A Adufmat-Ssind vem, por meio desta nota, rechaçar a atividade intitulada “Adoção na Passarela”, promovida por instituições que deveriam estar resguardado crianças e adolescentes em seus direitos, não violando-os.
Crianças e adolescentes expostos em passarelas não promove a adoção, apenas as expõe a condições vexatórias das quais o Estatuto da Criança e do Adolescente as resguarda, e reedita os zoos humanos, prática racista do período colonial que pensávamos já estar no lixo da história humana. Além disso, aumenta as expectativas das crianças e adolescentes de que podem ser adotadas, oferecendo-as no shopping às elites como os escravos eram ofertados aos ricos senhores nos mercados públicos.
O evento é indefensável e não há nota de esclarecimento que o justifique. O que se espera é que as entidades envolvidas peçam desculpas e jamais reeditem este evento absurdo. A promoção da adoção não se da fomentando a caridade das elites, expondo crianças e adolescentes como mercadorias, mas na instituição de políticas públicas efetivas.
Quem se preocupa com o futuro das novas gerações precisa se posicionar contra a Emenda Constitucional 95/16, que congela os investimentos sociais por 20 anos, para que haja mais investimentos em políticas públicas que beneficiem famílias pobres, nas escolas, postos de saúde; precisa defender política de emprego e condições de trabalho dignas para que as crianças não precisem ser retiradas de suas famílias e, nas situações que precisem ser retiradas, que haja famílias que possam acolhê-las.
Grupo Políticas de Classe para Questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) da Adufmat-Ssind