No início da noite dessa terça-feira, 23/01, moradores do bairro Cabula, em Salvador, conheceram a situação das universidades brasileiras e ouviram críticas à proposta de Reforma da Previdência que será colocada em votação no Congresso Nacional nos próximos dias, entre outras ações dos governos que retiram direitos dos trabalhadores. As mensagens foram passadas à população durante um ato público realizado por docentes que participam do 37º Congresso do ANDES – Sindicato Nacional, no campi da Universidade Estadual da Bahia, que fica no bairro.
“Os professores do ensino superior estão nas ruas exigindo direitos para garantir uma educação de qualidade, que permita pesquisa, extensão e ensino para todos os filhos da classe trabalhadora. Para isso é necessário que nós tenhamos uma carreira valorizada, com condições de trabalho. É necessário que toda a população apoie a luta das universidades públicas, que estão sendo atacadas pelo governo Temer e pelos governos estaduais. No Rio de Janeiro e no Rio Grande do Norte, nossos professores estão sem salários. Em outros estados a alíquota do INSS está sendo aumentada, reduzindo os salários, ou seja, mais retirada de direitos diante de um conjunto de retrocessos que vivenciamos nesse país”, afirmou a presidente do ANDES-SN, Eblin Farage, durante o ato.
Presidente do ANDES-SN, Eblin Farage, apresenta as condições das universidades públicas
A retirada de recursos da educação superior pública foi destacada como um dos ataques mais nefastos, considerando que muitos brasileiros perderão a oportunidade de estudar e encontrar melhores condições de trabalho no mercado. Na leitura do Movimento Docente, os ataques aos serviços públicos ferem, acima dos direitos dos servidores, todos os trabalhadores, precarizando ainda mais as condições de vida da população.
Os docentes também falaram sobre a luta da categoria contra o genocídio do povo negro, um tema caro aos brasileiros, e em especial aos baianos. “É responsabilidade de cada um de nós, que se declara progressista, a denúncia de que existe e perdura, a partir de uma lógica escravocrata, um racismo institucional, que diz que as pessoas com a pele como a minha, com traços como o meu, com tipo de cabelo como o meu, guardam na sua marca étnico racial a característica do que é associado a suspeito, do que tem aval do Estado para ser executado sumariamente, à revelia dos processos legais. Isso não é pouca coisa. O combate ao genocídio do povo preto não deve ser uma consigna exclusiva dos movimentos negros, deve acompanhar toda e qualquer luta de uma entidade de pessoas que se colocam associadas à luta dos trabalhadores”, disse a professora Rosineide Freitas, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).
Professora Rosineide Freitas fala sobre genocídio da população negra
Durante manhã e tarde dessa terça-feira, os docentes se reuniram em grupos de discussões sobre os temas debatidos no Congresso, que englobam políticas sociais e plano geral de lutas, plano de lutas dos setores e questões organizativas e financeiras.
Docentes debatem os temas do 37º Congresso do ANDES-SN
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind