Naldson Ramos da Costa[1]
Depois de várias decepções com a política partidária no Brasil procurei me afastar um pouco deste debate, mas sempre mantive certa vigilância até para me manter informado e participar do debate quando provocado por amigos, interlocutores e alunos em sala de aula.
Como bacharel em ciências políticas e sociais, o ofício de sociólogo nos obriga a refletir cotidianamente nossa conjuntura política, econômica e social. Por força da minha profissão, um dos temas que sempre esteve em debate é a questão da ideologia. Afinal, para que serve essa tal ideologia? Inicialmente vou partir de uma definição bem simples e direta. Ideologia é o conjunto de crenças e princípios que acreditamos ser válidos para nós e aceito por aqueles que comungam com estes princípios. Eu diria, simplificando mais, que são os valores morais e éticos que orientam a nossa prática no dia a dia, em relação ao que fazer para manter para pôr em prática esses valores. Que valores são esses? Valores como democracia, justiça social, transparência, legalidade e legitimidade, probidade, lealdade, respeito à constituição e aos direitos individuais e coletivos do cidadão.
Uma definição mais filosófica do século 19 diria que a ideologia é a totalidade das formas de consciência social, o que abrange o sistema de ideias que legitima o poder de uma classe. Neste sentido haveria dois tipos básicos de ideologia circulando entre a sociedade para legitimar esse poder: a ideologia burguesa ou dominante, e a ideologia da classe dominada ou proletária e socialista. Historicamente, desde a revolução francesa de 1789, a ideologia dominante prevaleceu como visão de mundo, e como tendo valor universal. De lá para cá, a ideologia socialista e seus representantes lutam para desmistificar esse valor universal a partir de outra ética. A ética da emancipação libertadora. Para isto elegem seus representantes através dos partidos que se identificam com a classe dominada.
Esse conjunto de valores e formas de consciência social e política, em princípio, é que deveriam orientar a atuação principalmente dos que foram eleitos para nos representar, ou representar estes princípios e valores democráticos aceitos por todos, inclusive pelos representantes legitimamente eleitos pelo povo. Seu mandato é para defender o interesse do povo. É para isto que foram eleitos. Mas no Brasil a ordem dos fatores, ou melhor, dos valores se invertem de tal maneira que o eleitor fica completamente confuso, a ponto de achar que o errado passou a ser o certo. Roubar, corromper, sonegar, falsificar, mentir é que se tornou o correto. Os políticos, quando denunciados provam para a imprensa, para o eleitor, e até para a justiça que as imagens e o conteúdo das delações não são provas para incriminá-los. E ainda, contam com apoio do ministro Gilmar Mendes, entre outros para inocentá-los.
No Brasil tudo se inverte. Na velha República (1889/1930) se dizia: “nada mais liberal do que um conservador no poder; e nada mais conservador do que um liberal no poder”. De lá para cá, e até hoje, olhando para as delações premiadas eu diria: nada mais corrupto do que um representante da classe dominante no poder; e nada mais corrupto do que um representante da classe dominada no poder. Ou seja, tudo a mesma coisa. Tudo ladrão, corruptos e mentirosos. Vendem a sua dignidade em troca do poder, por outro lado, vendem a sua mãe para se manter no poder. Que ideologia que nada. Às favas a ideologia e o mandato para representar o povo. Parafraseando a letra da música ideologia de Cazuza eu diria que meus heróis não morreram. Fazem parte, ou estão no poder roubando, juntamente com meus inimigos.
Qual a saída, ou a solução? Delação premiada? Justiça? STF? Repito, meus inimigos têm representantes em todas as esferas do poder. Reconheço o esforço de Procuradores, Ministério Público, delatores bandidos “arrependidos”,e imprensa, não tem se mostrado eficiente para fazer justiça. O Presidente Michel Temer, corrupto e cara de pau, impede ($$$) que a Câmara dos Deputados dê autorização para investigá-lo. Gilmar Mendes, entre outros, impede a prisão dos seus aliados e amigos. No Brasil tudo se inverte para ficar tudo como está. A saída, que deveria ser de todos que votam, é não reeleger nenhum dos atuais políticos: de vereador a presidente da república. Ou então, VOTO NULO. Só assim para pressionarem a fazerem a reforma política.
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[1] Naldson Ramos da Costa, sociólogo, cidadão indignado com a política brasileira e mato-grossense.
JUACY DA SILVA*
Mais de cem milhões de habitantes no Brasil não tem acesso ao Sistema de coleta de esgoto, isto representa 49,7% da população em 2016, que estão lançando esgoto nas ruas, vielas, rios, córregos, lagoas, manguezais e no mar, transformando nosso país em um verdadeiro esgoto a céu aberto.
Dos esgotos tratados, apenas 42,7% são tratados. Todavia esses índices variam muito de uma região para outra. Na região Norte apenas 14,6% são tratados, passando para 32,1% no Nordeste; 47,4% no Sudeste, 41,4% no Sul e 50,2% no Centro Oeste. Para universalizar o acesso da população brasileira aos serviços de coleta e tratamento de esgoto serão necessários mais de 500 bilhões de reais entre 2017 até 2033, investimento anual em torno de R$40 bilhões.
Este é um dos retratos de nosso país, onde governantes , gestores públicos e empresários corruptos deixam de dedicar seus esforços, tempo e recursos para o atendimento da população que sofre o caos e descaso nos serviços públicos, para se dedicarem a montar esquemas sofisticados de como roubar os cofres públicos.
Nossa Constituição, a tão falada democracia e o endeusado “estado democrático de direito”, que já completaram três décadas, não tem conseguido nem realizar as obras físicas de saneamento básico e muito menos tratar o maior esgoto a céu aberto do país ou talvez do planeta, que é o esgoto politico a céu aberto, este sim, que transforma nosso país, a política, a gestão pública e as atividades empresariais em um lamaçal ético, uma realidade fétida.
Ano após ano nessas três décadas parece que a roubalheira, o descobrimento de verdadeiras quadrilhas de colarinho branco enquistadas na estrutura do poder, estão dilacerando nossas instituições e desacreditando as nossas autoridades.
O ex-presidente Lula, cujo governo foi um covil de salteadores, recentemente condenado em primeira instância por corrupção, deixou uma frase que sintetiza bem a situação, ao dizer que no Congresso Nacional teriam assento nada menos do que 300 picaretas, sem mencionar qual o percentual de corruptos e picaretas estariam nos demais poderes da República. O que se sabe é várias centenas de deputados federais, senadores, deputados estaduais, ministros, governadores, secretários, prefeitos e vereadores , conselheiros de tribunais de contas, membros do poder judiciário, empresários tem sido denunciados e uns poucos investigados e um número insignificante condenados por crimes de corrupção, formação de quadrilha, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e outros crimes de colarinho branco.
Por ironia do destino, coube a Câmara Federal iniciar o processo de impeachment da ex-presidente Dilma, possibilitando que seu companheiro de chapa Temer chegasse a Presidência da República, dando continuidade aos mesmos esquemas e mecanismos de corrupção que durante mais de 15 anos vigoraram nos governos Lula/Dilma, em uma aliança entre PT, PMDB e outros partidos menores.
Essa mesma Câmara, cujo ex todo poderoso presidente Eduardo Cunha encontra-se preso pela Operação Lava Jata, com o votos de centenas de deputados federais investigados por corrupção e com o uso de recursos públicos e outros expedientes nada éticos, acabou livrando Temer, pego em gravações comprometedoras e escandalosas, de ser investigado, processado, condenado e preso por corrupção.
Todos os dias, ao longo dos últimos anos, desde o caso dos anões do orçamento no Congresso Nacional, com destaque para o Mensalão e a LAVA JATO, diversas operações policiais são realizadas, em uma verdadeira caçada aos corruptos, quando autoridades , gestores públicos e empresários são presos por praticarem corrupção envolvendo recursos públicos.
Com o advento da delação premiada ou colaboração com a justiça, a opinião pública tem assistido de forma cínica e despudorada as confissões desses figurões da política e da administração pública de como e quanto roubaram e que ao serem presos ou investigados, para livrarem a própria pele, acabam confessando seus roubos, na certeza de que assim fazendo, poderão perder os anéis e preservarem os dedos.
Com toda certeza, se a falta de saneamento revela o lodo e outros excrementos que correm a céu aberto pelas nossas cidades, o que se passa na política e gestão pública brasileira é mais fétida e nosso país pode ser considerado um ou talvez o maior esgoto politico a céu aberto do planeta.
Será que alguém acredita que um Congresso Nacional, um Governo e partidos integrados por este tipo de gente tem dignidade, tem moral e ética para nos governar e ainda aprovar reformas e outras medidas que vão afetar negativamente a vida de milhões de brasileiros atuais e das próximas gerações?
*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de jornais, sites e blogs. E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo." target="_blank">O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy Blogwww.professorjuacy.blogspot.com
Circular nº 275/17
Brasília, 23 de agosto de 2017
Às seções sindicais, secretarias regionais e à(o)s Diretora(e)s do ANDES-SN
Companheiro(a)s,
Convocamos reunião do Setor dos docentes das IFES conforme o que se segue:
Data: 7 e 8 de setembro de 2017
Horário: Início – dia 7/9 às 9h
Término – dia 8/9 às 13h
Local: Sede do ANDES-SN (SCS Quadra 2, bloco C, Ed. Cedro II 3º andar – Brasília/DF)
Pauta:
1) Informes nacionais e das seções sindicais
2) Avaliação de conjuntura
3) Encaminhamentos
4) Outros assuntos
Solicitamos que o(a)s representantes das seções sindicais tragam levantamento acerca dos cortes de orçamentos nas IFE e seus impactos no custeio, investimento, vagas docentes, assistência estudantil e demais questões
Sem mais para o momento, renovamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.
Prof. Giovanni Felipe Ernst Frizzo
2º Secretário
Local: Sede do ANDES-SN, 16 horas.
Entidades presentes: ANDES-SN (Renata Rena, Luiz Acosta e Giovanni Frizzo) - ANFFA-Sindical (Luiz Gonzaga de Matos de O. Filho e Antonio Araújo) - ASFOC-SN (Luciana Lindenmeyer) – CONDSEF (Rogério Expedito) – CSP/CONLUTAS (Eduardo Zanata/Assessoria) – CUT (Jussara Griffo) - FASUBRA (Robertinho e Darci C. Silva) – FENAJUFE (Adriana Faria e Julio Cesar de O. Brito) - SINAIT (Marco Aurelio Gonçalves) – SINASEFE (Paulo Reis e Hugo Brandão).
Pauta aprovada:
1. Informes das Entidades;
2. Resultado dos trabalhos das Comissões;
3. Definição de um Dia Nacional de Luta em setembro/2017;
4. Definição de reunião com os coletivos jurídicos e também do Ato no STF; e
5. Encaminhamentos.
Iniciou-se a reunião às 16h30 e os trabalhos da Mesa Diretora ficaram sob responsabilidade de Giovanni Frizzo (ANDES-SN) e Paulo Reis (SINASEFE) com a relatoria de Marcelo Vargas (CNESF).
1. Informes das Entidades
ANDES-SN - Foi realizado no último dia 18 de agosto a reunião do setor das federais, instância deliberativa do ANDES-SN. Foram realizadas duas mesas de debates, uma com assessoria jurídica do ANDES a qual debateu as novas/velhas ameaças feitas pelo presidente Temer do dia 15/08, e uma segunda mesa em foram debatidos os impactos da EC 95/2016 sobre o funcionalismos público e a educação federal. Após análise de conjuntura, foram retirados os seguintes encaminhamentos: 1) Articular e/ou fortalecer os fóruns de servidores públicos nos Estados, realizando atividades e reuniões ampliadas com a pauta: revogações da EC 95, Contrarreforma Trabalhista e da Terceirização; barrar a contrarreforma da Previdência e o Programa de Desligamento Voluntário. 2) Indicar para o Fórum dos SPF o dia 29 de agosto como um dia nacional de fortalecimento e (re)articulação dos Fóruns Estaduais em defesa do serviço público. 3) Realizar um dia nacional de luta, paralisação e greve dos docentes federais, buscando articular com demais servidores públicos e categorias do setor privado, no dia 14 de setembro, em defesa dos serviços públicos e contra a reforma da previdência. 4) Intensificar a pressão sobre parlamentares nos Estados para que votem contra a Reforma da Previdência. 5) Indicar para a reunião da coordenação nacional da CSP-Conlutas a realização de uma jornada de lutas para enfrentar os ataques aos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários para a construção de uma nova greve geral.
ASFOCS-SN - Asfoc participando das manifestações em defesa do Sus, da frente em defesa dos hospitais federais. Hoje esteve no ato de paralisação nacional dos estudantes de pos graduação da Fiocruz. Amanhã (23) estará no Ato na Alerj, e na audiência pública que discute os cortes na ciência tecnologia e a faperj. Agenda discutida no fórum dos spfs No RJ23/08 - 18h -plenária convocada pelo sepe 30/08 - dia nacional de mobilização dos servidores estaduais 04/09 - reunião do forum Rj 18h Participou da caminhada pela paz com garantia de direitos nas ruas de manguinhos no último dia 20/08. Além dessa agenda, Asfoc realiza assembleia geral nesta sexta dia 25/08 para aprovar calendário de mobilização permanente contra os ataques do governo.
Além do rio, destacamos a mobilização do fórum dos federais em Pernambuco.
CONDSEF - A CONDSEF está fazendo assembleias de base para a Plenária Nacional que acontecerá no dia 14.9.17. Nesta semana a CONDSEF estará participando de macro reunião do serviço público da categoria na busca de organizar as três esferas para ser feito no segundo semestre.
FASUBRA – A FASUBRA aprovou dias 15,16,17,18 para Plenária em Brasília/DF. A FASUBRA apoia dia o dia 14 como Dia Nacional de Lutas com paralisações e mobilizações, contra o governo Temer e seus pacotes de maldades. A FASUBRA participou da Comissão do FONASEFE no dia 17.8.17 pela Direção da FASUBRA Robertinho e Angela Targino.
FENAJUFE - Nos dias 19 e 20 de agosto a Fenajufe realizou o Encontro Nacional com servidores da Justiça Eleitora, em Brasília. O Encontro reuniu 18 sindicatos filiados e teve objetivo de discutir ações para impedir os ataques que o atual Presidente do TSE vem fazendo contra a Justiça Eleitoral e seus servidores por meio de resoluções. Estes ataques visam a extinção de cerca de 900 Zonas Eleitorais (rezoneamento) em todo o Brasil e abrir as portas da terceirização na JE. Extinção de Zonas Eleitorais: O rezoneamento representa um desmonte na Justiça Eleitoral do país, acarretando em prejuízos para a população e para os servidores públicos do ramo da Eleitoral. A extinção das zonas eleitorais afeta tanto a população quanto os servidores da área. Há casos como nos estados do Maranhão e Mato Grosso, por exemplo, onde os eleitores terão que se deslocar por mais de 200 quilômetros para buscar atendimento da Justiça Eleitoral. Com isso, há uma sobrecarga de trabalho nas zonas eleitorais, que chegam a atender até 9 municípios por unidade. Além disso, com o fechamento das unidades, os servidores acabam sendo deslocados para outros munícipios, gerando instabilidade e dificuldade para os servidores. A fim de sensibilizar os parlamentares sobre os prejuízos causados pela medida, que é resultado de uma Resolução do TSE, os sindicatos estão buscando a realização de audiências públicas para tratar do tema. Nesta semana foram marcadas duas audiências públicas, no dia 23/8, na CCJC, às 14h30min e no dia 24/8, na CLP, às 9h30. Nível Superior para o cargo de Técnico A Fenajufe também vem tomando medidas para intensificar a luta pela aprovação do Nível Superior para o cargo de Técnico do PJU e PMU. Neste sentido, tem orientado os sindicatos: Visitarem magistrados de 1º e 2º graus, ministros e presidentes de Tribunais Superiores e Conselhos Superiores de Justiça, Deputados, Senadores, OAB, PGR, MPF entre outras instituições e autoridades, solicitando apoio formal ao NS através da assinatura de cartas a serem remetidas posteriormente ao STF pela Fenajufe ou pelo próprio sindicato de base; Esclarecerem que, em face de eventuais de propostas contrárias ao NS, há deliberação da categoria pela mudança do requisito de escolaridade para ingresso nos cargos de técnico judiciário e do MPU para nível superior;Realizarem atos de 2 (duas) horas em prol do NS nas justiças trabalhistas, eleitoral, federal e militar da União; Realizarem reuniões/seminários visando atualizar a base sobre os avanços da pauta NS e também esclarecer sobre as diretrizes e ações do sindicato em prol do NS;Criarem ou reativarem os núcleos/coletivos regionais de técnicos do PJU/MPU nos sindicatos;Criação de núcleos/coletivos regionais de técnicos intersindicais onde houver mais de um sindicato na mesma base territorial de servidores do PJU/MPU;Divulgarem/publicarem o “Memorial-NS” e os “Esclarecimentos-NS” da Fenajufe disponível no seguinte link: http://www.fenajufe.org.br/index.php/imprensa/ultimas-noticias/ns/124-documentos-ns . Quintos: Outro ataque que a categoria sofreu foi a decisão do STF sobre os quintos. A avalição é de que a referida decisão fere princípios constitucionais e quebra a segurança jurídica no país, uma vez que já haviam decisões anteriores do Judiciário, transitadas em julgado, pela manutenção do pagamento da incorporação dos quintos. A reunião reforçou a necessidade de uma reação da categoria frente à decisão do STF, com uma ampla mobilização nacional que busque reuniões com todos os órgãos para pressionar e sensibilizar sobre o impacto dessa decisão na vida de servidores. Também foi discutido fazer articulação com as entidades do Fonasefe e as centrais sindicais para combater a quebra da segurança jurídica, afetando o Estado Democrático de Direito. Ainda haverá contato com os ministros do STF, e com os presidentes de todos os Tribunais e Conselhos Superiores. Plenária Nacional da Fenajufe:A Fenajufe convocou a sua XXI Plenária Nacional para os dias 9 a 12 de novembro deste ano, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O encontro anual discutirá a análise de conjuntura, o desmonte do PJU e MPU, saúde do trabalhador e assédio moral para definir o plano de lutas da categoria para o próximo período. Comissão de Carreira do MPU A Fenajufe está participando de uma comissão instituída pelo Ministério Público da União para discussão da carreira dos servidores. A comissão está atuando na fase de sistematização das propostas recebidas para finalização do relatório que será entregue ao Secretário-Geral da PGR. Conferência TST Hoje, às 18 horas, a Fenajufe participará da Conferência: Saúde Psíquica e Trabalho Judicial, a palestra será proferida pelo professor Christophe Dejours. O evento é organizado pelo Tribunal Superior do Trabalho, CSJT e programa Trabalho Seguro.
SINAIT – Mobilizado pela regulamentação do bônus eficiência. Contra os cortes no orçamento da Fiscalização do Trabalho (Escravo e Infantil). Convocação de assembleias locais em todas as Delegacias Sindicais do SINAIT com vistas à mobilização da categoria contra as medidas de contenção anunciados pelo governo. Estamos propondo uma manifestação em todo o Brasil entre os dias 29 e 31 de agosto em conjunto com as entidades do FONACATE. Estamos propondo uma denúncia junto à O.I.T por descumprimento da Convenção 151.
SINASEFE – Nos dias 18 a 20 de agosto realizou o XI ESCIME – Encontro dos Servidores Civis das Instituições de Ensino Vinculadas ao Ministério da Defesa. Nos dias 9 e 10 de setembro o Sinasefe irá realizar plenária nacional da cagategoria. A direção nacional do Sinasefe manifesta favorável ao dia 14.09.2017 como dia nacional de lutas e paralisações junto com os metalúrgicos.
2. Resultado dos trabalhos das Comissões.
Rogério Expedito (CONDSEF) prestou os informes sobre o resultado dos trabalhos das Comissões referente a organização dos Fóruns Estaduais, documento sobre o PDV, jornal e campanha de divulgação em defesa dos serviços públicos do Fonasefe. Após o debate, encaminhou-se o seguinte:
a) Cartilha do PDV: ASFOC-SN fará a diagramação da Cartilha após as entidades do FONASEFE enviarem suas contribuições para a versão final do texto. Prazo até quinta-feira dia 24.8.17 para as entidades enviarem suas contribuições. O texto da cartilha do PDV seguirá anexo a este relatório.
b) Jornal do FONASEFE: as pautas para o jornal e a entidade responsável pela elaboração do texto ficou dividida assim: reunião ampliada (ANDES-SN); Campanha Salarial e novas medidas do governo (FENAJUFE); Reforma da Previdência e Trabalhista (CONDSEF); PLS 116 (FENAJUFE); Greve Geral (SINASEFE). No dia 25 (sexta-feira), estas entidades irão se reunir para fechar os textos, às 16h na sede do ANDES-SN. Após fechar os textos, o SINAIT ficou responsável pela diagramação. Na próxima reunião do FONASEFE será posto em avaliação e aprovação.
c) Campanha de divulgação de materiais do FONASEFE: as entidades deverão trazer na próxima reunião proposta de orçamento de empresas para divulgação de materiais (cartaz, redes sociais, outdoor, vídeo e áudio) a serem produzidos sobre a campanha em defesa dos serviços públicos e dos servidores.
3. Definição de um Dia Nacional de Luta em setembro/2017.
As entidades presentes discutiram o encaminhamento da reunião ampliada acerca de um dia nacional de lutas para o mês de setembro. A partir da construção do calendário de luta e paralisação dos metalúrgicos e algumas outras entidades que estão aprovando o dia 14 de setembro na agenda de lutas, encaminhou-se que o dia 14 de setembro será um dia nacional de lutas, mobilização e paralisação em defesa dos serviços públicos, contra a reforma da previdência e pela revogação da Reforma Trabalhista.
4. Definição de reunião com os coletivos jurídicos e também do Ato no STF.
A FENAJUFE irá trazer uma proposta de atividade e data para a próxima reunião.
5. Encaminhamentos:
AGENDA DE LUTAS:
Até 5 de setembro: articulação e fortalecimento dos Fóruns estaduais de servidores públicos.
Primeira semana de setembro: pressão nos parlamentares nos Estados para votarem contra a reforma da previdência.
14 de setembro: Dia Nacional de Lutas, mobilização e Paralisação em defesa do serviço público, contra a reforma da previdência e pela revogação da reforma trabalhista.
Próxima reunião do FONASEFE: dia 29.8.17, às 16 horas, na sede da FASUBRA (Setor Comercial Sul - Quadra 6 - Ed. Bandeirantes salas 205 a 208 – Brasília/DF) , com a seguinte pauta:
1. Informes das Entidades;
2. Avaliação dos Materiais;
3. Análise das propostas da Campanha Nacional;
4. Definição da data de reunião com os coletivos jurídicos e Ato no STF; e
5. Encaminhamentos.
Relatório elaborado por Giovanni Frizzo (ANDES-SN) e Paulo Reis (SINASEFE) com a relatoria de Marcelo Vargas (CNESF).
Saudações Sindicais
FONASEFE
Fórum das Entidades Nacionais de Servidores Públicos Federais
PDV QUEREM ENGANAR VC
I- PROGRAMA DE DESLIGAMENTO VOLUNTÁRIO - PDV
CARACTERISTICAS |
DESVANTAGENS |
Somente aos servidores públicos efetivos do Poder Executivo Federal, da administração direta, autárquica e fundacional |
A MP792 não descreve com clareza as regras do PDV estabelece que anualmente, o MPOG irá divulgar os períodos de abertura do PDV e quais órgãos, cidades e carreiras estarão abrangidos. |
Preferência o servidor com menor tempo de exercício ou que esteja em licença para tratar de interesses particulares. |
Serão limitadas os números de vagas do PDV
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Vedados aos servidores em estágio probatório; possuam tempo para aposentar; estejam aprovados em outro concurso público; tenham sido condenados à perda do cargo; afastados por acidente de trabalho ou tratamento de doença grave; outros casos menos usuais |
Voce estará abrindo mão de seu cargo público, da estabilidade e da remuneração que lhe dá o sustento
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O governo federal oferece um incentivo financeiro correspondente a 1,25 (um inteiro e vinte e cinco centésimos) da remuneração[1] por ano de efetivo exercício na Ad.Publica. federal direta, autárquica e fundacional, incluído o período de disponibilidade. juntamente com a indenização do PDV, será pago o valor devido a título de exercícios anteriores, as férias e gratificação natalina proporcionais à época do desligamento. Sobre o valor da indenização do PDV não incidem PSS e Imposto de Renda.
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O valor a ser pago pode ser de uma única vez ou parcelado, conforme será definido pelo MPOG em norma regulamentar, esta alternativa já deveria ter sido especificada na MP, tendo em vista a gravidade da decisão a ser adotada pelo servidor.
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Exemplo ; um determinado servidor possui uma remuneração de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), ao aderir ao PDV, receberá R$ 5.000,00 (cinco mil reais – 4 mil x 1,25) por ano trabalhado. Em nosso exemplo, caso o servidor possuísse 20 anos de efetivo exercício, receberia uma indenização de R$ 100.000,00 (cem mil reais – 5 mil x 20).
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Tendo como referencia este exemplo o servidor aderisse ao PDV e recebesse a indenização de R$ 100.000,00 (cem mil reais), se aplicar este valor em um ótimo investimento financeiro, com rendimentos de 1% ao mês, receberia como produto do capital investido o retorno mensal de R$1.000,00 (mil reais). Em suma: neste exemplo, mantidas as condições postas, o servidor estaria trocando um cargo público que rende R$ 4.000,00 ao mês por um rendimento de capital na casa de R$ 1.000,00 (mil reais) por mês.
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II- JORNADA DE TRABALHO REDUZIDA
CARACTERISTICAS |
DESVANTAGENS |
Redução da jornada de trabalho para 6 horas diárias /30 semanais ou 4 horas diárias / 20 semanais com pagamento de remuneração[2] proporcional, inclusive das vantagens permanentes que exijam o cumprimento integral.
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A MP 792 não cria um direito liquido e certo à redução de jornada: todos os pedidos sujeitam-se à discricionariedade da Administração que, em um juízo de conveniência e oportunidade, pode deferir ou não o pedido.
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Preferência na redução de jornada os servidores que possuam filhos de até 6 anos de idade ou que sejam responsáveis pelos cuidados de pessoa idosa, doente ou portadora de deficiência.
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Não há direito liquido e certo à reversão para a jornada anterior. Caso o servidor requeira a redução de jornada e depois se arrependa, o retorno ao regime de trabalho integral fica condicionado à discricionariedade da Administração. Importante observar que, mesmo que o servidor não requeira a reversão, a Administração pode, de oficio, determinar o retorno do servidor para o regime de trabalho integral.
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A MP 792 veda a redução da jornada de trabalho dos servidores sujeitos à duração de trabalho diferenciada prevista em leis especiais, tal como no caso dos servidores que laboram em regime de 12x36 horas. Caso o servidor que solicite a redução de jornada e exerça um cargo em comissão, deverá ser exonerado apartir do deferimento da jornada proporcional.
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A MP 792 também prevê que o servidor laborando em jornada reduzida poderá exercer outra atividade, pública ou privada, desde que não configure conflito de interesse com o cargo ocupado e haja compatibilidade de horários. Além disso, o servidor em jornada reduzida poderá exercer a gerência / administração de empresas privadas, o que até então era vedado pela Lei nº 8.112/90 (RJU).
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Ao fazer adesão da redução de jornada, o governo pagará o adicional de meia hora diária, a ser calculada conforme disposto pelo MPOG. |
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Assim, se o servidor possuir uma remuneração de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) para o regime de 8 horas diárias e requerer a redução para a jornada de 6 horas diárias, passará a receber a remuneração proporcional de R$ 3.000,00 (três mil reais) mais um adicional de R$ 250,00 (duzentos cinquenta reais – meia hora diária), totalizando R$ 3.250,00 |
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III- LICENÇA INCENTIVADA SEM REMURENAÇÃO
CARACTERISTICAS |
DESVANTAGENS |
MP 792 institui a licença sem remuneração com pagamento de incentivo na licença o vínculo com a Administração não se rompe mas o servidor se afasta de suas atividades, o que pode ocorrer com ou sem o pagamento de remuneração.
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A licença de que trata a MP 792 terá duração de 3 anos e poderá ser prorrogada por mais 3 anos, a pedido do servidor ou de acordo com o interesse da Administração. Durante o período da licença não haverá pagamento de salário. Como incentivo para os servidores solicitarem seu afastamento, a MP 792 prevê o pagamento de 3 remunerações, que pode ocorrer à vista ou parcelado, a depender de deliberação do MPOG.
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Assim, em nosso exemplo já citado, um servidor que receba R$ 4.000,00 (quatro mil reais) mensais, ao solicitar a licença incentivada ficará 3 anos afastado do serviço público e em troca receberá um “incentivo” de R$ 12.000,00 (doze mil reais). Ao final destes 3 anos, a Administração pode escolher reintegrá-lo ou prorrogar o afastamento por mais 3 anos.
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Não é admitida a licença do servidor que esteja sendo acusado em PAD, que esteja efetuando reposições ao erário ou que já esteja afastado por outra razão. Ademais, o servidor que se afastar nos termos da MP 792 não poderá assumir cargo em comissão na Ad.Publica. Federal em qualquer dos Poderes, tampouco exercer cargo em empresa pública ou sociedade de economia mista controlada pela União. Vedada a contratação temporária do servidor que se valer da licença incentivada. |
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IV- CONSIDERAÇÕES FINAIS
A MP 792 trouxe uma série de novidades à relação estatutária em âmbito federal. Seus dispositivos apresentam 3 novos institutos colocados à disposição dos servidores públicos federais: o PDV, a redução de jornada e a licença incentivada.
A intenção da MP 792 é cristalina: não visa trazer benefícios ou direitos aos servidores, mas sim fazer enxugamento da máquina pública e de diminuição do Estado.
No âmbito das receitas, inúmeras medidas que poderiam trazer um maior equilíbrio às contas públicas são diuturnamente negligenciadas por falta de interesse político: as reformas política e tributária, a DRU e a auditoria da dívida pública, a revisão de benefícios fiscais e isenções, dentre outros.
Como sempre o governo federal joga a responsabilidade da crise econômica nas costas dos servidores públicos, e busca alem desta medida implantar outras que retiram direitos tais como o teto dos gastos públicos, a reforma da previdência, a reforma trabalhista, entre outras.
