Quinta, 10 Julho 2025 16:06

 

Em assembleia geral realizada nesta quarta-feira, 09/07, foram empossadas a Diretoria Colegiada e a representação local da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind) de Sinop. A Diretoria “Adufmat é pra lutar!”, e a representação local “Adufmat somos todos nós”, dirigirão o sindicato pelos próximos dois anos. 

 

O clima festivo demarcou a abertura, com uma breve intervenção artística da cantora Gê Lacerda, acompanhada do irmão, Pedro, e da também diretora da Adufmat-Ssind, Lélica Lacerda.    

 

Em seguida, a Diretoria que se despede, “Lutar e Mudar as Coisas nos Interessa Mais” fez um balanço político das atividades dos últimos dois anos, que envolveram: o desafio de otimizar os recursos financeiros do sindicato; realizar, junto às outras entidades representativas da UFMT, a consulta informal para a Reitoria; dirigir uma greve; realizar mudanças estruturais na sede; organizar e/ou participar de atos públicos, como o 8M-Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras, contra o PL do estuprador (Projeto de Lei que equiparava o direito legal ao aborto a homicídio), Contra a Escala 6x1; 1 de Maio – Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores; realizar debates para debater a questão da Palestina, a visibilidade lésbica e os 60 anos do golpe que instaurou a ditadura militar no país; além de minutas sobre a Progressão Funcional, de combate aos assédios dentro da UFMT, pelo reconhecimento do direito ao afastamento sem perda de vínculo trabalhista de docentes vítimas de violência (que se tornou um Projeto de Lei apresentado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso), e pela implementação de uma política voltado aos servidores aposentados. 

 

A gestão também fez denúncias públicas sobre o fechamento das salas de atendimento especializado às mulheres vítimas de violência doméstica pela Prefeitura de Cuiabá, sobre a proposta inviável e perigosa de retaludamento do Portão do Inferno, feita pelo Governo do estado, e sediou, em Cuiabá, a campanha “Glauber Fica”, com a presença do deputado federal Glauber Braga.  

 

 

“Nós nos preocupamos em fazer uma gestão que contemplasse as lutas gerais, mais amplas, da classe trabalhadora, mas também os interesses mais específicos dos professores. Isso tudo, cumprindo uma jornada de trabalho de 40h semanais, normalmente, como qualquer docente. Isso faz da jornada militante um sobretrabalho, tem que ser pautado nas discussões sobre a Resolução 158/10 [encargos docentes na UFMT], que teremos à frente”, disse o professor Maelison Neves, que deixa a direção geral do sindicato. 

 

Se despedindo da direção geral adjunta, a professora Lélica Lacerda destacou que a gestão se propôs, desde o princípio, a “lutar e mudar as coisas”. “A gente está num contexto que, por mais que a gente lute, sempre tem muito para lutar. Nós tentamos trazer uma perspectiva de análise de classe e de construção do sindicato, visando responder as demandas do século XXI. Não temos mais como cair na concepção marxista mecanicista e não reconhecer as condições concretas da nossa classe, que tem raça, que tem gênero, que tem cor, que tem sexualidade”, ressaltou, antes de relembras as atividades.

 

O professor Waldir Bertúlio, que continuará diretor na próxima gestão, lembrou do início da entidade. Ele foi o primeiro presidente da Adufmat-Ssind e sofreu perseguição política, chegando a ser exonerado na época. “Quero agradecer a todos aqueles que fizeram muita fora para erguer a nossa associação política e o próprio Andes-Sindicato Nacional, que começou com docentes de sete universidades, e nós fizemos parte desse processo, em plena ação da ditadura civil-militar”, disse o professor, citando nomes como Sérgio Galati, Iraci Salles, Arnaldo Ibrahim Drummond e Nicolau Priante Filho. O professor Vicente Ávila, um dos fundadores do sindicato, também compareceu à cerimônia.      

 

A professora Clarianna Silva destacou que subsede do sindicato em Sinop sediará a sétima conferência estadual de direitos humanos. “Pela luta deste sindicato, o conselho de Direitos Humanos, que antes só atuava em Cuiabá, se interiorizou. Isso demonstra o compromisso político desta entidade com os direitos humanos”, pontuou, relatando, ainda, alguns enfrentamentos na região norte do estado, a elaboração minuta cuidadores e autistas, contra as visões capacitistas. “A Adufmat não só critica, ela conduz e ela ensina como fazer. Isso é histórico e acho que é o nosso legado também. Uma excelente gestão aos colegas que assumem esta tarefa”, concluiu a docente.

 

Por fim, a Diretoria agradeceu aos representantes do Sindicato dos Servidores Técnicos-administrativos (Sintuf-MT), Elisete Hurtado e Luzia Arruda, e do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Matheus Araújo, pela parceria nas ações políticas, e a troca da composição da mesa foi efetuada, dando lugar aos novos membros da Diretoria.

 

Adufmat é pra lutar!

 

“Gostaria de saudar a presença de todos e todas, e agradecer, não só pelas palavras dos companheiros e companheiras que estão voltando para a base, cumprindo a tarefa, muito bem cumprida, na direção da Adufmat-Ssind, mas pelo trabalho desempenhado nesses últimos dois anos. Trabalho que eu sei que não é fácil, mas tem sido fundamental, especialmente nesta que é uma entidade histórica de luta da classe trabalhadora e, beirando seus 50 anos de existência, contribuiu para consolidar o conjunto de lutas e conquistas, que a classe trabalhadora, professores e professoras, estudantes e técnicos e técnicas-administrativas e o conjunto de movimentos sociais e populares de Mato Grosso tiveram nos últimos 50 anos. Para além daqueles que são memória martirizada do nosso movimento, nós temos companheiros e companheiras que são memória viva aqui conosco”, iniciou o professor Breno Santos em seu primeiro pronunciamento como diretor geral da Adufmat-Ssind, acrescentando que conheceu boa parte dos ali presentes no mesmo auditório da posse, espaço em que, em suas palavras, obteve formação política por excelência desde 2018, quando chegou na universidade.    

 

“Nós temos muitas diferenças, táticas, estratégicas, e até estéticas, muitas vezes. Mas uma coisa é certa: o inimigo é muito cruel. Ele é muito forte, agressivo e incansável. Então, diante de um inimigo deste nível – estou falando de inimigo de modo genérico, porque a gente tem uma concepção de inimigo que é central, um modo de produção que explora, oprime e expropria cotidianamente a classe trabalhadora, com suas representações estatais, governamentais e empresariais. Ele é forte, é cruel, é incansável, e nós temos que ser iguais. Diante de um inimigo como este, a Adufmat-Ssind, que é uma entidade histórica de luta da classe trabalhadora, tem um desafio igualmente histórico. Diante da conjuntura brutal que nós vivemos de retirada de direitos e demolição da nossa concepção mais básica e fundamental de democracia, de universidade pública, de educação pública, nós precisamos nos manter uma luta unitária. A luta é uma expressão da composição da nossa sociedade, ela é inerente ao modo material, concreto, da sociedade que nós temos hoje. Diante disso, não tem um caminho que não seja lutar em unidade com todos esses setores. Nós precisamos das entidades e organizações do campo combativo e classista fortes e presentes na vida cotidiana, tanto da categoria quanto da classe trabalhadora. Uma Adufmat forte é fundamental para manter o Movimento Docente no rumo da luta, e fundamental para manter o diálogo saudável e combativo junto ao conjunto da classe trabalhadora. O compromisso central da nossa gestão será manter a Adufmat no sentido da luta”, concluiu o novo diretor.

 

A professora Maria Luzinete Vanzeler, que será diretora-secretária até 2027, também agradeceu aos presentes, aos votos obtidos, e concordou que as diferenças na unidade movem as lutas da categoria. “Devemos estar unidos dentro das semelhanças e diferenças, porque elas fazem o crescimento do sindicato”.

 

A diretora-geral adjunta empossada, professora Gerdine Sanson, disse estar feliz pela possibilidade de ter uma experiência na diretoria geral do sindicato - e também na representação local -, e destacou a questão da multicampia. “O olhar multicampi ainda está sendo construído dentro da UFMT, e a Adufmat-Ssind nos ajuda a criar espaços de diálogos que são bloqueados ou não trazidos espontaneamente pelo campus”, afirmou.

 

O também novo diretor, da pasta de Assuntos Culturais, Gustavo Canale, falou da importância da educação e da arte para a luta. “Trazer agitação cultural é fundamental no arco do desmatamento, no cinturão da soja, onde o enfrentamento ao Agronegócio se faz cada vez mais importante. A educação e a cultura têm um papel fundamental nesse processo”, concluiu.

 

 Os professores Gerdine Sanson e Gustavo Canale falaram de Sinop, por videoconferência 

 

Pela representação local em Sinop, o professor Mauro Dresch lembrou de sua graduação, na UFMT, no ano de “faz tempo”, e disse que, agora, enquanto docente, terá como desafio construir a unidade na defesa não apenas da categoria, mas do ensino superior. “Gosto de estar na UFMT, entendo a necessidade do sindicato na atuação de proteção, de acolhimento, busca de direitos e identidade dentro do corpo docente. O maior desafio na regional é buscar um pouco mais de articulação entre os professores, um discurso mais unificado, buscando maior consenso. Desafio que estamos nos propondo a atuar em prol, não só dos docentes, mas da UFMT inteira, levando em consideração todo esse movimento de desinteresse pela educação superior, de sucateamento - que nunca foi um problema, sempre foi um plano muito bem arquitetado, que está dando muito certo. Vamos trabalhar para que tenhamos uma universidade maior, mais unida e mais coesa, tratar sempre com diálogo e evitar ranhuras entre nós”, finalizou.

 

A docente Paula Moreira, também representante da subseção de Sinop, falou da necessidade de reorganização local. “A ideia é tentar colocar a Casa em dia, começar pelo princípio, relembrar à nossa categoria por que o sindicato existe. Fazer valer, de novo, a democracia; mostrar a força que tem a Adufmat em Sinop, e que isso é muito importante nos dias de hoje”.

 

Por fim, o professor Einstein Aguiar refletiu sobre a participação da categoria no processo eleitoral do sindicato e também concluiu que os professores precisam reconhecer a importância da luta sindical, tendo a Adufmat-Ssind como ferramenta. “A gente teve uma aula hoje, do Valdir e do Breno. Eles colocaram a Adufmat num contexto de temporariedade, mas nós somos atemporais. Eu fiquei chateado, porque, no processo eleitoral, nós tivemos 20 abstenções. Fiquei me perguntando: com uma única chapa candidata, a pessoa votou contra o sindicato? Nós precisamos criar uma cultura de engajamento... é assim que a sociedade está se pautando hoje. Mas nós não estamos conseguindo chegar no foco. Temos cerca de 1600 sindicalizados, a grande maioria doutores, e eu vejo tantos absurdos! Não podemos permitir que um colega fale mal do sindicato, isso é doentio. É preciso ter consciência. Alguém me perguntou qual era a minha profissão, e eu respondi: eu não sou um dador de aula, eu sou um educador!”, afirmou o, agora, diretor-tesoureiro do sindicato.

 

Em seguida, a eleição do Conselho Fiscal foi remetida para a primeira assembleia da gestão, devido à ausência de candidatos à função.

 

A assembleia foi encerrada após os cumprimentos feitos por docentes, estudantes e representantes de outros movimentos sociais, como Sintuf-MT e DCE – já mencionados -, e da coordenadora geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Profissional (Sinasefe-Mato Grosso), Andreia Iocca.


A representação local do Araguaia, “Democracia, participação e transparência”, não pode comparecer e será empossada em nova assembleia, convocada para 14/07. 
 

CONFIRA AQUI A GALERIA DE IMAGENS

 

Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Sexta, 04 Julho 2025 14:16

 

A Comissão Eleitoral informa que a Seção 8 - Local de votação para a Diretoria e representações locais da Adufmat-Ssind 2025 no Hospital Julio Müller mudou para Sala 2 do Bloco Didático HUJM. 

Sexta, 04 Julho 2025 14:16

A Comissão Eleitoral informa que a Seção 8 - Local de votação para a Diretoria e representações locais da Adufmat-Ssind 2025 no Hospital Julio Müller mudou para Sala 2 do Bloco Didático HUJM. 

Quinta, 26 Junho 2025 16:52

 

A votação para escolha da Diretoria e representações locais da Adufmat-Ssind, biênio 2025-2027, está marcada para a sexta-feira, 04/07, das 8h às 21h (horário de Cuiabá). Para que todos os docentes sindicalizados possam participar, a Comissão Eleitoral disponibilizará 12 urnas nos campi da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em Cuiabá, Várzea Grande, Sinop e Araguaia.

Para votar será necessário, apenas, apresentar documento com foto reconhecido por lei (RG, CNH, Passaporte, Carteira da Adufmat-Ssind e carteira profissional), lembrando que, conforme Edital Eleitoral (disponível aqui), estão aptos a votar todos os sindicalizados com a contribuição sindical mensal em dia e filiação realizada até 24/05/2025 (veja aqui a lista de docentes aptos a votar).  

Confira, abaixo, os locais exatos onde as urnas serão dispostas no dia 04/07, por seção/bloco:

Seção 1

Urna para docentes aposentados e ativos lotados na Faculdade de Educação Física (FEF)  

Local: Auditório da Adufmat-Ssind

Seção 2

Urna para docentes lotados nos cursos que funcionam nos institutos de Linguagens (IL) e de Educação (IE)

Local: Saguão térreo do IL

Seção 3

Urna para docentes lotados nos cursos que funcionam nos institutos de Geografia, História e Documentação (IGHD), Ciências Humanas e Sociais (ICHS), Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (FACC) e Faculdade de Economia (FE).  

Local: Pátio IGHD/ICHS

Seção 4

Urna para docentes lotados nos cursos que funcionam no Institutos de Ciências Agrárias e Ambientais e Faculdade de Medicina Veterinária (Famev)

Local: Próximo ao Batatão

Seção 5

Urna para docentes lotados nos cursos da área da Saúde, Instituto de Saúde Coletiva (ISC), Faculdade de Nutrição (Fanut), Faculdade de Enfermagem (Faenf), Faculdade de Biologia e Faculdade de Medicina (Famed).

Local: Saguão da Enfermagem

Seção 6

Urna para docentes lotados na UFMT campus Várzea Grande

Local: Saguão do Bloco Didático II

Seção 7

Urna para docentes lotados nos cursos que funcionam nos institutos de Ciências Exatas e da Terra (ICET), de Computação (IC) e Faculdade de Física.  

Local: Rodoviária

Seção 8

Urna para docentes que trabalham no Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM)

Local: Sala 2 do Bloco Didático HUJM (*atualizado a pedido da CE no dia 04/07/25)

Seção 9

Urna para docentes lotados na Faculdade de Direito (FD)

Local: Saguão da Faculdade de Direito

Seção 10

Urna para docentes lotados na UFMT campus Sinop

Local: Auditório da Adufmat-Ssind Sinop

Seção 11

Urna para docentes que trabalham na UFMT campus Araguaia-Barra do Garças

Local: Campus Barra - Sala 224

Seção 12

Urna para docentes que trabalham na UFMT campus Araguaia- Pontal do Araguaia

Local: Anfiteatro do Pontal

 

Voto em trânsito

É assegurado aos sindicalizados que não estejam em suas seções eleitorais o voto em trânsito, mediante assinatura em lista específica na seção eleitoral onde se encontra e declaração por escrito da sua seção eleitoral de origem. Para este procedimento também será necessária a apresentação de documento com foto reconhecido por lei (RG, CNH, Passaporte, Carteira da Adufmat-Ssind e Carteira profissional).   

 

Veja essas e outras informações sobre a eleição para Diretoria e representações locais da Adufmat-Ssind aqui.

 

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quinta, 12 Junho 2025 13:49

 

Clique no texto a seguir para ver o documento (também disponível para download logo baixo, em Baixar Anexos). 

 

Anexo II - Ficha de Inscrição Representações Locais

Quinta, 12 Junho 2025 13:38

 

Clique no texto a seguir para ver o documento (também disponível para download logo baixo, em Baixar Anexos). 

 

ANEXO I - FICHA DE INSCRIÇÃO

Quinta, 12 Junho 2025 09:57

 

Os ataques políticos do capital a entidades sindicais não param e, como a história aponta, a Justiça burguesa sempre foi uma das ferramentas utilizadas para desferir golpes. Aqueles que são contrários aos movimentos de trabalhadores organizados e suas demandas por direitos e pela democracia se reuniram, nos últimos anos, não apenas para tentar dar um golpe de Estado e impor Bolsonaro, mas também para encontrar brechas na legislação, visando reverter até mesmo os pequenos avanços e conquistas da maior parte da população.   

 

Da mesma forma tem agido a Advocacia-Geral da União (AGU) dentro da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Além do entrave colocado pela instituição ao pagamento do direito aos 28,86%, reconhecido ainda na década de 1990, a AGU tem pressionado - sem qualquer justificativa convincente que não aponte apenas para perseguição política – pela cobrança de aluguel das entidades sindicais que ocupam a universidade com a anuência da instituição por meio de acordo de comodato assinado, lavrado e ainda em vigência.

 

A Adufmat-Ssind ocupa, desde o início da década de 1990, uma área de 600m² no campus da UFMT em Cuiabá, cedida por meio de contrato de comodato firmado em 1992, com prazo de 49 anos e 11 meses. No entanto, na tarde de terça-feira, 10/06, a Diretoria da Adufmat-Ssind foi surpreendida ao receber o Despacho n. 00177/2025/COORD/EADM1/PGF/AGU e uma minuta de pedido de tutela de ação de reintegração de posse, que sugere, inclusive, o uso da força, caso necessário - “desocupação coercitiva com auxílio de força policial”, para utilizar as palavras do documento (leia aqui a íntegra do despacho e da minuta).

 

É verdade que a Reitoria anterior já havia realizado alguns movimentos nesse sentido, mas as entidades sempre se dispuseram a tratar do assunto dialogando politicamente com a administração da universidade, já que essa relação é histórica, direta, legal e legítima. Com a chegada do despacho e, especialmente, da minuta que prevê o uso da força para reintegração, docentes e técnicos se perguntam em que momento a AGU passou a se sentir autorizada a se intrometer desta forma nas relações entre as partes.

 

“É de se destacar que a AGU, primeiro, propôs a cobrança de aluguel, tratando a gente como se fosse empresa privada, sem que fosse feito um cálculo de cobrança do aluguel pautado em qualquer critério construído coletivamente. A gente não sabe de onde eles tiraram critérios para estabelecer esses valores. A AGU ignora solenemente o fato de que o prédio da Adufmat-Ssind foi construído com recursos próprios, então, até mesmo numa locação privada, em espaço privado, se o locatário faz benfeitorias dentro de um prédio, isso é descontado do aluguel. No caso da Adufmat-Ssind não é só benfeitoria. Agora, de fato, nós estamos iniciando uma benfeitoria de aproximadamente R$ 250 mil para a reforma da cobertura, mas a Adufmat-Ssind construiu todo o prédio. Então a AGU não se pergunta qual é a legalidade de se cobrar aluguel de um prédio que foi a gente que construiu; o terreno é da universidade, mas o prédio é nosso”, afirmou a diretora geral adjunta da Adufmat-Ssind, Lélica Lacerda.

 

Além disso, as entidades reclamam da atuação completamente alheia às práticas estabelecidas pela universidade que, justamente com as entidades representativas, sempre defendeu sua autonomia. “A AGU ignorou a participação das entidades na construção de uma alternativa sobre a nossa permanência dentro do campus. Ela está tratando a Adufmat-Ssind e o Sintuf-MT de forma análoga a empresas privadas. Nós não somos empresas privadas, nós somos entidades de direito privado, porém de interesse público. Nós representamos as categorias que compõem a universidade. Nossas sedes executam trabalhos de todas as naturezas: públicas, políticas, sindicais, artísticas, culturais. O próprio prédio da Adufmat-Ssind é reconhecidamente um patrimônio arquitetônico, cultural, artístico e, portanto, a gente não pode ser tratado de forma análoga a empresas. A AGU acusa as instituições de estarem dentro da universidade sem nenhum fundamento jurídico, mas isso é uma inverdade. Nós temos um contrato de comodato que vai vencer em 2042. Nós não vamos abrir nenhum tipo de negociação sobre cobrança de qualquer tipo de coisa até que vença esse contrato. Esses documentos são o que nós reconhecemos como válido. Não existe lei que retroaja de forma a prejudicar parte, prejudicar direito”, criticou a diretora sindical.  

