Com quase cem dias de greve, docentes da UFMT avaliam que esse é um momento decisivo e que o movimento deve ser fortalecido. Esse foi o debate central da assembleia geral realizada na manhã dessa quarta-feira, 02/09.
Os informes locais e de Brasília demonstraram que o governo já mudou seu discurso. A negação de outrora deu lugar ao reconhecimento de que os cortes nas universidades trarão ainda mais dificuldades. No entanto, sua disposição em negociar ainda não é suficiente.
A força da greve, sustentada por docentes, estudantes e técnicos em todo o país, tem pressionado o governo a sentar com as entidades, cara a cara. Além disso, o movimento tem conseguido refutar, sistematicamente, qualquer tentativa de imposição de datas para encerrar o diálogo, que ainda nem atingiu o patamar desejado.
Na última sexta-feira, 28/08, professores e estudantes conseguiram, depois de um ato em frente a Ministério da Educação (MEC), garantir mais uma reunião com o secretário de Educação Superior do MEC, Jesualdo Farias. A reunião será amanhã, 03/09, às 16h.
Para os docentes, cada vez mais a população se convence de que o Estado está sendo inviabilizado, devido às políticas de governo que privilegiam os grupos privados em detrimento do público. Assim, referendaram a orientação do ANDES-SN, Sindicato Nacional, de que o momento é de fortalecimento e radicalização da greve para que as reivindicações sejam atendidas.
Presente no debate, a estudante e representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Maria Fernanda Lara, informou que os estudantes estão ansiosos para o retorno às aulas. Mas ressaltou que o desejo é retomar as atividades com qualidade e em condições plenas. Nesse sentido, colocou a entidade à disposição para somar na defesa da universidade pública e de qualidade, fortalecendo a greve.
Deliberações
Os professores votaram e encerraram o debate sobre o Comunicado de número 30 do ANDES-SN, acerca da garantia da autonomia das universidades. Os tópicos, referentes a defesa da revogação da Lei 9192/95 e do parágrafo único do artigo 56 da Lei 9394/96 (LDB), e manifestação por parte do MEC de apoio à retirada de pauta ou rejeição do PLC 77/2015 foram aprovados.
Foram eleitos, ainda, os próximos representantes do Movimento Docente no Comando Nacional de Greve do ANDES-SN: a professora Vanessa Furtado, como delegada, e Maurício Couto, professor da UFMT em Sinop, como observador.
Também foram aprovadas: moção de apoio a greve dos professores municipais de Cuiabá; moção de repúdio aos cortes de ponto dos servidores em greve do INSS; moção de repúdio à interferência da Secretaria do Estado de Educação nas escolas do MST.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa do Comando Local de Greve da Adufmat-Ssind