Nessa linha, a MP 792 se mostra como uma nova roupagem ao antigo PDV proposto pelo Governo FHC: não resolve os problemas de despesas da Administração Pública, não traz atrativos significativos aos servidores assim esperamos que a MP tenha baixa adesão mostrando assim sua inutilidade para resolver os problemas com os gastos públicos.
Ref. Pesquisadas, MP 792/2017 e texto dos Adv. Carlos Frederico Gusman Pereira
Roberto Miglio Sena
O Governo do Estado de Mato Grosso enviou para a Assembleia Legislativa, nessa quarta-feira, 23/08, uma Proposta de Emenda Constitucional para limitar os gastos do estado, seguindo os passos e as orientações do Governo Federal. A ideia é estabelecer um teto para as despesas primárias – pessoal, Saúde, Educação, e outras despesas essenciais.
Além de justificativa para reduzir os recursos destinados às garantias dos direitos sociais, a medida é uma das exigências do Governo Federal para renegociar as dívidas dos estados, cuja relação de gastos é contrária aos interesses da grande maioria da população. Enquanto os recursos destinados aos serviços públicos diminuem, a dívida pública aumenta numa proporção absurda (clique aqui para saber mais sobre o esquema da dívida pública).
O Governo de Mato Grosso informou, por meio de seus canais oficiais, que “a proposta visa o equilíbrio fiscal para um período de dez anos” e que “a aprovação do projeto implica na adoção de importantes medidas, como limitar a expansão da despesa primária corrente; vedar a concessão de incentivos fiscais não-programáticos; e aumentar a capacidade de investimento com recursos próprios do Estado”. Mais detalhes serão conhecidos a partir do processo de apreciação e votação pelos deputados estaduais nos próximos dias.
Alguns representantes sindicais dos servidores acreditam que, apesar dos limites impostos, direitos como a Restituição Geral Anual (RGA) serão garantidos. Mas muitos trabalhadores fazem leitura divergente, até mesmo pelos reflexos que já estão sendo sentidos na educação federal, antes mesmo da implementação do teto, prevista para o exercício de 2018.
Em novembro do ano passado, o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), Antônio Máximo, falou sobre a possibilidade de reflexo da proposta (que tramitava no Senado, na época) nas instituições ligadas à Ciência e Tecnologia do estado, durante um debate realizado na Adufmat – Seção Sindical do ANDES Sindicato Nacional. “Nem tudo o que se pretende no âmbito político é consolidado, porque algumas políticas provocam pressão popular, mobilização social. Para que a PEC 55 reflita na Fapemat, ela precisa ser implementada em âmbito estadual, precisa alterar a constituição do estado. Vocês vão permitir isso?”, afirmou (leia mais sobre esse debate aqui).
A Adufmat – Ssind tem posição contrária às políticas de austeridade implementadas pelos governos federal e estaduais, que impõem aos trabalhadores a retirada de direitos sociais e trabalhistas, redirecionando recursos públicos a setores financeiros, sob o argumento de que “é preciso superar a crise econômica”.
Entre 2016 e 2017, a Educação sofreu cortes no orçamento que ultrapassam R$ 13 bilhões. As administrações das universidades, entre elas a Universidade Federal de Mato Grosso, já registram publicamente as dificuldades que representam esses cortes, que poderão inviabilizar não só a expansão, mas até mesmo o funcionamento das instituições.
A Lei do Teto dos Gastos estabelece que a base orçamentária de referência para o exercício financeiro de determinado ano seja o executado no ano anterior. Portanto, a referência para o orçamento de 2018, será o de 2017, e assim sucessivamente.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
O governo Temer iniciou a semana anunciando a privatização da Eletrobras, estatal responsável por cerca de 30% da energia gerada no país. Por si só, a medida é um escândalo, pois, novamente, se trata de entregar um patrimônio público estratégico a preço de banana para a iniciativa privada. Mas, não parou por aí. Em seguida, o governo anunciou a inclusão de 57 empresas públicas no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), para venda ou concessão ao setor privado.
Na nova lista, estão 14 aeroportos, 11 blocos de linhas de transmissão de energia elétrica, 15 terminais portuários, rodovias, aeroportos, como o de Congonhas, até mesmo a Casa da Moeda (que emite as cédulas de Real e confecciona passaportes e selos postais) e a Lotex (loteria instântanea/Raspadinha).
A situação fiscal do governo, que tem a previsão de um rombo fiscal de R$ 159 bilhões em 2018, é uma das justificativas para a ofensiva privatizante. Temer fala em arrecadar cerca de R$ 20 bilhões com a venda da Eletrobras e outros R$ 44 bilhões através do PPI.
Eletrobras sob a mira do imperialismo
A Eletrobras é alvo de desmonte desde o governo Sarney, passando por FHC, Lula e Dilma e a proposta atual é a pá de cal definitiva na empresa como estatal.
Um brutal ataque, uma vez que se trata de um setor estratégico para o país e a privatização significa a perda do controle sobre a geração, transmissão e distribuição de energia, um bem essencial para a população. Especialistas destacam, inclusive, que não é apenas o controle da produção de energia elétrica que está em jogo, mas também a gestão do uso das águas, como irrigação e navegação.
A estatal representa 32% da capacidade instalada de geração de energia, atua na distribuição em seis estados das regiões Norte e Nordeste e é responsável por 47% das linhas de transmissão de energia do país. Tem usinas de vários tipos de energia, como eólica, nuclear, solar e termonuclear, mas as que se destacam são as hidrelétricas. Por exemplo, as usinas de Itaipu (PR), Belo Monte e Tucuruí (PA) e Jirau e Santo Antônio (RO).
Atualmente, o governo federal detém 63% do capital total da empresa, sendo 51% da União e outros 12% do BNDESPar. Temer não detalhou como pretende fazer a privatização, mas o chamado “mercado” registrou alta no dia seguinte ao anúncio da medida, demonstrando que a iniciativa privada se animou com os lucros e vantagens que poderá obter com a aquisição da empresa estratégica.
Os trabalhadores e a população pagam a conta
Temer teve a cara de pau de dizer que “tudo que está sendo feito é em nome do emprego e da renda”. Para esconder da população a rapina do patrimônio público o governo usa o discurso de sempre: de que o repasse das estatais à iniciativa privada irá combater a “ineficiência”, a “corrupção” e garantir “mais qualidade e redução de tarifas” à população.
Uma grande falácia. Principalmente, no que se refere ao combate à corrupção e a redução das tarifas. Afinal, os recentes escândalos de corrupção revelam como as grandes empresas, como a Odebrecht, JBS e outras, é que mandam e desmandam no país através do pagamento de propinas e financiamento de campanhas eleitorais. Com relação ao preço das tarifas, não é difícil prever que o setor privado não vai assumir para ter prejuízo e o que vai sobrar para a população é aumento no preço da energia.
Em entrevista à Carta Capital, o professor do Instituto de Engenharia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEA-USP), Ildo Sauer, relembrou que o governo FHC começou a privatizar dizendo que ia abater a dívida pública, melhorar a eficiência, a qualidade e diminuir as tarifas. “A dívida pública só aumentou, as tarifas aumentaram muito acima da inflação e criamos um racionamento. E essa trajetória de aumento das tarifas acima da inflação continuou nos governos Lula e Dilma”, disse.
A suposta “eficiência” do setor privado é outro ponto facilmente questionável. Basta vermos os exemplos da Vale, e o desastre que causou em Mariana e a gestão da Sabesp que provocou a falta d’água em São Paulo.
O integrante da Secretaria Nacional Executiva da CSP-Conlutas Paulo Barela destaca que a política de privatização do governo não é para cobrir rombo das contas públicas, mas simplesmente de entrega do patrimônio público para atender os interesses de setores privados, principalmente estrangeiros.
“A privatização do setor de energia não faz parte das políticas dos maiores produtores do mundo, como China, Canadá e Estados Unidos. Nesses países, a energia está nas mãos dos governos. O que demonstra que a entrega do setor elétrico brasileiro está a serviço dos interesses do imperialismo, cujas empresas deverão se beneficiar da privatização da Eletrobras. As demais propostas de privatizações seguem a mesma lógica”, disse.
“Como a CSP-Conlutas tem afirmado, só a luta dos trabalhadores e do povo pobre pode dar um basta aos ataques e desmandos do governo corrupto de Temer e desse Congresso lotado de políticos comprometidos com os interesses dos banqueiros, latifundiários e grandes empresários. Diante da crise no país, os capitalistas é que devem pagar a conta e isso passa por medidas como o não pagamento da Dívida Pública; o impedimento de qualquer privatização, a estatização de empresas privatizadas e todas que se envolveram em corrupção, prisão e confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores, entre outras medidas”, defendeu Barela.
Fonte: CSP-Conlutas
Docentes, técnicos administrativos e estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), além de outros movimentos sociais de trabalhadores organizados, realizaram, na última terça-feira, 22/08/17, uma atividade para marcar o Dia Nacional de Solidariedade à Venezuela.
O evento, de caráter formativo e político, girou em torno de um debate sobre a situação do país latino, a partir da contribuição do professor do Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA) e coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Marcelo Buzetto. Doutor em Ciências Sociais pela PUC/SP, o pesquisador concentra seus estudos nas áreas de Relações Internacionais, Política Internacional, América Latina, Movimentos Sociais, Reforma Agrária, entre outros.
Após o debate, os participantes elaboraram uma Carta de Apoio à Venezuela, demonstrando solidariedade ao povo e ao Governo de Nicolás Maduro, contra as ameaças de intervenção dos Estados Unidos, manifestadas pelo presidente norte americano, Donald Trump.
Leia a íntegra do documento (também disponível para download no arquivo anexo abaixo):
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Na última segunda-feira, 21/08, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), seguindo a linha de outras universidades públicas do país, divulgou uma nota sobre as dificuldades financeiras da instituição, provocadas pelos cortes de orçamento realizados pelos governos federais.
Alguns grupos se apressaram em sugerir alternativas, em especial os empresariais, interessados na Educação como mercadoria. Somente em 2016, o mesmo Governo Federal que retirou milhões do ensino público, injetou mais de R$ 19 bilhões em programas como Fies e Prouni, formando profissionais com perfil tecnicista em instituições privadas, quando poderiam, com os mesmos recursos, ter a oportunidade de conhecer também as áreas de pesquisa e extensão, num processo mais amplo de produção do conhecimento, como possibilitam as universidades.
Cobrar mensalidades nas universidades públicas é abrir as portas para a comercialização deliberada da Educação, retirando um direito de quem não pode pagar, e entregando o melhor da produção científica nas mãos de quem já detém o poder econômico e político.
O acesso da grande maioria da população brasileira à educação superior pública de qualidade está intimamente ligado à gratuidade desse direito. Privatizar a universidade é fechar as portas para essa parte da população, que ainda está sendo inserida, com dificuldades.
A Adufmat-Seção Sindical do ANDES, sempre na linha de frente na defesa da educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada, tem alertado há anos não apenas a administração da universidade, mas também a sociedade mato-grossense, sobre os riscos do avanço das políticas privatistas neoliberais. “É uma pena que só agora a Reitoria da UFMT tenha aberto os olhos para essa questão. Nós estamos falando há anos que os cortes de recursos inviabilizariam a expansão da universidade e o seu próprio funcionamento”, disse o presidente da entidade, Reginaldo Araújo, sobre a nota.
Para a categoria docente, a situação da UFMT e de outras instituições é resultado de anos de destruição dos direitos públicos por meio de políticas que tiveram início na década de 1990, e foram aprofundadas em todos os outros anos, com maior ou menor intensidade, mas em todos os governos federais, sem exceção. Michel Temer surge no cenário político para selar, com mãos de ferro, um plano que já vem sendo construído há mais de 20 anos.
“Nós estamos nas ruas, construindo greves, denunciando esse processo durante todo esse tempo. Não deixamos de fazer o enfrentamento em nenhum governo, e agora é um momento crucial, em que nós vamos continuar mobilizados e ainda mais fortes para impedir mais esse retrocesso. A universidade pública e gratuita é economicamente viável, mas acima disso é um direito fundamental para uma sociedade que pretende, no mínimo, ter uma população cada vez mais qualificada e cidadãos mais conscientes”, afirmou o presidente.
Os docentes federais, junto a outros movimentos sociais, defendem a realização da auditoria da dívida como alternativa para readequar as contas do governo, direcionando os investimentos para os interesses da população. Atualmente, somente o pagamento de juros e amortização da dívida pública consome 50% dos recursos da União, enquanto os investimentos em Educação, no geral, não ultrapassam os 4%.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Reunidos em 18 de agosto, os representantes das seções sindicais que compõem o Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes) do ANDES-SN decidiram realizar uma paralisação em 14 de setembro, organizando um Dia Nacional de Lutas em defesa dos serviços públicos e contra a Reforma da Previdência, em articulação com demais trabalhadores da educação, servidores públicos e trabalhadores do setor privado.
A paralisação em 14 de setembro é uma das atividades incluídas no calendário de lutas aprovado pelo Setor das Ifes. Até o dia 6 de setembro, as seções sindicais do Setor realizarão rodadas de Assembleias Gerais para debater estratégias de combate aos ataques aos trabalhadores e aos serviços públicos, além de deliberar sobre a paralisação de 14 de setembro. Na primeira semana de setembro, os docentes realizarão mobilizações para pressionar parlamentares, nos estados, a votar contra a PEC 287/2016, que prevê o desmonte da Previdência Social.
Renata Rena, 1ª vice-presidente da Regional Leste do ANDES-SN e uma das coordenadoras do Setor das Ifes, afirma que a construção desta agenda surge a partir da reunião ampliada do Fórum de Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), que encaminhou pela realização de um dia de lutas em setembro em defesa dos serviços públicos e em oposição às contrarreformas. “O Setor das Ifes achou importante definir a data pois já há a indicação de paralisação dos trabalhadores metalúrgicos para o mesmo dia. Vamos apresentar essa proposta ao Fonasefe e a reunião da coordenação nacional da CSP-Conlutas para ser aprovada, e também articular com as demais entidades do Setor da Educação, como Fasubra e Sinasefe”, comenta a docente.
“O momento é agora. Temos que nos mobilizar. É urgente e não podemos esperar. Em várias universidades não há mais recursos para manter seu funcionamento. As seções sindicais devem intensificar a luta para barrar esses ataques. Não terminaremos o semestre se a situação se mantiver, e a tendência é que, sem mobilização, a crise deva piorar”, completa Renata Rena.
Outras deliberações
O Setor das Ifes também definiu que os docentes vão articular e fortalecer os Fóruns de Servidores Públicos nos estados, realizando atividades e reuniões ampliadas com a pauta: revogações da EC 95/2016, Contrarreforma Trabalhista e da Terceirização; barrar a contrarreforma da Previdência e o Programa de Desligamento Voluntário.
O Setor das Ifes ainda indicará ao Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) o dia 29 de agosto como um dia nacional de fortalecimento e articulação dos Fóruns Estaduais em defesa do serviço público, e à CSP-Conlutas a realização de uma jornada de lutas para enfrentar os ataques aos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários para a construção de uma nova Greve Geral.
Metalúrgicos também irão às ruas em 14 de setembro
Os maiores sindicatos de metalúrgicos do país se reuniram na manhã desta terça-feira (22), em São Bernardo do Campo (SP), para organizar a luta contra a Lei das Terceirizações e a contrarreforma Trabalhista. Os metalúrgicos preparam uma forte resistência nas ruas, nas fábricas e nas negociações da Campanha Salarial deste ano e, em unidade de ação para barrar os ataques do governo e dos patrões. A categoria marcou um Dia Nacional de Lutas, Protestos e Greves, no dia 14 de setembro. Serão cerca de dois milhões de metalúrgicos mobilizados em todo o país.
Fonte: ANDES-SN (com informações de CSP-Conlutas)
Os sindicatos dos metalúrgicos, em nível nacional, de todas as centrais sindicais, saem na frente e lançam campanha contra a reforma trabalhista, contextualizada na Lei 13.467/17, sancionada pelo presidente Michel Temer (PMDB), em 13 de julho, que entrará em vigor em novembro.
Reunião de dirigentes metalúrgicos realizada terça (22), na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP)
Vanguardista, a categoria cuja data-base é novembro, se prepara para enfrentar a reforma trabalhista, que retira e mitiga direitos do trabalhadores e, ainda, enfraquece política e financeiramente a organização sindical.
O movimento nacional “Brasil Metalúrgico” colocou informativo na rua, em que convoca os trabalhadores, para, unidos, lutarem “contra as reformas”.
O informativo explica, de forma simples e didática, o conteúdo destrutivo da Lei 13.467, que joga na lata do lixo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a substitui por uma lei que protege o capital em detrimento do trabalho e do trabalhador.
Contrato coletivo nacional
Os metalúrgicos vão além da negociação salarial deste ano. Propõem um “acordo coletivo nacional”, que garanta piso salarial e direitos mínimos a todos metalúrgicos. Explicam, no informativo, que esse acordo já foi conquistado pelos petroleiros e bancários. E existe também na categoria dos trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
Dia nacional de luta e plenária nacional
No contexto da campanha nacional, a categoria vai fazer três grandes movimentos nos meses de agosto e setembro:
1) nos dias 28 a 31 de agosto, mobilização nas fábricas e divulgação do informativo “Brasil Metalúrgico” e do Dia Nacional de Luta;
2) no dia 14, com protestos e greves contra a “redução de direitos e para fortalecer as campanhas salariais”; e
3) no dia 29, que é a realização de plenária nacional dos metalúrgicos, cujo objetivo é organizar a “mobilização em defesa dos direitos”.
Exemplo a ser seguido
Essa movimentação dos metalúrgicos é um bom exemplo a ser seguido pelas demais categorias profissionais de trabalhadores no Brasil. União nacional, com propostas e mobilização na base, contra a retirada de diretos.
Luta concreta e objetiva contra a reforma ilegítima; uma lei cujo objetivo é retirar direitos dos trabalhadores e fortalecer mais ainda o capital. O que desequilibra e ofende sobremodo o mundo do trabalho, como chamam a atenção o juiz Jorge Luiz Souto Maior e a juíza trabalhista Valdete Souto Severo.
Fonte: DIAP