Segunda, 06 Março 2023 16:39

Professora da Universidade Federal do Ceará é ameaçada por extremistas

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A professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Lola Aronovich, divulgou em seu perfil nas redes sociais ter recebido uma nova ameaça de morte e estupro por e-mail. A publicação é do dia 27 de fevereiro. Essa não é a primeira vez que a professora e blogueira feminista sofre ameaças. Há pelo menos 12 anos ela é alvo de perseguição de grupos extremistas que tentam censurar suas posições publicadas no blog "Escreva Lola Escreva".

 

Foto: Arquivo Pessoal

 

Além das ameaças contra a sua vida e dignidade sexual, xingamentos misóginos também foram proferidos contra a professora que atua no Departamento de Letras Estrangeiras da UFC, que revelou ainda que os criminosos continham dados de seus documentos, endereço e detalhes pessoais.

Recentemente, Lola passou a compor o Grupo de Trabalho criado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania para propor políticas públicas de combate aos discursos de ódio e extremismos que ameaçam a democracia brasileira.

A Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual do Ceará (Sinduece – Seção Sindical do ANDES-SN), por meio de nota, prestou solidariedade a docente. "Pelo esforço em denunciar fóruns anônimos que reúnem masculinistas, homens que propagam misoginia e ameaçam mulheres na internet, e por conta das investidas contra sua atuação, a feminista inspirou a criação da lei federal nº 13.642. Sancionada em 2018 e chamada de Lei Lola, a legislação passa para a Polícia Federal a atribuição de investigar quaisquer casos de misoginia na web. É urgente, portanto, que a lei saia do papel e que a investigação sobre as ameaças a Lola Aronovich possa findar o mais rápido possível na responsabilização dos envolvidos. A SINDUECE se soma aos apelos por ação das autoridades e repudia as intimidações à docente. Chega de violência contra as mulheres e da utilização dos espaços na internet para promoção de ódio", informou a nota da seção sindical.

Já o Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (ADUFC-Sindicato) também publicou uma nota em apoio a docente. "Vivemos em um país em que a cada dia duas mulheres são mortas por feminicídio, vítimas do machismo. É inadmissível que uma mulher tenha a dignidade e a vida ameaçadas em razão de sua atuação social e política. Não podemos naturalizar esses episódios de violência de gênero, que sempre existiram, mas notadamente foram impulsionados, nos últimos quatro anos, por um governo federal fascista. Reiteramos a necessidade de uma resposta célere e eficiente das autoridades e dos órgãos competentes", disse.

 

Fonte: Andes-SN

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