e psicológica para influenciar a votação do Impeachment de Dilma, primeiro na Comissão Especial  e depois, quando chegar a hora, no Plenário do Senado.


Apenas para recordar, para a admissibilidade do pedido do impeachment e iniciar a tramitação  do processo de verdade, o quórum exigido era  a votação favorável de 41 senadores, ou seja, metade mais um dos senadores que compõem o Senado Federal  e o resultado  foi acachapante, votaram a favor 55 senadores, alguns que sempre e até  as vésperas frequentavam a cozinha do Palácio da Alvorada e eram frequentemente vistos no Palácio do Planalto e nas fotos de inauguração ao lado de Dilma e Lula e agora viraram ministros ou conselheiros de Michel Temer.

Esses Senadores foram os traidores  a quem Dilma e Lula e a turma do PT se referem, contra os quais pesam a mágoa e a revolta da Presidente afastada, com certa razão, convenhamos. Afinal esses Senadores e Deputados Federais ajudaram a eleger e reeleger Lula e Dilma  e em troca sempre receberam cargos, liberação de emendas e outras mutretas  como indicar apadrinhados para cargos importantes, como ministros, diretores de Estatais, inclusive na  Petrobrás, onde formaram verdadeiras quadrilhas que a Operação Lava Jato tem demonstrado de forma clara.


Pois bem, para que o impeachment de Dilma seja aprovado e ela seja afastada definitivamente do cargo de Presidente e tenha seus direitos políticos cassados por oito anos, se depois de afastada não acabar nas garras do Juiz Sérgio Moro ou até mesmo na prisão, são necessários 54 votos quando o Impeachment for votado no Plenário do Senado.


Ora, se na primeira votação 55 senadores votaram contra  Dilma, basta que suas hostes consigam que dois senadores que votaram pela admissibilidade do processo de Impeachment mudem de lado, o que não é algo tão impossível na vida política brasileira, onde  senadores e deputados trocam de lado como as pesos trocam de camisa, daí a  expressão “vira casaca”. Basta que dois senadores sejam presos, fiquem doentes ou simplesmente digam que se arrependeram e erraram na primeira votação.


É importante também lembrar que o Procurador Geral da República pediu ao STF a prisão dos Senadores Renan Calheiros e Romero Jucá, além de Eduardo  Cunha, presidente afastado da Câmara Federal e do ex-presidente do PDS, do PMDB e ex-presidente da República José Sarney, todos do PMDB, partido de Temer.


Neste  caso o placar da votação poderia ser de 53 ou 51 senadores favoráveis ao impeachment, quando para afastar definitivamente a Presidente são necessários 54votos a favor. Pelo andar da carruagem  nos últimos dias este cenário não pode ser totalmente descartado.


Se antes da votação final do processo de Impeachment o STF aceitar este pedido de prisão, serão dois votos a menos pelo impeachment e Dilma volta a sentar  na Cadeira de Presidente, causando uma verdadeira revolução no país, quando os conflitos tanto políticos quanto de rua podem atingir níveis nunca vistos nas últimas décadas. Além disso o caos econômico   e administrativo, fiscal e financeiro jogará o Brasil em situação vivida pela Venezuela nas últimas duas décadas.


Até que este nó do Impeachment seja desatado, Temer  é apenas  um presidente interino e tudo o que fizer poderá  ser desfeito, com sérias consequências, se Dilma voltar a ser presidente de direito, pois de fato quem será presidente, se não for preso, será Lula, que também  deseja encurtar o mandato de Dilma, para ficar em seu lugar,  através da antecipação das eleições para este ano.


Pesquisas de opinião pública, apesar dos fatos trazidos a público pela operação lava jato envolvendo Lula,  ele ainda é  o nome mais lembrado e mais querido pelos eleitores, principalmente de baixa renda. Se as eleições para presidente fossem hoje, como essas pesquisas indicam, Lula seria vitorioso, pois os demais postulantes não tem carisma e nem força política e eleitoral suficientes para derrota-lo.


Resumo da ópera: o futuro imediato de nosso país parece muito tumultuado e a crise pode piorar e muito!


*JUACY DA SILVA, professor universitário,  titular  e  aposentado UFMT, mestre em sociologia. EmailO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog  http://www.professorjuacy.blogspot.com/ Twitter@profjuacy

 

Terça, 31 Maio 2016 09:06

 

Roberto Boaventura da Silva Sá

Prof. de Literatura/UFMT; Dr. em Jornalismo/USP

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Desde a semana passada, a mídia tem reservado espaço privilegiado a um conjunto de crimes que teriam ocorrido no Rio de Janeiro, onde uma adolescente teria sido estuprada por três dezenas de rapazes. Além desse “batalhão”, ao que tudo indica, na cena do crime, havia ainda pelo menos mais uma garota, de quem nada ou quase se falou até agora. Detalhe: o denunciado estupro só veio a público por conta da exposição do caso em redes sociais. Não fosse isso, o ato em si não estaria sendo motivo de conhecimento e tampouco de comoção geral; talvez, nem mesmo ganhasse um simples boletim de ocorrência. 

 

É claro que a essência dessa trágica narrativa contemporânea, que envolve jovens de um país sem eira nem beira, contém mais meandros do que podemos supor. E como tudo sobre isso é e parece que continuará sendo nebuloso, não farei nenhuma ilação sobre o fato. Espero, como cidadão, apenas, não antes sem lamentar, que o Estado tenha competência e responsabilidade para dar a resposta honesta, ainda que pontual, que o caso requer.

 

Sendo assim, apenas direi que agentes do novo (e velho, ou velhaco) governo federal, de pronto se fizeram ver publicamente em entrevistas, nas quais já condenaram os supostos agressores do ato, bem como, e aí sim, inequívoca e acertadamente, a exposição do ato em si via internet.

 

Ao fazer isso, tais agentes ajudaram a mídia a virar ainda mais seus holofotes e microfones para outro lado da tragédia nacional. Uma tragédia que tem raízes pelo menos na desestruturação familiar (fruto de um sistema socioeconômico perverso e desumano), em nossa educação falida, e na oferta de lixos culturais às novas gerações. Seja como for, nessa virada de foco, o governo Temer, de quem se deve mesmo temer sempre, ganhou alguns minutos por dia na mídia para respirar.

