A última reunião dos Conselhos da UFMT, realizada no dia 17 de junho de 2020, feriu os princípios da tradição democrática em nossa universidade. Ignorando o princípio da autonomia universitária inscrito na Constituição Federal, a reunião foi conduzida de forma autoritária e estabeleceu um Colégio Eleitoral para realizar uma consulta que quebrará a paridade, reduzindo drasticamente o peso do voto de discentes e trabalhadores técnico-administrativo, realizando algo realmente inédito e digno de repúdio: a quebra institucional do rito democrático estabelecido pelas entidades da UFMT desde 1982.
A insensibilidade do Presidente do Conselho diante do cenário que nos é apresentado, no qual até mesmo as eleições municipais estão em processo de prorrogação (a eleição para o Senado Federal de Mato Grosso já foi prorrogada), nos faz pensar: a interesse de quem o Colégio Eleitoral foi estabelecido? Não foi em favor da Comunidade Acadêmica. Cuiabá está hoje entrando em lockdown, os hospitais estão lotados; e a consulta eletrônica que inviabiliza inclusive a igualdade das candidaturas, parece ser uma covardia para com a comunidade acadêmica, tal qual a acusação de omissão das entidades no processo eleição (vide nota anterior https://bityli.com/KelBa).
A sociedade passa por um momento delicado, onde estão morrendo mais de mil pessoas por dia, e essa conjuntura não pode ser utilizada para que o comandante do Conselho reproduza pensamentos de instituições pretensamente antidemocráticas que se estabelecem em nosso país, recuperando normas redigidas em plena Ditadura Militar, como a ausência de paridade entre docentes, discentes e técnicos, que a tempos foram superadas.
A Diretoria da ADUFMAT vem reiterar a sua postura em favor das liberdades democráticas e sua luta pela igualdade, se solidarizando com os técnicos e estudantes que foram diminuídos em favor de uma consulta caracterizada pelo autoritarismo e pela desigualdade.
Em flagrante desrespeito à decisão democrática, a ADUFMAT solicita a dissolução do Colégio Eleitoral estabelecido, bem como a nulidade da reunião do dia 17 de junho de 2020, e ainda, se coloca favorável a prorrogação do mandato do atual Reitor Evandro Soares da Silva até a volta das aulas presenciais, quando será possível fazer a consulta de forma presencial.
O autoritarismo não irá nos intimidar!
Cuiabá, 25 de junho de 2020
Diretoria da Adufmat-Ssind
A Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal da Fronteira Sul (Sinduffs – SSind do ANDES-SN) protocolou denúncia contra o reitor da instituição, Marcelo Recktenvald, por manifestações antidemocráticas. As notificações foram encaminhadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Ministério Público Federal (MPF) e à Comissão de Ética Pública da Presidência da República.
Marcelo Recktenvald não estava entre os escolhidos no processo interno para reitor da UFFS, mas foi empossado por Jair Bolsonaro. Desde então, a comunidade acadêmica pede sua destituição.
Imagem: reprodução
Em sua conta em uma rede social, na qual se apresenta como reitor da universidade, Recktenvald afirmou que o STF era "vergonha nacional" e que "um cabo e um soldado resolveriam esta questão" - uma clara alusão à declaração do deputado Eduardo Bolsonaro, que também ecoa nas manifestações antidemocráticas de apoiadores bolsonaristas que defendem a intervenção militar.
"Críticas às autoridades constituídas fazem parte da democracia, entretanto não pode ser tolerada a apologia da destruição do regime democrático. Enquanto dirigente de autarquia federal, Recktenvald tem ainda outros deveres adicionais na sua relação com os demais poderes", afirma em nota a diretoria da Sinduffs SSind.
Para a diretoria da Seção Sindical, fica explícita a tentativa de Recktenvald de buscar angariar apoio junto a Jair Bolsonaro e Abraham Weintraub – ministro da Educação - tendo em vista o amplo rechaço da comunidade universitária da UFFS à sua nomeação antidemocrática e à sua gestão à frente da instituição.
Para Ricardo Machado, diretor do SINDUFFS e professor da UFFS, a afirmação de Marcelo Recktenvald não causa surpresa. “O interventor só explicita seu desprezo pelas instituições democráticas. Hoje, infelizmente, a UFFS é um exemplo do risco que todas as instituições correm ao ter que conviver com um dirigente não eleito e que não está à altura da função que exerce”, frisa Machado.
Vicente Ribeiro, representante docente do Conselho Universitário da UFFS, também destaca, além das declarações públicas ofensivas à autoridades de outros poderes, a postura incompatível com dirigente de autarquia federal, o caráter antidemocrático da manifestação do reitor ao defender uma intervenção militar no STF. "Vamos propor ao Conselho que se posicione e encaminhe para apuração dos órgãos competentes", afirma Ribeiro.
Destituição
O Conselho Universitário da UFFS, após assembleias consultivas com a comunidade universitária, aprovou proposição de destituição de Recktenvald por 35 votos a 12.
Em 12 de novembro do ano passado, uma comissão protocolou o pedido na Presidência da República. A solicitação ainda aguarda decisão judicial.
Fonte: ANDES-SN
Desde o anúncio da pandemia no Brasil, a maioria das indústrias não paralisou em nenhum momento e mesmo as que chegaram a tomar alguma medida inicial, como concessão de férias coletivas ou licença, começam a voltar ao funcionamento normal, apesar do crescimento do número de casos no país. Com isso, milhares de trabalhadores estão submetidos cada dia mais a condições de trabalho que aumentam o risco de contaminação e adoecimento pela Covid-19.
Surto nos frigoríficos
Ganhou as manchetes dos jornais nos últimos dias o surto em fábricas da JBS e BRF, ao ponto de ser necessária a atuação do Ministério Público e haver cobrança para o fechamento de plantas. Segundo levantamento do MPT, mais de 3.200 trabalhadores de frigoríficos no Rio Grande do Sul testaram positivo para Covid-19.
Em entrevista ao G1, a procuradora do MPT Priscila Dibi Schvarcz explicou que entre os principais fatores que auxiliam a propagação do vírus estão a grande quantidade de trabalhadores em um mesmo setor, o transporte dos funcionários e a falta ou pouca renovação de ar.
Explosão de casos entre petroleiros
Outro setor industrial com surto da doença é o petroleiro. A situação nas unidades Petrobras é grave, seja em terra ou em alto mar, como vêm denunciando os sindicatos da categoria. Seguindo a política irresponsável e de descaso do governo Bolsonaro, a direção da empresa omite os casos e mortes que já se espalharam por todo o sistema.
Estima-se mais de 3 mil infectados e outros mais de 1 mil suspeitos, somente entre os petroleiros efetivos (a empresa não informa os terceirizados que hoje já são maioria no sistema). As mortes também não são informadas, mas os sindicatos já confirmaram 15 óbitos entre petroleiros efetivos.
“O adoecimento e a morte seguem na Petrobrás pela incapacidade da alta direção em lidar com o problema e devido à falta de transparência e controle da pandemia, obrigando os sindicatos a moverem processos judiciais que sequer têm suas sentenças respeitadas. Certamente, o motivo do escamoteamento dos óbitos pela direção da Petrobrás se dá por números alarmantes”, afirma o dirigente do Sindipetro-RJ e da FNP Eduardo Henrique.
Outro foco de contaminação é em meio aos operários da construção civil que atuam nas obras do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro). Segundo dados recentes já são 86 casos confirmados e dois óbitos de motoristas de vans que fazem o transporte local. Ainda assim, a Petrobras e as empreiteiras querem retomar completamente as atividades até o final do mês.
Metalúrgicos e químicos
Nas fábricas metalúrgicas, os casos também são cada vez mais comuns. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região, no Vale do Paraíba (SP), filiado à CSP-Conlutas, logo após o anúncio da pandemia pela OMS chegou a realizar uma campanha pela paralisação de fábricas da categoria. A entidade vem monitorando os casos e já contabiliza 45 trabalhadores infectados em 11 empresas da base.
Na Latapack Ball e Ardagh, duas metalúrgicas localizadas em Jacareí (SP), foram 15 casos registrados em cada uma. Na Latapack, a produção chegou a ficar parada por 21 dias com a deflagração de greve pelos trabalhadores e posterior intervenção do Ministério Público.
“Após nossa mobilização, várias empresas chegaram a conceder férias coletivas e licença-remunerada, o que segurou o avanço da contaminação na categoria. Mas várias empresas já se preparam para voltar, como a GM, Embraer e TI, o que levanta muita preocupação, principalmente, quando os governos acabaram precocemente com as medidas de isolamento social”, avalia o presidente do Sindicato Weller Gonçalves.
Ainda na região, na categoria dos trabalhadores em indústrias químicas, também já há registros da Covid-19 dentro das fábricas. Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores Químicos de São José e região, filiado à CSP-Conlutas, Davi Paulo de Souza Jr, o Sindicato está atento e tem cobrado das empresas, além de todas as medidas de segurança, a realização massiva de testes junto aos trabalhadores.
Na Compass Minerals, em Jacareí, foram confirmados três casos no dia 13 de maio. Os trabalhadores chegaram a paralisar a produção, obrigando a empresa a realizar testes e aplicar várias medidas de segurança. Na Target também foram confirmados outros três casos.
Morte em Itajubá (MG)
Em Minas Gerais, a pandemia também avança nas fábricas. Inclusive, com recente notícia da morte de um trabalhador. No último sábado (13), o metalúrgico Raimundo Lourenço Simões, funcionário da estatal Imbel – Indústria de Material Bélico do Brasil, que fica em Itajubá (MG), morreu por Covid-19.
O metalúrgico chegou a trabalhar até a véspera de ser internado, uma semana antes. A Imbel, contudo, em nenhum momento informou o caso ou tomou alguma medida de segurança.
Ainda em MG, há também o caso da Valourec (antiga Manesmann). Boletim interno informou que os casos na empresa quase dobraram, entre 28 de maio e 5 de junho, saltando de 63 para 108 trabalhadores testados positivos.
Ganância acima da vida
A disseminação do novo coronavírus nas fábricas é apenas mais uma das faces cruéis da realidade imposta à classe trabalhadora diante da pandemia. O mesmo quadro se repete em outras categorias e locais de trabalho como os trabalhadores da Saúde e de serviços essenciais, dos Correios, da mineração, bancários, comerciários, entre outros.
O número de casos de Covid-19 no Brasil se aproxima da assustadora marca de 1 milhão de casos. São mais de 45 mil mortos. Ainda assim, diante deste quadro ascendente, governantes começaram a afrouxar as parciais medidas de isolamento social que estavam em vigor. Após a abertura do comércio ocorrida nos últimos dias, já há registros, inclusive, de um aumento na disseminação da doença em várias cidades.
Quarentena geral, já!
“A proliferação do coronavírus nas fábricas é resultado da política irresponsável do governo Bolsonaro e Mourão e governos estaduais e municipais”, avalia o dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes.
“O quadro é alarmante, pois sabemos da subnotificação existente no país, com uma taxa irrisória de realização de testes. Há setores não essenciais, que poderiam paralisar até que a pandemia possa se estabilizar, mas a ganância e o descaso dos patrões, abertamente defendidos por Bolsonaro, são maiores que a preocupação com a vida dos trabalhadores”, disse.
Atnágoras destaca ainda que as empresas, principalmente grandes indústrias, acumularam lucros recordes nos últimos anos, como a Petrobras, as montadoras, mineradoras. Ou seja, têm condições para garantir estabilidade e licença-remunerada para os trabalhadores, sem submetê-los ao risco de contaminação, e evitar ambientes que possam ser focos da doença.
“Não bastasse o risco iminente, os trabalhadores vêm sofrendo ainda a perda de direitos e arrocho salarial, pois o governo Bolsonaro está aproveitando a pandemia para aumentar a flexibilização dos direitos”, complementou.
“A CSP-Conlutas defende que é preciso Quarentena Geral para defender a vida dos trabalhadores; garantia de estabilidade no emprego e licença-remunerada até que a pandemia retroceda. Que os pequenos proprietários tenham crédito para manter seus negócios e manter empregos. Vamos cobrar isso dos governos e empresas”, afirma Atnágoras.
“A auto-organização e mobilização de nossa classe neste momento é fundamental, pois diante da ameaça as nossas vidas, somente a nossa luta pode garantir condições de saúde e segurança. Além disso, colocar para Fora Bolsonaro e Mourão segue sendo outra tarefa fundamental, pois somente a derrota deste governo de ultradireita poderá, de fato, barrar essa política genocida e de ataques aos nossos direitos”, concluiu.
Fonte: CSP-Conlutas
Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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A intenção do grupo é encarar esses temas como um problema de toda a comunidade acadêmica, e não apenas da administração, promover um amplo debate, estudar com profundidade a questão e propor diretrizes gerais a serem apresentadas no âmbito dos órgãos colegiados responsáveis.
A motivação para a formação desse grupo veio da evidente transformação por que passa o mundo do trabalho na atualidade e também devido a diversos movimentos que alguns dos integrantes do grupo mantem ou mantiveram, há algum tempo, com os\as trabalhadoras terceirizados\as da instituição, como por exemplo:
- curso de alfabetização para terceirizadas da limpeza em 2019;
- os constantes atrasos de pagamento aos trabalhadores e às trabalhadoras terceirizadas;
- episódio do fechamento das guaritas da ufmt em 2019 e paralização dos trabalhos no campus por falta de salários pros\as terceirizados\as;
- as demissões de vários trabalhadores da limpeza em plena pandemia;
- A constitucionalidade da lei da terceirização(que expande a terceirização para todas as atividades , inclusive as atividades fim) que foi estabelecida pelo STF em 16\06\2020.
- O trabalho em geral na instituição UFMT diante da e após a pandemia, frente às modalidades, já em voga no momento, tais como a virtualização do trabalho;
- Os direitos dos trabalhadores numa realidade de individualização imposta pela virtualização do trabalho.
Pela internet, às 14 horas da última quinta feira, a reunião contou com a presença das seguintes pessoas:
Aldi Nestor de Souza-professor dep. matemática UFMT- Cuiabá
Djeison Beneti-professor dep matemática UFMT-Cuiabá
Dorival Gonçalves -professor dep engenharia elétrica UFMT-Cuiabá
Elvis Lira- coordenador do curso de graduação em Física- UFMT-Cuiabá
Gerdine Sanson- professora do Instituto de Ciências da Saúde UFMT-SINOP
Graziela Borges – professora do curso de química- ICET-Araguaia
Evando Carlos Moreira - diretor Faculdade de Educação Física- UFMT- Cuiabá
Luzia Melo - Técnica administrativa-Faculdade de Medicina-UFMT- Cuiabá
Marilin Castro – Técnica administrativa HOVET-UFMT-CUIABÀ
Reinaldo de Marchi- chefe do departamento de Matemática UFMT- Cuiabá
Rosa lúcia Rocha- professora Faculdade de enfermagem UFMT-CUIABá
Vinícius Santos - professor dep matemática Cuiabá
O grupo é aberto, pretende se reunir toda quinta feira, às 14:00h, a princípio , enquanto presencialmente não for possível, pelo google meet.
Encaminhamentos da última reunião:
1- olhar os contratos de trabalho terceirizado vigentes na UFMT, um a um, e ver suas particularidades;
2- conhecer os instrumentos legais que amparam o trabalho terceirizado;
3- ampliar o debate, chamar mais gente pra discutir, estudar e compreender melhor o problema; convocar estudantes;
4- aprofundar o debate sobre contratos via fundação UNISELVA;
5- pressionar para que o CONSUNI assuma a responsabilidade de pautar, discutir e assumir esse problema da terceirização.
Toda a comunidade acadêmica está convidada a fazer parte do grupo, contribuir no debate e para participar basta uma mensagem pro emeio O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ou pro telefone celular.
Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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Na saída, olhou-me e advertiu: - pai tenha calma ao escovar seus dentes. Sem refletir, eu reagi como a maioria das pessoas quando se sentem criticadas: - filha, eu estou calmo, respondi, quase que rispidamente. Ela, já fora do alcance dos meus olhos sentenciou: - se de fato você está calmo, então escove com menos força; seus dentes não têm culpa.
Não podendo mais retrucar - sem gritar, só restou-me concluir aquela obrigação que incluía o uso do fio dental e ocorria duas ou três vezes por dia, porque às vezes com desculpas silenciosas eu dormia sem escovar os dentes, mesmo quando devorava doces.
Por certo, ela constatou outras vezes que eu continuava negligenciando o alerta de uma profissional especializada em cuidar para além do sorriso, do bem-estar, da autoconfiança e da prevenção de males advindos de doenças bucais. Mas, educada que foi para não insistir no óbvio com quem não quer ouvir o que se diz e sabendo que esse tipo de insistência pode desencadear avalanches de inúteis discórdias, ficou silente.
Durante algum tempo, ao escovar compulsivamente meus dentes e me olhar no espelho, mormente quando a escova atingia a gengiva provocando dores e machucados, me vinha à mente aquele alerta. Então, compreendendo que as críticas que nos são dirigidas são senhas que podem dar acesso a melhores condições de vida, não tardou para que eu refletisse sobre o jeito em que se dava minha limpeza bucal, naquela etapa da vida.
Daí, percebi que se a ação é exercida apenas pela obrigação de fazer, o alvo é somente findá-la sem preocupar-se com a eficácia esperada. E ao considerar que o escovar pode ocorrer sem pressa e com suavidade, o óbvio veio a lume: a origem do problema não residia na maneira de escovar e sim no fato de eu estar me submetendo, em demasia, a afazeres dispensáveis, ao convívio com pessoas amargas e a diálogos sem pausas.
Ora, sendo parte do grupo de pessoas que agem repetindo ações cotidianas sem refletir sobre elas, mesmo quando há alertas suficientes clamando por mudanças de atitudes, incorrendo no risco de se tornarem amargas e solitárias, como poderia eu preocupar-me com os dentes. Neles, esfregava diariamente e injustamente a dor reprimida.
Para me redimir dessa culpa, assumi que o escovar deve ser ação para obter, prazerosamente, a higiene adequada em prol da saúde bucal. Após testar vários cremes dentais e verificar a sensação de limpeza advinda de cada um deles, encontrei nos refrescantes o prazer durante a escovação que tem se dado pelo menos três vezes, ao dia.
E a sensação mais agradável ocorre quando, entre uma e outra escovada em dois dentes de cada vez, massageio sem pressa a gengiva, deixando-me envolver pela sensação deleitosa de higiene, que só se torna completa após a higienização da língua.
Ademais, aprendi com essas profissionais da Odontologia que higiene bucal inadequada e maus cuidados com os dentes, nos deixam suscetíveis a ter cáries, sensibilidade nos dentes, exposição das raízes, acúmulo de placas bacterianas, inflamação nas gengivas, mau hálito e cavidades nos dentes nas proximidades da gengiva.
E mais, que cáries e lesões na boca são portas de entrada de bactérias na corrente sanguínea, possibilitando que enfermidades tais como doenças pulmonares, cardíacas e complicações de diabetes, se instalem no organismo.
Desde então, lembrando de que não fui educado para conviver em harmonia com mediocridades ou servilismos, tenho me afastado de tudo que não for saudável, tarefas, pessoas e conversas que resultem em aborrecimentos sem chances de serem superados ou minorados. Meus dentes agradecem. Minha saúde como um todo também.
*Fernando Nogueira de Lima é Engenheiro Eletricista e foi reitor da UFMT
Mais uma vez os trabalhadores da saúde marcaram presença nas ruas durante a pandemia de Covid-19. Nesse domingo, 21/06, organizados pela Rede Nacional de Médicos e Médicas Populares e outras entidades representativas, homenagearam colegas vítimas da doença com atos públicos em diversas capitais do país, e também denunciaram o descaso dos governos com a vida da população trabalhadora.
Em Cuiabá, o ato foi realizado na escadaria da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, às 9h. Cruzes e faixas ocuparam, silenciosamente, uma das regiões centrais mais importantes da capital mato-grossense.
Em apenas três meses desde o primeiro registro de óbito, mais de 50 mil pessoas no Brasil morreram em decorrência da Covid-19, e o número de infectados ultrapassou 1 milhão. Devido à falta de interesse do Estado brasileiro em realizar testes na população, sabe-se que esses números estão bem abaixo do real. Mesmo assim, só com os dados registrados, o Brasil já é o segundo lugar do mundo em número de mortes e, de acordo com a organização do ato desse domingo, é o primeiro no número de mortes de profissionais da saúde.
Mato Grosso registrou, essa semana, a infecção de 10 mil pessoas e 400 mortes. Os leitos de UTI estão esgotados em vários municípios e, segundo a Secretaria Estadual da Saúde, 80% do total de unidades já está ocupado. Por ultrapassaram as recomendações de risco, 13 municípios do estado podem ter o fechamento total das atividades (lockdown) decretado.
Nos atos de domingo, além de homenagens, os profissionais da saúde também protestaram sobre o fato de não haver Ministro há mais de um mês, o que tem prejudicado inclusive a transparência das informações oficiais sobre a doença. O movimento também criticou o processo de reabertura econômica no país apesar do aumento de casos, registrados especialmente nas periferias e também em comunidades indígenas.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Imagens: Francisco Alves / Mídia NINJA
A diretoria da Adufmat vem por meio deste convocar sua base para plenária online.
Data: 24/06/2020 - quarta-feira
Horário: 14 horas (Cuiabá)
Pauta:
1. Informes
2. Análise de conjuntura
3. Eleições para reitoria
4. Flexibilização curricular
Link para acesso na data e horário: https://meet.google.com/xhf-zucw-kpm
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