Pela primeira vez, o ato unificado, em Cuiabá, que marcará o Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores, sairá da região central e será realizado em uma das regiões periféricas da capital mato-grossense, próximo à estrada que dá acesso ao município de Chapada dos Guimarães.
Nessa quarta-feira, 01 de Maio, às 15h30, os manifestantes se encontrarão em frente ao Ginásio Verdinho, na entrada do CPA. De lá, seguirão em Marcha até a Praça Cultural do Jardim Vitória, onde acompanharão shows de artistas regionais em atividade cultural e política.
Com o tema “Em Defesa da Aposentadoria, Emprego e Salário Decente”, trabalhadores organizados em diversos sindicatos e movimentos populares levarão às ruas a denúncia sobre os ataques aos direitos sociais e trabalhistas, em especial à proposta de Reforma da Previdência de Bolsonaro, que empobrecerá ainda mais a população.
A Adufmat-Ssind convoca toda a categoria para o ato, como parte dessa luta importantíssima para todos os brasileiros.
Haverá brinquedos para as crianças que acompanharem os pais durante o ato.
Não à Reforma da Previdência!
Nenhum Direito a Menos!
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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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Por Aldi Nestor de Souza*
Maria estuda numa faculdade particular de Cuiabá e trabalha como garota de programa. Jovem, muito bonita, corpo sarado e culta, ela é o que, nos dias de hoje, chamam de acompanhante de luxo. Filha única, ela mora com os pais que fingem não saber da prostituição.
O cafetão é seu ex-professor do ensino médio. Trabalhar pra ele tem a vantagem de ter garantia de sigilo.
Os clientes, selecionados via cadastro, são pessoas da mais alta classe social da cidade: deputados, vereadores, políticos em geral, produtores de soja, além de várias outras autoridades, todos dispostos a pagar, e muito, por horas de prazer sexual.
Maria diz que se apresentar como universitária, no mundo da prostituição, é de grande valia e é apenas por isso que ela faz a faculdade. Além disso, ela lê bastante e fala inglês e espanhol.
Ela está com vinte anos e, além de malhar, costuma correr e participa intensamente das atividades culturais da cidade. Quando o tempo permite, compete na corrida de Reis, vai às festas de santo, visita a expoagro e também as exposições de artes plásticas. Maria conhece a obra de muitos artistas matogrossenses e curte, particularmente, Gervane de Paula, Humberto Espíndola e João Sebastião.
Maria diz que participar da vida social da cidade é uma forma estratégica de chamar a atenção de seus clientes. Antes de cada programa, procura se informar da pessoa e já chega nos encontros com a conversa pronta. Ela costuma dizer:
“ Se o cliente é desses metidos a intelectuais, falo de artes, dos museus. Tenho até aquela frase besta decorada: “a arte existe porque viver não basta”. Nem sei quem disse essa bobagem, mas quando digo isso qualquer pessoa pensa que eu levo arte a sério e cai na minha conversa”.
“Se é alguém que cheira a bosta de vaca, falo da expoagro, dos animais, das raças, dos rodeios, dos shows de música sertaneja, que eu odeio, mas sei fingir que gosto. Esse é um jeito de fazer qualquer trouxa virar cliente cativo e assíduo”.
“Se é alguém com cara de bobo, tipo um atleta ou essas pessoas que curtem esportes, falo de academia, de minhas participações na corrida de reis, de meus treinos, de outros esportes. Enfim, tento entrar no mundo da pessoa de forma a ela acreditar que eu a considero e a levo a sério.”
Maria pretende seguir na prostituição, pelo menos enquanto seu corpo e sua mente aguentarem. Suas amigas, que também fazem programa, por julgarem sua beleza muito acima da média, questionam o fato dela não querer fazer outra coisa, seguir outra profissão. Laura, uma das mais próximas, lhe pergunta.
— Por que você não tenta a carreira de modelo, Maria?
— Porque cada pessoa tem o direito de escolher como quer se prostituir, Laura.
Até conhecer Jaime, um produtor de soja que mora em Cuiabá e tem uma fazenda lá pras bandas de Campo Verde, Maria nunca havia se apegado afetivamente a nenhum de seus clientes. O que lhe atraiu em Jaime, logo na primeira vez que saíram, foi o fato dele só mijar num penico.
—Como assim, Jaime, você trouxe um penico pro motel?
— Sim, trouxe. Pra onde vou levo essa mochila com meu penico. Só gosto de mijar nele. É que não tenho muito boa pontaria e não gosto de sujar a borda do vaso sanitário.
Essa declaração fisgou a atenção e, ao que parece, o coração de Maria, que considerou esse gesto de rara sensibilidade nos homens.
—Nossa, Jaime, estou chocada! Não sabia que existia alguém tão sensível assim. Desde quando você usa penico?
—Desde a adolescência.
Mijar num penico marcou tanto Maria que agora, de vez em quando, ela se pega pensando em Jaime, assim como fazem os apaixonados, e aos poucos a relação foi se estreitando.
— Quer dizer que você curte feiras agropecuárias, Maria, e até frequenta a expoagro?
—Sim, curto e vou à feira de vez em quando. Gosto muito de ver aqueles animais bem cuidados.
— O que mais você costuma fazer em suas horas vagas? A gente poderia fazer uma viagem pro pantanal, passar um final de semana, o que você acha?
— Adoraria ir pro Pantanal, Jaime. Conheço pouco de lá, só fui até o comecinho, ali em Poconé.
— Então tá combinado. Vamos marcar depois a data.
Jaime foi também o primeiro cliente que Maria reviu por acaso, em seus passeios pela cidade. Foi numa noite de Bulixo, lá no Sesc Arsenal. Ele estava na fila pra comprar comida. Tinha no ombro sua inseparável mochila, com uma das mãos segurava o filho pequeno e com a outra abraçava a cintura da esposa.
Maria deu meia volta.
Jaime não a viu.
*Aldi Nestor de Souza
Professor do departamento de matemática da UFMT/Cuiabá
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Para fazer frente à onda de perseguição e de criminalização de professores e aos cortes de verbas, o ANDES-SN está iniciando ações multimídia. A ideia é que as mobilizações no interior das instituições de ensino sejam unificadas pelo selo: “Liberdade de ensinar e aprender: por uma educação, ciência e tecnologia públicas”.
As ações multimídia cumprem resoluções do 38º Congresso do ANDES-SN, realizado em janeiro, em Belém, Pará. No evento, foi aprovado que o ANDES-SN adotasse iniciativas que defendessem a educação pública e gratuita e uma ciência e tecnologia pública. Assim como, as liberdades democráticas, a autonomia universitária e a liberdade de ensinar e de aprender.
Os casos de perseguição e de criminalização de professores têm aumentado desde então. O professor Pedro Mara, por exemplo, estava sendo vigiado pelos acusados de terem executado Marielle Franco. Ele teve que sair do Rio de Janeiro e o Estado abriu um processo administrativo que pode resultar em sua demissão. A professora Camila Marques, dirigente do Sinasefe, foi presa dentro de um Instituto Federal quando tentou impedir uma ação da PM contra alunos. Há casos de ameaças de morte contra professores na UFPR.
A ideia é que o selo seja utilizado na produção de materiais a serem divulgados no interior das instituições de ensino. Assim, ações que visem debater a situação da educação pública diante da Emenda Constitucional 95 e dos cortes de verbas estarão unificadas sob a mesma identidade visual. Em circular, a diretoria do ANDES-SN pontua que além dos cortes de verbas para a ciência e tecnologia, o selo também unifica a luta contra a perseguição a docentes.
A direção do ANDES-SN indica 30 de abril como data para o início da intensificação das ações e utilização do selo. Neste dia, ocorrerá a audiência judicial da professora Camila Marques que está sendo acusada de “crime de desobediência”. O Sinasefe está organizando um “Dia Nacional de Luta: Educação não se faz com repressão!”.
“Entendemos que é de enorme importância que as seções sindicais divulguem a arte e, se possível, realizem atividades ao longo da próxima semana”, afirma a direção do ANDES-SN, na circular.
Outros materiais serão divulgados ao longo das semanas, como vídeos e artes para mídias digitais. Todos eles tratarão das pautas aprovadas pela categoria: em defesa da educação, ciência e tecnologia, previdência e saúde públicas.
A direção do ANDES-SN destaca a importância de as seções sindicais construírem, junto a outros segmentos da classe trabalhadora, atividades seguindo o calendário abaixo:
01/05 – Dia Trabalhador(a) - construção de atos unificados contra a reforma da previdência;
08 e 09/05 – ações em defesa da ciência e tecnologia públicas e contra os cortes em Brasília;
15/05 – greve/ paralisação nacional da educação;
20/05 a 24/05 – semana nacional de lutas das IEES/IMES.
Fonte: ANDES-SN
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JUACY DA SILVA*
Depois de “aceitar” a demissão ou demitir o Ministro da Educação, um colombiano que pouco ou nada entendia de educação brasileira, agora o novo ministro da educação, secundado pelo Presidente da República, “brindam” a opinião pública nacional com uma pérola que revela estupidez e uma ignorância sem limites.
Ambos advogam, conforme noticiário do final desta semana, que as universidades federais devam deixar de “gastar” dinheiro público com disciplinas e cursos que pouco proveito trazem para a formação dos alunos e cita, de cara, FILOSOFIA e SOCIOLOGIA.
Em nota divulgada pelo Twitter, imitando o presidente americano, que apenas comunica suas decisões imediatas por redes sociais, ao invés de dialogar, debater com a sociedade as politicas públicas que pretende implementar, enfim, decisões de governo, de forma autoritária, apenas informa a opinião pública suas decisões, disse o Presidente “O Ministro da Educação @abrahamWeinT estuda descentralizar investimento em faculdades de
filosofia e sociologia (humanas). Alunos já matriculados não serão afetados. O objetivo é focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina.”.
Ao divulgarem semelhante comunicado, parece que tanto o Presidente da República quanto o Ministro da Educação desconhecem a importância que os diversos ramos do conhecimento como sociologia, filosofia, lógica, ciência politica, comunicação, economia, direito, história, antropologia, ecologia, teologia, artes, educação/pedagogia tem oferecido para a formação das pessoas, do senso crítico, da capacidade de raciocinar e entender a dinâmica das sociedades, das diferentes culturas e suas instituições.
Com certeza, decisão como esta, além de representar ignorância quanto ao papel da universidade, sua autonomia, tem como agenda oculta, que é a ideia de que esses cursos e disciplinas estão a serviço de alguma ideologia socialista ou comunista, como algumas pessoas podem acreditar. A continuar esta “batida” não vai demorar tanto o Presidente quanto seu ministro da educação vão definir que tipos de livros podem ou não ser lidos e debatidos nas universidades e ensino médio, que tipos de visão de mundo podem ser discutidas na educação brasileira, impondo, de fato uma educação censurada e obsoleta, quando a liberdade de cátedra e a autonomia das universidades são os fundamentos do desenvolvimento do conhecimento e, por extensão, o desenvolvimento do país.
Seria o caso de se perguntar o que o Presidente da República e seu ministro da educação pensam sobre o papel da Academia brasileira de Letras e de inúmeras academias de letras espalhadas pelo Brasil, o que pensam do papel e contribuição de poetas, músicos, artistas, cineastas, romancistas e filósofos tem oferecido ao desenvolvimento das letras, das artes e da cultura brasileira? Qual o retorno que esses personagem que “militam ou militarem” nas áreas das ciências humana trazem ou trouxeram para o Brasil, já que não são médicos, nem veterinários e nem engenheiros ou outras profissões da área das ciências exatas?
Parece que o presidente e seu ministro da educação são os únicos sábios de plantão no país e os únicos que conhecem a realidade educacional brasileira e se metem a tomar decisões de forma autoritária, sem consultar sequer os setores que podem ser excluídos do financiamento da educação pública, ferindo de cara a autonomia das universidades e o próprio senso comum quanto à importância que cada área de conhecimento tem ou pode ter para a formação acadêmica, professional e a contribuição que cada área tem para o desenvolvimento do país.
Ao invés de se debruçar sobre os graves problemas que afetam a educação brasileira, como a baixa qualidade da mesma em todos os níveis e em todas as esferas, os índices vergonhosos de analfabetismo e analfabetismo funcionam que denigrem a imagem do país, a falta de uma carreira digna para professores, com perspectivas de progresso e remuneração decentes, encarar o fato das universidades federais, incluindo os hospitais universitários estarem todas/todos sucateados, vem o ministro com declarações extemporâneas, estapafúrdias e citando exemplos falsos como o que aconteceu no Japão, afrontando áreas de conhecimento, das quais com certeza pouco conhece, enfim, muita bobagem e estupidez para uma autoridade que deveria ter o devido cuidado, conhecimento de causa e critérios fundamentais para emitir opinião.
Com frequência o Presidente afirma que nada conhece da economia e deixa a cargo de seu guru e ministro da economia a tomada das decisões, Talvez fosse o caso de o mesmo também confessar que pouco ou quase nada entende da vida universitária e de educação e deixar a cargo de seu ministro decisões mais fundamentas e menos improvisadas nesta que é uma ou talvez a área de maior importância para o presente e o futuro da educação, exigindo que o mesmo estudasse com mais profundidade os temas sobre os quais precisa definir.
Como o ministro mencionou o caso do Japão, talvez seja importante que o mesmo estude melhor a revolução meiji que transformou profundamente a educação naquele país no final do século 19 e possibilitou que o Japão se transformasse em uma potência mundial, já nos anos quarenta do século passado. Ou como foram as revoluções na educação na China, em Taiwan e na Coréia do Sul, ou como é a educação em geral e superior na Alemanha, onde as ciências humanas e sociais caminham pari-passu com a revolução tecnológica. Ou então a experiência americana onde todas as áreas de conhecimento tem papel importante tanto em universidades públicas quanto privadas. Só o conhecimento liberta o ser humano da ignorância, da visão utilitarista e imediatista da educação.
É lamentável ver como o descaso, a forma apressada e distorcida podem servir de base para definir politicas públicas no Brasil. Educação não e mercadoria e ao desqualificar algumas áreas do conhecimento como filosofia e sociologia e, por extensão, todas as demais disciplinas, cursos e áreas do conhecimento do que chamamos de ciências humanas e sociais, como desnecessárias e que nenhum retorno traz ao contribuinte demonstra uma visão imediatista e alienada do papel das universidades.
Lamentável que a ignorância, o improviso, o preconceito e a estupidez estejam a serviço de decisões governamentais de alta responsabilidade. Como sociólogo, mestre em sociologia e professor de universidade federal, mesmo aposentado, não posso me furtar e me calar ante tamanha asneira vinda de pessoas com a responsabilidade para o presente e o futuro da educação brasileira.
Juacy da Silva, professor universitário, titular e aposentado UFMT, SOCIÓLOGO, mestre em sociologia, articulista e colaborador de diversos veículos de comunicação. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
Os cursos de filosofia e sociologia estão na alça de mira da presidência da República. Na manhã de sexta-feira (26), no twitter, o Bolsonaro declarou que o MEC “estuda descentralizar investimento (SIC) em faculdades de filosofia e sociologia (humanas)”. Na rede social, o presidente fez duas publicações em referência ao conteúdo dito durante a live semanal, no dia anterior.
Para Bolsonaro, esses cursos de humanas oferecidos pelas universidades públicas seriam um desrespeito com “o dinheiro do contribuinte”. No twitter, o presidente escreveu: “A função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício”.
Na transmissão semanal, Bolsonaro estava acompanhando de Abraham Weintrab, atual ministro da Educação. O chefe do MEC já havia criticado o ensino filosofia nas universidades públicas, desta vez, ele disse: “Pode estudar filosofia? Pode. Com dinheiro próprio”. Na declaração, Weintrab fez uma comparação com o Japão. Segundo ele, no país oriental, cursos como de filosofia são “para uma pessoa que já é muito rica ou de elite”.
Em nota, o ANDES-SN repudia “tais ataques e reafirma seu projeto em favor da educação pública, gratuita, laica e socialmente referenciada”. O Sindicato Nacional afirma que, “para formar indivíduos autônomos, que se apropriam do patrimônio cultural, artístico e científico, historicamente produzido pela humanidade é necessária uma formação humana em que a filosofia, a sociologia e outras ciências estejam presentes. Não existe emancipação humana sem educação pública de qualidade!”, conclui a nota.
Confira aqui a nota completa.
Após percorrer grandes distâncias, povos indígenas de todo o Brasil estão reunidos desde ontem em Brasília, no Acampamento Terra Livre (ATL), que já é o maior encontro de indígenas do mundo. Entre os presentes, diversos povos de Mato Grosso participam para fortalecer o movimento contra o retrocesso e pela defesa dos direitos indígenas, garantidos na Constituição Federal de 1988.
“A gente já tem os direitos né!? E a gente quer assegurar, por isso a gente está aqui”. Assim Rosinês Kamunu, do Povo Manoki, no noroeste de Mato Grosso, define o motivo que a trouxe até Brasília, enfrentando uma longa jornada para se juntar a outros povos de todo o Brasil.
De acordo com a Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt), são sete delegações que incluem as mulheres indígenas da região do Araguaia, os povos Tapirapé, Karajá, Xavante, Bororo, Cinta Larga, Enawene Nawe e os 16 povos do Parque Indígena do Xingu também se fazem presentes no acampamento.
Mulher Kaiapó do Pará pintando mulher Kawaiweté do Xingu/MT – Foto: Kamikia Kisedje/MNI
Esta é a 15° edição do ATL e mais 3000 indígenas são esperados para os três dias, de 24 a 26 de abril. Desde a noite do dia 23 as delegações começaram a chegar e ao amanhecer de ontem, o acampamento já estava montado, mudando toda a paisagem com as cores de urucum, carvão e o som das maracas e das vozes que dançavam e faziam as primeiras celebrações do dia.
Para chegar a Brasília, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), lançou uma campanha de financiamento na internet que já arrecadou R$114.089,88. Muitas delegações estão chegando com recursos próprios das comunidades e a Fepoimt também lançou uma campanha para arrecadar recursos para financiar a locação de ônibus e a alimentação das pessoas que vierem participar.
Em Mato Grosso são 43 povos indígenas diferentes ocupando 16,6% do território. Nessas terras a conservação da biodiversidade chega a 99%. Com esta representatividade a programação do ATL traz as pautas de diálogo com os três poderes da República e a sociedade brasileira, através da realização de marchas, vigílias, audiência pública na Câmera dos Deputados, plenárias com diversos temas, lançamento de relatórios e elaboração de documento do evento para encaminhar às autoridades com as demandas dos povos.
Marcha dos indígenas ao STF no ATL 2019 – Foto: Webert da Cruz
O contato para entrevistas e informações detalhadas pode ser feito com a indígena Maria Imaculada, da Fepoimt, através do telefone: (66) 9 9630-2693
Para acompanhar a cobertura do evento e saber mais sobre o ATL acesse a página da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) no Facebook e se quiser ser um apoiador do ATL, abaixo está o link para contribuir.
Fonte: Liebe Lima/Opan
O Grupo de Trabalho Política de Formação Sindical da ADUFMAT-S.Sind. do ANDES/SN realizará em Sinop, nos dias 03, 04 e 05 de maio de 2019, o Curso de Formação Sindical, intitulado “Capital e Trabalho: reforma ou revolução?”, dedicado a analisar as transformações do modelo produtivo, do mundo do trabalho e das relações macroeconômicas e sociais.
Este Curso será aberto a docentes, discentes, técnicos, movimentos populares, sociais e sindicais, assim como demais interessados.
O Curso será realizado gratuitamente e fornecerá certificado aos participantes.
Os encontros serão das 08h às 11h30 e das 13h30 às 17h, na sexta e no sábado (03 e 04/05), e das 08h às 12h no domingo (05/05).
As inscrições podem ser realizadas pelo e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo., para qual os interessados devem enviar as seguintes informações: nome, sexo, raça/etnia, idade, escolaridade, principal atividade, profissão, instituição/entidade, contato telefônico e e-mail.
Mais informações por meio dos telefones: (66) 3531-1663 RAMAL 2092/OU (65) 99686-8668.
Adufmat-Ssind
Povos originários de todo país estão ocupando Brasília desde a terça-feira (23) no 15° Acampamento Terra Livre (ATL). Esta é a principal e maior assembleia dos povos indígenas do Brasil e ocorre até sexta-feira (26). Serão três dias de atividades que pretendem reunir entre 4 e 5 mil indígenas de várias etnias e regiões do Brasil.
O ATL deste ano protesta contra o governo de Bolsonaro, que vem atacando duramente os direitos dos povos indígenas. A luta é contra a transferência da Funai (Fundação Nacional do Índio) da pasta da Justiça para a de Direitos Humanos, e a mudança da atribuição de demarcação de terras indígenas para a pasta da Agricultura. A mobilização também é contrária a que parte do atendimento à saúde indígena seja repassada a estados e municípios.
Força Nacional para intimidar indígenas
O governo de Bolsonaro quer usar a força contra a legítima mobilização tradicional. Deu ordens para o ministro Sérgio Moro autorizar o uso da Força Nacional dias antes do encontro ter início.
Essa movimentação não intimidou os indígenas que mantiveram a atividade e pretendem fazer muita luta pela defesa de seus direitos.
“Será uma importante mobilização e a CSP-Conlutas está apoiando os indígenas, tendo em vista o papel que cumpriram nas recentes lutas contra os desmontes e ataques promovidos pelo novo governo, especialmente na luta e resistência para reverter o ataque da saúde indígena a nível nacional”, destacou Irene Maestro, do Movimento Luta Popular.
A luta contra a política genocida de Bolsonaro
Em seus primeiros dias de governo, Bolsonaro criou medidas que aprofundaram ainda mais o contexto gravíssimo em que vivem os povos indígenas no Brasil. Logo no primeiro dia após o ato de posse, foi editada a MP 870, que desmonta a Funai, órgão responsável pela política indigenista no país, com a transferência da pasta para o Ministério da Justiça e para o recém criado Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, comandado pela ministra Damares Alves.
Essa mesma medida retirou as atribuições de demarcação de terras indígenas e licenciamento ambiental nas terras indígenas da Funai e entregou para a Mapa (Secretaria de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento), sob o comando da bancada ruralista.
Desde então, uma série de ataques e invasões articuladas contra as terras indígenas em diversas regiões, perseguição e expressão de racismo e intolerância ocorreram.
Como se não bastasse, houve também o anúncio pelo ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta de mudanças no atendimento à saúde indígena, com o objetivo de municipalizar o serviço, em uma nítida intenção de desmontar a PNASPI (Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas), levando à extinção do subsistema de saúde indígena, uma conquista histórica e resultado de muitas lutas do movimento indígena.
Em São Paulo, os Guarani Mbya da Terra Indígena do Jaraguá se organizaram e ocuparam a Prefeitura de São Paulo no dia 28 de março deste ano e permaneceram acampados até que tivessem a reivindicação atendida. A luta direta protagonizada pela menor aldeia do Brasil contra a maior Prefeitura do país foi fundamental para que, a nível nacional, a municipalização fosse revertida, e para que o prefeito Bruno Covas (PSDB) ter cedido e se manifestado contra a municipalização, o que foi determinante para a reversão da medida no restante do país.
Todo apoio à mobilização dos povos indígenas!
Não à repressão e criminalização das lutas e lutadores!
Pela demarcação e titulação de terras! Pelo atendimento das reivindicações dos indígenas!
Sangue indígena: nenhuma gota a mais!
Fonte: CSP-Conlutas (com edição da Adufmat-Ssind)
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Roberto Boaventura da Silva Sá
Prof. de Literatura/UFMT; Dr. em Jornalismo/USP
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Em termos estruturais, poucas instituições são mais democráticas do que as nossas universidades, com destaque às federais, pois suas decisões são advindas dos espaços coletivos. Destes, os que mais se destacam são os seus colegiados: os de base e os superiores.
Aos primeiros, inserem-se os colegiados de cursos e de departamentos, onde eles ainda existem, pois tendem a ser extintos por conta da agilidade/otimização administrativa.
No patamar dos colegiados superiores, há mais dois ou três espaços, conhecidos como conselhos. Em um deles, são debatidas as questões acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão. Em outro, concentram-se as deliberações sobre a dinâmica administrativa. Há lugares em que existe ainda um tal Conselho Diretor. Em todos, o(a) reitor(a) é presidente nato.
Para presidir tais reuniões, há formalidades dispostas em estatutos, regimentos e outras disposições, sempre subjugadas àqueles. O fiel (e tranquilo) cumprimento dessas formalidades resguarda o exercício democrático nas instituições, preservando a convivência moldada pela lógica burguesa. Quanto mais fiel às regras vigentes, melhor para a saúde da democracia nas instituições; melhor também para a saúde dos corpos e das mentes de todos.
Mas por que estou falando disso?
Porque, na UFMT, a democracia anda adoentada; por isso, mais do que as adversidades, que são normais e até salutares, vivemos crescente clima de animosidade, principalmente após a última greve estudantil.
Ao bem de uma verdade histórica, a UFMT, em poucos momentos pôde se dizer amplamente democrática, pois ela nasce dentro do regime autoritário, iniciado em 64.
Vencida a ditadura, civis com perfis conservadores continuaram a dar o tom na Instituição; todavia, pelo menos a mesura dos códigos burgueses – incluindo nestes o respeito às regras de reuniões – sempre foi preservada, tanto que, particularmente, nunca fui desrespeitado por quaisquer dos dirigentes da UFMT antes da virada do milênio; aliás, o respeito era mútuo, sobretudo quando presidi o Sindicato dos Docentes da UFMT entre 1993-94.
A partir dos anos 2000, praticamente coincidindo com a ascensão do PT ao governo federal (em 2002), reitores vistos como progressistas e sintonizados àquele partido e a outros do mesmo campo político, começaram a dirigir a UFMT. Daí em diante, aprofundaram-se as patologias de convivências. As reitorias passaram, sem pudor, a atropelar a democracia “como nunca antes na história”.
Dos atropelos, um foi apoteótico: uma reitora – por conta da oposição reinante à imposição de um dos programas do PT às universidades – levou um dos conselhos superiores da UFMT a se reunir na sede da OAB/MT, e lá fazer uma aprovação adversa aos interesses da maioria. Para o bem da nação, a ex-reitora não se elegeu senadora nas últimas eleições.
No entanto, como os autoritários se procriam, hoje, a UFMT continua a ser conduzida de forma nada democrática. A atual reitora, à menor adversidade, descontrola-se e joga o diálogo no lixo.
Seu recente descontrole em público, depois de inúmeros deles exibidos durante a última greve estudantil, foi contra dois membros de um dos conselhos superiores. Em reunião, a um acadêmico e a mim, foi negado o direito de solicitação de simples “questão de ordem” e uma “reconsideração de votação”.
Dessa forma, nossa reitora já antecipou, por aqui, o estilo belicoso de Bolsonaro mandar e desmandar. Imersos a esse cenário, é uma pena que ainda haja mandato demais para reitoria de menos na UFMT.
Circular nº 149/19
Brasília(DF), 24 de abril de 2019
Às seções sindicais, secretarias regionais e à(o)s diretora(e)s do ANDES-SN
Companheira(o)s,
Convocamos reunião do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE), conforme o que se segue:
Data: 18 e 19/05/19 (sábado e domingo)
Dia 18/05/19 (9h às 19h)
Dia 19/05/19 (9h às 13h)
Local: Sede do ANDES-SN (SCS, Quadra 2, Ed. Cedro II, Bloco C, 5º andar - Brasília/DF)
PAUTA:
– Informes;
– Avaliação do III ENE;
– Contribuições ao Caderno de Texto do 64º CONAD do ANDES-SN;
– Atualização da Cartilha Projeto do Capital para a Educação;
– Outros Encaminhamentos.
Sem mais para o momento, aproveitamos a oportunidade para renovar nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.
Profª. Eblin Farage
Secretária-Geral