 

Todavia, como o ar que respiram e produzem é bem poluído, nenhum caso, por mais chocante que possa ser, consegue superar os crimes da vida política brasileira. Engrossando a avalanche de denúncias já exibidas até este momento na operação Lava-Jato, agora estão vindo a público infindas gravações que Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, obteve junto a “ícones” nacionais, como Renan Calheiros, Sarney et alii.

 

E em meio a essas novas denúncias, novos ataques à justiça e à mídia estão sendo expostos. Desses ataques, destaco os que vieram de Fabiano Silveira, ironicamente, o novo ministro da Transparência.

 

Ao dar ênfase a esses ataques vindos de um importante agente do governo Temer, mais uma vez chamo a atenção para que todos devemos ter no sentido da defesa intransigente da atuação da justiça, com ênfase ao trabalho do juiz Sérgio Moro, que descontando descuidos pontuais, tem sido o maior símbolo de renovação de nossa velhaca justiça.

 

Da mesma forma, não sem entender e/ou desprezar manipulações editoriais, é preciso que defendamos – também de forma intransigente – a atuação da mídia nacional, que deve ser absolutamente livre de quaisquer tipos de censura. Temo que, aos poucos, aceitando passivamente a uma crítica aqui outra acolá, possamos dar cobertura a interesses que não sejam a de uma mídia soberanamente livre.

 

No mais, concluo que no Brasil há vários tipos de estupro. Além dos que se inserem no plano denotativo, que devem ser repudiados e banidos de nosso cotidiano neste conturbado e, paradoxalmente, atrasado século XXI, há os que se escondem no plano figurado. Em casos tais, a lista é infinda, infelizmente. E todos precisam ser superados, e logo.

Segunda, 30 Maio 2016 13:44

 

 

 

JUACY DA SILVA*

 

Primeiro vamos ao que significa elite. Este é um conceito muito utilizado tanto na sociologia quanto na ciência política e,  ao longo do tempo, tem ocupado a atenção de cientistas sociais e políticos para tentar entender melhor como ocorre a dinâmica do poder nas várias sociedades/países.

Alguns teóricos como Vilfredo Pareto e Caetano Mosca dedicaram a maior parte de seus estudos para entender ou lançar luzes sobre não apenas este grupo seleto de pessoas mas também como a elite ou elites se compartam na dinâmica social, política, econômica e militar, as quatro dimensões básicas do poder nacional.


Charles Wright Mills utiliza o termo para referir-se a um grupo situado em uma posição hierárquica superior, numa dada organização, dotado de poder de decisão política e econômica. Robert Dahl descreve a elite como o grupo minoritário que exerce dominação política sobre a maioria, dentro de um sistema de poder democrático ou mesmo totalitário.


Elite pode ser uma referência genérica a grupos posicionados em locais hierárquicos de diferentes instituições públicas, mudo empresarial, partidos ou organizações de classe, ou seja, pode ser entendido simplesmente como aqueles que estão no topo da pirâmide e  que têm capacidade de tomar decisões políticas ou econômicas, militares, religiosas ou de outra natureza.


Essas concepções surgiram e foram desenvolvidas para se oporem ao conceito de “classe dominante” elaborado por Karl Marx, em sua configuração de que em todas as sociedades existiram duas classes: a dominante ou dominadora e a dominada, os  exploradores e os  explorados, os proprietários do capital e dos meios de produção e os trabalhadores, passo essencial para elaborar um outro conceito importante na ideologia marxista/leninista que é o da luta de classes.


O PT desde seu surgimento ao abrigar vários grupos de tendência marxista, leninista, maoísta e trotskistas sempre usou boa parte desses conceitos, tanto é verdade que em vários de seus documentos e resoluções utilizam de uma linguagem marxista ou as vezes pseudomarxista, tentando demonstrar que é , senão o único, pelo menos um dos partidos que defende  a classe trabalhadora, apesar de que após chegar ao poder sempre esteve sempre aliado aos chamados partidos burgueses, aos políticos e gestores corruptos. Demonstrando que suas práticas no exército do poder  estão muito distantes e em contradição com seus conceitos ideológicos e doutrinários.


A admissibilidade do processo de impeachment de Dilma e seu possível afastamento definitivo da Presidência, tirou o véu que por mais de 13 anos encobriu as práticas nada éticas, nada republicanas e muito menos democráticas do que podemos denominar de classe governante ou elites de plantão que o PT representou, como uma farsa, de forma exímia por décadas e ainda tenta mistificar suas  ações aliadas `a corrupção que se alastrou no país desde que Lula chegou ao poder.


Durante anos o PT teve como alinhados ideológicos o PCdoB, o PSOL, cujos políticos antes eram filiados ao PT, o PDT e movimentos como MST, UNE e CUT. Todavia, o que marcou o PT , decepcionou muitos militantes e até quadros dirigentes foi sua aliança com partidos e grupos econômicos considerados até então como conservadores e corruptos.


Durante anos políticos como Maluf, Sarney, Color, Jader Barbalho, Renan Calheiros e muitos outros do PMDB, do PP, PR, PTB, por exemplo,  eram tratados pelo PT  como corruptos, mas isso não impediu que todos esses e muitos outros políticos que constam da lista do Janot ou da Lista da Odebrecht, ou das delações premiadas de corruptos presos,  fossem sócios do PT na divisão de cargos, outras benesses  e mutretas que marcaram o governo Lula/Dilma, incluindo o MENSALÃO, o PETROLÃO  e diversos escândalos de  corrupção que  surgiram em vários ministérios, principalmente os que são o foco da força tarefa comandada pelo Juiz Sérgio Moro, denominada de LAVA JATO.


A operação lava jata está dividida em duas partes, uma que já tem desvendado os meandros da corrupção na PETROBRÁS  e atinge gestores, ex-políticos e empresários, muitos dos quais estão presos em Curitiba e  a cada dia vai mais fundo desvendando essas teias de crimes contra a administração pública e contra o Brasil.


A outra parte da LAVA JATO  está  a cargo do Procurador Geral da República e do STF, destinada a investigar e punir políticos , gestores e outras autoridades que gozam de foro privilegiado ou especial, uma excrecência que só existe no Brasil e visa proteger gente importante, anda a passos de tartaruga e poderá, por decurso de prazo, ‘inocentar” envolvidos em corrupção ou aplicando penas muito brandas como aconteceu com o MENSALÃO, onde o núcleo político acabou recebendo penas mínimas e os envolvidos foram indultados e suas penas extintas pelo STF, enquanto outros sem foro privilegiado estão amargando décadas de cadeia.


Ultimamente  estão sendo divulgadas gravações e conteúdos de delações premiadas que aos poucos dão a dimensão de como boa parte de  nossos governantes estão apodrecidos. Pior do que isso, todos na linha sucessória da Presidência da República, respectivamente, Presidente afastado da Câmara Federal, seu substituto  e também o presidente do Senado estão respondendo a vários processos por suspeitas de corrupção junto ao STF e não tem condições, aos  olhos do povo, de serem Presidentes do Brasil.


Triste de um país cujos governantes mais se parecem a mafiosos e criminosos de colarinho branco e usam o poder para assaltar os cofres públicos e dilapidarem a administração pública, enquanto o povo paga uma das maiores cargas tributárias e sofrem amargamente, seus “representantes” se locupletam escandalosamente.


Enquanto esses delinquentes políticos estiverem ocupando postos na alta hierarquia política e da gestão pública em nosso país, tanto no âmbito federal quanto nos Estados e municípios, a tendência e que a crise brasileira se agrave, podendo levar nosso país ao mesmo caminho em que se encontra a Venezuela e outros mais.


É fundamental, urgente e imperioso que esta corja de corruptos seja banida da vida publica do Brasil. Democracia e estado de direito não pode coexistir  com corrupção generalizada e impune! Isto é  uma grande farsa que acaba em tragédia!

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, mestre em sociologia, Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog  www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

 

Segunda, 23 Maio 2016 10:39

 

 

JUACY DA SILVA*

 

Quando milhões de pessoas saíram às ruas para protestarem contra o Governo Dilma e pedir sua saída, os slogans empunhados nas manifestações eram claros e indicavam o que o povo indignado desejava em termos de mudanças de rumo para o Brasil.


Essas  mensagens eram claras e diziam FORA DILMA, FORA LULA, FORA PT e FORA CORRUPTOS, IMPEACHMENT JÁ,  ou seja, não havia nenhuma faixa que demonstrasse que o lugar de Dilma deveria ser ocupado por Temer. Isto era demonstração de que a população não via a saída da crise pela mera substituição do Governo capitaneado pelo PT pelos partidos  que ao longo de 13  anos sempre apoiaram os governos Lula e Dilma, incluindo o PMDB, como núcleo central do “novo governo”, que de novo parece que só vai substituir as logomarcas do governo Dilma.


Mesmo que a chegada de Temer a Presidência seja calcada na legalidade, falta-lhe legitimidade para essa função, aos olhos do povo é o mesmo que trocar seis por meia dúzia, tendo em vista que o mesmo fazia parte do (des)governo Dilma, que só foi eleita graças ao apoio do PMDB e diversos partidos que abandonaram a presidente afastada.


Além dos gestores públicos, empresários, doleiros, dirigentes partidários e outros corruptos já conhecidos que estão sendo investigados e alguns até já condenados pelo Juiz Sérgio Moro, que comanda  a OPERAÇÃO LAVA JATO, muito  temido pelos corruptos de todos os naipes, existem ainda as LISTAS do JANOT e da ODEBRECHT  e algumas figuras bem conhecidas, cujos nomes surgiram nas diversas delações premiadas de investigados ou presos que acabaram citando tais pessoas, as quais passaram a ser objeto de investigações tanto da Polícia Federal quando da Procuradoria Geral da República.

Tais suspeitos  de corrupção, por gozarem de foro privilegiado, uma excrecência que só existe no Brasil para proteger gente importante, em tese, não deveriam ocupar cargos de relevo no cenário politico, para evitar que atrapalhem as investigações ou cometam obstrução da justiça usando seus  altos cargos nas  estruturas de poder.


Pois bem, da lista dos novos  ministros e até mesmo o novo líder do Governo Temer na Câmara Federal , mais de uma dezena deles estão sendo investigados por práticas de corrupção junto ao STF. Além desses, existem também alguns que receberam financiamento para  suas  campanhas das empresas envolvidas na operação lava jato, ou seja, está  mais do que claro que essas empresas, cujos dirigentes estão presos em Curitiba ou andando por ai com tornozeleiras eletrônicas que além de roubarem e destruírem a PETROBRÁS  e outras Estatais, financiavam políticos  e partidos que dividiam com o PT diretorias e outros setores dessas empresas, através de um aparelhamento partidário da administração pública.


Em boa  hora o Procurador Geral de Justiça requereu autorização do STF para investigar alguns cabeças coroados do PMDB e que estão muito próximos de Temer, como o Senador/Ministro Jucá, os senadores Lobão, Jáder Barbalho e Raup, sob suspeitas de receberem propinas quando ainda estavam na “base” de apoio do governo Dilma.


Além dos aspectos morais ou imorais ligados ao fato  desses políticos sob suspeitas de corrupção ocuparem  cargo no Governo interino de Temer, que pode acabar deixando de ser interino, com o afastamento  definitivo de Dilma, algumas propostas apresentadas pelos novos ministros  estão na contra mão das aspirações do povo brasileiro.


Algumas dessas medidas podem ser destacadas como o aumento de  impostos, inclusive a volta da famigerada CPMF, o aumento da idade mínima para aposentadoria, que penaliza as pessoas mais pobres, que começam  a trabalhar mais cedo; a ideia estapafúrdia do ministro da saúde, que teve suas campanhas e eleições financiadas por grupos da medicina privada, de que o SUS  tem que ser reduzido em tamanho, apesar de que o mesmo está completamente sucateado depois de cinco anos de Governo Dilma, incluindo a perda de mais de 23,5 mil leitos hospitalares. Outra proposta do mesmo é  acabar com as carreiras dos agentes comunitários de saúde e de endemias.


Finalmente, Temer para garantir maioria parlamentar no Congresso está usando as mesmas armas que Lula e Dilma e outros governantes usam, ou seja, o balcão de negócios no Palácio do Planalto, onde a moeda de troca são cargos e outros favores a parlamentares e partidos. Isto decorre do fato de que esses mesmos parlamentares e partidos ajudaram a afundar o Brasil durante os últimos cinco anos, inclusive o PMDB, PP, PR e outros grupos fisiológicos que nunca querem deixar o poder e suas benesses.


Temer pode até conseguir maioria parlamentar com esses expedientes nada republicanos e muito menos éticos e democráticos, mas dizer com isso que fará mudanças significativas que recoloquem o Brasil nos trilhos do desenvolvimento, da ética, da transparência, da justiça social e da eficiência vai uma distância enorme. Vamos aguardar um pouco mais para conferir!


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta.

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Sexta, 20 Maio 2016 11:50

 

 


JUACY DA SILVA*

 

Foram quase três anos de lutas populares, desde meados de 2013, quando e durante todos esses longos 22 meses, milhões de pessoas foram `as ruas, praças e avenidas deste país, bateram panelas, gritaram, exigindo a saída de Dilma, pelo fim de seu governo e do projeto de poder do PT e seus aliados mais diretos, PCdoB , PDT e alguns  outros setores, inclusive os movimentos sociais e sindical que pelegaram durante a permanência de Lula e Dilma no poder


Slogans  como FORA DILMA , FORA LULA, FORA PT, FORA CORRUPTOS  demonstravam  a indignação popular contra um governo e um partido que, principalmente  nos últimos três anos, afundaram o Brasil na maior crise moral, onde a corrupção passou a ser o símbolo das ações de governo; uma crise política que esfacelou uma ponderosa base política, parlamentar e partidária, onde a oposição mal chegava a 20% dos integrantes da chamada classe política;  uma crise econômica, financeira e orçamentária, com destaque para crescimento econômico pífio seguido de recessão por praticamente três anos; um descontrole total nas contas púbicas, aumento do endividamento público que já ultrapassa a quatro trilhões, exigindo gastos de quase um trilhão de reais por ano do  OGU com pagamento de juros, encargos, rolagem e administração desta divida enorme que já representa mais de 75% do PIB, desemprego que afeta mais de onze milhões de pessoas, inadimplência que sufoca mais de 58 milhões de brasileiros, fechamento de mais de 300 mil empresas, um déficit publico que em breve deverá ultrapassar a 100 bilhões de reais.


Além da crise econômica, o governo Dilma, foi um fracasso retumbante nas áreas sociais ,como destaque para o  caos na saúde pública, o sucateamento das universidades federais, a incompetência na área da segurança publica, empobrecimento da população e queda da  renda média da classe  trabalhadora.


As  denúncias constantes do processo de impeachment aceito, analisado e aprovado na Câmara Federal por maioria esmagadora de votos , mais de dois terços dos deputados e, posteriormente, aprovado pela Comissão Especial do Senado por 75% dos seus integrantes,  acabou chegando a  sua etapa decisiva para afastar “temporariamente”, por até seis meses a Presidente Dilma.


Em longa e histórica sessão iniciada na manhã da última quarta feira e concluída apenas na manhã  desta quinta feira, dia 12 de maio de 2016, culminou com uma votação mais do que convincente de que o Senado chancelou a derrota de Dilma de forma acachapante, foram 55 votos pela aceitação da admissibilidade do Impeachment conta apenas 22 votos em defesa de um governo moribundo e paralisado quando bastavam 39 votos para a sua aprovação.


Esta votação também demonstra que já existem votos suficientes para o afastamento definitivo de Dilma, ponde fim ao seu segundo mandato, conquistado através da reeleição, onde o marketing, a propaganda e a mentira induziram milhões de brasileiros a dar a Dilma um  segundo mandato, quando todos os demais candidatos alertavam a nação e os eleitores de que o Brasil, sob o comando de Dilma, do PT  e de seus aliados mais se parecia a um navio sem rumo,  navegando em um mar tenebroso, com ondas imensas, mas que a comandante do navio se recusava a enxergar a realidade, estava se enganando e engando o povo brasileiro e chegamos ao ponto, situação em que nos encontramos.


Os alertas vinham diariamente de todos os lados, da mídia, dos partidos  e políticos de oposição, de instituições de pesquisas nacionais e internacionais, do Mercado e das agências internacionais de classificação de risco, que rebaixaram a nota do Brasil para grau especulativo.  Mas  mesmo assim, à semelhança de um doente mental que está alienado da realidade e cria um mundo e fantasias, fictício, nossa Presidente continuava  com seus equívocos, sua  falta de senso crítico e sua incompetência técnica e política, praticamente tutelada pelo seu criador, o ex-presidente Lula, a quem Dilma num ato de desespero para salvar seu   governo e a pele de Lula chegou até  a nomeá-lo  ministro chefe da  casa  civil, espécie de primeiro ministro, dando-lhe foro privilegiado para escapar das garras do Juiz Sérgio Moro e da força tarefa da LAVA JATO. Nada disso foi suficiente para evitar o naufrágio de um governo medíocre, sem rumo, sem ética e sem competência técnica.


A partir de agora o Senado, sob o comando do Presidente do STF tem a missão de acelerar a análise final e votar o processo de impeachment para cassar Dilma de forma definitiva  por crimes de responsabilidade e pelo conjunto de suas obras/desgoverno e por todos os males que este  governo fez ao  Brasil e ao povo brasileiro.


Lula, Dilma, o PT, PCdoB e  o PDT  devem retornar `a oposição, lugar de onde jamais deveriam ter ido. Costuma-se dizer que esta turma é ótima na oposição mas péssima como governo.


Tchau Querida, fora Dilma e toda a sua turma, o jogo acabou, vocês  dançaram! Agora começa  um novo tempo, muito difícil, com certeza, onde o grande desafio  será recolocar o Brasil no caminho do desenvolvimento, do crescimento econômico,  da ética na política, da eficiência e da esperança! Resumindo, este desafio significa superar a herança maldita de Dilma e sua turma!


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, EmailO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog  www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

Quinta, 19 Maio 2016 14:09

 

Roberto Boaventura da Silva Sá

Prof. de Literatura/UFMT; Dr. em Jornalismo/USP

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Muitas coisas me inquietam neste momento político. Falarei de algumas. Antes, externo a felicidade de não mais ter de ouvir – pelo menos com frequência – a ditadura linguística do termo “presidenta”. Aliás, todos poderiam evitar essa bizarrice. Isso não contribui para a necessária luta da inserção da mulher em canto algum.

Agora, às inquietações; todas estão circunscritas ao inconformismo dos que viram a presidente ter de deixar, por ora, a cadeira presidencial. De antemão, registro que identifico, no cenário, dois tipos de inconformados: 1º) os governistas assumidos, que defendem o “Fica Dilma”; 2º) os que – mesmo se opondo ao fracassado governo Dilma, estão verdadeiramente preocupados com os destinos de nossa democracia.   

Dos dois grupos, com exceções, a maioria pertence ao primeiro agrupamento. São governistas orgânicos. Por isso, via de regra estão todos sob o manto de algum tipo de movimento social: MST, CUT, UNE... E cooptados como estão, é natural que façam de alguns enunciados verdadeiros mantras, como o tão famoso quanto vazio “não vai ter golpe”.

E não mesmo. Jogatinas, sim. Essas, abundam. O PT que o diga. Esse partido, mesmo vindo das classes populares, com o apoio de parte da “intelligentsia” brasileira e de artistas da mais qualificada cepa, foi capaz de deixar até os mais podres velhacos da política, que não são poucos, sentindo-se pueris. Alguns desse partido já estão encarcerados. Outros, como seu líder mor, estão literalmente com as barbas de molho.

Aproveitando raro momento, integrantes de ‘Aquarius’ (longa brasileiro que está se apresentando no Festival de Cinema/Cannes), pisando no tapete vermelho do referido festival, protestou, no dia 17, contra o processo de impeachment de Dilma. No ato, que teve apoio de Sônia Braga, os artistas afirmaram ao mundo que o Brasil vive um “golpe de Estado”. Detalhe: o grupo desconsiderou que o processo do impeachment teve instrução e anuência do STF.

E é sobre isso que reside outra preocupação minha: os ataques ao judiciário, com destaque à figura do juiz Moro. Descontando seus erros pontuais, com ênfase ao vazamento daquela conversa antológica entre Lula e Dilma, do qual o “tchau, querida” tornou-se enunciado emblemático, esse juiz, que tem a cara do vigor da juventude na justiça brasileira, assim como toda a Operação Lava-Jato, tem recebido ataques que vão além de considerações críticas, que são sempre necessárias.

Na mesma linha, outra preocupação que tenho são os ataques à mídia, em geral, tomada metonimicamente pela Rede Globo. Assim, tem sido comum vermos agressões – físicas, inclusive – a uma tal “mídia/Globo golpista”.

De minha parte, não consigo mudar o foco do problema. Longe de ver santidade no inferno, o fato é que a mídia não criou o Mensalão e nem o Petrolão. No uso da liberdade de expressão, cada veículo comercial tem o direito de fazer a edição que bem entender, assim como fazem, na cara dura, os veículos governistas, como a NBR, a TV Brasil e outros. No mais, foi o JN/Globo que entrevistou com exclusividade Lula e Dilma, cada qual deles, no dia posterior de suas vitórias eleitorais.

Assim, ao defender a liberdade de imprensa, imputo a cada cidadão a difícil tarefa de perceber eventuais manipulações editoriais elaboradas por veículos da mídia nacional.

Em tempo: a Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) também denunciou um tal “golpe” político no Brasil. Pergunto: e agora José? Ou melhor, e agora Maria?

 

Quarta, 18 Maio 2016 12:16

 

A Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas reunida na última quinta-feira (12) aprovou a elaboração de uma carta política de análise da situação nacional e indicação de atuação da Central. Leia abaixo:  

 

Declaração Política  

 

 

O afastamento provisório da presidenta Dilma/PT nesse dia 12 de maio de 2016, para posterior votação do impeachment, encerra, objetivamente, esse ciclo de governos de frente popular encabeçados pelo PT desde 2003. É muito improvável que o impeachment não seja confirmado na sessão de julgamento do Senado.  

 

 

É a derrota da estratégia de colaboração de classes levada a cabo pelo PT durante todos esses anos, que deixa cicatrizes importantes junto ao movimento dos trabalhadores de nosso país.  

 

A unidade interburguesa marca o início do governo Temer, com 11 partidos participando do novo ministério, incluindo o PSDB, maior e principal partido de oposição. As frações burguesas que estavam divididas durante os mandatos de Lula e Dilma, parte na oposição e parte no governo, retomam o governo sozinhas.  

 

 

Chama a atenção o fato de que, entre os principiais cargos do alto escalão do governo (incluindo ministérios, Banco Central e assessorias especiais) nada menos que 9 (nove) membros foram ministros de Lula ou Dilma ou ocuparam a liderança do governo no legislativo.  

 

Mas também é um fato que a classe trabalhadora não está derrotada e segue protagonizando muitas lutas, apesar das dificuldades de unificação, devido, principalmente à política das direções majoritárias, especialmente no movimento sindical.  

 

A CSP-Conlutas – Central Sindical e Popular se coloca, desde já, em oposição frontal a esse governo e suas políticas antitrabalhador. É um governo dos grandes empresários, banqueiros, latifundiários, do grande capital nacional e internacional.   Trabalharemos desde a sua instalação pela sua derrota e sua derrubada. Não reconhecemos sua legitimidade, pois é fruto das manobras das frações burguesas que governaram o Brasil em aliança com o PT no último período e da oposição burguesa de direita.  

 

O grotesco espetáculo da votação da admissibilidade do impeachment na Câmara dos Deputados mostrou o caráter corrompido e reacionário desse Congresso Nacional e da grande maioria dos partidos políticos. O ódio da população é, por isso, cada vez maior.  

 

O governo Temer já nasce sem apoio popular, não goza de 10% de aprovação.   Seu programa, já anunciado, prevê ataques aos direitos da classe trabalhadora, contrarreformas na previdência e na área trabalhista, um duro ajuste fiscal, das contas públicas, ataques ao funcionalismo e ao serviço público, mais privatizações e uma criminalização ainda maior das lutas, dos ativistas e suas organizações.  

 

Vamos buscar construir a unidade de ação mais ampla possível para mobilizar os trabalhadores e enfrentar esses ataques, nos dirigindo a todas as organizações da classe trabalhadora para construir a mobilizações e as condições para uma greve geral em nosso país.  

 

Mas é necessário dizer: a ascensão do governo Temer/PMDB só foi possível porque o PT governou durante os últimos 13 anos e meio preservando e defendendo os interesses do grande capital, utilizando-se de sua hegemonia no interior das organizações da classe trabalhadora para frear as lutas, desviar as mobilizações, cooptar lideranças e difundir a ideia de que é possível governar para ricos e pobres, para patrões e trabalhadores. As poucas concessões e algumas políticas sociais dos governos Lula e Dilma foram capazes, por um período que coincide com o crescimento econômico do país, de garantir a permanência do PT na cabeça da coalizão de governo.  

 

 

Mas aos poucos se foi operando uma ruptura, que se tornou massiva, de amplas parcelas dos trabalhadores com o governo. O governo Dilma cai, melancolicamente, porque o PT e seus aparelhos nos movimentos sociais tornaram-se incapazes de controlar o movimento de massas e pela insatisfação, cada vez maior, de amplas parcelas da população, quando a crise econômica começou a se manifestar de maneira mais forte no país. A partir daí, frações da burguesia começaram a se afastar do governo, que perdeu sua utilidade para os patrões.

 

Calou forte no sentimento da população e acelerou a ruptura o estratagema de Dilma, quando para ganhar as eleições em 2014 prometeu que não mexeria nos direitos da classe e, a primeira coisa que fez, ainda antes da posse, foi editar duas medidas provisórias atacando o PIS, o seguro-desemprego, as pensões, o seguro-defeso e o auxílio reclusão, benefícios voltados principalmente às camadas mais pobres da população.  

 

O que vimos a partir daí foi o aprofundamento da submissão do governo aos interesses do grande capital, o anúncio de uma nova reforma na previdência, a volta da CPMF, privatizações em diversas áreas (aeroportos, portos, rodovias, hospitais públicos, Petrobras, companhias de água e energia, dentre outras), e uma série de outras medidas antipopulares.   Escancarou-se pela Operação Lava Jato os métodos de corrupção utilizados no governo e empresas públicas pelo PT, métodos comuns aos partidos burgueses e de direita, mas que desnudaram o clientelismo, a corrupção no aparelho estatal e enriquecimento de muitos dirigentes petistas.  

 

Como bem afirma a resolução do Espaço de Unidade de Ação “esse processo tornou esse governo indefensável perante a classe trabalhadora”, até mesmo pelas lideranças dos movimentos sociais que se levantaram contra o suposto “golpe patrocinado pelas elites”.  

 

Por isso, ao mesmo tempo em que nos colocaremos na linha de frente do enfrentamento ao governo Temer, que vamos lutar pela sua derrota e pela saída desse governo, que vamos buscar uma unidade ampla nas mobilizações, não participaremos de ações que visem defender a volta de Dilma, como se isso fosse devolver esperanças ao nosso povo e melhorar suas condições de vida ou as condições de luta da classe por mudanças na sociedade.  

 

Vamos abrir um debate na Central e nas entidades filiadas com vistas a avançar em nossas formulações, tendo a próxima Coordenação Nacional como referência.   Reivindicamos a justeza da orientação que o 2º Congresso Nacional da CSP-Conlutas aprovou, ao colocar a Central a serviço da construção de um polo alternativo ao governismo e à oposição de direita, que se materializou nas consignas: “Nem o PT representa mais os trabalhadores, nem a oposição de direita é alternativa! Basta de Dilma, desse Congresso, do PMDB, PSDB e demais alternativas de direita!”.  

 

A evolução da situação política exige precisar nossas formulações e avançar, tendo em vista que o enfrentamento central agora é como o novo governo Temer/PMDB e seu bloco aliado.   Mas segue absolutamente vigente a necessidade da construção de um campo de classe no enfrentamento da realidade política brasileira, esforço que temos feito principalmente pelo Espaço de Unidade de Ação, mas que não se limita a essa frente de entidades e organizações.  

 

Por fim, consideramos fundamental seguir intervindo nas lutas, nas greves, ocupações, mobilizações diversas que os trabalhadores, a juventude, as mulheres, o povo pobre, os indígenas, quilombolas, sem-terra e sem-teto vêm protagonizando em nosso país.   Nosso esforço deve ser o de buscar unificar essas mobilizações, denunciar a criminalização crescente e avançar nas condições para uma greve geral no país.  

 

Devemos empreender desde já uma ampla agitação política junto à população contra o governo Temer, o chamado à resistência, tendo em vista que esse governo vai tentar retomar a iniciativa política e os ataques contra a nossa classe, capacidade que o governo Dilma havia perdido.   E, para o período das Olimpíadas, que se avizinha, organizar manifestações e um calendário de mobilizações populares.  

 

 

A Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, que ocorrerá em São Paulo nos dias 27, 28 e 29 de maio, em São Paulo, ganha, portanto, maior centralidade, e todas as nossas entidades filiadas devem se esforçar para se fazerem presentes.  

 

 

Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas 12 de maio de 2016 

Terça, 10 Maio 2016 11:01

 

 

JUACY DA SILVA*

 

Esta primeira semana de maio de 2016 vai ficar marcada na história política brasileira como o início do fim do projeto politico de poder construído por Lula há mais de trinta anos quando fundou o PT e através deste projeto chegou `a Presidência da República ali permanecendo por oito anos e conseguindo colocar Dilma como sua sucessora e teleguiada.


Conforme a Lava Jato tem demonstrado sobejamente, este projeto de poder foi idealizado não com o objetivo de conduzir o país a um novo  e mais elevado plano de desenvolvimento nacional, mas sim para articular verdadeiras quadrilhas que aos poucos foram destruindo a administração pública, tendo a Petrobrás ,conforme revelado pela Operação Lava Jato tem demonstrado, como um “estudo de caso”.


O esquema do Mensalão foi um  arremedo do aparelhamento realizado pelo PT e  por Lula  e os correios como sua fonte de desvio de recursos públicos   através de uma quadrilha comandada pelo então chefe da casa civil, cuja sede era o próprio Palácio do Planalto.

Apesar de envolver toda a cúpula do partido e diversos parlamentares do PT, Lula não apenas sempre negava que o mensalão tivesse existido, mas acabou se safando, enquanto diversos de seus “companheiros” e operadores deste esquema criminoso acabaram sendo presos e indo parar na Papuda, por pouco tempo, diga-se de passagem.


Somente com o estouro da Operação Lava Jato, principalmente, a parte que é “comandada” pelo Juiz  Federal Sérgio Moro e integrantes da Força-tarefa integrada por procuradores do Ministério Público Federal e Polícia Federal foi possível desvendar mais um e até agora o maior escândalo criminoso que destruiu a Petrobrás e estava prestes a destruir o Brasil. Tudo isto, conforme a última denúncia do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, quando diz que este esquema criminoso só poderia ter existido e agido com tanta desenvoltura e voracidade se tivesse a cobertura de alguém muito importante. E este alguém é Lula, que acaba de ser incluído pelo referido Procurador em seu pedido para que Lula seja investigado e  passe a fazer parte do inquérito principal da operação lava Jato a cargo do STF.


Além de Lula também Dilma  está sob a mira de Janot  por obstrução da Justiça, pois ambos constam de denúncias tanto do Senador Delcídio Amaral quando de diversos empreiteiros e outros políticos corruptos que estão sendo investigados pela operação Lava Jato. Esta denúncia do Procurador da República também  recai sobre outros políticos do PT, do PSDB e PMDB. Incluindo os Presidentes da Câmara Federal, do Senado e o próprio Presidente do PSDB, elevando para quase 70 o número de gente importante com foro privilegiado.


Nesta semana também será definida a sorte de Dilma na Comissão Especial instalada no Senado há poucos dias com a finalidade de analisar o processo aprovado na Câmara Federal em que esta, por maioria esmagadora de seus membros,  367 deputados aceitaram a denúncia contra a Presidente por crimes de responsabilidade e aprovaram a admissibilidade de seu impeachment.


Na última quarta feira, há dois dias,  esta Comissão Especial , através do parecer de seu relator, senador Anastasia, concluiu pela recomendação do impedimento temporário da Presidente, sendo que este relatório deverá ser votado hoje, cabendo ao plenário do Senado na próxima semana aprovar o afastamento de Dilma por seis meses. Esta votação deve ocorrer possivelmente na  quarta feira dia 11 de maio e no dia 13 de maio, uma sexta feira, o Vice Presidente deve tomar posse e formar um novo ministério, possibilitando uma verdadeira faxina na corrupção no Governo Federal.


Em seis meses, no máximo, talvez até em menos tempo, Dilma deverá ser afastada definitivamente da Presidência, colocando o PT  e seus principais aliados PCdoB e PDT  na oposição, lugar de onde Lula e seus asseclas jamais deveriam ter saído.


Pelo  andamento da Operação Lava Jato, tanto a parte sob o comando de Sérgio Moro quando a outra que está sob a responsabilidade do  STF/Ministro Teori Zavaski, poderão desvendar todos os meandros das ações criminosos de  uma grande quadrilha instalada nos altos escalões  da política nacional , em associação com as maiores empreiteiras do país que ao longo desses treze últimos anos representou um verdadeiro governo paralelo, com o beneplácito de Lula, Dilma e outras figuras importantes do Poder.


Muita gente graúda que atualmente goza de foro privilegiado em breve estará frente `a Justiça, prestando contas de suas ações criminosas, suas mentiras e um marketing que tanto manipulou a opinião pública e as camadas mais pobres da população brasileira. Triste fim para um projeto de poder escorado na demagogia, na mentira, corrupção,  na criminalidade de colarinho branco e na incompetência técnica.


*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

 

Segunda, 09 Maio 2016 10:42

 

 

JUACY DA SILVA*

 
Dentro de poucos dias, entre 11 e 13 de MAIO, o Senado Federal deverá, com certeza, aprovar o afastamento temporário da Presidente Dilma por seis meses, abrindo caminho para o seu afastamento definitivo e com isto pondo um fim, ao que como alguns analistas denominam de um projeto criminoso de poder, engendrado pelo PT e outros partidos aliados, que facilitou o surgimento de verdadeiras quadrilhas na gestão pública nacional, praticamente  um governo paralelo, que tantos males tem feito ao Brasil, `as suas instituições, ao seu povo e a imagem de nosso país internamente e no exterior.


Confesso que não me entusiasmo muito com um possível GOVERNO TEMER, pois diversos partidos e políticos corruptos que ajudaram a eleger e reeleger Lula e Dilma e  ao longo dos últimos 13  anos e alguns meses  estiveram mancomunados e mamando nas tetas do governo , simplesmente, iguais a ratos que pulam do navio quando o mesmo está prestes a naufragar,  abandonaram DILMA  e estão agora abraçados com TEMER, incluindo  diversos deputados federais, senadores e outros que fazem parte da LISTA DO JANOT ou da lista da Odebrecht, que recentemente o STF autorizou o Procurador Geral da República a iniciar investigações por corrupção dentro da operação lava  jato.


Quem ajudou a destruir o país e levou o Brasil à situação em que se encontra não tem condições e nem merece confiança do povo para reconstruí-lo, isto seria como imaginarmos que o vampiro pudesse devolver o sangue que sugou de suas vítimas ou a raposa pudesse dar vida às galinhas que matou quando estava cuidando dos galinheiros.


Imagino que o povo brasileiro não saiu às ruas para que apenas Dilma, Lula e seus  aliados deixem o poder, mas sim, para que todos os corruptos sejam banidos da vida política e  administrativa de nosso pais. Se os corruptos permanecerem impunes e passarem a fazer parte de um novo governo, mesmo que chamem a isto governo de transição ou de salvação nacional, estaremos apenas TROCANDO SEIS POR MEIA DÚZIA. Inúmeras pesquisas de opinião públicas tem indicado que o maior problema que afeta o Brasil é a corrupção, mãe de todos os males que estão destruindo o país e infelicitando a população.


A limpeza ética da política brasileira vai muito além do mero impeachment de Dilma, por isso a luta contra a corrupção, a incompetência, o descaso, a mentira, a demagogia e o aparelhamento do Estado brasileiro deve continuar com o mesmo afinco de antes. O impeachment/afastamento de Dilma é apenas o primeiro passo nesta luta por ética, eficiência e decência na politica e não um fim em si mesmo. Por isso, devemos continuar vigilantes para que o Brasil reencontre seu verdadeiro destino e o povo possa ser tratado com  mais respeito e dignidade pelos governantes.


*JUACY DA SILVA,  professor universitário, titular e aposentado UFMT,  mestre em sociologia, articulista e colaborador de jornais,  sites, blogs e outros veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blogwww.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
 
 

Segunda, 02 Maio 2016 12:22

 

JUACY DA SILVA*
 

Desde que teve início a tramitação do processo de impeachment de Dilma na Câmara dos Deputados, com a instalação da Comissão especial  que deveria examinar a denúncia e elaborar o relatório que deveria ser apreciado pelo plenário daquela Casa de Leis, Dilma, Lula, o PT, PCdoB, PDT  vem insistindo na tese do Golpe.


Após  ter transformado o Palácio do Planalto em um palanque permanente para seus discursos  inflamados, pelos aplausos da militância, dos bajuladores e pelegos dos movimentos sociais e sindical, Dilma parece um tanto fora de órbita e quase alucinada porque em seu círculo íntimo deve saber que sua sorte já está lançada e dificilmente escapará  do afastamento temporário  por seis meses e, posteriormente, do  afastamento definitivo do cargo de Presidente da República.


Mesmo que os fatos  e denúncias apresentados como justificativas para o seu afastamento estejam calcados na pedaladas fiscais e os famosos decretos, na verdade, Dilma cometeu não apenas aqueles crimes de responsabilidade, mas seu governo, marcado pela corrupção, pela  incompetência, pela mentira e pelo descaso com a sorte e situação do povo brasileiro, a presidente  e todo o seu séquito que ao longo de anos, desde o início do Governo Lula, aparelhou a administração federal, transformando o governo em mero apêndice do PT e em parceria com empresários corruptos e outros setores e partidos, transformaram o país em uma figura caricata do que um dia imaginou-se poderia ser um projeto de governo , substituído  por o que alguns analistas denominam de “projeto criminoso de poder”. Faltou a Lula e ao PT a competência para criar um projeto nacional ao redor do qual o país pudesse realmente ser mobilizado.


Como soe acontecer, todo governo autoritário, opaco, corrupto, sem princípios éticos, sem planejamento e incompetente tende a levar o país e sua população para a bancarrota, o fundo do poço, o desastre econômico, fiscal, financeiro, gerando o caos social e alimentando as crises institucionais.

Antes Dilma e seus apoiadores tinham um discurso agressivo, prepotente, manipulador, alimentado por um marketing de fachada e escudado na mentira que em meio ao aprofundamento da crise, principalmente depois que a Câmara  Federal aprovou por maioria esmagadora a admissibilidade do impeachment e que o processo deveria ser realmente julgado no Senado Federal, Dilma aos poucos baixou  o tom de seus discursos e fala em conciliação, em diálogo, em entendimento como forma de  salvar os dedos quando os anéis já se foram.  Mas agora  é tarde, “agora Inês é morta”.

A instalação da comissão especial no senado demonstrou que aos poucos o apoio a Dilma vem minguando e dentro de poucos dias ela deverá ser julgada e afastada por seis meses, tempo suficiente para desmontar todo o aparelhamento que o PT e seus aliados fizeram com a administração  federal, incluindo dezenas de milhares de cargos comissionados, esquemas de financiamento de movimentos sociais, esquemas de corrupção em todos os ministérios e estatais e diversas outras manipulações.


Mesmo que a crise continue, pelo menos muita  coisa ilegal, mal feitos e mais corrupção e  crimes contra a administração  deverão  ser descobertos , determinando o fim de um ciclo na política nacional. Tanto a operação lava jato em Curitiba quanto a outra lava jato que está  a cargo do STF  deverão continuar, pois este é o desejo do povo,  deverão ajudar o Brasil ser passado a limpo, mesmo que outras cabeças coroadas possam rolar neste processo, este é o momento de ir mais a fundo neste processo de limpeza ética. 


O Governo Temer  que também  carrega  este pecado original de ter estado , juntamente com seu PMDB e outros partidos que pularam do barco ante o naufrágio do projeto de poder, de ter  estado associado a LULA/DILMA/PT  por longos 14 anos, corre o risco de sucumbir neste processo, seja pela tramitação do pedido de cassação da chapa Dilma/Temer, bem como da situação periclitante de Eduardo Cunha e Renan Calheiros, próximos na linha sucessória, acusados de corrupção. Ou  seja, os quatro na linha de sucessão: Dilma, Temer, Eduardo Cunha e Renan Calheiros não tem  respaldo popular e nem legitimidade  para apontarem o rumo para um projeto de salvação nacional, sua biografias continuam manchadas também.


Em torno dessas figuras muitas  outras  estão afundadas na lama da corrupção ou sendo investigados por tais práticas, como consta os que fazem parte da LISTA  DO   JANOT. Com uma elite política como esta o Brasil não vai sair da crise tão cedo e o povo vai continuar ocupando as ruas,  protestando contra esta situação vergonhosa em que estamos vivendo.


Na  verdade o povo deseja mesmo é que todos os envolvidos em acusação de corrupção sejam afastados de seus cargos públicos, que a impunidade e os privilégios sejam combatidos e banidos  de fato e as gavetas dos palácios e do Congresso sejam esvaziadas e limpas, para que  um recomeço seja possível antes que seja  tarde demais!


*JUACY DA SILVA, professor  universitário,  titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy