Nota de repúdio à violência política praticada, e de solidariedade às mulheres de Sinop participantes do ato 8M
A Diretoria da Adufmat-Sssind vem, por meio desta nota, repudiar veementemente a violência política de gênero praticada contra as mulheres de Sinop, participantes do ato do Dia Internacional da Mulher.
O 8 de Março é dia de luta internacional das mulheres por direitos e igualdade de gênero. Não a toa: vivemos no quinto país que mais matou mulheres no mundo em 2024 e, além disso, Mato Grosso foi o estado que mais matou mulheres no Brasil.
Uma condição fundamental para a transformação desta inaceitável realidade é a participação das mulheres na vida política do Estado, denunciando publicamente suas questões e apresentando suas demandas à sociedade.
A interdição de um ato político que reivindicava escola em tempo integral, com a violenta explosão de uma bomba, configura-se num crime político que não prejudica apenas as mulheres presentes no ato, mas toda a sociedade mato-grossense, já que perpetua a violência que afeta mulheres e meninas, mas também homens que perdem suas esposas, irmãs, mães, filhas, como vimos no caso do deputado Cattani, o principal inimigo público das mulheres, com sucessivos ataques ao segmento.
Além disso, quando as mulheres são impedidas de pautar suas questões em público, a democracia também é fragilizada ao não contemplar suas pautas na vida pública.
Por uma sociedade mais justa, por igualdade de gênero, pela democracia e pela vida das mulheres, a Adufmat-Ssind manifesta sua solidariedade às mulheres de Sinop e exige que as autoridades descubram os violadores deste ato, punindo-os exemplarmente.
Mato Grosso, 12 de Março de 2025
Diretoria da Adufmat-Ssind
Gestão Lutar e Mudar as Coisas nos Interessa Mais
ATUALIZADA - Atividades do 8 de Março começam nesta quinta-feira 06 e vão até o dia 19; confira aqui a agenda
Atualizada às 14h10 do dia 11/03/25*
O Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras – 8 de Março - está chegando, e em meio a tantos retrocessos políticos, se mostra ainda mais necessário. Por isso, este ano, as mulheres de Mato Grosso se emprenharam para construir uma agenda de atividades, que começa nesta quinta-feira, 06/03 e vai até a próxima quarta-feira, dia 19/03. Confira:
06/03 – quinta-feira, às 18h30
Debate “Vida além do trabalho”, no auditório da Adufmat-Ssind, com participação de representantes dos coletivos Organização Socialista Libertária (Patrícia Acs), Movimento Vida Além do Trabalho – VAT (Thayna Gomes) e Associação de Apoio Patrulha Maria da Penha e Lideranças Sociais – Amaplis (Madalena).
O debate levantará argumentos sobre a luta pela redução da jornada 6X1 e também 7x0, que está relacionada ao cuidado.
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07/03, sexta -feira, às 8h30
Lançamento do Laboratório Nenhuma a Menos, do qual o Grupo de Trabalho Política de Classe para Questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) da Adufmat-Ssind faz parte. A ideia do Laboratório é gerar dados e dar visibilidade aos mesmos para provocar instituições e entidades, fim de intervir na cultura machista que provoca a violência contra as mulheres.
Participação das componentes Ana Clara, Lélica, Daniele e Dejenanna, Salete e Clarianna, que serão responsáveis, respectivamente, pelos temas boas-vindas, eixo violências, eixo VPG, eixo orçamento e eixo assédio. O evento será presencial, no auditório da Adufmat-Ssind e também transmitido pelas redes. A organização oferecerá um coffee break ao final do debate presencial.
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08/03, sábado, a partir das 8h
Ato público com concentração na Praça Alencastro, em frente à Prefeitura de Cuiabá.
19/03, quarta-feira, às 14h
Debate no auditório da Adufmat-Ssind e também online (híbrido) sobre as condições de trabalho das docentes da UFMT. Este é um chamado para que as mulheres da UFMT compartilhem suas condições de trabalho e estudo, particularizando as questões pelo fato de serem mulheres. Para além disso, o sindicato convoca a categoria para contribuir com o debate sobre encargos docentes que já está sendo realizado pela categoria. O evento estava agendado inicialmente para o dia 12 deste mês, mas foi transferido pela organização para a próxima quarta-feira, 19.
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
ATUALIZADA - Atividades 8M: confira a programação para os dias 07 e 08/03 em Cuiabá e Sinop
A Adufmat-Ssind convida a categoria docente e toda a comunidade acadêmica da UFMT para as atividades relacionadas ao Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras - 8 de Março - de 2024.
A partir do tema "Mulheres nas ruas contra o Fascismo e a Ditadura: pela vida das mulheres, por nossos corpos e territórios", a programação em Cuiabá, construída por diversos coletivos de mulheres, inclui dois eventos: Mesa de Análise de Conjuntura na quinta-feira, 07/03, às 19h, no auditório da Adufmat-Ssind. A partir das 21h, a atividade dará espaço a um Sarau Cultural com artistas como Mene e Gê Lacerda; na sexta-feira, 08/03, ato de rua com início na Praça Alencastro (em frente a Prefeitura de Cuiabá), a partir das 17h.
"A ideia é que possamos pensar juntas como anda a realidade social em Mato Grosso e, a partir disso, encaminharmos as possibilidades de ações para avançarmos. Na sexta-feira estaremos nas ruas defendendo nossos direitos, nossos corpos e nossos territórios, contra qualquer ameaça de ditadura e fascismo", afirmou a diretora geral adjunta da Adufmat-Ssind, Lélica Lacerda.
Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Mato Grosso foi o estado com a maior taxa de feminicídio em 2023, com número 90% superior à média brasileira.
Sinop
Em Sinop, a subseção convida para a palestra "Como abordar as relações de gênero e a luta por direitos das mulheres na escola". A atividade, também organizada por diversos coletivos, será realizada com duas turmas, em dois horários, às 14h e às 19h, no auditório da Adufmat-Ssind.
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Adufmat-Ssind recompõe representação na Comissão de Consulta para a Reitoria e debate construção do 8 de Março, entre outras questões, em assembleia geral realizada nesta sexta-feira, 23/02
Nesta sexta-feira, 23/02, a Adufmat-Ssind realizou a primeira assembleia geral ordinária do ano. Os pontos de pauta, conforme a convocação, foram: Informes, Análise de Conjuntura, Recomposição da Representação docente na Comissão de Consulta para Reitoria da UFMT e Mobilização do 8 de Março.
Durante o ponto de pauta Informes, a Diretoria do sindicato lembrou que o 42º Congresso do Andes começa na próxima semana, em Fortaleza - CE, e a Adufmat-Ssind será representada por 10 docentes que foram eleitos em assembleia realizada em novembro.
A diretora Adriana Pinhorati falou, ainda, que o Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA) participou do 9º Fórum Mundial da população idosa de forma online. O relatório elaborado pelos participantes será divulgado pelo sindicato.
A professora Clarianna Silva, também diretora da Adufmat-Ssind, falou sobre a mobilização em defesa da proposta de Progressão Funcional elaborada pela categoria dentro sindicato. Segundo a docente, foram 22 reuniões com unidades acadêmicas que demonstraram apoio, no sentido de que a minuta do sindicato seja, ao menos, apreciada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe). O sindicato enviou ofício ao Conselho pedindo direito à fala e recebeu resposta de que o pleno vai avaliar o pedido, durante a reunião que debaterá exclusivamente a Progressão Funcional, prevista para março. “Esse foi o mesmo encaminhamento que a secretaria do Consepe tinha anunciado anteriormente, mas na data programada a presidência da mesa sequer avaliou a possibilidade. Mas nós temos, novamente, essa perspectiva, de que dessa vez a gente consiga apresentar a minuta”, afirmou Silva.
A docente destacou, entretanto, que uma outra convocação de reunião do Consepe trouxe questão relacionada ao Relatório de Eletrônico Anual, pois, na sua compreensão, essa é uma atividade também relacionada à Progressão e não deveria ter o debate antecipado ao da própria minuta de Progressão Funcional.
A diretora geral adjunta, Lélica Lacerda convite às mulheres para construir um 8 de Março (Dia Internacional de Luta das Mulheres) combativo para derrotar o fascismo nas ruas. “Há um acúmulo interessante construído com companheiras do MST, indígenas e imigrantes. No dia 07 haverá um debate sobre conjuntura na Adufmat-Ssind, para agente entender como as distintas forças de mulheres estão enxergando e compreendendo o contexto”, explicou. Há uma programação sendo fechada pelas organizadoras que será divulgada em breve para a participação da categoria. Entre as atividades previstas estão um sarau, manifestações e adesivaço.
Por fim, o diretor Maelison Neves informou que ainda faltam dois debates entre os candidatos que disputam a Reitoria da UFMT, nos dias 26/02 e 04/03 (saiba mais aqui). O primeiro turno da eleição será no dia 06/03.
O professor Aldi Nestor, da base do sindicato, fez informe sobre decisão da Câmara de Extensão que ocorreu em 14/12/23, alterando o fluxo dos projetos de extensão, que historicamente começam nos Departamentos, seguem para as Congregações e, por último, são avaliados pela Câmara de Extensão. “Na compreensão do Departamento de Matemática, essa inversão, começando pela Câmara, interfere na autonomia dos departamentos. A primeira proposta do nosso departamento, depois disso, foi reprovada pelo parecerista sem que o departamento pudesse fazer qualquer tipo de esclarecimento”, disse o docente. O Departamento de Matemática recorreu contra esta inversão no Consepe e, segundo o professor, caso a decisão seja negativa, a unidade recorrerá também à Adufmat-Ssind.
Análise de Conjuntura
O professor Aldi Nestor de Souza iniciou o ponto de pauta Análise de Conjuntura destacando três fatos recentes: a chegada de máquinas agrícolas para a Agricultura Familiar em convênio entre o Governo brasileiro e fabricantes chineses o que, segundo o professor, demonstra um grande problema de falta de políticas nacionais para o setor; a expansão do Fies, programa que destina recursos públicos para instituições privadas de ensino superior, que fez os conglomerados econômicos de educação superior comemoraram o aumento de suas ações na bolsa no mesmo dia do anúncio; e o programa “Pé de meia” do Governo Federal, uma escala de pagamento para estudantes do ensino médio, uma política equivocada para reduzir a evasão escolar, segundo o docente.
Esses três alertas mobilizaram as análises de outros docentes, que elencaram diversos exemplos acerca de como a universidade pública está ausente dos debates de interesse nacional e que recaem, inclusive, sobre ela mesma.
“São questões relevantes que dizem respeito à formação dos estudantes que vão entrar na universidade, e que a essas instituições estão afastadas. A universidade está perdendo até campo de estágio, nós temos que disputar edital de campo de estágio para a licenciatura”, disse a professora Iramaia Cabral.
A professora Alair Silveira destacou, entre outras coisas, o fato de que o mesmo Governo não avança nas negociações com os servidores públicos sobre carreia e salários, e o professor Maelison Neves concordou que as políticas nacionais adotadas pelos governos impactam diretamente nas funções dos cientistas, dos produtores de conhecimento, isto é, dos professores e também dos estudantes universitários.
Ao mesmo tempo, as pessoas se mostram cada vez menos preocupadas em avaliar tudo o que está acontecendo, observaram outros docentes. “O esvaziamento político e o distanciamento da consciência de classe chegou ao ponto de não conseguirmos chamar o autoritário de autoritário e o genocida de genocida. O fascismo está se tornando o senso comum, a ponto de professor ser perseguido por estar dando aula sobre darwinismo e não evolucionismo”, disse a professora Lélica Lacerda.
Não houve nenhum encaminhamento após o debate deste ponto de pauta.
Recomposição da representação docente na Comissão de Consulta para a Reitoria
Diante da renúncia formal de três docentes da Comissão de Consulta para a Reitoria da UFMT e da participação ativa de apenas dois professores, a diretoria convocou assembleia para recompor a representação.
Após algumas considerações e esclarecimentos sobre o Regimento da Consulta aprovado pelas entidades, foram indicados os professores Aldi Nestor de Souza, como titular, e Irenilda Santos e Denilton Gaio, como suplentes, no lugar dos professores José Domingues de Godoi Filho, Maria Salete Ribeiro e Gleyva Oliveira.
Mobilização do 8 de Março
Recursos para atividades do 8 de Março, entre atos, festividades e debates em conjunto com o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). A ideia das atividades em conjunto, segundo a diretora Lélica Lacerda, é promover, também, a humanização do movimento, atacado por discursos de ódio que aumentaram durante os últimos anos. O valor aprovado foi de R$ 7 mil.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
CONVITE - Por um 8M combativo para derrotar o fascismo nas ruas! Reunião nesta terça-feira, 06/02
Membro do GTPCEGDS da Adufmat-Ssind é homenageada em Sinop no Dia Internacional das Mulheres
Em um dos municípios mais conservadores do estado, a professora Clarianna Martins da Silva, membro do Grupo de Trabalho Política de Classe para Questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) da Adufmat-Ssind, foi uma das homenageadas pela Câmara Municipal no último Dia Internacional das Mulheres como “Mulher de Destaque em Sinop”.
Dentro da Casa de Leis que proibiu por lei, em 2022, qualquer manifestação, divulgação, publicação ou discussão em ambientes públicos e privados sobre gênero, sexualidade e direitos reprodutivos, a professora, que também é membro do Coletivo Sinop Para Elas (que surgiu por meio de ações do GTPCEGDS na UFMT), destacou que a data simboliza, sobretudo, a luta das mulheres e, em vez de parabéns e flores, os parlamentares devem promover ações efetivas que preservem as vidas e os direitos das mulheres. “Nesse dia Internacional das Mulheres, mais do que parabéns, nós precisamos de projetos de Lei, de políticas públicas que nos possibilitem sobreviver em uma cidade mais adequada para as mulheres. Queremos que se coloquem as mulheres como prioridade nos programas de habitação, de reinserção no mercado de trabalho, que sejam criadas políticas públicas de acolhimento à todas as mulheres, que são parte significativa da nossa sociedade, afinal, somos metade da sociedade, a outra metade são nossos filhos”, afirmou.
A Lei 3036/22, que proibiu o que chamam de “manifestações de ideologia de gênero” com o argumento de que essas questões promovem a “desconstrução da família e do casamento tradicional”, foi o “presente” da Casa em 2022, publicada em 09 de Março.
A vereadora Professora Graciele (PT) presidiu a sessão de homenagem às mulheres em Sinop este ano. Única mulher eleita nesta legislatura e parlamentar que indicou a colega de ofício para receber a homenagem, Graciele, que já foi alvo de ataques diversas vezes por parte dos vereadores conservadores, também enfatizou a luta como centralidade da data. “Esta data simboliza a luta por vida digna, por direito humano, pelos direitos das mulheres. É essa luta precisa ser lembrada não só hoje, mas sempre. Enquanto única mulher da Câmara, eu entendo que devemos ampliar muito a participação feminina ainda, a ocupação delas em todos os espaços, aumentar o respeito no trato com as mulheres. Essa sessão é uma forma de dizer da nossa gratidão e do nosso reconhecimento pelo importante trabalho desenvolvido pelas mulheres na nossa cidade e, reforçar o nosso compromisso quanto Legislativo para a promoção de políticas públicas para as mulheres”, concluiu a vereadora.
Menos flores, mais respeito
Contraditoriamente, os vereadores que homenagearam as mulheres de Sinop em 2023 protagonizaram outros inúmeros episódios nada presenteáveis até os dias atuais.
A Câmara Municipal de Sinop aprovou a Lei 3006/21, que proíbe a flexibilização do gênero neutro; foi palco de ataques à população negra no Dia da Consciência, por meio da não aprovação de projeto de lei que visava tornar mais diversa a publicidade produzida no município, incluindo cotas para pessoas negras, cadeirantes, entre outros – além de exigências protocolares aos integrantes do Movimento Negro não exigidas a outras entidades conservadoras; também reprovou o projeto de Lei 048/21, que criaria o Mapa das Violências contra a Mulher no município de Sinop.
Em maio de 2021, o município repercutiu nacionalmente por conta do episódio dos outdoors, derrubados a motosserra, porque faziam críticas ao Governo Bolsonaro, expondo a alta de preços, os altos índices de desemprego e a negligencia do Governo Federal com relação à pandemia. Além disso, em 2019 houve retaliação da Câmara Municipal e da Prefeitura de Sinop à pintura da Greta Thunberg, feita por artista local e vandalizada por bolsonaristas, fato que também ocupou o noticiário nacional. No mesmo ano, a Casa de Leis reprovou o projeto de Lei 87/2019, apresentado pela então vereadora professora Branca (PL), que obrigava bares, restaurantes e casas noturnas a adotarem medidas que auxiliassem mulheres que estivessem se sentindo em situação de risco.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Foto: Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal de Sinop/vereadora Profa. Graciele
8M: Em Sinop, março começa com campanha de incentivo a denúncias de assédio
“Estamos entrando em março, mês que relembra e fortalece a luta das mulheres pelos direitos trabalhistas, por igualdade econômica, social, direitos políticos e igualdade de gênero. E é neste contexto que nós, da Adunemat, em parceria com a Adufmat, aproveitamos para lançar a campanha Adunemat e Adufmat no combate ao Assédio sexual, violência sofrida, na maioria das vezes, por mulheres.”
Assim começa o manifesto das seções sindicais do Andes - Sindicato Nacional em Sinop, Adunemat-Ssind e Adufmat-Ssind, anunciando que, durante todo o mês de março, realizarão uma campanha de incentivo às mulheres para que denunciem assédio sexual.
Com o slogan “Assédio é Crime: Assédio não é Elogio”, os dois sindicatos vão compartilhar materiais informativos por meio das redes sociais. “Acreditamos que a divulgação de informação é fundamental para a prevenção e combate deste tipo de violência que afeta o cotidiano de trabalhadoras, trabalhadores e estudantes”, afirma o documento, acrescentando que o assédio sexual já é tipificado no código penal brasileiro (Artigo 216-A).
O principal meio de denúncia é o Canal de Atendimento a Mulher, por meio do número de telefone 180.
Confira o texto na íntegra:
Adunemat e Adufmat contra o assédio sexual
Estamos entrando em março, mês que relembra e fortalece a luta das mulheres pelos direitos trabalhistas, por igualdade econômica, social, direitos políticos e igualdade de gênero. E é neste contexto que nós, da Adunemat, em parceria com a Adufmat, aproveitamos para lançar a campanha "Adunemat e Adufmat no combate ao Assédio sexual", violência sofrida, na maioria das vezes, por mulheres.
A proposta da campanha é colaborar com o combate das situações de assédio, encorajando as mulheres a denunciarem seus assediadores, dentro ou fora da universidade. Durante todo mês de março, a Adunemat e a Adufmat- por meio das redes sociais, divulgarão materiais informativos para ampliar o debate sobre este crime já tipificado no código penal.
Acreditamos que a divulgação de informação é fundamental para a prevenção e combate deste tipo de violência que afeta o cotidiano de trabalhadoras, trabalhadores e estudantes.
⚠️ E se você ou alguém que você conhece for vítima de assédio na universidade, na rua, no trabalho, não se cale.: ligue 180. Na universidade, você pode denunciar através dos sites institucionais, por meio da ouvidoria.
➡️ Acesse nossas redes sociais em @adunemat ou @adufmatssind e conheça nossa campanha!
➡️ Essa luta é de todos e todas!
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
8M: acampamento e ato público marcam o Dia Internacional das Mulheres em Cuiabá
As ações contra o feminicídio e as desigualdades de gênero já extrapolam o 8 de Março – Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras. Em Mato Grosso, haverá atividades na capital e em outros municípios. Em Cuiabá, um conjunto de mulheres, coletivos feministas, movimentos populares, organizações políticas e sindicatos realizará um acampamento pedagógico entre os dias 06 e 08/03, culminando com ato público na manhã do Dia Internacional das Mulheres. Estarão presentes mulheres do campo e da cidade que acompanham a agenda nacional de jornada de lutas.
“A ideia é reunir participantes de várias regiões de Mato Grosso, interior e baixada cuiabana, no acampamento, exclusivamente de mulheres, com o objetivo de propiciar um espaço de partilhas, debates e aprendizagens. Nele, as acampadas realizarão um levantamento das condições de vida das mato-grossenses, mapeando as pautas mais urgentes para a reivindicação de políticas públicas voltadas ao gênero, além de ser um momento de formação”, explica Patrícia Acs, professora da rede estadual e uma das organizadoras.
De acordo com a professora da Universidade Federal de Mato Grosso, Lélica Lacerda, que também faz parte da organização do evento, ao final dos três dias, o grupo terá em mãos um documento propositivo, que será apresentado a instituições e órgãos públicos. “Nossa intenção é fazer um diagnóstico amplo. Depois das plenárias, com mulheres indígenas, quilombolas, do campo e da cidade, vamos nos dividir em grupos de trabalho para particular a compreensão e diagnóstico de cada território. Isso será sintetizado por uma comissão e a síntese servirá como base para um relatório que aprovaremos ao final do dia. Debateremos todos os tipos de violência, desde a econômica - salarial, fome, desemprego -, até a violência política, inclusive com anuência do Estado, e a gente quer propor soluções, ações concretas para abrir diálogo com órgãos e instituições. Nós queremos intervenção externa e sistemática, políticas públicas para ações concretas em cada região”, afirma.
O acampamento terá início na noite de segunda-feira, dia 06/03, na região do CPA, com mesa de abertura sobre o protagonismo das mulheres nas lutas sociais ao longo da história e apresentações culturais; no dia 07/03, ocorrem os debates sobre as realidades sociais enfrentadas pelas mulheres no estado e os desafios para o próximo período; no dia 08/03, pela manhã, as mulheres saem em marcha para se juntar ao ato público, que terá concentração na Praça Ulisses Guimarães (em frente ao Shopping Pantanal), a partir das 07h.
Entre as principais pautas levantadas pelas mulheres estão o bem viver, a democracia, o fim das violências contra as mulheres, o fim da fome e das práticas de fascismo, além do fim do feminicídio – em 2022 foram 48 casos em Mato Grosso, e deve-se considerar que há sempre subnotificação; este ano, .
A partir dos debates, as mulheres objetivam construir um documento formal de reivindicação, que pautará a cobrança do poder público e outras ações no decorrer de 2023.
Fonte: Organização (com edição e inclusão de informações de Adufmat-Ssind)
Mulheres ocupam Reitoria do IFMT e protocolam documento exigindo impessoalidade e igualdade no serviço público
Mulheres de diversas entidades de trabalhadores ocuparam a Reitoria do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), em Cuiabá-MT, na última terça-feira, 8 de março - Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras. Além do simbolismo da data, o ato também foi motivado por uma recente perseguição. Na ocasião, o grupo protocolou um documento (leia aqui) requerendo a obediência aos princípios da Administração Pública: impessoalidade e igualdade.
Na presença do reitor Julio César dos Santos, as mulheres cobraram ainda a criação de políticas para o combate ao machismo institucional e estrutural dentro da instituição.
A servidora Priscila Ferrari, psicóloga do IFMT, fez a leitura do documento em solidariedade à professora de Filosofia do campus do IFMT em Alta Floresta, Maria Oseia Bier, que vem sendo envolvida em sucessivos processos administrativos. O último, uma Investigação Preliminar Sumária (IPS), que data de 23/02, tem como base um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) já arquivado, no qual a professora era acusada de “exagerar a sua reação quando se recusou a ceder a palavra a dois coordenadores do IFMT, no momento de sua fala em uma reunião pedagógica”.
A época, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica de Mato Grosso (Sinasefe-MT) emitiu uma nota de repúdio, assinada também por outras entidades, considerando a instauração da investigação uma ameaça de desarquivamento do PAD. As entidades também questionaram os critérios nada transparentes para a constituição da comissão investigativa e os motivos utilizados como justificativa para tal processo.
Após a exposição dos motivos do manifesto no IFMT pelas trabalhadoras, o reitor assinou o protocolo do documento e firmou o compromisso de realizar uma reunião entre o jurídico do (Sinasefe MT) e o corregedor do IFMT, para esclarecimentos e acesso aos autos do processo, o que é direito de todo servidor que esteja sendo investigado.
Também participaram do ato mulheres representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Associação dos docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind), Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES-SN), Batuque das Mulheres, Movimento Negro, Coletivo de Mulheres Camponesas e Mulheres Urbanas, que antes haviam se reunido na Praça Rachid Jaudy para marcar o Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras.
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind com informações do Sinasefe.
Pela vida das mulheres, as ruas se enchem novamente em Cuiabá, no Brasil e no mundo
Os quase dois anos de quarentena por causa da pandemia de Covid-19 esvaziaram as ruas e os espaços físicos de debates políticos em todo o mundo. No entanto, após a vacinação de quase 80% da população brasileira, e com as atividades ordinárias sendo retomadas, também as ruas, espaços históricos de diálogo com a população, retomaram suas cores.
Neste 8 de Março, Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras, manifestações em no Brasil e no mundo demonstraram que a data sempre foi e ainda é imprescindível. Os números de feminicídio e de desigualdades registram, ainda que de forma subnotificada, que é preciso transformar radicalmente as sociedades atuais. As dificuldades agravadas pela pandemia só evidenciaram ainda mais isso.
Uma em cada quatro mulheres foi vítima de algum tipo de violência no Brasil durante a pandemia, segundo pesquisa da Datafolha; com relação ao emprego, ao Pnad Contínua, do IBGE, demonstrou que, já em 2020, a taxa de desocupação no país foi de 12,8% entre os homens e de 16,8% entre as mulheres. Dados da ONU mostram que as mulheres realizam mais do que o dobro de trabalhos domésticos não remunerados em relação aos homens, e se fossem pagas, essas horas de trabalho femininas corresponderiam a cerca de US$ 11 trilhões.
Em Mato Grosso, as mulheres organizadas iniciaram as atividades alusivas à data no sábado, dia 05. Foi a primeira vez que uma “Plenária Unificada das Mulheres de Luta” reuniu participantes de Cuiabá, Sinop e Barra do Garças em interação virtual. Também foi a primeira vez que mulheres indígenas participaram das atividades. Durante todo o dia, houve troca de informações, debates de ideias e dinâmicas conjuntas, realizadas de forma presencial e virtual.
No dia 08, as ruas de Cuiabá voltaram a ver as cores de diversas bandeiras. Todas elas erguidas pela defesa de mais Educação, Saúde e Assistência Social, pela Reforma Agrária, por mais Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher. Ou seja, por respeito, dignidade, erradicação da fome, por alimentos sem agrotóxicos, contra qualquer tipo de desigualdade e violência.
Pela vida das mulheres, o ato também demarcou a posição contrária à possível reeleição de Jair Bolsonaro. “Nós avisamos, em 2018, que ‘ele não’. Nós, mulheres, vimos falando que cada vez que um homem branco autoritário pega o poder, somos nós, povo brasileiro, quem paga a conta da crise. E nesse 8 de março em especial, estamos felizes porque a pauta não se restringe à Cuiabá. Fizemos uma plenária unificada de mulheres com participantes de Colíder, Sinop, Barra do Garças, do Xingu. Nós mulheres estamos organizando o estado todo. Se os homens brancos se organizam para nos matar, nós estamos nos organizando para botar o patriarcado abaixo ” disse ao microfone a professora e membro da frente Mulheres na Luta, Lélica Lacerda.
Para a diretora da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind), Márcia Montanari, a data é essencialmente um dia de lutas e de resistências. “Nós vivemos num país extremamente machista, onde a violência contra a mulher é algo cotidiano. A gente não pode deixar isso de lado, como se não fosse um problema de todo cidadão, de toda cidadã brasileira, e a Adufmat-Ssind não poderia deixar de caminhar ao lado das mulheres nessa data tão importante. Nós representamos uma base de docentes na qual a grande maioria é formada por mulheres, então nós estamos nessa luta e sempre estaremos. Cada vez mais é necessário evidenciar essa data, trazer mais e mais mulheres para participarem”, afirmou a professora.
Ao final do ato, os nomes de 43 mulheres foram ditos um a um, seguidos de um sonoro “presente” de todos os participantes. Eram os nomes das vítimas de feminicídio no estado em 2021, mulheres entre 16 e 50 anos, que perderam suas vidas porque um homem se sentiu no direito e interrompe-las. No total, foram 85 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso no último ano, mas a polícia tipificou como feminicídio - isto é, assassinato em virtude do gênero - 43 deles (50,5%).
As palavras de Montanari expressaram, por fim, o sentimento das mulheres que participaram das atividades do 8M, mas também de tantas outras que não puderam, porque estavam trabalhando, em casa ou na rua, ou mesmo das que não quiseram estar no ato, mas sentem cotidianamente as garras do machismo. “O dia da mulher é todos os dias. A gente acorda cedo, trabalha, cuida da casa, dos filhos, das relações. A gente promove a paz em todos os ambientes que estamos. Mas que esse dia seja marcado como um dia de luta e resistência mesmo, não apenas de homenagens, que em outros dias a mulher acaba sendo explorada, violentada de diversas formas. Que hoje seja um dia de luta realmente, para que a mulher seja valorizada todos os dias, em todos os momentos e em todos os espaços”, concluiu.
Veja aqui a Galeria de Imagens de algumas atividades do 8M 2022 em Mato Grosso
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind