O ANDES-SN realizou, entre os dias 26 e 28 de agosto, o III Encontro Nacional do Curso de Formação Política e Sindical, na Casa do Professor da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa – Seção Sindical do ANDES-SN), em Belém. O encontro teve como tema “História dos movimentos sociais: exploração, opressão e revolução” e contou com a presença de 50 docentes de todo o país.
Os encontros são organizados pelo Grupo de Trabalho de Política de Formação Sindical (GTPFS) do Sindicato Nacional. Em abril, a cidade de Recife (PE) recebeu a primeira edição, com o tema “Os fundamentos da sociedade capitalista, mundo do trabalho hoje e organização sindical”. Porto Alegre (RS) sediou o 2º encontro, no mês de junho, que abordou a "Formação econômica, política e social do Brasil e da América Latina". Haverá, ainda, um quarto encontro, que debaterá educação, universidade e movimento docente, e acontecerá no Rio de Janeiro (RJ), em data a definir.
Luis Eduardo Acosta, 1º vice-presidente do ANDES-SN, considerou o encontro muito produtivo, e ressaltou que houve grande interesse por parte dos docentes sobre os temas LGBTTI e de gênero, demonstrando grande vontade de avançar nesses debates. “Discutimos a história dos movimentos sociais, e os processos de transformação social de maneira bastante ampla, e ainda assim nos faltou tempo para tratar de outros temas importantes. Agora estamos planejando o encontro do Rio de Janeiro, no qual, além de debater educação e universidade, queremos organizar, também, um espaço de avaliação para que possamos repensar as próximas edições do curso”, diz o docente.
Questões fundamentais em debate
No primeiro dia do encontro, os participantes discutiram as questões LGBTTI e a sexualidade ao longo dos tempos. A formação sobre a temática foi conduzida pelo professor Wilson Honório da Silva, historiador paulista, ativista LGBT e militante do movimento Quilombo, Raça e Classe, que faz parte da CSP-Conlutas.
Durante sua exposição, Wilson Honório fez uma análise das mobilizações da comunidade LGBT, criticou a criminalização da homossexualidade ao longo da história, chamou a atenção acerca de nomenclaturas corretas a serem utilizadas e destacou a contribuição de diversos homossexuais para o desenvolvimento de diversas áreas do conhecimento. “A história do movimento LGBT não é a história das paradas e nem de adaptação à ordem, mas de ruptura com o sistema capitalista”, afirmou.
Em seguida, Renata Gomes da Costa, docente de serviço social da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), fez sua apresentação sobre o tema “feminismo e estudos de gênero”. Wilson Honório voltou a falar, no sábado (27), pela manhã, sobre as questões Etnicorraciais, como foco na opressão sofrida por negros e negras.
Já na tarde do sábado, e na manhã do domingo (28), foi a vez do docente de história da Universidade de São Paulo (USP), Osvaldo Coggiola, fazer uma grande apanhado sobre a formação do movimento operário e sindical no Brasil, desde suas origens, passando pela ditadura empresarial-militar, chegando à atualidade.
Fonte: ANDES-SN (com informações e imagem de Adufpa-SSind).