Terça, 17 Agosto 2021 18:35

 

A violência na formação político-econômica do Brasil é um histórico difícil de superar. Escravizar pessoas, expulsar indígenas de suas terras, matar por poder e dinheiro, tudo o que parece parte de um passado distante da nossa história, vez ou outra, ressurge como uma onda de ressaca.

 

Entre o final da semana passada e o início desta, aconteceu mais uma vez. De novo, em Sinop (479,4 km ao norte de Cuiabá). Não bastasse a recente censura aos outdoors críticos ao Governo Bolsonaro (leia mais aqui), e a perseguição deliberada à delegada que debateu violência contra as mulheres em abril desse ano (saiba mais aqui), a sede do gabinete do ódio no município do centro norte mato-grossense voltou a agir na última sexta-feira, 13/08. Talvez o mais grave seja que o local, tanto do primeiro ataque quanto dos seguintes, tenha sido um órgão público que deveria zelar pelo decoro e pela democracia: a Câmara Municipal de Sinop.

 

O suposto problema dos bolsonaristas - negacionistas, por padrão - foi ouvir da professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Lélica Elis Lacerda, que a história da colonização de Sinop - assim como a brasileira, no geral – não é o jardim florido que gostam de reafirmar. A riqueza capitalista, que inclui o Agronegócio foi forjada na violência e na exploração dos povos originários e escravizados – majoritariamente por homens brancos -, e é ainda hoje produtora de violência, morte e desigualdades no campo e na cidade. Nenhuma novidade.

 

Não são poucas as produções científicas que demonstram isso. José de Souza Martins, Ariovaldo Umbelino de Oliveira, Octávio Ianni, são algumas referências internacionais sobre o assunto. A própria UFMT, inclusive, tem o professor Wanderlei Pignati como uma grande referência internacional, e núcleos de estudos inteiros, em diversas áreas, produzindo vasto conteúdo com dados, relatos e informações diversas que comprovam os fatos citados pela docente durante o debate na Câmara de Sinop (assista aqui a íntegra da contribuição da professora Lélica Elis Lacerda ao debate a partir do minuto 50 do vídeo).

 

No entanto, descontextualizando a intervenção da docente e desviando o foco da audiência pública sobre a Reforma Administrativa (PEC 32), que o Congresso Nacional pretende aprovar ainda esse mês, vereadores conservadores e seus apoiadores iniciaram uma série de ataques não só à figura feminina da docente, à democracia e à ciência – como já é de costume -, mas também à estabilidade da servidora pública, não por acaso uma das críticas fundamentais à Reforma Administrativa, que estava sendo debatida na ocasião.

 

Além das manifestações desrespeitosas e, muitas vezes, indecorosas de parlamentares e figuras políticas locais – algumas, inclusive, com histórico nada decoroso no que diz respeito ao patrimônio público – entidades, como o Sindicato Rural de Sinop, que se reivindica representante de empresários e trabalhadores do mesmo setor, emitiu uma nota afirmando que Lacerda “não se ateve ao assunto e se utilizou da palavra para discorrer ofensas morais, regionais e desmerecimento dos pioneiros e produtores rurais e população de Sinop”, que sua intervenção foi “imoral, discriminatória, fomentando a separação de classes e raças”, e que, por isso, a Câmara deveria adotar “medidas enérgicas e eficientes” contra a professora, além de obrigar uma retratação por parte da vereadora e também professora Graciele Santos – proponente do debate e vítima constante do grupo, por ser mulher e eleita pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

 

Num áudio disseminado pelas mídias sociais, sem identificação, um homem defende que as pessoas se mobilizem “democraticamente”, em Sinop, pela exoneração de Lacerda e cassação do mandato da vereadora Graciele. O crime cometido, além de calúnia e difamação, incluiria racismo inverso. Como não existe racismo inverso e todas as demais afirmações feitas no debate são científicas, a Assessoria Jurídica da Adufmat-Ssind assegura que o ocorrido não deve passar de mais um show de pirotecnia, desses que o Governo Federal e seus aliados gostam de promover.   

       

O que fica, no entanto, é a prova da necessidade de barrar a Reforma Administrativa, como conclui a professora Lélica Lacerda. “A cadeira que eu ocupo na universidade não é do Agro. Eu falo aquilo que a ciência quer dizer, e não o que o Agro quer dizer”, afirma a docente.

 

Entidades e pessoas solidárias estão construindo uma nota de apoio às professoras Lélica Lacerda e Graciele Santos (disponível abaixo). Interessados em assinar devem entrar em contato com a Adufmat-Ssind em Sinop, por meio do telefone (65) 99686-8668.

 

NOTA DE REPÚDIO

 

Começa a haver um tempo de diálogo e racionalidade para além do pensamento único. Há  esperança em meio a Ignorância. Ignorância daqueles que ignoram sem querer saber. Insensatos. A sabedoria é amiga do pensamento crítico. Por que ignorá-lo?

 

As instituições e organizações da Sociedade Civil signatárias desta nota, repudiam os recentes ataques dirigidos à Vereadora de Sinop, Professora Graciele  Marques dos Santos (PT) e a Professora Dra. Lélica Elis Pereira de Lacerda, professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Apoiamos o pensamento crítico, a autenticidade e a criatividade dessas mulheres. São de coragem e com estatura intelectual e política. Manifestamos apoio ao mandato da Vereadora Professora Graciele Marques dos Santos (PT) e à Professora Dra. Lélica Elis Pereira de Lacerda, professora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que foram atacadas nas redes sociais por grupos de pessoas com pouca afeição à democracia e ao contraditório. Tentam impor uma única forma de convivência social, cujas regras são por elas mesmas interpretadas, retroagindo às normas de condutas medievais.

A Professora Graciele Marques dos Santos e a Professora Lélica Elis Pereira de Lacerda, são mulheres com nome e sobrenome, com história, postura e ternura. Solidárias e guerreiras. Defendem as lutas da classe que vive do trabalho e o fazem por princípio da livre manifestação do pensamento, consagrado na Constituição de 1988. Não podem calar essas vozes autênticas carregadas de conteúdo.

Mas, o que provocou este coletivo para produzir uma Nota de Repúdio? Por que escrevê-la a partir de um território tão promissor e ainda tão pobre?

Escrevê-la é necessário para demarcar o conteúdo da Audiência Pública - PEC 32/2020, Reforma Administrativa, proposta e conduzida pelo mandato Vereadora Professora Graciele Marques dos Santos (PT), realizada no dia 13 de agosto de 2020, na Câmara Municipal de Sinop-MT.

Dentre os participantes da audiência, que incluiu parlamentares, representantes de sindicatos, organizações, universidades, coletivos e de movimentos populares, a Professora Dra. Lélica Elis Pereira de Lacerda foi convidada para esta audiência. A sua fala apontou o que incomoda a sociedade patriarcal local. É bom que se diga com ênfase: todas as vezes que parte desse segmento é confrontado diante da sua incapacidade de autocrítica sobre si e sobre o mundo ao seu redor, age com violência, desrespeito e ameaças.

São incapazes de ler a realidade social, diante da própria incapacidade de propor soluções para as graves crises da atualidade. Como consequência cíclica de tal prática, são provocadoras da crise econômica, da crise política, da crise ética, da crise estética, da crise ambiental e da crise sanitária. Incomodados, eles não dialogam, preferem insurgir trazendo à tona o pior da sua primitividade. 

Apontar caminhos e discutir alternativas é papel de uma Audiência Pública, devidamente convocada e com temática aprovada pela Câmara Municipal de Sinop. Discutir a PEC 32/2020 e os desmontes sobre o Estado e as Políticas Públicas é imprescindível.

Repudiamos a forma violenta e pouco democrática de manifestação grupos sociais, inábeis de ler a realidade social. A fala da Professora Dra. Lélica Elis Pereira de Lacerda os deixou nus na sua estupidez. Com resgate histórico e com fundamentos da antropologia social, a professora traçou um panorama sobre a presença do homem no Brasil e sua relação com a natureza. Não há nada ofensivo poder explicar e compreender como essas relações contribuem para melhorar as condições da vida em sociedade.

Quem sabe um bom estudo realizado pelos representantes desses grupos sociais, sobre história social, as contribuições do serviço social e a ontologia do ser social, ajude na direção dos seus mandatos e os tornem sensíveis e solidários.

A democracia que propomos é maior do que a ignorância.