 

Em reunião com a Reitoria nesta quarta-feira, 11/06, Adufmat-Ssind e Sintuf-MT reafirmaram sua posição de negociar a possibilidade de pagamento de um aluguel somente após o vencimento do contrato de comodato em 2042. De acordo com os relatos, a administração se comprometeu com as entidades. “É assim que nós estamos interpretando e foi isso que a gente requereu da Reitoria na reunião de hoje. A Reitoria se comprometeu a referendar essa interpretação das entidades e responder à AGU que ela vai tomar a frente desta questão. Ela está reconhecendo a validade destes documentos e, portanto, a AGU não precisa atuar em cima dessa questão”, destacou Lacerda.     

 

A docente afirmou, ainda, que as entidades enfrentarão este ataque e observou que, se há uma presença indevida dentro da universidade, é a da própria Advocacia-Geral da União. “Diante disso tudo, as entidades se negam a legitimar essa ação da AGU, a gente interpreta não como a aplicação de uma lei democraticamente constituída, mas a utilização de uma lei para promover ataque político aos sindicatos, e nós não vamos tolerar qualquer ação deste tipo. Da nossa parte, das direções do sindicato, nossa postura é de enfrentamento. Nós temos embasamento jurídico e legitimidade política para estar dentro da universidade. Se alguém de fora está aqui, sem pagar aluguel, se utilizando da estrutura de forma indevida, é a AGU, que está dentro do espaço, utilizando servidores da universidade, água, luz e telefone, usando carro da universidade, sendo que nem é e nem representa ninguém da universidade”, concluiu.

 

O sindicato convocou assembleia geral extraordinária para a próxima segunda-feira, 16/06, às 13h30, para debater este ponto de pauta (leia aqui a convocação).

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Sexta, 06 Junho 2025 16:11

 

A Comissão Eleitoral responsável pela Eleição da Diretoria da Adufmat-Ssind biênio 2025-2027, publiciza a lista de docentes aptos a votar no pleito que ocorrerá no dia 04/07. Eventuais correções podem ser enviadas ao e-mail da comissão: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.

Clique aqui para ver o documento (também disponível para download no Arquivo Anexo abaixo)  

Quarta, 04 Junho 2025 10:58

 

Nesta sexta-feira, 06/06, o deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) estará em Cuiabá junto a caravana que tem rodado o Brasil em busca de apoio contra a ameaça de cassação do seu mandato. Ele participa de evento público na sede da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat-Ssind) a partir das 18h.  

 

No início do ano passado, o parlamentar foi vítima da tática bolsonarista de irritar oponentes, e reagiu ao xingamento de um militante do MBL desferido contra sua mãe - que na época estava internada, mas acabou falecendo alguns dias depois.

 

A rede de apoio de Glauber Braga denuncia que a ameaça tem caráter tendencioso, já que outros parlamentares com acusações muito mais graves tiveram tratamento diferenciado. Chiquinho Brazão (ex União Brasil-RJ), por exemplo, um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), em 2018, foi cassado somente em 2025 pela Mesa Diretora da Câmara e não pelo Plenário - o que o livrou de ficar inelegível por oito anos. Em 2022, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) perseguiu pessoas na rua empunhando uma arma de fogo; três anos depois, a peelista ainda afirma ter confiança de que a Câmara não cassará seu mandato - apesar, inclusive, de ter sido condenada pelo Superior Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão pela invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), praticada em janeiro de 2023.

 

Após uma greve de fome que durou nove dias, em abril deste ano, Glauber Braga conseguiu um acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), adiando por mais 60 dias a apreciação do processo de cassação de seu mandato.  

 

A visita de Glauber Braga a Cuiabá é uma parceria entre Adufmat-Ssind, Andes-Sindicato Nacional, Psol-MT e outros movimentos sociais de trabalhadores organizados, que convidam partidos políticos, organizações e pessoas defensoras da democracia a se juntarem a este movimento em defesa do mandato de caráter popular de Glauber Braga. 



Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind