Ela é chique, irreverente, uma voz importante em Mato Grosso. Ela vai direto ao ponto, cutuca os representantes públicos, fala o que tem de ser dito e agora entrou de cabeça na campanha contra a Reforma Administrativa.
Na semana do Carnaval, a socialite mais amada de Cuiabá, Almerinda George Lowsbi, mandou um recado direto aos mato-grossenses e aos brasileiros sobre quem são os servidores públicos e a importância da estabilidade no exercício de suas funções.
“Você acha que o servidor público é aquele engravatado, de terno, que ganha milhões? [Risos] Até tem desses, mas a grande maioria você conhece: é a merendeira da escola dos seus filhos, a assistente social, a enfermeira e o médico do posto de saúde, são os policiais que prestam segurança pública aí no seu bairro. Sim, todos são servidores públicos, aqueles que recebem o salário a partir do Estado e prestam serviços para a população em geral”, afirmou a celebridade.
Com relação à estabilidade, Almê explicou que se trata do direito de exercer a função sem medo de retaliações ou demissão por questões políticas, e que foi a estabilidade que garantiu aos cientistas brasileiros a possibilidade de produzir vacinas contra o corona vírus, apesar da postura negacionista e persecutória dos governos.
Sobre a mercantilização da vacina, Almerinda não vacilou: “eu, que sou rica, vou ter na minha geladeira, vou imunizar minha filha, minha família toda. Se brincar até os cachorros e gatos aqui de casa. E quem não tem condições? Vai ficar sem a imunização. E o que acontece? Quebra o plano nacional de vacinação”, concluindo ainda que, se houvesse investimento público, todos os brasileiros já estariam imunizados, pulando carnaval.
O vídeo, publicado pelos canais oficiais da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind) e do ator André de Lucca na sexta-feira, 12/02, já tem mais de cinco mil visualizações e centenas de compartilhamentos no Facebook e Instagram, além de estar circulando em grupos nacionais de trabalhadores das iniciativas pública e privada, que serão fortemente prejudicados, caso a Reforma Administrativa seja aprovada – como planejam Bolsonaro e seus parceiros no Congresso Nacional.
Segundo a diretora de Imprensa da Adufmat-Ssind, Lélica Lacerda, a estratégia surgiu do desafio de mobilizar sem a possibilidade de ocupar as ruas, por causa da pandemia. “Nós começamos a investir num processo de qualificação da comunicação do sindicato na tentativa de chegar às casas dos trabalhadores, mas sofremos cerceamento ideológico, mesmo pagando para veicular mensagens, notas, outdoors. A imprensa local e outras empresas de comunicação nos impede de divulgar alguns conteúdos, não há liberdade de expressão na mídia mato-grossense. Além disso, há o desafio das redes sociais, porque os algoritmos formam bolhas. A contratação do ator que da vida à Almerinda teve como objetivo furar essa bolha das redes sociais e o bloqueio da mídia local, além de criar uma forma de comunicação que os cuiabanos e mato-grossenses se identificassem. Para a nossa surpresa, deu muito certo. Com o humor sarcástico da personagem foi possível transformar um discurso político denso e uma novidade muito difícil de perda de direitos, com bastante bom humor e uma linguagem de fácil acesso. Certamente a construção desse material não substitui a luta nas ruas, mas é uma forma de fomentar o debate e mostrar à população que é necessário ocupar as ruas para evitar a perda de direitos e virar o jogo de correlação de forças da luta de classes contemporânea”, disse a diretora.
O final do vídeo evidencia a proximidade entre a estrela mato-grossense e o histórico combativo do Sindicato dos docentes da Universidade de Mato Grosso. A mensagem é taxativa: servidores públicos salvam vidas, ele não.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind