Sexta, 25 Setembro 2020 17:13

 

Na próxima quarta-feira, dia 30/09, trabalhadores de todo o país estarão em campanha contra a Reforma Administrativa. Mais de 20 entidades que representam diversas categorias em Mato Grosso convocam suas bases para mais um dia importante, marcado pelas Centrais Sindicais do país.  

 

Os trabalhadores organizam panfletagens, carreatas, entre outras ações para demonstrar que a proposta de Reforma Administrativa de Bolsonaro só interessa aos ricos. Aos ricos interessa emprego sem direitos; aos ricos interessa a não estabilidade para ameaçar servidores e negociar cargos; aos ricos interessa o nivelamento por baixo de salários e direitos trabalhistas; aos ricos interessa a precarização dos serviços públicos, para que sejam entregues em suas mãos nas privatizações.   

 

À população não interessa a Reforma Administrativa, nem a Reforma Trabalhista, nem a Reforma da Previdência. Não interessa à população o estabelecimento de um Teto de Gastos para a saúde, educação, assistência social, segurança. Não interessa à população que direitos conquistados virem negociatas de empresários e políticos oportunistas.

 

Assim, no dia 30/09, trabalhadores dos setores público e privado deverão participar das atividades presenciais e compartilhar em todas as redes os materiais de campanha, como esse vídeo do Fórum Nacional de Servidores Federais – Fonasefe (clique aqui).  

 

Atividades presenciais

 

Em Cuiabá, entre 8h e 10h do dia 30/09, trabalhadores distribuirão panfletos e máscaras, dialogando com a população que irá receber o auxílio emergencial na região da Universidade Federal de Mato Grosso, Morada do Ouro e Várzea Grande. Serão observadas todas as orientações de distanciamento social e cuidados sanitários.

 

Enquanto isso, carros de som ficarão em frente às agências da Caixa Econômica Federal localizadas na Avenida Alziro Zarur (ao lado da UFMT), Morada do Ouro e Avenida Couto Magalhães em Várzea Grande.

 

Às 14h, uma carreata, com carro de som e representantes das entidades seguirá pela Avenida Fernando Corrêa em direção ao Centro Político Administrativo. A concentração será na guarita 1 da UFMT (na Av. Fernando Corrêa), passando pela Avenida Cel. Escolástico, Historiador Rubens de Mendonça (CPA), até o complexo onde estão localizadas as instituições administrativas.

 

Rondonópolis, Cáceres, Tangará da Serra e Sinop também farão atos no mesmo formato. Os detalhes serão divulgados em breve.

 

 

A participação de todas e todos é muito importante para barrar a Reforma Administrativa!

 

 

 

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Sexta, 25 Setembro 2020 16:05

 

Nessa sexta-feira, 25/09, às 19h (horário de Cuiabá) a Adufmat-Ssind realizará a Live “Canto Pela Chuva”, evento cultural online em apoio à Greve Pelo Clima, que tem o objetivo de denunciar os crimes ambientais e reforçar o isolamento social através das apresentações de canto e poesia de artistas mato-grossenses .
 
O evento será transmitido pelas páginas da Adufmat-Ssind no Facebook e Youtube. Acompanhe!
 
Link direto para a página da Adufmat-Ssind no Facebook: https://www.facebook.com/ADUFMAT-SSIND-211669182221828 
Sexta, 25 Setembro 2020 12:06

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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José Domingues de Godoi Filho

Universidade Federal de Mato Grosso/Faculdade de Geociências
 

O planeta Terra possui idade aproximada de 4,5 bilhões de anos, período no qual foram formados os diversos mosaicos, que geraram um complexo arranjo natural das paisagens com uma enorme biodiversidade. Somos descendentes do Homo Sapiens, surgido, há 200 mil anos. Se considerarmos um período de 24 horas para condensarmos a história da Terra, caberia à espécie humana meros 3 segundos, surgiu às 23h59m57s; o que implica dizer que os espaços terrestres que ocupamos já estavam prontos e disponíveis. A espécie humana, parte integrante de tais espaços, necessita, para sua sobrevivência, se apropriar de recursos naturais que gerem alimentos, vestuário e habitação.

No processo de ocupação dos espaços, a apropriação humana dos recursos naturais estabeleceu relações conflitivas de produção para assegurarem, desenvolverem e ampliarem esse processo.

Os conflitos socioambientais gerados representam o resultado do cruzamento do arranjo natural das paisagens, com o arranjo produzido pela ocupação humana sobre as paisagens.

Ao tratar da questão ambiental é importante ter claro que não é o planeta que tem que ser salvo. Sua integridade não corre risco, mas sim o que está ocorrendo com a vida.

Em tempo de pandemia e incêndios criminosos ou não, o debate colocado sobre qual é a melhor opção – economia ou vida, não faz sentido; além de esconder a discussão fundamental sobre o que fazer e como ultrapassar as agruras do presente. Não há dúvidas que o avanço do neoliberalismo, a mercantilização da vida, a destruição dos ecossistemas causada pelo modelo extrativista (agronegócios, mineração, exploração dos combustíveis fósseis), a extinção de espécies, as mudanças climáticas e a urbano-globalização são questões fundamentais para entender as causas da deterioração da saúde humana e a própria pandemia. Precisamos nos reconhecer obrigatoriamente como parte de um todo vivo e dinâmico; e, que o tempo de validade para a existência da espécie humana será função direta dos cuidados com que tratarmos a vida. O conhecimento acumulado pela espécie humana tornou possível ocupar quase todos os cantos do planeta; mas, também, tornou a espécie humana como a única com capacidade de autodestruição.

A pandemia impõe o desafio de tratar as questões do ambiente como integrante da “Ciência do Sistema Terra”, que preconiza uma visão transdisciplinar do planeta, da vida, da natureza humana e da civilização. Como assinala Prigogine (apud. Casanova(1) ) a reconceitualização das ciências leva a um novo diálogo do homem com o homem e do homem com a natureza, cujo objetivo supremo consistirá em tornar mais transparente o complexo de mecanismos de decisão que assegurem a sobrevivência da natureza e da humanidade, na crise iminente, com caminhos que se bifurcam e em pelo menos um se abre. “A ciência pode e deve ir além de uma perspectiva conservadora”.

A Revolução Científica representa uma grande alteração na divisão e articulação do trabalho intelectual das humanidades, das ciências, das técnicas e das artes e: - “obriga a redeterminar, neste início do século XXI, uma nova cultura geral e novas formas de cultura especializadas com intersecções e campos limitados, que rompem as fronteiras tradicionais do sistema educativo e da pesquisa científica e humanística, assim como na arte do pensar e do fazer na arte e na política”. (1)

A pandemia atual vem sendo abordada de forma “reducionista” em relação ao papel do conhecimento científico (2), isto é, restrita aos “especialistas” que estão informando os governos e a mídia. Como consequência, as análises são limitadas e feitas, de um modo geral, apenas por epidemiologistas, médicos e virologistas. Outras especialidades importantes da ciência que possibilitariam uma visão mais completa de suas causas, são deixadas de fora. Faltam, por exemplo, filósofos, sociólogos, geocientistas, psicólogos, antropólogos, dentre outros.

O momento é extremamente grave e, se olharmos a história humana, não será difícil verificar que desastres da magnitude da atual pandemia provocaram rebeliões, aumentaram a desigualdade, levaram a fome, derrubaram impérios. Certamente a situação atual não será diferente como já vem sendo avaliado por instituições como a ONU, o BIRD, o FMI, a OMC, a OECD.

O cenário exige democratização do conhecimento científico-tecnológico e uma diversidade maior de participantes de diferentes formações, para melhor definir as limitações, as necessidades de novos conhecimentos e a participação dos atores sociais envolvidos com os problemas.

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(1)CASANOVA, P.G. As novas ciências e as humanidades: da academia à política. São Paulo: Boitempo, 2006.
(2)ARANDA, D. La pandemia del pensamento único? Reflexiones más acá del cientificismo. Lavaca, Buenos Aires, 2020.Disponível em: https://www.lavaca.org/notas/la-pandemia-del-pensamiento-unico-reflexiones-sobre-el-discurso-cientifico/ - Acessado em 07 de junho de 2020.
 

Quinta, 24 Setembro 2020 17:38

 

Entre os dias 26 e 27 de setembro, entidades de diversos países o 1º Congresso Mundial de Educação, com o tema “Em Defesa da Educação Pública e contra o Neoliberalismo”. O evento ocorrerá de forma remota e as inscrições são gratuitas e estão abertas a todas e todos que desejarem participar. O ANDES-SN estará presente como entidade observadora e incentiva toca a categoria a acompanhar o congresso.

A atividade será um espaço para aglutinar iniciativas, experiências e esforços organizativos em defesa da educação pública, em um momento no qual o neoliberalismo pretende avançar com novas formas de privatização, sob o paradigma da sociedade educadora.

A abertura do 1º Congresso está prevista para sexta-feira (25). Sábado e domingo serão realizadas quatro mesas temáticas “Situação Educativa Mundial”; “Universidade e Defesa da Educação pública”; “Agremiações, sindicalismo democrático e transformação educativa” e “Educação Popular e pedagogias críticas”; e a mesa de encerramento.

Para Eblin Farage, secretária do ANDES-SN, o desafio desse primeiro congresso é a constituição de uma organização internacional ampla de trabalhadoras e trabalhadores da Educação, que possibilite a articulação entre organizações sindicais, associações, grupos de educação popular e profissionais comprometidos com a luta em defesa da educação pública.

De acordo com a diretora do Sindicato Nacional, o evento é uma oportunidade interessante para docentes do Brasil terem noção de como está a educação em outros países do mundo, especialmente na América Latina, e acompanharem as lutas pela educação pública, contra as privatizações e o neoliberalismo educacional. “O Sindicato Nacional participará do evento como entidade observadora e está incentivando que a categoria participe do encontro”, reforça.

O 1º Congresso Mundial da Educação, segundo Eblin, já conta com mais de 10 mil inscrições, de todos os continentes, mas com grande preponderância de trabalhadoras e trabalhadores da educação da América Latina.

Confira aqui a página do 1º Congresso Mundial da Educação 

Faça aqui sua inscrição!

 

Fonte: ANDES-SN (com informações do Esquerda Online e da Aduff SSind.)

Quinta, 24 Setembro 2020 17:36

 

Na última segunda-feira, (21), o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou o fim da greve dos trabalhadores dos Correios sob pena de multa diária de R$ 100 mil por dia. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fentect) orientou os sindicatos filiados a realizarem suas respectivas assembleias para retomada das atividades.

Por 5 votos a 2, os ministros da Corte analisaram que o movimento grevista não foi abusivo. No entanto, a decisão dos magistrados atacou o direito de greve dos servidores. Metade dos dias de paralisação será compensada e a outra metade será descontada. O reajuste salarial ficou em 2,6%. Os trabalhadores pediam uma reposição salarial de 5%.

Outros dois importantes benefícios conquistados pelos trabalhadores foram alterados: adicional de férias e licença-maternidade. Atualmente, os funcionários recebem 2/3 de adicional ao salário. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garante ao trabalhador 1/3 de incentivo no período de descanso. Já a licença-maternidade que, atualmente é de 180 dias, cairá para 120 dias, como no regime CLT. Das mais de 70 cláusulas conquistadas historicamente pela categoria, ao longo de 30 anos, apenas 29 foram mantidas. 

Para a Fentect, a determinação do TST demonstrou o alinhamento do judiciário com a política de retiradas de direitos da classe trabalhadora. "Não é de hoje que o judiciário vem mostrando a sua face mais obscura do jogo de interesse político dentro dos tribunais deixando de lado a imparcialidade e a harmonia que deveria existir entre os poderes. Infelizmente, o Tribunal Superior do Trabalho e Supremo Tribunal Federal se tornaram um banco de negócios para atender interesses políticos e individuais", informou por meio de nota. 

Durante 35 dias de greve, os trabalhadores lutaram por uma remuneração justa, em defesa dos seus direitos e contra a privatização da empresa. Eles denunciaram, também, as condições sanitárias precárias de agências e a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) que resultou milhares de trabalhadores infectados e cerca de 100 mortes por Covid-19.

Avaliação
Mesmo com todos os ataques, por parte da ECT e do judiciário, a Fentect considerou a greve vitoriosa e importante para a organização e construção da unidade da classe trabalhadora. “Esse movimento, que aconteceu nesses últimos 35 dias, mostrou toda a força na organização dos trabalhadores e resistência aos ataques sistemáticos, tanto por parte do governo federal, quanto do judiciário”. 

A Federação reforçou que outras lutas virão pela frente como à tentativa por parte do atual governo de privatizar os Correios. “Este é um momento de reflexão, aglutinação e, sobretudo, de recuperar todas as nossas forças para enfrentar as próximas lutas que estão por vir”.

Julgamento
Em seu voto, a ministra e relatora Kátia Arruda propôs a manutenção de todas as cláusulas sociais históricas conquistadas em convenções coletivas. A ministra também rechaçou a alegação de penúria financeira alegada pela empresa, ao observar que a ECT teve lucros consecutivos nos últimos três anos, sobretudo no comércio eletrônico, que, segundo divulgou, teve demandas acrescidas em mais de 25% durante a pandemia. No entanto, prevaleceu a tese divergente apresentada pelo ministro Ives Gandra Filho, que conta com a simpatia do presidente Jair Bolsonaro, de que diferentemente do dissídio econômico puro, trata-se de dissídio coletivo de greve, em que o poder normativo da Justiça do Trabalho fica reduzido e não pode impor normas e condições de trabalho que representem ônus econômicos maiores do que os previstos em lei.

Fonte: ANDES-SN (com informações da Fentect e TST )

Quinta, 24 Setembro 2020 17:04

 

Circular nº 322/2020

 

Brasília (DF), 22 de setembro de 2020

 

 

 

 

 

Às seções sindicais, secretarias regionais e à(o)s diretore(a)s do ANDES-SN

 

Companheiro(a)s,

 

 

Convocamos as seções sindicais do ANDES-SN e convidamos os Movimentos Sociais para o II Seminário Intercultural, organizado pelas Coordenações do GTPCEGDS e do GTPAUA.

O seminário ocorrerá em três dias não consecutivos, nos dias 16, 23 e 30 de outubro de 2020, em espaço virtual. Informamos que posteriormente serão encaminhadas as orientações sobre as inscrições e o acesso ao evento.

Na oportunidade, encaminhamos anexa a programação do seminário.

Sendo o que tínhamos para o momento, enviamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.

 

 

 

 

 

Prof.ª Jacqueline Rodrigues de Lima

2ª Secretária

 

Quinta, 24 Setembro 2020 15:49

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Frederico Andries Lopes*
 

Enquanto nas pós-graduações professores terrivelmente cristãos guiam seus orientandos para escreverem sobre a falaciosa harmonia entre ciência e religião; enquanto promovem encontros e palestras com o mesmo tema usando material da Associação Brasileira de Cristãos na Ciência - criacionistas fundamentalistas bancados pela poderosa Fundação Templeton; enquanto cumprimentam seus alunos com versículos bíblicos em suas aulas flexibilizadas (certamente assistidas com máscaras de fumaça em todo o estado), Jair Bolsonaro dá início à estratégia de vitimização dos cristãos com a delirante, homofóbica, racista e conservadora noção de "cristofobia".
 
Esse tema foi bem desenvolvido por Ronilso Pacheco em um excelente artigo, que transcrevemos a seguir, publicado no portal UOL por ocasião do discurso de Bolsonaro na abertura da 75a. Assembleia da ONU. Vale a leitura.
 
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"Cristofobia" é erro, falsidade e ofensa em nome de projeto de supremacia
 
Por Ronilso Pacheco, colunista do UOL. Em 23/09/2020.
https://bit.ly/3cnMhxO
 
O Brasil tem um ministro da Justiça e um ministro da Educação evangélicos, calvinistas conservadores. Como eles, também é o presidente da Capes e o recém-empossado titular da Defensoria Pública da União. A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos é uma pastora evangélica pentecostal conservadora.
 
Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores é um católico, portanto cristão, fundamentalista, que já declarou que vai trazer os "valores cristãos de volta ao centro", seja lá o que isto signifique. Bolsonaro tem em suas mãos uma lista de nomes evangélicos que disputam a cobiçada indicação para o Supremo Tribunal Federal, ávidos para se tornarem o esperado "ministro terrrivelmente evangélico".
 
É tendo este cenário como pano de fundo que o presidente da República, em seu discurso de abertura dos trabalhos na Organização das Nações Unidas, nesta terça-feira, pediu ajuda da comunidade internacional para o "combate à cristofobia". Trata-se de uma narrativa criada em torno de uma mentira, que tem sido cada vez mais imposta como verdade. No fundo, estamos lidando com um assustador e intimidador projeto de supremacia cristã.
 
Este discurso da perseguição religiosa é o escudo de um projeto político que visa a consolidar a soberania de uma religiosidade antidemocrática.
 
O discurso da "cristofobia" nasce como ressentimento, deboche e negação do conceito de "homofobia". Portanto, "cristofobia" não é conceito, foi uma palavra inventada por conservadores e fundamentalistas cristãos para rechaçar a realidade de perseguição, violência e preconceito vivenciados por muitas pessoas da comunidade LGBTQI+.
 
"Cristofobia" é palavra-xingamento, é ignorância e insensibilidade dos que querem continuar se escondendo atrás da religião para hostilizar minorias sociais, impedir o reconhecimento de direitos e seguir vivendo em um mundo em que ataques, preconceito e ofensas sejam postos na conta da "liberdade religiosa" cristã.
 
Devemos reconhecer que há preconceito contra evangélicos no Brasil?
Obviamente. O preconceito vai desde generalizar os evangélicos como "bitolados", "manipulados", "fundamentalistas", "gananciosos" ou "ignorantes", até hostilizar a devoção e o respeito à doutrinas de certas denominações, ou mesmo a fé católica. O que isto tem a ver com "cristofobia"? Nada.
 
Este preconceito pode acontecer inclusive no interior da própria diversidade evangélica. Não é pouco comum que evangélicos de uma igreja como presbiteriana ou anglicana deslanchem preconceitos contra evangélicos de igrejas pentecostais, neopentecostais e de periferias, como sendo evangélicos mais ignorantes, mais pobres teologicamente, escandalosos, sem formação acadêmica, ou manipuláveis politicamente por causa da pobreza, etc.
 
Portanto, "cristofobia" é um erro, uma falsidade e uma ofensa. Erro, porque o termo não se aplica. Falsidade, porque ele sustenta uma ilusão que beneficia um projeto supremacista perigoso. Ofensa porque ele zomba das perseguições reais que justificam o conceito de homofobia e transfobia, e visa a roubar a atenção que deveria ser dedicada às verdadeiras religiões perseguidas.
 
A história do Brasil é a história da perseguição, demonização, marginalização e criminalização das religiões de matriz africana. Nos Estados Unidos, a luta por vida digna e liberdade veio em grande parte por negros protestantes, que se inspiraram na Bíblia para fazer justiça.
No Brasil, essa luta foi articulada nos terreiros de candomblé e nos quilombos. Essa é a nossa história.
 
Enquanto houver no Brasil uma criança de terreiro traumatizada pela hostilidade recebida por sua presença na escola com seus fios de conta, sua cabeça raspada e sua roupa branca, a única fobia religiosa que deve ser levada a sério no Brasil é contra as religiões de matriz africana.
As notícias de terreiros violados e imagens quebradas no Brasil não param de surgir ainda hoje, em 2020.
 
Evidentemente, é impossível não reconhecer a perseguição sofrida por muitos cristãos hoje em diversas partes do mundo. Isto é sério e o debate é necessário. Mas este nem é o caso do Brasil, nem o governo brasileiro está realmente preocupado com isso. Nem os seus pastores idólatras.
 
Qualquer cristão sério, por mais moderado que seja, qualquer liderança evangélica séria, mesmo conservadora, deve rechaçar a ideia da "cristofobia" no Brasil.
 
Este é um típico canto de sereia de sedução ao poder, um convite para fazer parte de uma supremacia que atropela o direito à diversidade. Ver nisso uma valorização do cristianismo ou da fé evangélica, é, usando uma expressão religiosa, literalmente vender à alma ao diabo.

 

* Professor do Departamento de Matemática / ICET - Cuiabá

Quarta, 23 Setembro 2020 18:36

 

A Adufmat-Ssind convida os professores substitutos e em estágio probatório da UFMT para reunião que será realizada nessa quinta-feira, 24/09, às 14h.

O assunto será o repasse da reunião entre Sindicato e Reitoria sobre os direitos desses professores durante a pandemia e, a partir disso, possíveis encaminhamentos.

A reunião será online, e o link poderá ser solicitado, mediante identificação, por meio do e-mail da Adufmat-Ssind (O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.) ou pelo whatsapp (65) 99686-8732.

 

Adufmat-Ssind

Quarta, 23 Setembro 2020 15:48

 

 

 

Um acampamento de trabalhadores demitidos foi montado, com apoio do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, em frente à Embraer para exigir a anulação das 2.500 demissões realizadas pela empresa. Trabalhadores e dirigentes sindicais permanecerão no local diariamente, das 8h às 18h, sem data para terminar.

 

Até mesmo a audiência de conciliação virtual do Tribunal Regional do Trabalho – 15ª Região, que acontece nesta terça-feira (22), às 10h, será acompanhada de dentro da tenda.

 

O Sindicato entrou com ação de dissídio coletivo contra a Embraer para requerer o cancelamento de todas as dispensas, inclusive as referentes ao Programa de Demissão Voluntária (PDV).

 

Nas últimas semanas, desde que a demissão em massa foi anunciada no último dia 3 de setembro, o Sindicato e os trabalhadores vêm realizando uma série de mobilizações para denunciar a gravidade do ataque da Embraer e cobrar a anulação dos cortes.

 

“Estamos convocando os trabalhadores demitidos a virem ao acampamento para aumentar a pressão sobre a fábrica. Não vamos dar sossego para a direção da Embraer. Queremos de volta todos os empregos que foram arrancados dos trabalhadores”, afirma o diretor do Sindicato e também integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Herbert Claros.

 

Nesta segunda-feira, o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves, esteve em Brasília e protocolou uma carta pedindo agendamento de reunião com o presidente Jair Bolsonaro.

 

 

Junto com dois trabalhadores demitidos da Embraer, em meio à manifestação dos trabalhadores dos Correios em greve, eles exibiram uma faixa dizendo “Embraer demite usando dinheiro público. Bolsonaro, exija a anulação das demissões”.

 

“As 2.500 demissões na Embraer são inaceitáveis. É preciso, e possível, anular todos os cortes. É hora também de discutir a reestatização desta empresa, que é estratégica para o desenvolvimento tecnológico e para a soberania do país, mas que nas mãos do setor privado pode ser destruída a qualquer momento”, conclui Claros.

 

Saiba mais:

 

Demitidos da Embraer se mobilizam pela anulação dos cortes

 

Fim de “supersalários” de executivos reverteria demissões na Embraer

 

Entrevista: “Empregos na Embraer só serão garantidos com reestatização e controle operário”

 

Confira modelo de moção de repúdio contra demissões na Embraer para enviar à empresa e governantes.

Quarta, 23 Setembro 2020 10:43

 

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Por Roberto de Barros Freire*

Toda oportunidade de manifestação pública, seja do presidente, seja dos seus ministros ou do vice-presidente, é sempre uma oportunidade de mentir e falsear a realidade brasileira ou internacional. É uma prática de todos, uma política de Estado que ministros são obrigados a cumprir ou correm o risco de serem despedidos. Aqueles poucos que ousaram discordar de Bolsonaro e falar a verdade, foram além de ofendidos, despachados, denegridos.


Aos bolsonaristas nem fatos nem verdades podem ser ditas ou reveladas, pois partem do princípio de que o “mito” não erra, e que os dados que o desabonam, são simples ofensas emitidas pelos meios de comunicação. Não veem nada demais nos depósitos de 89.000,00 na conta da Michelle feitas pelo Queiroz, nem se preocupam com as rachadinhas realizadas durante a legislatura do filho 01. Quando se mostra as coisas erradas, falsas e mentirosas feita pela presidência e seus asseclas milhões de seguidores saem por aí, não defendendo, mas principalmente ofendendo aqueles que denunciam as maldades governamentais.


O Brasil soma cerca de 4,5 milhões de casos de Covid-19 e mais de 135 mil mortos. Desde o início da crise mundial do coronavírus, Bolsonaro tem dado declarações nas quais busca minimizar os impactos da pandemia e, ao mesmo tempo, tratar como exageradas medidas tomadas no exterior e por governadores brasileiros. Nas últimas semanas, Bolsonaro lançou uma campanha nas redes e em eventos oficiais para tentar convencer a população de que o governo fez tudo certo na pandemia que matou mais de 130 mil pessoas no país.


O presidente tomou gosto por comemorar os resultados de sua própria omissão. Para isso, vale distorcer informações, esconder problemas e até reescrever os fatos a seu favor.


Depois de ter deixado o Ministério da Saúde sem titular por três meses, o presidente usou a posse de Eduardo Pazuello no cargo, na quarta (16), para aplaudir a si mesmo. Ainda que tenha previsto menos de 800 mortos na crise, Bolsonaro falava como se tivesse dado todas as respostas.


A cloroquina foi a estrela do discurso. O presidente voltou a fazer propaganda do remédio e disse que o governo se baseou na agência reguladora dos EUA para recomendá-lo. Bolsonaro só esqueceu que a própria FDA lançou em julho um alerta sobre os riscos do medicamento.


Ele também recordou, em tom laudatório, o pronunciamento de TV em que comparava a Covid-19 a um “resfriadinho”, em março. O presidente disse ter avisado que era preciso combater a doença e o desemprego. Nem combateu o vírus, muito menos garantiu empregos. Naquele mesmo dia, porém, ele afirmou que o vírus passaria “em breve”, quando não visualizamos seu fim, nem breve nem a longo prazo. E descaradamente afirma que Brasil é o país que teve o melhor desempenho no combate aos efeitos econômicos provocados pela pandemia do novo coronavírus. Baseado em que dados? Os dados disponíveis afirmam exatamente o contrário.


Se especializou em brigar com o bom senso. A pandemia pede proteção, mas alega que é só para os fracos. O presidente contesta o uso de máscaras e sempre que possível a retira. A vacina está a caminho, segundo o ministro, mas Bolsonaro declara que ninguém é obrigado a se vacinar. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o Brasil é o segundo país com maior registro de mortes por causa da covid-19 no mundo, atrás apenas do Estados Unidos que soma mais de 196 mil óbitos. Foi o país com a pior política de saúde pública do mundo, sem direção nacional, seguindo apenas os prefeitos e governadores, mas com uma política errática no nível federal, para não dizer que não há política alguma.


No dia 17/09 em mais uma manifestação pública, Bolsonaro falou essas pérolas; “O Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente”, celebrou, durante um evento, “O Brasil está de parabéns pela maneira como preserva o seu meio ambiente”, disse a uma plateia de produtores rurais e apoiadores.


Entretanto, de fato, o primeiro semestre foi o de maior número de queimadas para o bioma amazônico, com 2.534 focos de incêndio, aumento de 158% em relação ao mesmo período de 2019. A situação está descontrolada mesmo diante da atuação de brigadistas. Num instante em que os satélites informam que as queimadas no Pantanal cresceram mais de 200% e já varreram uma área maior que a de um Estado como Sergipe, o presidente achou que seria uma boa ideia declarar que o Brasil é um "exemplo para o mundo" em matéria de preservação ambiental.


Já no Pantanal, setembro de 2020 será o mês com maior número de queimadas já registrado na história, de acordo com dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Com explosão dos focos de calor em agosto e setembro, o Inpe registra mais de 15,8 mil focos no Pantanal desde o início deste ano, o maior número no período desde 1999, quando iniciou o monitoramento.


Ora, antes de pousar em solo mato-grossense nesta sexta, o avião do presidente arremeteu devido à fumaça que toma conta da região, embora não haja foco de incêndio específico nos dois municípios em que visitou neste momento. Sinop e Sorriso ficam na Amazônia Legal, onde paira uma névoa de fumaça mesmo sem a presença de fogo nas fazendas próximas. É possível sentir cheiro de queimado mesmo no interior dos estabelecimentos.


Em nenhuma das duas ocasiões dessa semana o presidente mencionou ações de combate aos focos de incêndio que atingem o Pantanal e outros biomas brasileiros. Apenas afirmou que isso acontece há vários anos, o que não é verdade. O governo fez pouco caso da devastação das florestas na atual temporada de seca e viu o Pantanal bater recordes de queimadas nos últimos meses. Ainda assim, o presidente tentou jogar confete no desastre. Quando Jair Bolsonaro afirma e repete que somos "o país que mais preserva o meio ambiente", ele quer enganar os desinformados, excitar seus fãs, irritar o naco racional da sociedade e construir uma "verdade alternativa" Made in Brazil para ser exportada como subproduto de sua guerra cultural.
Bolsonaro desmontou a gestão ambiental, perseguiu fiscais, protegeu madeireiros e quis maquiar números do desmatamento. Recentemente, ele atribuiu as queimadas à população indígena e à geração espontânea. Só não demonstrou grande interesse em combater o fogo.


Só faltou dar parabéns a si mesmo por não ter feito quase nada. Aliás, se encontrar um fiscal atuante do Ministério do Meio Ambiente ele o exonerará imediatamente.


Quem olha ao redor observa que, desde a posse de Bolsonaro, órgãos como o Ibama e ICMBio, que existem para importunar criminosos ambientais, foram desossados. E nada surgiu no lugar. Verifica-se na outra ponta que pessoas que vivem de invadir, desmatar e incendiar operam num ambiente de rara liberdade. Prevalece a sensação de que o governo está do lado dos criminosos. Bolsonaro diz que países que criticam o Brasil já queimaram suas florestas. E daí? Por isso o Brasil deve atear fogo as próprias? As labaredas indicam ação criminosa, coordenada em larga escala.


É uma mentira essa história de que a Amazônia arde em fogo, como afirmou no dia 11 de agosto. Normalmente, focos amplos de incêndio acabam contidos pelos rios, furos, igarapés, corixos e lagoas de vazante. Incêndios tão extensos como os que estão em curso só podem ser explicados por ações humanas persistentes e deliberadas. Sistemas ecológicos do trópico úmido, incêndios que saltam incontáveis barreiras líquidas só podem nascer de fogos ateados simultaneamente ao longo de arcos de centenas de quilômetros. É que o crime compensa, quando o governo simula não o ver.


Não importam fotos e vídeos da floresta queimando, imagens de satélites com milhares de pontos de calor comendo a região e relatos do inferno colhidos de indígenas, ribeirinhos e moradores de cidades. Bolsonaro já culpou indígenas, ONGs e até o Leonardo DiCaprio por queimadas. Disse que tinha a "convicção" de que os dados de desmatamento (que saltaram no ano passado e neste ano) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais eram mentirosos e acusou o então presidente do órgão, o cientista Ricardo Galvão, de estar "a serviço de alguma ONG". A culpa é sempre de um complô externo quando é ele que conspira a céu aberto contra o meio ambiente, os brasileiros e o clima do planeta. Bolsonaro aposta que a construção da realidade não brota de fatos, mas de seu gogó.


A PF dispõe de meios para chegar aos organizadores de um crime ambiental aterrador. O obstáculo não é técnico, mas político: os criminosos agem à sombra do poder. O Ministério do Meio Ambiente é parte do problema, não da solução. Sua missão oficiosa consiste em desmontar os aparatos de fiscalização do Ibama e do ICMBio, abrir as porteiras para deixar o gado passar.


O mundo vê com tristeza a derrocada de um país, que já tentou liderar o desenvolvimento sustentável. Uma nação que vai se perdendo com um biocida no timão; as queimadas já ameaçam o acordo Mercosul-União Europeia. Seremos uma nação de segunda categoria até o fim desse governo, se é que já não nos tornamos.

 
*Roberto de Barros Freire
Professor do Departamento de Filosofia/UFMT
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