 

Sinop, 16 de agosto de 2021

 

Signatários assinantes:

 

1)      AAMOBEP – Associação dos Amigos e Amigas do Centro de Formação e Pesquisa Olga Benário Prestes

2)      ADUFDOURADOS - Associação dos Docentes da Universidade Federal da Grande Dourados

3)      ADUFMAT/Seção Sindical - Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso

4)      ADUFMAT –  Universidade Federal de Rondonópolis / UFR

5)      ADUNEMAT – Associação dos Docentes da UNEMAT

6)      Adriana Edna Ferreira Duarte – Sistema Socioeducativo de Cuiabá/MT

7)      AGGEMT - Associação de Gestores Governamentais do Estado de Mato Grosso

8)      ANDES-SN – Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior

9)      Auditoria Cidadã da Dívida – Núcleo Mato Grosso

10)   Autonomia e Luta – Tendência Sindical

11)   Bloco das Mulheres: Tambores de Maria Taquara

12)   Carlos Alberto de Almeida - Presidente do SINDSEP-MT

13)   Club de Mães do Bairro Jardim Renascer

14)   Coletivo Colíder Para Elas

15)   Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro – CFCAM-MT

16)   Coletivo de Mulheres Camponesas e Urbanas de MT - COMUCAMT

17)   Coletivo de Mulheres do Lemarx – Grupo de Estudos de Angela Davis

18)   Coletivo Negro Universitário – UFMT Campus Cuiabá

19)   Dep. Est. Lúdio Cabral

20)   Dep. Est. Valdir Barranco

21)   Dep. Fed. Valtenir Pereira

22)   Dep. Fed. Rosa Neide

23)   Deva Neves - Vice-presidente do Partido dos Trabalhadores de Sinop

24)   Diretório Central dos Estudantes – DCE/UFMT Cuiabá

25)   Domingos Sávio - Presidente da Associação dos Docentes da UNEMAT (ADUNEMAT)

26)   Fernanda dos Santos da Costa – CRAS – Sorocaba/SP

27)   Frente Popular Pela Vida: Em Defesa do Serviço Público e de Solidariedade no Contexto de Enfrentamento a Pandemia do COVID-19

28)   Fórum de Mulheres Negras de Mato Grosso

29)   Gerdine Ferreira de Oliveira Sanson - Diretora Geral Adjunta da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (ADUFMAT)

30)   Henrique Lopes – Diretor-Presidente do CUT - MT

31)   Hugo Vinicius Barcelos Massotti – Presidente do DCE Unemat -Sinop

32)   Intersindical  - MT

33)   Jelder Pompeo de Cerqueira – Coordenador Sinasefe MT, Técnico em assuntos Educacionais no IFMT

34)   Jennifer Josiane Nesnik Jeronymo – Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania

35)   José Domingues de Godói Filho – UFMT/FAGEO

36)   Josi Crispim – Conselheira Municipal de Política Cultural – Cuiabá-MT

37)   Juliana Garcia de Brito de Lima e Silva – CRAS - Sorocaba/SP

38)   Lisanil Patrocínio Pereira – Professora da Unemat e líder de pesquisa LEAL (Laboratório de Estudos e pesquisas da Diversidade da Amazônia Legal)

39)   Lívia Papile Galhardi – CRESS 62208/SP

40)   Maria Luiza Troian – Vice-Presidente SINPROTEC

41)   Maria Oseia Bier – Coordenadora do SINASEFE, Professora de Filosofia do IFMT

42)   Mateus de Souza Santos – Técnico Legislativo da Assembléia Legislativa de Mato Grosso

43)   Milton Mauad – Membro do SINPROTEC

44)   Movimento Correnteza

45)   Movimento de Mulheres Olga Benário

46)   Movimento Popular Nós do Renascer

47)   Mulheres Pela Vida

48)   Mulheres Resistem

49)   Núcleo de Estudos Ambientais, Saúde e Trabalho (NEAST/ISC) Campus de Cuiabá

50)   Priscila Ferrari – psicóloga do IFMT – Coordenadora de Administração e Finanças do SINASEFE – MT

51)   Prof. Dra. Irenilda Angela dos Santos

52)   Prof. José Jaconias da Silva – Departamento de Administração da UFMT Campus de Cuiabá

53)   Prof. Paulo Alberto – UNEMAT Campus Sinop

54)   Raquel de Brito Sousa - Primeira Vice-Presidente Regional Pantanal ANDES-SN

55)   Roberto Alves de Arruda - Membro do Conselho Municipal de Educação - Professor da UNEMAT

56)   Rusga Libertária

57)   Setorial Ecossocialista do PSOL- MT

58)   SINASEFE/ MT - Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica – Seção Sindical Mato Grosso

59)   SINASEFE/MS – Sindicato dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissionais e Tecnológica em Mato Grosso do Sul

60)   Sindicato dos Servidores do Departamento Estadual de Trânsito do Estado de Mato Grosso – Sinetran/MT

61)   Sindicato dos Técnicos da Educação Superior da UNEMAT - SINTESMAT

62)   SINTECT/MT - Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Correios, Telégrafos e Serviços Postais 

63)   Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso – SINTEP/MT

64)   Thiélide Veronica da Silva Pavanelli Troian - Presidente da Subseção da Associação dos Docentes da UNEMAT (ADUNEMAT)

65)   União Estadual dos Estudantes do Estado de Mato Grosso – UEE/MT

66)   União da Juventude Comunista

67)   União da Juventude Rebelião

68)   União da Juventude Socialista UJS/MT

69)   União Nacional dos Estudantes Bianca Bezerra Vice-Presidente Regional MT/MS

70)   Unidade Classista – MT

71)   Unidade Popular pelo Socialismo

72)   Valdeir Pereira - Presidente do SINTEP-MT

73)   Vanessa Fernandes da Silva - Presidente do SINTESMAT

74)   Vereadora Edna Sampaio

75)   Yasmim Nascimento Tonelli – Residência Multiprofissional PRIMSCAV – Cuiabá/MT                                                      

 

 

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Sexta, 28 Maio 2021 18:16

 

 

Após ameaças de donos de terreno e anunciantes, a empresa contratada pelas entidades apagou os painéis com críticas ao Presidente​​​​​

Menos de 24 horas após o início de uma grande campanha de outdoor na cidade de Sinop (MT), as 10 placas contratadas por sindicatos e entidades da educação começaram a ser removidas antes mesmo de finalizar todas as fixações. A campanha, que faz parte de uma ação nacional pelo fim do governo Bolsonaro, enfatizava os altos preços de alimentos e combustível, bem como as mais de 450 mil mortes por covid-19 no Brasil. 

Segundo as entidades responsáveis pela campanha, a empresa recebeu inúmeros telefonemas e ameaças por parte dos empresários e sojicultores, donos dos terrenos locados pela empresa onde são fixados os outdoors.

De acordo com secretária geral da Associação dos Docentes da Universidade do Estado de Mato Grosso (Adunemat – Seção Sindical do ANDES-SN), Thiélide Pavanelli, um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro começou a atacar a empresa e um carro perseguiu os funcionários que fariam a instalação das duas últimas placas. A empresa comunicou que não seria possível seguir com a campanha e cogitou a possibilidade de danos, caso não houvesse a remoção imediata do material.  

Em nota apócrifa, apoiadores de Bolsonaro expuseram os dados da empresa de mídia que veiculou os outdoors e convocaram os cidadãos a se manifestarem em tom de ameaça. “Em Sinop petista e esquerdista não vai se criar, serão sempre escorraçados para bem longe”, diz trecho da nota. 

Thiélide avalia que trata-se de um caso nítido de censura por parte dos empresários da região, que usam de suas estruturas e do capital para desmontar qualquer possibilidade de crítica ao governo Bolsonaro. “O material não faz uso de qualquer conteúdo discriminatório ou de baixo calão”, reforçou a professora.

As entidades responsáveis pela campanha, entre elas as seções sindicais do ANDES-SN na Unemat (Adunemat SSind.) e na Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat SSind.) e a Regional Pantanal do ANDES-SN, afirmaram, em nota, que Sinop “é conhecida por episódios de extremismo político em torno de pautas ultraconservadoras e contra causas sociais e ambientais, mas isso é censura!”

“A campanha é fundamental por alertar a população sobre os posicionamentos criminosos e abusivos do governo, com a dilapidação dos direitos sociais, o desastre econômico, aumento de preços, a catastrófica falta de gestão durante a pandemia que vitimou quase 500 mil brasileiros”, acrescentam as entidades.

Ainda conforme a secretária geral da Adunemat SSind., as seções sindicais do ANDES-SN já se reuniram com seus departamentos jurídicos e irão denunciar o caso. “Vamos registrar BO [boletim de ocorrência], fazer denúncia ao Ministério Público e acionar a OEA [Organização dos Estados Americanos], de maneira a dar visibilidade internacional também, pois esse tipo de censura já aconteceu outras vezes em Sinop”, explicou a docente.

Fonte: ANDES-SN (imagens da Adunemat SSind./ Divulgação)

Sexta, 28 Maio 2021 17:46

 

A elite sinopense é a cara escrachada do poder colonial que usa da força para subjugar povos inteiros a interesses de uma meia de dúzia de famílias brancas e ricas que se sentem donas do mundo!

Tanto assim que nem disfarçam! Deram por nome da cidade uma sigla que não omite sua lógica colonial: Sociedade Imobiliária do Norte do Paraná. Um produto da truculência do Estado brasileiro contra os povos originários durante as marchas para o Oeste. E a cada violência que foi naturalizada gerou-se novos Hitlers.

Por onde a elite do Agro leva seus tentáculos, leva consigo degradação ambiental, trabalhos precários, corrupção, violência e autoritarismo, confundindo liberdade com permissividade para oprimir. Por isso, são a base do atual governo que os representa fielmente.

Os outdoors publicados contra as políticas do Governo Federal, que não salvou nem vidas nem a Economia, é também a crítica ao próprio projeto do Agronegócio. Acostumados a impor seus interesses pela força e por se considerarem donos de terras que invadiram, sentiram-se no direito de apagar a crítica que expressa a opinião de ao menos 59% dos brasileiros que avaliam como péssimo este governo. Calaram a liberdade de expressão por darem-se liberdade de opressão.

Parece que nada aprendem sobre o uso da força! Marielle foi morta e virou semente. O outdoor foi apagado, mas o que já havia reverberado nas redes sociais ganhou ainda mais impulso. E amanhã será maior, pois a resposta será nas ruas.

A Adufmat - Ssind manifesta seu repúdio ao autoritarismo bolsonarista por meio desta nota, das lutas de rua e na forma da lei. Não pouparemos esforços na defesa da democracia.

Diretoria da Adufmat-Ssind
Mato Grosso, 28 de maio de 2021

Sexta, 28 Maio 2021 17:08

 

Entidades farão denúncia internacional das ações

 

O município de Sinop (478 km ao norte de Cuiabá) tem registrado fatos inimagináveis para qualquer democracia. Após a divulgação de outdoors criticando as políticas de Bolsonaro com relação à pandemia e à Economia, apoiadores do atual presidente destruíram os anúncios e iniciaram uma campanha de ataques e ameaças à empresa detentora dos veículos de comunicação.

 

As peças, publicadas com apoio das associações dos docentes das universidades estadual e federal de Mato Grosso (Adunemat-Ssind e Adufmat-Ssind, respectivamente), além do ANDES-Sindicato Nacional, foram publicadas na quarta-feira, 26/05. A partir daí, textos, áudios e vídeos de apoiadores de Bolsonaro começaram a surgir com conteúdos assustadores voltados para a empresa que veiculou os outdoors e para pessoas contrárias as políticas do Governo Federal.

 

 

 

Em um áudio, um homem não identificado questiona uma vendedora da empresa. “Eu passei e vi que vocês colocaram um outdoor com críticas ao Bolsonaro, foram vocês que fizeram aquele outdoor? Vocês que colaram aquilo lá? Vocês acham justo fazer aquilo com o Bolsonaro que está ajudando tanta gente, que está fazendo o Brasil crescer? Não pode, se fosse minha empresa eu não aceitava fazer esse tipo de coisa. O cara é de Deus, o cara está levando tanta pancada, aí vocês fazem isso, ainda mais num lugar que é o Agronegócio, Sinop? Vocês não acham que vão se queimar com isso, não? Eu só dando um (incompreensível) para vocês, vocês vão acabar se queimando por conta de dinheiro”, disse o homem, sem permitir que a atendesse falasse ou chamasse um outro responsável para tentar dialogar.  

 

Em um vídeo, também sem identificação, um homem corta as bases de um outdoor com uma motosserra. O áudio que acompanha o vídeo avisa: “Já que os caras de Sinop não deram conta de tirar os outdoors contra o Bolsonaro, nós viemos aqui de Sorriso (município vizinho a Sinop) e passamos a motosserra. Avisa o pessoal aí que dos outdoors aqui nós já demos conta”. Apesar de não ser possível visualizar o conteúdo do outdoor serrado, testemunhas afirmam que o local é realmente um dos pontos da rodovia Bruno Martini, próximo do aeroporto do município, onde estava um dos painéis.

 

Há também uma nota de repúdio - sem assinatura, para variar - com uma série de ameaças à empresa, citando CNPJ, telefones, nomes, e outros dados. “Em Sinop petista e esquerdista não vai se criar”, diz determinado trecho. Em resumo, o texto acusa a empresa de ter se vendido por dinheiro, traz ilações confusas no sentido de que os proprietários da empresa seriam bolsonaristas e que, por isso, a publicação seria uma contradição, além de coagir a empresa a se desculpar formalmente pela divulgação de “fakenews”. Com a repercussão, os outdoors foram pintados de branco. 

 

Ocorre que, como diziam os outdoors censurados, todos os dados de realidade demonstram que combustível, desemprego e o número de mortos aumentaram significativamente diante das opções políticas de Bolsonaro, enquanto a qualidade de vida e até o acesso a alimentos só diminui.

 

Contraditoriamente, um outro outdoor de apoio ao presidente, localizado ao lado do censurado, reivindica um movimento “democrático”: “Movimento Brasil Verde Amarelo. O Agro e o povo pela democracia. Pela liberdade, pela democracia, pela independência dos poderes. Presidente, eu autorizo! Brasília, 15 de Maio, eu vou”. Mais de dez dias depois do ato, este outdoor permanece intacto.   

 

  

 

Há alguns meses o ANDES-SN já havia denunciado a censura de outdoors críticos ao Governo Bolsonaro em vários municípios do país. Após a censura em Sinop, pichações foram feitas sobre as telas brancas reivindicando liberdade de expressão.  

 

 

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi uma das primeiras entidades nacionais a repudiar publicamente os ataques.

 

Segundo a secretária geral da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Mato Grosso (Adunemat SSind.), Thiélide Pavanelli, as seções sindicais do ANDES-SN já se reuniram com seus departamentos jurídicos e irão denunciar o caso. “Vamos registrar Boletim de Ocorrência, fazer denúncia ao Ministério Público e acionar a Organização dos Estados Americanos, de maneira a dar visibilidade internacional também, pois esse tipo de censura já aconteceu outras vezes em Sinop”, explicou a docente.

 

 

 

 

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

 

Quinta, 25 Abril 2019 18:50

 

O Grupo de Trabalho Política de Formação Sindical da ADUFMAT-S.Sind. do ANDES/SN realizará em Sinop, nos dias 03, 04 e 05 de maio de 2019, o Curso de Formação Sindical, intitulado “Capital e Trabalho: reforma ou revolução?”, dedicado a analisar as transformações do modelo produtivo, do mundo do trabalho e das relações macroeconômicas e sociais.

Este Curso será aberto a docentes, discentes, técnicos, movimentos populares, sociais e sindicais, assim como demais interessados. 

O Curso será realizado gratuitamente e fornecerá certificado aos participantes.

Os encontros serão das 08h às 11h30 e das 13h30 às 17h, na sexta e no sábado (03 e 04/05), e das 08h às 12h no domingo (05/05). 

As inscrições podem ser realizadas pelo e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo., para qual os interessados devem enviar as seguintes informações: nome, sexo, raça/etnia, idade, escolaridade, principal atividade, profissão, instituição/entidade, contato telefônico e e-mail. 

Mais informações por meio dos telefones: (66) 3531-1663 RAMAL 2092/OU (65) 99686-8668.

 

 

Adufmat-Ssind

 

 

 

Quarta, 03 Outubro 2018 14:48

 

A luta das mulheres de Sinop pela implementação de uma Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) começa a se materializar. Na última semana, o município inaugurou o espaço e iniciou os atendimentos na tão sonhada DEAM, fruto de muito debate e mobilização do grupo organizado no Coletivo Sinop para Elas, com apoio de duas seções sindicais do ANDES – Sindicato Nacional em Mato Grosso: Adufmat-Ssind, por meio da Subseção em Sinop, e Adunemat-Ssind.

 

“Até então Sinop não tinha dados de violência contra a mulher. Elas estavam invisíveis, não existiam. Não havia um sistema específico para registrar esses casos. Com a Delegacia, todos os dados registrados geram estatísticas e, para a nossa surpresa - entre aspas -, descobrimos que há muitas mulheres que sofrem violência em Sinop. Várias reportagens já registraram a ausência desses dados. Agora, com um núcleo, essas denúncias aparecem. Fica evidente que não apareciam porque não havia atendimento especializado”, explicou a professora Clarianna Silva, membro do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) da Adufmat-Ssind e uma das participantes do Coletivo.

 

A docente ressaltou, no entanto, que a DEAM está funcionando, mas o grupo tem consciência de que a luta ainda não acabou, pois as mulheres que sofrerem algum tipo de violência estão sendo atendidas pela escrivã e equipe da Polícia Civil, mas o mais adequado seria o atendimento multidisciplinar, com um grupo formado, no mínimo, por delegado especializado, psicólogo e assistente social.

 

“Por enquanto, o trabalho consiste basicamente em fazer o registro do Boletim de Ocorrência e encaminhar a vítima ao Instituto Médico Legal para exame. Mas o atendimento à mulher não tem como objetivo apenas prender. É preciso acolher e fazer encaminhamentos dos casos. Nesse sentido, a gente precisa dialogar com a Prefeitura, que até agora não apareceu. Precisamos saber como ela vai contribuir na formação dessa equipe para fazer o acompanhamento. E é importante que o Conselho da Mulher de Sinop se posicione conosco também na cobrança dessa equipe multidisciplinar”, disse Silva.  

 

Para a professora da Unemat, Thiélide Pavanelli Troian, também membro do Coletivo, a equipe multidisciplinar é imprescindível no atendimento à mulher, pois os casos de agressão extrapolam a violência física. “A abertura da DEAM marcou um dia histórico em Sinop, resultado de uma luta constante do Coletivo Sinop para Elas, que agrega mulheres e homens de diversas classes sociais e intelectuais do nosso município. Agora nós precisamos que a delegacia tenha uma mulher delegada que esteja preparada para o acolhimento, além do restante da equipe multidisciplinar. Essa questão é bastante complexa e muitas vezes envolve toda a família, a vulnerabilidade com relação ao agressor, ou até dependência financeira”, afirmou.

 

Segundo a docente, o ideal é que a rede de apoio consiga dar suporte, inclusive, para além do momento da denúncia. “É preciso ter uma casa de apoio, um lugar para onde essa mulher possa ir com a sua família, as vezes crianças pequenas. É extremamente importante que essa rede funcione junto com a DEAM, e a nossa luta agora é nesse sentido. Não adianta um atendimento relacionado apenas aos tramites policiais. Claro que isso é importantíssimo, mas o que acontece depois que essa mulher volta para casa? Depois que ela fez a denúncia? Isso é tão importante quanto ter o local onde denunciar”, pontuou Troian.

 

“Essa conquista em Sinop é extremamente importante e significativa, porque nós conseguimos observar que, apesar do contexto de retrocessos, retirada de direitos, de conservadorismo - sobretudo com relação as populações ditas minorias: mulheres, LGBT’s, Negros, Indígenas e Quilombolas-, na realidade concreta, os trabalhadores e trabalhadoras de modo geral têm buscado estratégias de organização para o enfrentamento desse conservadorismo”, avaliou a primeira vice-presidente do ANDES Sindicato Nacional, Qelli Rocha.

 

Membro do GTPCEGDS da Adufmat-Ssind, Rocha destacou que o trabalho realizado no local é fruto da unidade construída entre os movimentos sociais e o sindicato. “A diretoria do ANDES-SN tem se esforçado justamente para compor com movimentos sociais na busca para o enfrentamento desse cenário tão devastador, que beira a catástrofe e o barbarismo”, afirmou.     

 

A docente lembrou, ainda, que a DEAM é um instrumento de proteção e acolhimento reivindicado pelas mulheres brasileiras desde as décadas de 1970 e 1980, expressando a necessária intervenção do Estado nas demandas que atravessam o cotidiano da população em geral, ainda impregnada pela lógica patriarcal e machista.

 

A DEAM Sinop, que também atende ocorrências envolvendo crianças, adolescentes e idosos, está localizada no mesmo prédio da Delegacia Regional do município, na Avenida Caviúnas, 1.956, Setor Comercial, Centro.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

 

Quinta, 05 Abril 2018 14:02

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