Quinta, 31 Agosto 2023 17:26

 

 
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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 

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Juacy da Silva*

 

“Além do desmatamento, 38% da floresta amazônica é afetada por outras formas de degradação ambiental” Título de reportagem da BBC Brasil, em 16 de Janeiro de 2023. Isto, no caso da Amazônia legal significa uma área de 2,104 milhões de km ou 201.400 milhões de ha, incluindo áreas usadas por atividades agrícolas, pecuária, florestal e, também, áreas já desmatadas e que estão degradadas.

Matéria veiculada no Jornal El País em 10 de setembro de 2020 destacava que “A Amazônia degradada já é maior que a desmatada A área de selva alterada por extração de madeira ou fogo superou a desmatada nas últimas décadas”.

Segundo estudo publicado na revista Science, entre 1992 e 2014 desapareceram 308.311 km². Os autores do estudo estimam que a porção da floresta amazônica degradada já superou os 337.000 km². Ou seja, a superfície empobrecida excede a afetada pelo desmatamento. E se este provoca o desaparecimento da floresta e de todas as funções associadas, o empobrecimento também tem suas consequências: liberação de gases do efeito estufa, alteração do equilíbrio da água e dos nutrientes, queda da biodiversidade e surgimento de doenças infecciosas.

 Se considerarmos que nos 7 anos dos governos Temer e Bolsonaro, tendo em vista o sucateamento da política ambiental, ocorreu um avanço na destruição e degradação ambientais no Brasil, principalmente na Amazônia Legal, a realidade deste processo  é muito maior e mais grave do que em 2014, cujos danos ecológicos são irreversíveis.

Celebrar o DIA DA AMAZÔNIA é fundamental para que compreendamos que destrui-la, degradá-la ou explorá-la de forma insensata e irracional como está acontecendo atualmente, afeta não apenas os países que fazem parte da Pan-Amazônia, mas o Planeta Terra por inteiro, afinal, sempre é bom relembrarmos o que nos diz a Laudato Si (Papa Francisco) “tudo está interligado, nesta Casa Comum” e também o que nos exortou Victor Hugo há séculos quando disse “É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve”.

Tempo da Criação significa que, além de orarmos, rezarmos pelo cuidado e pela saúde do planeta que está extremamente doente, é também, tempo de escutarmos mais atentamente a voz da natureza que nos pede desesperadamente socorro!

Neste 05 de Setembro, vamos ouvir com a devida atenção e respeito o que a Amazônia está querendo nos dizer, antes que seja tarde demais!

Estamos iniciando o TEMPO DA CRIAÇÃO, que vai de 01 de Setembro ate 04 de Outubro próximo, que será o Dia de São Francisco de Assis, o Dia da Ecologia, o Dia da Natureza e o Dia dos animais.

O Tempo da Criação é, na verdade, um tempo de ORAÇÃO, mas não apenas de oração pelo Cuidado com as obras da Criação, mas, também , como enfatiza a Coordenação mundial do MOVIMENTO LAUDATO SI, um TEMPO para AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE e mais do que nunca, um Tempo de MOBILIZAÇÃO PROFÉTICA, tempo de denunciarmos as Injustiças socioambientais e climáticas, a degradação dos biomas e ecossistemas e todas as crises socioambientais geradas pela irracionalidade humana.

Este Tempo da Criação é, na verdade um momento de refletirmos sobre os paradigmas dos atuais modelos econômicos, políticos e sociais que estimulam a economia da morte, do consumismo desenfreado, do desperdício e do descarte.

Este é o tempo para refletirmos e lutarmos por uma economia solidária, uma economia verdade, por  uma economia realmente sustentável, é o tempo de buscarmos “realmar a economia”, darmos corpo e forma `a Economia de Francisco e Clara, como tem enfatizado o Papa Francisco em suas constantes exortações, inclusive na segunda parte da Laudato Si que está elaborando e, em breve, deverá ser publicada.

Tempo da criação é também TEMPO DE CONVERSÃO ECOLÓGICA, tempo de reconhecermos que além dos crimes ambientais praticados diuturnamente, esta destruição insensata da natureza é também PECADO ECOLÓGICO, cometido por muitas pessoas que se dizem cristãos e que diante das catástrofes, como secas, tempestades, furacões e outros desastres naturais, em cujas causas estão as ações humanas, imploram aos deuses e aos céus por milagres ambientais!

Exatamente neste TEMPO DE CRIAÇÃO, no Brasil temos algumas datas importantes que já constam do Calendário das celebrações ambientais ou da ECOLOGIA INTEGRAL, a exemplo de 05 de Setembro que é o DIA DA AMAZÔNIA e 11 de Setembro que é o DIA DO CERRADO, outro bioma tão ou mais em processo acelerado de degradação e destruição do que a própria Amazônia.

Como cristãos (católicos ou evangélicos) ou mesmo não  cristãos, precisamos ter a consciência de que somos “cidadãos e cidadãs” do mundo e, como nacionais, somos também contribuintes, consumidores, produtores de bens e serviços e eleitores.

Diante disso, não podemos apenas professar uma fé abstrata, desligada da realidade temporal e terrena em que vivemos, de forma alienada e alienadora, mas, sim, assumirmos nossos compromissos com o bem comum, com o bem viver dos povos, com a solidariedade, com a sustentabilidade, com a justiça, inclusive coma Justiça social, Justiça ambiental/climática e a Justiça intergeracional, e isso tudo nos obriga a zelarmos pela natureza e não destrui-la ignorando os limites do planeta em que vivemos e que a cada dia está mais ameaçado pelas nossas ações irracionais e imediatistas.

Assim, já neste início do TEMPO DA CRIAÇÃO, além de nossas orações pela SAÚDE DO PLANETA, precisamos refletir sobre o que está acontecendo na Amazônia Legal, da qual fazem parte os Estados de Mato Grosso, Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará,  parte do Maranhão e o Tocantins.

Existem inúmeros problemas e desafios que afetam o Bioma Amazônia, tanto no Brasil quanto nos demais países que têm parte da Amazônia em seus territórios, incluindo: Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Suriname, Guiana e Guiana Francesa.

Mesmo que em termos geopolíticos cada país exerce sua soberania nacional sobre todo o seu território, cabe-nos entender que a PAN AMAZÔNIA, como um bioma ou ecossistema único, tem uma dinâmica ecológica e sociocultural e demográfica que extrapola as fronteiras nacionais.

As repercussões da destruição da biodiversidade, do desmatamento, da poluição decorrente das queimadas ou dos processos de uso e ocupação do solo de forma intensa, ouso e abuso de agrotóxicos, o aumento constante de áreas degradadas, a grilagem de terras, o contrabando de madeira, minério, principalmente ouro e outros minerais estratégicos, a contaminação dos rios pela mineração e pelos garimpos ilegais, a extinção de povos e culturas primitivas (povos indígenas), tradicionais/quilombolas e ribeirinhos, além da alteração do regime de chuvas e o equilíbrio do clima, tudo isso produz diversas consequências políticas, econômicas, sociais, culturais e demográficas, que extrapolam o conceito de soberania  nacional.

A área da Pan Amazônia, que abrange parte dos territórios do Brasil e de outros países e territórios sul americanos é de 7,8 milhões de ha, cabendo ao Brasil 67,8% deste imenso bioma, ou seja a Amazônia legal (brasileira) tem 5,3 milhões de ha, e representa 59% do território brasileiro,  demonstra a importância desta imensa região, tanto para o Brasil quanto para a América do Sul e para o mundo.

A Amazônia Legal foi criada pela Lei 1806/53, durante o Governo Getúlio Vargas, em 05 de Janeiro de 1953, há pouco mais de 70 anos, quando foram estabelecidos diversos parâmetros para o desenvolvimento e integração desta vasta região do território brasileiro.

Ao longo dessas sete décadas diversos programas e projetos foram criados e extintos, inúmeras obras públicas, principalmente rodovias foram implementadas facilitando tanto as migrações internas no Brasil, rumo `a Amazônia Legal quanto abrindo, também, oportunidades para aventureiros que ao longo deste tempo vem destruindo, degradando e malbaratando os recursos naturais da região.

A questão amazônica tem estado no centro dos debates tanto em fóruns nacionais quanto internacionais, gerado inúmeras polêmicas e conflitos quanto ao presente e, principalmente, ao futuro desta região.

Em relatório recente a ONG WWF-Brasil destaca uma lista de aspectos relevantes, problemas e desafios que estão presentes na Amazônia, principalmente na Amazônia Legal, entre os quais mencionamos: 1) manejo florestal e a valorização dos usos das florestas, ou seja, a floresta em pé tem mais valor do que quando destruída; 2) unidades de conservação que precisam ser melhor gerenciadas e protegidas; 3) geração de energia, impacto das grandes barragens e também os danos de centenas/milhares de PCHs que afetam os rios e a população ribeirinha da região; 4) grandes empreendimentos, tanto agropecuários quando obras publicas rodoviárias e ferroviárias, cujos impactos socioambientais nem sempre são considerados; 5) desmatamento (e, a meu ver também as queimadas) e a degradação florestal; 6) pagamento por serviços ambientais (PSA), vínculo disso com o mercado de carbono, em processo de regulação no Brasil; 7) mineração (e, também em meu entendimento, garimpos ilegais), cujos impactos ambientais também nem sempre são devidamente considerados; 9) pecuária extensiva e de baixa produtividade, tendo em vista que aproximadamente 70% das áreas desmatadas acabam sendo utilizadas para pecuária e também tem se transformadas em áreas improdutivas, degradadas.

Além desses desafios/problemas, em meu entendimento, podemos também acrescentar outros como: 1) grilagem impune de terras públicas; 2) invasões constantes de territórios indígenas, afetando tais comunidades, verdadeiros genocídios e violência como o ocorrido com o povo yanomami; 3) violência contra indígenas, posseiros, ribeirinhos e agricultores familiares, principalmente de suas lideranças;  4) extração ilegal de madeira, contrabando e descaminho; 5) presença do narcotráfico, que gera uma insegurança constante e permanente; 6) trabalho semiescravo e migrações internas; 7) favelização dos centros urbanos, com aumento da pobreza, da miséria e da exclusão socioeconômica e política.

Percebendo que os desafios presentes na Amazônia não se limitam aos territórios nacionais, “os oito países amazônicos assinaram o Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), em 03 de julho de 1978, com o objetivo de promover o desenvolvimento harmônico dos territórios amazônicos, de maneira que as ações conjuntas gerem resultados equitativos e mutuamente benéficos para alcançar o desenvolvimento sustentável da Região Amazônica. Como parte do Tratado, os Países Membros assumiram o compromisso comum para a preservação do meio ambiente e o uso racional dos recursos naturais da Amazônia”.

Há poucas semanas representantes dos países que integram o Tratado de Cooperação Amazônica reuniram-se em Belém, para tentar resgatar aspectos relevantes que haviam sido discutidos na última reunião realizada há 14 anos , em 2009. Durante os 45 anos de vigência do TCA esta foi a quarta reunião formal entre chefes de Governo e de Estado.

Como sempre acontece nessas reuniões internacionais, muitos discursos, boa parte demagógicos e poucos compromissos efetivos acabam sendo concretizados, tendo em vista que cada país é soberano para definir suas políticas públicas, seus programas e projetos que afetam, positiva ou negativamente os aspectos socioambientais.

Enquanto isso, resta-nos seguir lutando para que esses tratados internacionais e os compromissos assumidos pelos governos nacionais sejam devidamente cumpridos, para que não passem de belas intenções e lindas palavras!

Esta luta é o que o movimento Laudato Si denomina de Ações de sustentabilidade e MOBILIZAÇÃO PROFÉTICA. Juntos, podemos avançar cada dia um pouco a mais, separados, omissos ou coniventes seremos também responsáveis pela destruição e pela degradação da Amazônia.

Reflita sobre tudo isso neste DIA DA AMAZÔNIA 2023!

 

*Juacy da Silva, professor titular e aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em sociologia, ambientalista, Articulador da Pastoral da Ecologia Integral. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Instagram @profjuacy 

Segunda, 28 Agosto 2023 15:24

 

 

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JUACY DA SILVA*

“Neste Tempo da Criação, detenhamo-nos a sondar esses batimentos do coração: o nosso, o das nossas mães e das nossas avós, o pulsar do coração da criação e do coração de Deus. Hoje não estão harmonizados, não batem em uníssono pela justiça e a paz. A muitos é impedido de beber neste rio caudaloso. Ouçamos, pois, o apelo a permanecer ao lado das vítimas da injustiça ambiental e climática, pondo fim a esta guerra insensata contra a Criação”. Trecho da Mensagem do Papa Francisco para o Dia da Criação, 2023.

O dia 01 de setembro, sexta feira da próxima semana é o início do Tempo da Criação que vai até 04 de Outubro vindouro. Conforme enfatizado pelo Movimento Laudato Si, “O Tempo da Criação é um momento propício para refletirmos sobre a importância da conversão ecológica, para trabalharmos na conquista de uma Ecologia Integral e, acima de tudo, para reconhecermos que toda a criação fala da beleza de seu autor”. O tempo da criação tem três pilares fundamentais: orações, projetos de sustentabilidade e mobilização profética.

Desde tempos imemoriais, a humanidade parece estar sempre em meio a uma grande contradição, tanto entre povos pagãos quanto civilizações baseadas em princípios religiosos diversos, inclusive o cristianismo. De um lado, a história das civilizações tem ocorrido em meio ao domínio e destruição da natureza (obras da criação para a maioria das religiões) e de outro lado, notamos as manifestações de uma religiosidade alienadora, que implora para os “deuses” ou a Deus, que façam milagres, por exemplo, pedindo chuva em procissão em meio a secas provocadas pelo desmatamento, destruição das nascentes e as diversas alterações climáticas que estão cada vez mais presentes ou então implorando milagres ante `as catástrofes da natureza, em cujas origens estão as ações irracionais humanas.

Diante do processo contínuo de destruição das Obras da Criação, da degradação  dos biomas ao redor do Planeta Terra, da crise climática que se torna mais grave e irreversível a cada dia, diante da insensibilidade da população em geral e das autoridades constituídas em particular, neste TEMPO DA CRIAÇÃO, que se aproxima, precisamos não apenas de muita oração, mas também de muita AÇÃO, não de cunho paliativa, mitigadora, assistencialista, paternalista, demagógica, mas sim, ações que estimulem, realmente, a sustentabilidade verdadeira e, mais ainda, de uma grande MOBILIZAÇÃO PROFÉTICA, para denunciar as estruturas, os grupos econômicos e governos nacionais que desrespeitam a natureza, as práticas e os estilos de vida consumista, de desperdício e de descarte que estão produzindo esta grave crise socioambiental.

Isto é o que nos recomenda o Movimento Laudato Si que articula e coordena as celebrações do Tempo da Criação, de cunho internacional e que representa não apenas os ensinamentos sagrados do cristianismo e a Doutrina Social da Igreja, para que nossas ações despertem tanto a consciência da realidade ambiental que estamos vivenciando, quanto a conversão ecológica, bem como o sentido da Justiça climática, Justiça Social e Justiça Intergeracional.

Há algumas Semanas escrevi um artigo, uma reflexão com o título “O TEMPO DA CRIAÇÃO SE APROXIMA” que foi publicado em diversos veículos de comunicação, tentando com isso, despertar a consciência dos cristãos (católicos e evangélicos), bem como de fiéis e adeptos de outras religiões que acreditam que o mundo é uma obra da criação de Deus e, como tal, deve ser bem cuidado e não destruído irracionalmente como acontece atualmente.

Se assim acreditamos, precisamos agir para que as obras da criação, que na Encíclica Laudato Si, do Papa Francisco, publicada em 24 de Maio de 2015, é denominada de CASA COMUM e que, nesta dimensão planetária, não existem soberania nacional,  fronteiras políticas, econômicas, financeiras, demográficas; pois vivemos todos e todas no PLANETA TERRA, esta é a nossa CASA COMUM e que neste sentido “tudo esta interligado”.

Assim, tudo o que acontece em um país, uma nação, um bioma, enfim, um ECOSSISTEMA, como, por exemplo, o desmatamento e queimadas  na Amazônia ou nas demais florestas tropicais, ou no cerrado brasileiro,  o derretimento das geleiras da Groenlância ou das calotas polares e  cordilheiras/geleiras mundo afora, o processo de desertificação  nas estepes asiáticas, na África, na América Latina ou no Brasil, os desertos escaldantes da África, do Oriente Médio, da Austrália ou no Centro Oeste americano, a poluição do ar, das águas e dos solos nas grandes cidades Europeias e nas áreas rurais ou de outros continentes, o uso intensivo dos solos e a degradação dos mesmos por erosão, excesso de agrotóxicos e destruição das nascentes, acabam tendo  consequências desastrosas para o clima ao redor do mundo, como estamos presenciando na atualidade com chuvas torrenciais, secas, temperaturas elevadas, ondas de calor, incêndios urbanos e rurais, destruição da biodiversidade, morte e sofrimento em, praticamente, todos os países.

Na origem desta degradação sem limites, o Papa Francisco, na Laudato Si pontua que “Tudo está interligado, nesta CASA COMUM” e que na origem desta destruição está a ação humana, irracional e irresponsável, que não entende que o Planeta Terra tem um limite quanto aos índices de exploração e degradação, mesmo que isto aparentemente venha envolto em “pilulas de otimismo”, como a ideia da segurança alimentar mundial, “celeiro” do mundo, combate `a fome, o bem estar da população, a trilha do progresso e “desenvolvimento” e, também, a busca tresloucada por lucros imediatos e acumulação de capital, renda e riqueza nas mãos de uma ínfima minoria, em detrimento da imensa maioria da população de todos os países e do planeta, que estão vivendo ou sobrevivendo apenas na linha da pobreza ou mesmo abaixo desta linha, que é considerada pobreza extrema ou miséria absoluta.

O investimento dos 125 maiores mega bilionários do mundo nas empresas que exploram combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), cuja finalidade principal é o lucro pura e simplesmente, por exemplo, resultam em emissões de gases de efeito estufa maior do que produzida por milhões de pessoas ou a população inteira de países como a França, Alemanha e outros mais. Por isso uma das ações no contexto da mobilização profética é o desinvestimento de fundos católicos ou de outros grupos religiosos em tais indústrias poluidoras.

Por isso, o Papa Francisco e diversos estudiosos tem enfatizado que precisamos, urgentemente, substituir os atuais paradigmas que sustentam modelos de economia da morte, por outros paradigmas que possam contribuir para “realmar” a economia, apontando a Economia de Francisco e Clara como este novo modelo, que respeite tanto as relações de trabalho e produção, baseadas na valorização e dignidade do trabalhador e do consumidor, no bem comum, na cooperação e, muito importante, que nesta “nova economia” sejam devidamente respeitados também os limites da natureza e a preservação e respeito pela biodiversidade e pela sustentabilidade.

O Tempo da Criação tem início no próximo 01 de Setembro, que é também o DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELO CUIDADO DA CRIAÇÃO, estabelecido em 1989, pelo Patriarca Dimitrios da Igreja Católica Ortodoxa, como um tempo para as celebrações  para os Ortodoxos.

Posteriormente, o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) estendeu a celebração até 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis. Por sua vez, em 2015, o Papa Francisco oficializou o Tempo da Criação para a Igreja Católica Romana. Assim, tanto o Dia Mundial de Oração pelo cuidado da criação quanto as celebrações e ações de sustentabilidade e de mobilização profética durante o Tempo da Criação tem um caráter ecumênico e inter-religioso, sendo que em cada ano é escolhido um tema, em torno do qual as celebrações e ações devem ser plenejadas e executadas.

Os temas de anos mais recentes são os seguintes: 2019 – Teia da Vida; 2020 – Jubileu da Terra; 2021 – Planeta saudável, pessoas saudáveis; 2022 – Ouça a Voz da criação e, neste ano de 2023 – Que a justiça e a paz fluam como um rio que não seca.

Cada país e cada região ou localidade do planeta pode e deve elaborar um calendário para as celebrações, para as ações de sustentabilidade e para a mobilização profética, escolhendo temas e aspectos da realidade que, de uma forma direta ou indireta, sejam mais apropriados e despertem o interesse e estimulem a participação efetiva dos fiéis e da população em geral.

No caso brasileiro, já existe um calendário com destaque para alguns eventos ecológicos e, com certeza, durante esses 40 dias as paróquias, as Dioceses, Arquidioceses , enfim, as instituições religiosas católicas ou evangélicas ou mesmo de outras religiões deveriam destacar tais datas que também são comemoradas pela sociedade em geral.

Durante o mês de Setembro podemos destacar, 05 o Dia da Amazônia; 11 Dia do Cerrado; 16 Dia Internacional de proteção da camada de ozônio; 19 Dia  Mundial pela limpeza das águas; 21 Dia da Árvore; 22 Dia mundial sem carro (momento para falarmos e refletirmos sobre a poluição oriunda do setor de transporte, principalmente nas cidades) e também Dia Nacional de defesa da fauna; 24 Dia mundial dos Rios (que no Brasil e no mundo todo estão cada vez mais poluídos, sem vida, vide os casos dos Rios São Francisco, Tietê, Pinheiros ou do Rio  Cuiabá, o maior esgoto a céu aberto do Centro-Oeste); 29 Dia nacional de conscientização sobre perdas e desperdício de alimentos e como isto impacta o meio ambiente e também a fome no Brasil. E, em 04 de Outubro – Dia de São Francisco de Assis, Dia da Ecologia e dos animais.

Como vemos, temos vários dias, momentos em que devemos estimular as reflexões sobre aspectos concretos de nossas realidades, como parte das nossas celebrações e comemorações e mobilização profética neste Tempo da Criação, em 2023.

Oxalá as Igrejas Cristãs, tanto Católica quanto Evangélicas, não apenas através de suas hierarquias eclesiásticas, mas também pela participação de seus fiéis, que representam mais de 85% da população brasileira estejam engajadas e bem ativas na Defesa da Casa Comum e celebrem `a altura este TEMPO DA CRIAÇÃO.

Precisamos Orar, Agir e promover mobilização profética para realmente salvarmos o Planeta da sanha destruidora da própria humanidade, inclusive cristãos ou adeptos de várias outras religiões, que com suas ações destroem a natureza, as obras da criação e, depois, imploram `as divindades que salvem a Casa Comum! Esta é a realidade que temos diante de nossos olhos e, parece, não queremos ver e nem entender, LAMENTAVELMENTE!

 

*Juacy da silva, professor titular e aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em sociologia, ambientalista, articulador da PEI Pastoral da Ecologia Integral. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Instagram @profjuacy 

Terça, 22 Agosto 2023 15:33

 

 

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Juacy da Silva*

 

Dizem, principalmente os especialistas, psicólogos, comunicólogos, psiquiatras, enfim, profissionais que dedicam todo o seu tempo ao estudo do comportamento coletivo, nas manifestações de massa, melhor dizendo, na manipulação das massas pela ideologia e pela propaganda política, que a melhor forma de se criar um MITO é transforma-lo em vítima, e nada melhor do que prende-lo, encarcera-lo.

Minha “tese” de que Bolsonaro não deve ser preso, não é porque comungo das ideias e das maluquices dele e de seus seguidores, alguns tão fanáticos que ficaram dias, meses diante dos quartéis no Brasil inteiro, rezando, orando, adorando pneus como se os mesmos fossem divindades, de que o tal mito, que demonstrou ter pés de barro, tão logo deixou os píncaros da política nacional, jamais foi ungido ou escolhido pelo Grande Eleitor do Universo, que é Deus, o supremo criador, que, ao que se saiba, não é filiado a qualquer partido político no Brasil; de que o slogam Deus, Pátria Família, que o bolsonarismo e a extrema direita, tanto no Brasil quanto em inúmeros países utilizam não é nada novo e nem original, mas sim, é a copia fiel do mesmo slogan que estava na base do nazifacismo e que levou o mundo `a catástrofe da Segunda Grande Guerra, que provocou mais de 50 milhões de mortes, destruiu a Europa toda, o Japão e resultou em mais de 200 milhões de vítimas ao redor do mundo.

Meu raciocínio é simples, mesmo que para alguns doutos juristas já existem muito mais evidências para que Bolsonaro possa ser preso e ser conduzido para a Papuda, para juntar-se a vários, talvez centenas de outros bolsonaristas, seus seguidores, principalmente militares, das Forças Armadas e da Polícia Militar, principalmente do Distrito Federal, os quais, juntamente com civis tresloucados que, em nome de defender o Brasil da sanha do comunismo ou coisas do gênero, teimavam e continuam teimando em não aceitar o veredicto das urnas, onde a maioria, pouco importa qual o percentual de votos a menos do que o então presidente recebeu, de forma democrática, possibilitando que Lula, o candidato que a ele se opunha, que era taxado o tempo todo de ex-prisioneiro, ladrão, nove dedos, corrupto, tivesse a preferência da maioria dos eleitores e tenha sido eleito para seu terceiro mandato como Presidente da República.

Tem um provérbio que diz, “nada resiste ao tempo” ou nada como um dia depois do outro. Lula foi fustigado muito, por um juiz incompetente e parcial, foi preso, aceitou todas as formas de humilhação, mas resistiu, não como Nelson Mandela que por 28 anos foi encarcerado por lutar contra o racismo e o apartheid em seu pais, a África do Sul, de onde saiu como herói nacional, para ser eleito presidente daquele país, mas sim, com apoio da militância que dia e noite davam bom dia e boa noite Presidente.

Repito, Lula esteve preso por mais de 500 dias e conseguiu através dos recursos e espaços demarcados pelo sistema jurídico brasileiro, anular todos os processos e recuperar seus direitos políticos e voltar ao cenário político nacional, não como um pária, carregando o ônus da roubalheira, mas como , ai sim, um mito, um herói ou o maior e mais popular líder político brasileiro, que veio de baixo, de família e origem humilde e, as vezes, fala e promove ações que não fazem parte do figurino dos donos do poder e das elites dominantes em nosso país.

Bolsonaro, diferente de Lula, durante 28 anos como parlamentar, bastante apagado, sem nunca ter abraçado causa popular alguma, mas reconhecido pela sua forma rompante e autoritária, a defesa do arbítrio e da tortura, perpetrada durante os governos militares e valores considerados sagradas pela população, mas que jamais fizeram parte de seu dia-a-dia, como os escândalos que a ele estão associados e que as diversas investigações em curso tem demonstrando como seus subordinados e amigos estavam tão longe da verdade. Os fatos que estao sendo revelados e falam por si mesmos!

Enquanto durante os últimos quatro anos a comunicação palaciana era calcada na indústria da “fake news” e no negacionismo, promovidas pelo chamado Gabinete do ódio ou das milícias digitais que estão sendo investigadas pelo SPT, nos porões do poder estava sendo gestado um golpe de estado para burlar o resultados das eleições, impedir a posse do presidente Lula, eleito democraticamente, permitindo que Bolsonaro e seus correligionários e seguidores continuassem no poder ou disseminando as “narrativas” que alimentavam pessoas incautas ou que já sofreram lavagem cerebral.

Mesmo que diversos de seus auxiliares imediatos e seguidores militares ou civis já estejam presos e Bolsonaro já tenha sido considerado INELEGÍVEL por oito anos, ou seja, carta fora do baralho na política nacional, criando um verdadeiro caos interno tanto no partido do ex-presidente quanto entre outros partidos e aliados que se situam entre o centro, a direita e a extrema direita, dificultando o surgimento e escolha de um novo líder nacional, ainda assim, a figura do Bolsonaro Mito, ungido de Deus para dirigir os destinos do Brasil, estimula debates e reflexões políticas.

Assim, imagino que , se é que o sistema judiciário julga além dos fatos e provas produzidos e anexadas aos autos, mas imaginando que juízes e ministros das Cortes Superiores também incluem em seus julgados aspectos políticos e ideológicos, juntamente com a pura e simples interpretação das Leis, com certeza, poderão ou não em qualquer momento, diante de fatos novos, determinar, como o Ministro Alexandre de Moraes determinou há poucos dias a prisão preventiva de toda a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal e do  então dirigente máximo da PRF (Polícia Rodoviária Nacional) e, anteriormente, do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, de seu ajudante de ordens, um coronel do Glorioso Exército brasileiro ou de outros civis e militares graduados, repito, somente diante de algum fato novo e grave poderá levar Bolsonaro `a prisão.

Todavia, isto poderá transforma-lo em uma vítima do sistema político e jurídico existente legitimamente no Brasil, fortalecendo sua imagem de mito, ungido de Deus perante seus seguidores, que a cada dia estão minguando e  da debandada que suas hostes tem sofrido ultimamente, partidos e quadros políticos que sempre estiveram ao lado de Bolsonaro o estão abandonando e passando a fazer parte da base do governo Lula, como aliás já fizeram nos governos anteriores de Lula e Dilma. Refiro-me a partidos como o União Brasil, PP, Republicanos, PSD , parte do PL e outros mais que sempre se alinharam e se alinham mais a direita, no momento estão abraçando o Governo Lula, fazendo o “L” felizes da vida, afinal, vão continuar barganhando cargos e emendas em nome da garantia da governabilidade do atual Governo (Lula e a frente ampla e democrática que o elegeu no ano passado).

Por tudo isso é que em minha modesta forma de observar o cenário político brasileiro a opinião pública não pode estar ávida pela prisão de Bolsonaro, ela só deverá acontecer, se acontecer, depois da ampla defesa, do contraditório, do devido processo legal, enfim, da garantia de todos os seus direitos, inclusive recursos judiciais a serem interpostos por seus advogados, não como ex presidente, mas sim como um cidadão comum, para que a Justiça seja feita plenamente!

Se provado e considerado culpado, Bolsonaro deverá sim, ser preso e pagar pelos crimes cometidos. Se considerado inocente, como aconteceu com Lula, deverá recuperar seus direitos políticos e , se assim o desejar, apresentar-se, novamente como candidato a qualquer cargo que lhe aprouver, até mesmo como sindico de condomínio!

Por isso, concluo esta reflexão dizendo “não prendam Bolsonaro ainda, por favor, pelo amor de Deus”. Não podemos e nem devemos transforma-lo em vítima, um herói ou mito verdadeiro. Vamos esperar mais um pouco, aguardar todas as investigações em curso e os fatos que realmente a ele forem imputados. Assim é que o sistema judiciário de um país que vive em pleno estado de direito e democrático tem que julgar as pessoas, não importa o seu pedigree, cargos ocupados, medalhas, condecorações ou joias que tenha ou ostente!

Afinal a nossa Carta Magna estabelece que “todos são iguais perante a Lei” e como tais é que devem ou devemos ser investigados, julgados e punidos, quando considerados culpados!

 

*Juacy da Silva, professor aposentado Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em sociologia, ambientalista, articulador da PEI Pastoral da Ecologia Integral. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Instagram @profjuacy 

Segunda, 21 Agosto 2023 14:14

 

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Por Aldi Nestor de Souza*

 

 

“Traga-me um copo d'água, tenho sede
E essa sede pode me matar
Minha garganta pede um pouco d'água
E os meus olhos pedem o teu olhar”
Dominguinhos – Tenho Sede

 
Beber água, fazendo as mãos de cuia, na beira de um córrego, é uma coisa. Beber água, abrindo uma geladeira, escolhendo uma garrafa e um copo adequados, é outra muito diferente.  A sede pode até ser semelhante, o ato social de matá-la, não.

Quando a água era coisa que dava nos rios, de graça e não cogitava virar uma mercadoria, bastava à humanidade, acossada pela sede, talvez após uma caminhada, curvar o corpo, esticar os braços e tomá-la natural, pura e à vontade, direto da fonte, sem intermediários, numa relação certamente próxima de natural. Não havia, nessa altura da história, com respeito a forma de matar a sede, muita diferença entre o ser humano e os outros animais.

Com o passar do tempo, a água foi invadindo as moringas, os potes, os tonéis, os barris, os tanques, os filtros até, finalmente, as geladeiras, seu estágio atual. Cada mudança dessa foi forjando a sede e, fundamentalmente, foi desnaturalizando a forma de matá-la. Diversos intermediários foram se aproximando, entrecruzando e intervindo na trajetória da sede. O artesão do pote, do barril, do tonel, o fabricante da geladeira são alguns exemplos. O ser humano também foi se alterando. O que bebe água gelada certamente é outro tipo de ser, tem o paladar muito distinto daquele que fazia as mãos de cuia.

A água, hoje, tem dono, está privatizada, inclusive a do subsolo, dos confins da terra. Está até na bolsa de valores. Virou uma commoditie. Ganhou rótulos, marca, código de barras, data de vencimento, enfileirou-se em prateleiras.  Uma cadeia produtiva, de proporções gigantescas, está por trás de um simples copo d’água. E a humanidade nem se assemelha àquela natural, que ia ao córrego. Também se distanciou daquela que usava moringas, potes, barris, filtros e que ia aos artesãos. Matar a sede se tornou algo muito mais complexo, exige até conhecimento científico.

A geladeira depende de uma linha de montagem e de uma quantidade quase incontável de pessoas no seu entorno. Tem modelo específico, cor, design, nível de consumo de energia, capacidade em litros, marca. É produzida por certo tipo de trabalhadores, com variadas formas de direitos trabalhistas. É vendida numa loja, por outros trabalhadores, com outra configuração e outra forma de trabalho. É entregue nas casas dos compradores por outros trabalhadores, sujeitos também a outras regras do mundo do trabalho.  A geladeira é um produto do trabalho assalariado, que a humanidade das mãos de cuia nem em sonhos imaginava que viesse a existir.

Uma fonte de energia é necessária para gelar a água. Talvez a construção de uma hidrelétrica, talvez a tecnologia da energia solar ou eólica, um certo tipo de política energética, uma agenda governamental. Aqui, outros milhares de trabalhadores envolvidos: engenheiros de diversos tipos, advogados, cobradores de impostos, trabalhadores da companhia de energia;  e uma classe de políticos: vereadores, deputados, governadores, senadores e até  presidentes da república. Da confluência e da disputa entre toda essa gente sai uma fonte de energia.

Para construir uma hidrelétrica, outros milhões de pessoas, além dos trabalhadores da construção, são afetadas diretamente, populações inteiras, cidades inteiras são remanejadas. Mas também a fauna e a flora do entorno do rio a ser contido. Uma operação invasiva e de dimensões profundas é realizada e está por trás do ato, aparentemente singelo, de se beber um copo de água gelada.

A garrafa também mobiliza outras gigantes da indústria, outros incontáveis trabalhadores, milhões de outras relações sociais, inclusive a indústria petrolífera e a ciência mais avançada. Uma simples mudança no formato da garrafa, para economizar plástico e baixar os custos de produção, envolve modelos matemáticos de otimização, a engenharia química e o estudo da resistência de materiais. Muito distante dos reservatórios de água e de quem vai matar a sede, uma frota industrial trama, intervém, media e controla os passos da sede.

O copo também tem sua existência e suas mediações. Também é consequência de uma cadeia produtiva. Assim como a garrafa e a geladeira, tem modelo, cor, marca, tamanho, design. E para cada uma dessas coisas, trabalhadores com diversos tipos de habilidades são necessários. Tem copo para adulto e para criança, tem de vidro e tem de plástico. O copo também impõe que a ciência se mexa, que a tecnologia lhe atenda. Também depende das decisões de estado sobre os direitos e as políticas trabalhistas, pois assim como a geladeira e a garrafa, depende do trabalho.

A indústria de água mineral é um capítulo à parte. Retirada de certas propriedades privadas, a água mineral é embalada em garrafões e comercializada. A compra desses garrafões de água, em geral, depende de uma companhia de telefonia ou de uma rede de internet. Novamente, outro sem número de trabalhadores envolvidos, entregadores por aplicativos, com tecnologia de ponta nas mãos e submetidos a condições de trabalho precárias.

Beber um copo d’água, hoje em dia, aquece a economia, mexe com o produto interno bruto, agita o mercado financeiro, inflama os especuladores. Beber um simples copo d’água, mesmo no silêncio da noite, mesmo se estando em casa, com as portas trancadas, é um ato que obriga o mundo inteiro a ficar sabendo. Ninguém, hoje em dia, bebe um copo d’água impunemente.

E é um mistério, algo como um feitiço, que toda essa avalanche de gente e de acontecimentos estejam por trás de um simples copo d’água e a gente nem se dê conta. É fascinante, intrigante, o número de funções que um copo d’água cumpre. Matar a sede parece ser apenas o mais aparente, o mais simples de se entender.

 
*Aldi Nestor de Souza
Professor do Departamento de Matemática- UFMT/Cuiabá
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Segunda, 21 Agosto 2023 08:34

 

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Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Texto enviado pelo professor Vicente Machado de Avila*

 

I – LÁ E CÁ
Se Trump for preso nos EUA é bem possível que Bolsonaro também vá fazer companhia para Roberto Jeferson.

O processo sobre políticos criminosos geralmente segue 03 estágios: 1. Noticiário político; 2. Noticiário policial/judicial; 3. Noticiário Prisional.  

II – MASCARA: Bolsonaro não necessita usar marcara artificial ele já usa a natural.

III – BESTEIROL: Coisas que velho acredita (e gosta): 1. “Você sem barba fica mais jovem”; 2. “Você está um gato”; 3. “Você ainda dá no “couro”? 4. “Mesmo que seja o maior rabo-de-saia” ele sempre diz que só tem/só quer uma namorada; 5. Piada velha/nova – “um casal de velhinhos foi passear à tarde na chácara, em dado momento ele declarou: “é agora tem que ser agora”. – Ela perguntou: onde? Ele, “neste limpo aí na beira da cerca”. A coisa aconteceu, no final, ele vestindo a roupa disse: “meu bem você está muito mais fogosa do que era antigamente”. – Ela, naquele tempo não existia cerca elétrica.
 

IV – ASSÉDIO: De acordo com o noticiário, os casos de assédio sexual estão crescendo exageradamente. Será que as coisas não estão acontecendo naturalmente?!  

Colaborou: AMANDA CARVALHO
 
Aquele abraço,

 

Cuiabá-MT., 17 de agosto de 2023

Professor Vicente Machado Ávila

*Professor aposentado da UFMT
 

Quinta, 17 Agosto 2023 09:25

 

 

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JUACY DA SILVA*

 

A Caritas Brasileira, que faz parte da rede mundial Caritas, organismo da Igreja Católica voltada para as ações de assistência, solidariedade e fraternidade `as pessoas e grupos que enfrentam vulnerabilidades extremas, presidida por Dom Mario Antônio da Silva, que também é o Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Cuiabá, emitiu recentemente uma nota de solidariedade `as pessoas e comunidades ribeirinhas, pescadores, povos tradicionais/indígenas, quilombolas, pequenos agricultores que estão na iminência de sofrerem perdas irreparáveis, caso seja construído um empreendimento, uma barragem internacional no Rio Madeira.

Além da solidariedade a tais pessoas e comunidades também a CARITAS BRASILEIRA na citada nota faz um alerta e apresenta argumentos contrários `aquele empreendimento que, a título de gerar energia, provocará mais degradação ambiental, como já acontece em outras bacias hidrográficas em outros Estados como Mato Grosso, Pará e outros estados que integram os biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal.

Ao divulgar a referida nota da CARITAS BRASILEIRA a diversas pessoas e grupos em algumas redes sociais, recebi diversas manifestações de apoio ao posicionamento da entidade e algumas pessoas indagando o que podemos e devemos fazer para impedir tamanha insensatez, verdadeiros crimes ambientais, já que estamos sob um novo governo que se diz, pelo menos no discurso, comprometido com as causas ambientais/ecológicas, em oposição ao governo passado que simplesmente compactuava e fazia “vistas grossas” ao processo de degradação ambiental, sob a ideia de que “era preciso aproveitar o tempo e deixar a boiada passar”.

No seu questionamento uma pessoa fez um comentário e, ao mesmo tempo, um questionamento que aqui transcrevo e que passou a ser objeto desta minha reflexão/artigo “A natureza pede socorro, onde vamos parar?”

Tentei demonstrar, argumentar `a referida pessoa que se essas agressões `a natureza, representadas pela destruição das florestas, pelo desmatamento, as queimadas, a poluição dos cursos d’água por agrotóxicos, erosão, lixo urbano, esgotos, construção de barragens em nossos rios; a grilagem de terras públicas e áreas indígenas, o garimpo ilegal e a mineração sem controle; o uso de combustíveis fósseis, como bem tem alertado e atestado diversas instituições de pesquisa ao redor do mundo e as agências especializadas da ONU, bem antes de 2040 ou 2050, estaremos atingindo “o ponto do não retorno”, ou seja, uma situação em que as perdas e a destruição do meio ambiente dificilmente serão recuperados, colocando em risco todas as formas de vida, inclusive da vida humana no planeta terra. Isto é o que é chamado de “ponto do não retorno”, a desertificação e as mudanças climáticas terão como consequência o aumento da fome, da miséria, dos conflitos, das guerras, das migrações.

Para alguns estudiosos isto se aproxima bastante da visão contida na Bíblia Sagrada, no Livro de Apocalipse, ou o fim dos tempos, com muito sofrimento e aumento da mortalidade em geral e dezenas de milhões de pessoas, verdadeiras hordas humanas esquálidas, vagando, sem destino, pelos países, como já está acontecendo em todos os continentes: Europa, Ásia, África e América Latina, do Norte e Caribe.

O "ponto do não retorno", depende única e exclusivamente das pessoas, que, tanto individual e quanto/principalmente coletivamente e das instituições públicas nacionais e internacionais que precisam mudar radicalmente e de forma urgente nossos hábitos de consumo, na verdade a volúpia do consumismo, do desperdício e da voracidade como acumulam bens e usam serviços além da capacidade do planeta.

Por isso precisamos de uma conversão ecológica, ao reconhecermos que estamos praticando não apenas crimes ambientais, mas também verdadeiros PECADOS ECOLÓGICOS, tanto individual quanto coletivamente, como sinal e forma de respeito tanto `a natureza quanto `as futuras gerações.

Esta e a base da ECOTEOLOGIA e que fundamentam o conceito de TEMPO DA CRIAÇÃO, que está se aproximando e será celebrado entre 01 de setembro até 04 de outubro vindouros, que está ancorado em três dimensões: ORAÇÃO pelo bem e respeito `as obras da criação; SUSTENTABILIDADE, no sentido pleno do conceito e das práticas, sem o que continuaremos destruindo o planeta e causando todos os males que conhecemos, principalmente a crise climática e, finalmente, a MOBILIZACAO PROFÉTICA, ou seja, termos a coragem de questionar as estruturas sociais, políticas , econômicas, nacionais e internacionais, os atuais modelos econômicos que tem levado a todos esses desastres ecológicos, razão pela qual o Papa Francisco tem falado e nos exortado quando diz que "E preciso realmar a economia", pois “tudo está interligado, nesta Casa Comum”, incentivarmos uma economia da vida e não da morte como o que temos assistido/visto passivamente.

Esta é a síntese do novo paradigma contido na proposta do Santo Padre, denominada de ECONOMIA DE FRANCISCO E CLARA, onde a premissa básica não é a busca insessante e irracional pelo lucro e acumulação de renda, riqueza e oportunidade que beneficiam apenas uma ínfima minoria, os 1% ou no máximo 5% dos que estão no ápice da pirâmide social e econômica, em detrimento da grande maioria da população que praticamente vive ou vegeta na ou abaixo da linha da pobreza, a chamada pobreza extrema.

Em substuição a esta economia da morte, precisamos realmar a nova economia, onde os frutos do desenvolvimento e do progresso sejam repartidos, distribuídos de uma forma mais equitativa e humana a todas as pessoas e camadas sociais, condição necessária para uma nova civilização baseada na Bem Comum e no Bem Viver dos povos, em harmonia entre as diferentes classes sociais e nações e também, em perfeita harmonia com a natureza e as demais criaturas que habitam este planeta.

A PEI Pastoral da Ecologia Integral, da mesma forma que a CARITAS BRASILEIRA e suas redes de Caritas Arquidiocesanas, Diocesanas e Paroquiais tem o dever, a obrigação , enfim, o desafio de seguir essas pegadas, caso não o façam, seremos mais uma pastoral e organismo da Igreja que produzirão poucos resultados e nenhum impacto em termos de transformações sociais, culturais, politicas e econômicas/financeiras, enfim, de estilo de vida.

Cabe aqui também mencionar que a Caritas Brasileira enfatiza os três níveis de caridade: a Assistencial; a Promocional e a LIBERTADORA, a que questiona as estruturas e práticas que geram exclusão, fome, miséria, conflitos, violência e degradação ambiental.

Precisamos refletir mais profundamente e dialogar de forma mais transparente, aberta e criticamente sobre esses aspectos da realidade. Este é o caminho, fora disso estaremos nos aproximando, perigosamente, do que é considerado um grande desastre ecológico, que afetará não apenas a vida dos demais seres que existem na natureza, mas também, INVIABILIZANDO a VIDA HUMANA!

Em tempo, entre os dias 21 e 28 deste mês de Agosto a CARITAS BRASILEIRA estará comemorando mais uma SEMANA DO VOLUNTARIADO e como parte dessas comemorações, no dia 22, próxima terça feira, as 19h, horário de Brasília, haverá uma celebração por Dom Mário Antônio, sob o tema “Sinodalidade e Voluntariado”, no contexto da temática geral da Semana do Voluntariado que neste ano aborda o desafio de “Semear a esperança, para o Bem Viver".

Quem desejar participar e assistir a LIVE de Dom Mário, basta acessar o seguinte link : https://forms.gle/7okWm5BoPHb9AgZK6 e fazer a inscrição o quanto antes.

"Ser um voluntário solidário é uma escolha que nos torna livres; torna-nos abertos às necessidades dos outros, às exigências da justiça, à defesa dos pobres, ao cuidado da criação" - Papa Francisco.

 

*Juacy da Silva, professor titular aposentado da Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em sociologia, ambientalista, articulador da PEI Pastoral da Ecologia Integral. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Instagram @profjuacy 

Sexta, 11 Agosto 2023 11:03

 

 

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Por Juacy da Silva*

 

Para que a justiça seja feita em tempo e hora que as pessoas merecem, para que os direitos humanos e outros direitos fundamentais da população sejam respeitados e garantidos plenamente, para que a justiça seja célere, tempestiva e, realmente JUSTA, a presença do advogado e da advogada é fundamental em todas as etapas do processo judicial e na busca da resolução dos conflitos em sociedade.

Um sistema judiciário paquiderme, moroso, com inúmeros atalhos e meandros que acabam burlando os direitos individuais ou coletivos, contribui para a perpetuação de estruturas injustas que acabam favorecendo os privilégios para uma minoria e gerando mais injustiças, principalmente injustiça social.

Bom dia amigas e amigos, ótima sexta feira e final de semana. Hoje, 11 de Agosto, é também o dia que marca o inicio dos cursos de direito no Brasil . Sempre e bom lembrar que a justiça só se realiza a partir da garantia de todos os direitos que o povo, as pessoas tem, não apenas pelas leis humanas, mas, fundamentalmente pela dignidade intrínseca a todas as pessoas. Advogadas e advogados são essenciais para o funcionamento do Estado democrático de Direito.

Ao longo de muitos anos, décadas tive o privilégio de ter sido professor de sociologia de inúmeras turmas dos cursos de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso e reconhecer a importância dos profissionais de direito em nossa sociedade, imprescindíveis `a busca de parâmetros “civilizados” de convivência social e para dirimir pendências e conflitos que surgem ao longo de nossas caminhadas.

O Dia do Advogado é comemorado no Brasil em 11 de Agosto. Esta data refere-se `a criação dos dois primeiros cursos de Direito em nosso país, respectivamente, em São Paulo e em Olinda (PE), em 1827; poucos anos após a proclamação da Independência e da chegada da Família Real portuguesa ao Brasil. Ambos foram criados por Dom Pedro I, então imperador do Brasil.

Apesar dos séculos, décadas e anos terem se passado desde então e da expansão dos cursos de direito em nosso país, da quantidade de bacharéis e bacharelas, advogados e advogadas existentes em nosso Brasil, a Justiça,  principalmente a distributiva, a restaurativa, enfim, a garantia dos direitos fundamentais das pessoas, como a saúde pública, universal, humanizada e gratuita, a educação pública, laica, socialmente referenciada e de qualidade, da mesma forma que a garantia da vida, da liberdade de ir e vir; do trabalho digno e com salário justo, enfim, os pobres e excluídos ainda sonham com uma JUSTIÇA realmente universal e sem tanta burocracia e muito onerosa.

Comemorar o 11 de Agosto é a certeza de que precisamos, sociedade como um todo e a categoria dos profissionais de direito, inclusive a magistratura, os Ministérios Públicos Federal e Estaduais e as Defensorias Públicas Federal e Estaduais, de um sistema judicial mais transparente, mais ágil e que atenda, de fato e não apenas na letra fria do ordenamento jurídico, para garantir a democracia como um ideal de sociedade justa, solidária, equitativa, com mais igualdade entre as camadas sociais, sem privilégios para os “donos do poder” e dos “marajás da República” e o nosso tão “aclamado” Estado democrático de Direito e nosso Sistema Republicano.

Só assim, faz sentido “comemorarmos” este 11 de Agosto de 2023 e pelos anos futuros.

*Juacy da Silva, professor universitário aposentado Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em sociologia, ambientalista, articulador da PEI Pastoral da Ecologia Integral. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Instagram @profjuacy


Terça, 08 Agosto 2023 11:42

 

 

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Por Juacy da Silva*

 

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; ...tempo de curar;  Tempo de chorar, e tempo de rir; ,,tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, ...tempo de estar calado, e tempo de falar; Tempo de amar,.... e tempo de paz”.  Eclesiastes 3:1-8

Na madrugada deste domingo, 06 de Agosto de 2023; depois de um período de sofrimento físico, decorrente de uma fibrose pulmonar, que a levou a um leito de sofrimento e dor em Cuiabá, tendo sido entubada, deixa o nosso convívio terreno, a nossa irmã DIVA ROCHA DA SILVA.

Pessoa simples, amorosa, amiga de tanta gente, fervorosa em sua fé e convicções religiosas, excelente mãe, esposa exemplar, lutadora e sempre solidária com quem estivesse sofrendo, vai deixar um vazio imenso, muitas saudades entre as filhas (Maria Cristina e Adriana), filhos (Paulo Roberto, Antônio Carlos e Marco); irmã (Juraci), irmãos (Juacy, João Rocha e Jaime Carlos), sobrinhos, sobrinhas, netos, neta e demais parentes e inúmeras pessoas amigas, com quem conviveu ao longo de seus quase 88 anos de idade.

Nutridos pela esperança, pela fé inabalável de que a vida não termina com a morte do corpo físico, mas é eterna, transcende todas as formas de materialidade e a certeza de que nossa “passagem” neste planeta é finita, temporária, temos a convicção de que hoje foi o tempo escolhido por Deus para chamar a Diva para o seu Reino, para a sua morada eterna.

Se, como cristãos, evangélicos ou católicos, não importa, cremos na ressurreição, então podemos também ter a certeza de que um dia iremos nos reencontrar, com muito júbilo, na eternidade.

Mesmo distantes fisicamente, mas unidos pela dor, pela saudade, pela lembranças de momentos felizes e na esperança de um reencontro futuro, ousamos dizer não o nosso eterno adeus, mas apenas um “até breve”.

Diva, nós te amamos e continuaremos a te amar sempre, um grande abraço, siga a sua jornada rumo `a morada eterna, lugar de paz, onde não existe nem dor e nem sofrimento!

O velório deve ocorrer na Igreja Presbiteriana de Rosário Oeste, onde também seu corpo deverá ser sepultado no cemitério local.

Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou". Apocalipse, 21:4.

* Juacy da Silva, professor aposentado da UFMT

 

Rio de Janeiro, 06 de Agosto de 2023

 

Segunda, 31 Julho 2023 09:05

 

 

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Por Vicente Machado de Avila

Professor aposentado da UFMT
 

 

I – CASAL NO HOTEL
Lá pelas tantas da madruga ela acorda gritando e chorando: “Nossa senhora! Meu Deus!” Ele acorda perguntando: Meu bem o que foi? Ela: Sonhei que estava caindo num profundo abismo. Só não despenquei porque segurei num arbusto. – Ela, vamos dormir. – Ele, Sim! Vamos dormir, mas para que eu durma, você deve se soltar do arbusto.
II – PESSOA ZAP
- Chefe você resolveu aquele problema? Não, mas passei um ZAP para ele.
III - PERGUNTARAM PARA DEUS: Porque o senhor fez o Bolsonaro deste jeito? Resposta: Acabou o meu estoque de barro então eu o fiz de matéria fecal.
IV – O CRESCIMENTO DO BOLSONARISMO:
BRASILINO SAKATUDO: sim, ele vem crescendo. JANJALINDA: O crescimento é como rabo de cavalo, para baixo.

V – LIGA-DESLIGA: A TV do futuro, se o Bolsonaro começa a falar e o Corinthians está perdendo, ela desliga automaticamente.

VI – RABO MAIOR QUE O CORPO: É o caso daquele esquilo que aparece na TV na floresta próxima do morro do Cristo Redentor.    
 

  • VII – BESTEIROL: Este triálogo resgata o famoso besteirol de Miguel Falabella, Guilherme Karan e outros. 

 

Aquele abraço,   

 

Cuiabá-MT., 26 de julho de 2023.

Professor Vicente Machado Ávila
 

Sexta, 21 Julho 2023 10:14

 

 

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Por Vicente Machado de Avila

Professor Aposentado da UFMT

 

 

Governo A

 

Governo B

1.Deixou expostos a garimpeiros/madeireiros assassinos


Yanomamis

1.Expulsou os garimpeiros/madeireiros e está dando assistência humanitária aos indígenas e também queimou os barracos e as ferramentas

2.Não se vacinou e fez campanha para o uso da cloroquina


Vacinação

2.Vacinou-se e fez campanha com base na ciência

3.Discriminou os países de esquerda


Mercosul

3.Acolheu e está desenvolvendo esforços para inserção na comunidade internacional

4.Através dos CAC’s, espalhou armas e munições


Segurança Pública

4.Está acolhendo e convidando as ditaduras do continente para a Democracia


5.Estrangulou as finanças públicas


Finanças


5.Esta fazendo a reforma tributária

6.Fraco no combate ao desmatamento e às queimadas


Meio
Ambiente

6.Está intensificando o combate as queimadas e ao desmatamento. Também está buscando recursos financeiros para a melhoria do controle do meio ambiente.

7.Agressões quixotescas, vazias e autoritárias 


STF e TSE

7.Agradecimentos pelo apoio as medidas benéficas para população


8.Indiferente


Endividamento


8.Criou o programa DESENROLA


9.Tanto faz morrer 30 como 300


Violência


9.Aumento do controle sobre os Cac’s e a posse de armas


10.Salários homem/mulher

Igualdade
Salarial entre homem e mulher para as mesmas funções


10.Está criando legislação que resolve o problema

II – POEMA

“Quem semeia amor colhe amizade. Quem semeia vento colhe tempestade. E que semeia armas e ódio colhe inelegibilidade.”

Aquele abraço,    

 

Cuiabá-MT., 19 de julho de 2023.

Professor Vicente Machado Ávila