A Adufmat- SSind reforça uma de suas bandeiras de lutas de classes e organiza ato contra opressões nos campi de Cuiabá e Sinop, entre os dias 5 e 6 de junho. Durante os dois dias haverá mesas de discussões, oficina de cartazes e a apresentação da Cartilha de Combate as Opressões – Desafios e Possibilidade elaborada pelo Andes -SN. Em Cuiabá, também será realizada uma marcha na qual os participantes percorrerão os blocos da instituição dizendo não a qualquer tipo de assédio.
A ação política é organizada pelo Grupo de Trabalho de Política de Classe para as questões Étnico-Raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS / Seção Sindical Adufmat), juntamente com a frente de Mulheres na Luta e em parceria com o Andes-SN.
Ampliar as discussões sobre temas como assédio (sexual ou moral) de gênero e outras opressões é fundamental para o processo de desnaturalização da violência. “Quando se cria um mecanismo de reparação de combate e enfrentamento, não dentro de uma perspectiva punitiva, mas socioeducativa, a tendência é que essas pessoas se sintam acolhidas e passam a reivindicar o lugar do enfrentamento ou da reeducação dos sujeitos abusadores”, explica a professora do departamento de Serviço Social da UFMT, Qelli Rocha, membro do GTPCEGDS.
Dentro da UFMT algumas vítimas de opressões têm criado os próprios mecanismos de denúncia e discussão. Um deles foi a disposição de um cartaz, fixado no mural de avisos do Instituto de Ciências Humanas e Sociais, onde se lê: “Vocês fingem que não sabem, mas nós sabemos”. Nesse espaço, diversas denúncias de assédios contra mulheres que aconteceram dentro do campus foram escritas.
São ações como essas que evidenciam a importância de debater o tema. “Os esclarecimentos ficaram ainda mais latentes após serem registrados dentro da própria UFMT casos de preconceitos e assédios”, aponta Qelli Rocha.
Sinop
Já no campus da UFMT em Sinop, a representante sindical e membro do coletivo Adufmat Presente, Clariana Silva, aponta que a cultura do machismo não se restringe apenas aos homens, mas também ocorre entre as mulheres. “Muitas mulheres naturalizam a violência por ignorarem o tema ou por medo”.
Uma das mesas de debates que será realizada em Sinop é a de Assédio Sexual e Moral: Precisamos falar disso! Um tema que encontra muita resistência dentro da cidade que é conhecida pelo agronegócio. “É sempre um tabu. As pessoas têm pudor em falar sobre esse tema tão complexo e esse pudor não impede as ações de assédio. Precisamos dialogar, refletir e mudar. O diálogo nós garantimos, mas a mudança passa pela capacidade de cada indivíduo e de autocrítica”.
Em Sinop, além das rodas de conversas haverá atividades culturais como exposições de origami, apresentações musicais e uma marcha pelo campus.
Ações políticas
O Grupo de Trabalho tem se mantido presente em atividades importantes desde o ano passado. “Revisamos a Cartilha de combate as opressões junto com o Sindicato Nacional - Andes, pela Adfmat realizamos cursos em Fortaleza, no qual trabalhamos a perspectiva de relação de gênero, estivemos presentes no 8 do março, na grande Greve Geral dia 28 de abril e recentemente na ida a Brasília, no Ocupe Brasília” lembra a professora Qelli.
Toda essa programação reforça as ações realizadas pelo Grupo de Trabalho no combate as opressões como a de gênero, raça, étnico-racial, ao mesmo tempo em que intensifica o processo de enfrentamento dessas questões tanto entre docentes, quanto entre docentes e discentes.
Confira abaixo a programação completo do evento.
Programação de atividade do Grupo de Trabalho de Política de Classe para as questões Étnico-Raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS / Seção Sindical Adufmat)
Cuiabá - 05 e 6 de junho (Das 16h30 às 18h)
- Oficinas de cartazes nos blocos do IL, IE,ICHS, FAET, DCE/RU, FAMEV e Direito/Saúde. Para esta atividade, tragam seu material didático - cartolina, tinta, caneta, régua, etc - e também sua denúncia.
Dia 06/06 (Das 7h às 9h)
-Marcha de Combate as Opressões.
Local da concentração: Rodoviária Velha do ICT/FAET, com saída às 8h.
(Das 09h30 às 12h)
- Mesa: Lugar de Mulher é onde ela quiser: A participação da Mulher no Espaço Sindical.
- Apresentação da Cartilha de Combate as Opressões - Desafios e Possibilidades.
Local: Auditório da Adufmat
Sinop - 05 de junho (Início às 10h )
- Mesa I: Lugar de Mulher é Onde ela quiser: A participação da Mulher no Espaço Sindical – Desafios e Possibilidades!
- Mesa II: Assédio Sexual e Moral: Precisamos Falar disso!
- Apresentação da Cartilha de Combate as Opressões - Desafios e Possibilidades.
Local: Auditório da Adufmat do campus.
Priscilla Silva
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind