Segunda, 28 Maio 2018 10:54

 

No Brasil, em pelo menos cinco estados e municípios, educadores da rede pública de ensino estão em luta contra propostas que retiram direitos. Nesta quarta-feira (23), professores da rede particular de ensino de São Paulo iniciaram uma paralisação em protesto contra a tentativa de empresas do setor da Educação Privada em retirar direitos.

 

Os trabalhadores em educação estão em luta realizando paralisações, greves e atos e se enfrentando com governos intransigentes às suas pautas, sendo muitas dessas manifestações reprimidas pela polícia.

 

Em São Paulo, em fins de março, professores da escola pública municipal de São Paulo deram uma lição quando derrubaram o projeto que visava confiscar até 19% dos salários como parte de uma reforma previdenciária imposta pelo prefeito João Doria. Após 20 dias de greves e muita pressão, o projeto ficou congelado por 120 dias e os trabalhadores ameaçaram iniciar uma nova greve se a proposta fosse discutida novamente na Câmara.

 

Um exemplo internacional inspirador para a CSP-Conlutas é a luta dos professores da Virgínia Ocidental, que realizaram uma greve de nove dias do final de fevereiro ao início de março. Eles ficaram anos sem aumento salarial, enquanto os custos crescentes de assistência médica reduziam sua renda. A luta da categoria se espalhou e professores de Oklahoma, Arizona e Kentucky também se mobilizaram.

 

O membro do Setorial Internacional da Central e da Secretaria Executiva Nacional, Herbert Claros, esteve na Conferência da Labor Notes, realizada de 6 a 8 de abril nos Estados Unidos, e falou com professoras da Virgínia Ocidental sobre o processo de luta da categoria. Clique aqui, confira e compartilhe!

 

Fonte: CSP Conlutas

 

 

 

 

 

Segunda, 28 Maio 2018 10:27

 

A diretoria do ANDES-SN vem a público manifestar sua solidariedade à greve nacional dos caminhoneiros que se alastra pelo país. Não é sem contradições que essa mobilização ocorre, mas diferentemente de outros momentos em que os interesses patronais paralisaram o setor, boa parte das reivindicações dos caminhoneiros nesta luta é justa e em sintonia com os interesses da classe trabalhadora.

A política econômica do Governo Temer é desastrosa para a população. O desmonte de empresas estatais estratégicas, como das companhias Eletrobrás e Petrobrás, representa a entrega do patrimônio estatal brasileiro para a lucratividade dos empresários. 

Os aumentos nos preços dos combustíveis são operados pelos interesses internacionais de acionistas da Petrobrás e grandes petrolíferas em acordo com o governo federal, ocasionando uma série de prejuízos para a classe trabalhadora.

Essa mobilização dos caminhoneiros se soma a várias lutas que estão ocorrendo pelo país, especialmente da educação pública. É preciso defender a Petrobrás 100% pública e estatal e os direitos da classe trabalhadora.

Para fortalecer a mobilização contra as políticas do governo, é urgente unificar as lutas em curso no país e exigir das centrais sindicais a convocação de uma nova Greve Geral em defesa dos direitos sociais, contra a EC 95 e a Reforma Trabalhista e pelo Fora Temer!

Brasília(DF), 25 de maio de 2018

Diretoria do ANDES-Sindicato Nacional

Sexta, 25 Maio 2018 19:44

 

 

            A diretoria da ADUFMAT-SSind., reunida nos dias 24 e 25 de maio de 2018, reafirma seu apoio à luta estudantil contra o aumento do valor das refeições do RU. Ratificamos o reconhecimento da legitimidade da greve estudantil e de sua pauta, cuja luta fortalece a defesa da universidade pública, gratuita, de qualidade, democrática e socialmente referenciada.

            Lamentamos os recentes acontecimentos ocorridos no dia 24 de maio, quando a reitora Myrian Serra, contrariamente ao seu discurso de abertura ao diálogo, se retirou da reunião com os estudantes, após os mesmos questionarem a composição da mesa, formada por conselheiro do Consuni, representante do SINTUF e da ADUFMAT. Entendemos que a atitude da reitora não sinaliza disposição para o diálogo, dificultando o processo de negociação.

            Reconhecemos a autonomia do movimento estudantil e a necessidade de a administração superior construir espaços de discussão e deliberação efetivamente democráticos.

 

Cuiabá, MT, 25 de maio de 2018

 

 

 

Sexta, 25 Maio 2018 18:44

 

A Coordenação Nacional da central sindical e popular CSP-Conlutas, instância de decisão da Central, reunida neste dia 25 de maio de 2018, diante das greves existentes no país, particularmente a grandiosa greve dos caminhoneiros, faz uma declaração à classe trabalhadora, demais centrais sindicais e sociedade em geral.

 

CSP-Conlutas apoia a greve dos caminhoneiros, repudia a intervenção do Exército e faz um chamado à Greve Geral.

 

 

Pela unidade na luta com todas as centrais!

 

Há uma semana os caminhoneiros do país estão em greve. A mobilização tem paralisado o país e conseguido um importante apoio de toda a população.

 

A redução do preço do combustível e do gás é uma reivindicação de todos (as). A política de liberação de preços do governo Temer tem como objetivo a privatização da Petrobrás para entregá-la às grandes companhias de petróleo estrangeiras.

 

O governo negociou uma proposta rebaixada diante das reivindicações dos caminhoneiros, que foi rejeitada pela categoria e ampliou a greve. Agora, liberou o Exército para intervir na greve e “desobstruir” as estradas. Isso é inadmissível!

 

Chamamos as centrais sindicais a se reunirem imediatamente e tomar uma posição enérgica. É preciso parar o país, é preciso aumentar as manifestações em apoio aos caminhoneiros, contra a intervenção do Exército, é preciso uma Greve Geral, para lutar por uma pauta que enfrente os principais problemas dos trabalhadores.

  • Redução e congelamento dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha
  • Defesa da Petrobrás 100% estatal com controle dos trabalhadores. Não à privatização da Eletrobrás! Não às privatizações!
  • Contra o desemprego, redução de jornada de trabalho para 36 horas semanais sem redução de salário
  • Revogação da Reforma Trabalhista! Seguimos dizendo não a qualquer reforma
    da Previdência!
  • FORA TEMER!
  • O momento exige unidade na luta. Vamos unificar as greves de todas as categorias!
  • Vamos realizar manifestações em todo país! Todos juntos com os caminhoneiros!



Fonte: CSP Conlutas

Sexta, 25 Maio 2018 17:25

*Atualizada às 14h55 do dia 28/05/18: A atividade cultural programada para a noite do dia 28/05 - Lusco Fusco Happy Hour Cuiabano - foi suspensa. 

 

No início da próxima semana, de 28 a 30/05, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) sediará, pela primeira vez, uma Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (JURA). O evento foi realizado pela primeira vez em 2014 e, desde então, mais de 50 universidades já realizaram edições do encontro. O objetivo é inserir a discussão sobre o projeto de Reforma Agrária e os temas que circundam essa questão nos estudos desenvolvidos nas áreas de humanas, saúde, agrárias, educação, entre outras.

 

Para o professor da Faculdade de Economia, Armando Tafner, um dos organizadores do evento, trazer esse debate para dentro de um dos principais polos do agronegócio é fundamental. “É a primeira vez que a UFMT vai receber uma JURA, e isso é muito simbólico. O Mato Grosso é um dos maiores concentradores de terra da União. Aqui você tem o maior consumo de agrotóxico e o menor número de compradores, o que demonstra a inviabilidade do negócio: quanto menos pessoas com terra, mais pessoas sem terra. Então, que a JURA possa ser utilizada na instituição de ensino superior por meio da pesquisa, ensino e extensão, direcionando a discussão sobre as ferramentas para a redistribuição de terra acontecer”, afirmou o docente.

 

Tafner acrescenta que as Jornadas são realizados em todo o país nos meses de abril ou maio para relembrar o massacre de Eldorado do Carajás, onde 16 trabalhadores rurais sem terra foram assassinados. Vinte e dois anos depois, ninguém foi responsabilizado.

 

Além disso, para o professor, o evento significa uma aproximação da universidade com o Movimento Sem Terra (MST). “A instituição de ensino superior é um espaço onde uma elite intelectual poderá ouvir as demandas, ajudar a propor encaminhamentos, e fazer com que cheguem ao poder público, demonstrando as dificuldades da luta, mas também que é preciso fazer alguma coisa diante de um cenário tão caótico como o brasileiro, ainda pior em Mato Grosso”, acrescentou.      

 

De acordo com a professora Mirian Sewo, do Departamento de Psicologia, o evento contemplará discussões ainda mais amplas. “A JURA é um evento importante para colocarmos em pauta a discussão da Reforma Agrária Popular, a denúncia das opressões vividas no campo e na cidade, o Golpe de 2016, os efeitos do agronegócio na saúde do povo, as perseguições aos movimentos sociais, os retrocessos dos direitos da classe trabalhadora, entre outros temas. A Jornada reúne professores e estudantes de várias áreas diferentes, cada qual contribuindo com seus estudos e projetos, e esse é o ponto mais rico do evento, essa parceria na defesa da Reforma Agrária entrelaçada pela certeza de que uma outra sociedade é possível e de que a utopia continua viva e pulsante”, afirmou a docente, que também está na organização.

 

Entre os convidados para contribuir com os debates estão a historiadora Anita Leocádia Prestes - filha de Olga Benário e Luís Carlos Prestes, que lançará um livro no último dia do evento -, os dirigentes nacionais do MST, João Paulo Rodrigues e Kelly Manfort, e o professor da Universidade Federal do Amazonas, Gersem Baniwa.  

 

Além dos debates e oficinas, os participantes também poderão conhecer os produtos da Reforma Agrária em uma feira com diversos itens de Mato Grosso e de outros estados do país, e visitar a exposição fotográfica “Terra e Resistência”, que reúne cinco coleções fotográficas sobre a luta pela terra e formas de resistência empreendidas pelos trabalhadores sem terra, povos indígenas e quilombolas, e pela própria universidade.

 

Na noite do primeiro dia de evento, 28/05, o público do JURA será convidado especial da 2ª edição do Lusco Fusco, happy hour cuiabano, realizado pela Adufmat-Ssind. A ideia é promover diversas atividades culturais para marcar a unidade dos trabalhadores num contexto político cada vez mais delicado e de necessária mobilização. Além do espaço de debate descontraído, intervenções artistas e palco aberto co karaokê, os presentes poderão saborear comidas típicas e bebidas (ATIVIDADE CANCELADA - LEIA MAIS AQUI).

 

As inscrições para a JURA são gratuitas, basta preencher a ficha disponível no site do evento (clique aqui) e as atividades serão divididas entre o Museu de Arte e Cultura Popular da UFMT (Centro Cultural da UFMT), auditório da Adufmat-Seção Sindical do Andes e outros espaços da instituição. Confira na íntegra da programação abaixo:

   

 

28/05 SEGUNDA-FEIRA

13:30 - Audiência Pública na Assembleia Legislativa: Os direitos dos Povos Indígenas em Mato Grosso e no contexto nacional

Presença do Prof. Gersem Baniwa

Local: Assembleia Legislativa 

​14:00 - 17:00

Palestra: Zoneamento socioeconômico e ecológico e reforma agrária no MT

Local: Auditório da ADUFMAT

​15:30 - 18:00

Oficina de Poesia Marginal com Júlia Karoline e Lígia Viana. Só 60 vagas! Inscrição na Oficina

Local: Auditório do IGDH

​18:00 - Abertura da Exposição "Terra e Resistência"

Local: Museu de Arte e Cultura Popular da UFMT - MACP

​19:00 - 21:00

Palestra de abertura: Análise de conjuntura com João Paulo Rodrigues (MST-SP)

Local: Centro Cultural

29/05 TERÇA-FEIRA

 

8:00-10:00

​Palestra: Reforma agrária popular com Vanderly Scarabeli - MST/MT

Local: Centro Cultural

9:00-12:00

Lançamento do Relatório Dataluta Mato Grosso e Brasil com Profª. Onélia Carmem Rossetto - UFMT

 

Local: Auditório IGHD

Coordenação: Gabriel Miranda

10:00-12:00 

Mesa redonda: Violência no campo e trabalho escravo com Wellington Douglas Rodrigues da Silva e Cristiano Apolucena Cabral – ambos da CPT

Local: Centro Cultural

Coordenação: Luana da Cruz Burema

10:00-12:00

Roda de conversa: 50 anos da Pedagogia do Oprimido

Roda de conversa sobre Paulo Freire e os 50 anos da obra “Pedagogia do Oprimido”

- Prof. Aldi Nestor de Sousa - UFMT

- Prof. Luiz Augusto Passos - UFMT

- Profa. Mírian Sewo - UFMT

Local: Auditório do ICET

Coordenação:  Prof. Aldi Nestor de Sousa - UFMT

14:00-16:00

Mesa Redonda: Terra, saúde e trabalho

Local: Centro Cultural

A mesa abordará os temas que envolvem a concentração de terra, as relações sociais do trabalho e a saúde do trabalhador do campo.​

- Profª. Beatriz dos Santos de Oliveira Feitosa – UFMT

- Pofº. Maelisson Silva Neves – UFMT

- Profº. Sandro Aparecido Lima dos Santos - IFMT

Coordenação: Profº. Armando Wilson Tafner Júnior – UFMT

14:00-16:00

Painel: Territórios e resistências no campo

Local: Auditório do IGHD

Este painel tem como objetivo debater, na perspectiva da Geografia, as relações que ocorrem nos territórios camponeses que podem representar espaços de resistência.

- Dehbora Alves da Costa – Mestre em Geografia - UFMT

- Patrícia Wolff Sampaio – Mestre em Geografia - UFMT

- Zenildo Crisostomo do Prado – Mestre em Geografia - UFMT

- Dayane Pricila Alves Godoi – Mestre em Geografia - UFMT

- Clóvis Vaillant – Mestre em Geografia - UFMT e membro da Coordenação do Fórum Brasileiro de Economia Solidária

Coordenação: Profª. Giseli Dalla-Nora e Profª. Meire Rose A. Oliveira - UFMT

14:00-16:00

Roda de conversa: Diálogos sobre Educação, Movimentos Sociais, Povos da Floresta e Comunidades Tradicionais

Local: Auditório do IE

- Profª. Nilce Vieira Campos Ferreira – UFMT

- Luciano da Silva Pereira - SEDUC

- Sandra Jung de Mattos – PROCEV/UFMT

- Silvia Maria dos Santos Stering – PROEG/IFMT

Coordenação: Profª. Nilce Vieira Campos Ferreira – UFMT

14:00-16:00

Seminário: Trabalho associado e agroecologia

Local: Auditório do PPGE/IE - Sala 68

O Seminário objetiva discutir o significado do Trabalho Associado e da Agroecologia, a partir da existência, resistência e experiências dos assentamentos e dos povos e comunidades tradicionais. O público alvo serão alunos/as de graduação e de pós-graduação, pesquisadores/as, camponeses/as e comunidade.    

- Trabalho Associado - Prof. Edson Caetano  - UFMT

- Agroecologia - Prof. Cristiano Cabral - UFMT

- Trabalho Associado e Juventude Camponesa - Eva Emília F. do N. Azevedo (Doutoranda PPGE/UFMT)

- Trabalho Associado e agroecologia - Germana Benedita da Silva (produtora agroecológica e moradora da Comunidade Mutum)

- Juventude do campo, trabalho e agroecologia – Shirley da Costa (assentada, produtora agroecológica, juventude do assentamento Roseli Nunes, Mirassol D’Oeste)

Coordenação: Prof. Edson Caetano  - UFMT

14:00-16:00

Cine debate: Arpilleras

Local: Auditório do ISC

O documentário conta a história de luta e resistência de cinco mulheres atingidas por barragens das cinco regiões brasileiras denunciando as violações de direitos das populações atingidas, principalmente as mulheres, o modelo energético e a lógica predatória das empresas do setor elétrico.

Coordenação: Victoria Oliveira

16:00-18:00 

Mesa redonda: Criminalização dos movimentos sociais

Local: Centro Cultural

- Profª. Alair Silveira - UFMT

- Profº. Paulo Delgado – UFMT

- Profª. Lélica Ellis Lacerda – UFMT

Coordenação: Profº. Daniel Fanta – UFMT

19:00-22:00

Conferência: Golpe e os direitos indígenas 

Profº. Gersem Baniwa - UFAM

30/05 QUARTA-FEIRA

 

​08:00-10:00

Mesa redonda: Levantandas do chão - Da luta por igualdade à perseguição do feminismo

Local: Centro Cultural

Coordenação: Profª. Qelli Rocha - UFMT

08:00-10:00

Palestra: Privatização da Reforma Agrária

Local: Auditório do IGHD

Vanderli Scarabeli - MST/MT

Coordenação: Profª. Camila Salles - UFMT

08:00-10:00

Mesa redonda: Educação do campo: avanços e desafios

Local: Auditório do IE

A palestra abordará a educação rural no Brasil, história e conceito da Educação do Campo, a Educação do Campo e o golpe e desafios da Educação do Campo.

Palestrante:

- Solange Serafim dos Santos - MST/MT

- Prof. Rui Leonardo Souza Silveira - IFMT

- Profa. Ozerina Victor de Oliveira - UFMT

Coordenação: Júlio César Barbosa Pedroso da Cruz

10:00-12:00

Mesa redonda: Faces do Golpe de 2016 na América Latina e um Projeto para o Brasil

Local: Centro Cultural

- Faces do Golpe na América Latina – Profª. Alair Silveira - UFMT

- O golpe e a discussão de um Projeto para o Brasil – Antonio Carneiro de Menezes (MST/MT)

- Golpe, autonomia universitária e reforma educacional – Prof. Reginaldo Araújo - UFMT

Coordenação: Profª. Haya Del Bel

14:00-16:00

Mesa redonda: Mineração, energia, reforma agrária e os conflitos dos programas de desenvolvimento

Local: Centro Cultural

A mesa irá discutir os grandes projetos agropecuários, minerais e energéticos impostos, desde pelo menos o golpe civil-militar de 1960 até a Amazônia Legal

- Profº. José Domingues de Godói Filho - UFMT

- Profº. Dorival Gonçalves Junior – UFMT

Coordenação: Profº Waldemir Rodrigues - UFMT

14:00-16:00

Mesa redonda: O Golpe de 2016 e suas relações com a imprensa e o judiciário

Local: Auditório do IGHD

– Profº. Paulo Rocha - UFMT

- Tiago Cury - UFMT

- Prof. Luiz Alberto Esteves Scallope - UFMT

Coordenação: Profº. Paulo Rocha

15:00-18:00

Oficina de Teatro do Oprimido com Profª. Naine Terena de Jesus. Só 30 vagas! Inscrição na Oficina

Local: Sala 1 do IGHD

16:00-18:00

Cine debate: Pão, paz e terra

Local: Centro Cultural

Debatedora: Luana Souza Santos

Coordenação: Armando Wilson Tafner Júnior – Economia/UFMT

16:00-18:00

Cine debate: Psicologia ambiental - O cerrado como território de vida, resistência e subjetividades

Local: SALA 3 do IE

- Profª. Jane Cotrin - UFMT

- Profª. Mírian Sewo - UFMT

- Profª. Jane Vignado - UFMT

Coordenação: Pofª. Mírian Sewo – UFMT

19:00-21:00

Conferência e lançamento do livro "Olga Benário Prestes - Uma Comunista Nos Arquivos da Gestapo"

Local: Centro Cultural

Profª. Anita Leocádia Prestes

 

Mais informações: https://juramatogrosso.wixsite.com/jura

 

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Sexta, 25 Maio 2018 10:31

 

A diretoria nacional do ANDE-SN decidiu por cancelar a reunião do Setor das Instituições Federais de Ensino (Ifes) do ANDES-SN prevista para este final de semana (26 e 27), devido ao cancelamento de voos, especialmente para o aeroporto de Brasília/DF, ocasionada pela greve dos caminhoneiros.

De acordo com Giovanni Frizzo, 2º secretário e um dos coordenadores do Setor das Ifes do Sindicato Nacional, ainda não há previsão para nova data da reunião. Frizzo lembra ainda que está previsto para 7 de junho um Dia Nacional de Lutas em Defesa dos Serviços Públicos e pela valorização dos servidores, convocado pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e pelo Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate). A próxima reunião do Fonasefe está marcada para quarta-feira (30).

Leia também:

Fonasefe e Fonacate debatem próximos passos da mobilização dos servidores

 

Fonte: ANDES-SN

Sexta, 25 Maio 2018 10:05

 

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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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O que deve fazer uma pessoa razoável diante de tantas opções políticas para a presidência? Penso que devemos ir eliminando os candidatos mais ruins, para ver se, ao fim, sobra alguma coisa. Não é impossível que ocorra não haver opções entre as opções que se apresentam.


Descarto de cara o tirano, aquele que quer eliminar pessoas, pois não costumo, nem aconselho, escolher quem irá nos tiranizar. Ao invés de buscar educar os homens para não serem bandidos, quer dar armas para que as pessoas se matem. Esse é mais maldoso que a maldade que acredita que vai “eliminar” ou “combater”.


Depois desse, devemos eliminar pessoas suspeitas, investigados pela polícia e pelo ministério público. Um candidato não pode ter nem multa de trânsito sobre ele, quanto mais acusações gravíssimas de coisas hediondas, não pode dever impostos, nem aos bancos ou no comércio. O Sr. Alckimin se encaixa nesse caso: pode até ser honesto, o que não acredito, mas não parece honesto, e em política aparência é tudo, coisa que o insosso candidato não possui.


Deveria ser obrigatório o candidato apresentar certificado de bons antecedentes e de boa conduta, e ser afastado da política qualquer pessoa suspeita de qualquer delito ou crime. Afastado não apenas da vida pública e política, mas dos partidos políticos. Um partido que não afasta criminosos e suspeitos, é um partido criminoso e suspeito, conivente com a maldade. É o caso de partidos como MDB, PT, PSDB, PP, DEM e tantos outros, todos eles deveriam ser barrados pelos eleitores. Nenhum desses partidos é honesto e abrigam até presidiários, além de legiões de suspeitos e acusados. São partidos que usam o congresso apenas para conseguirem se perpetuar no poder, para salvarem seus próprios membros, gastando recursos públicos em causa própria.


Em outras partes do mundo pode-se escolher partidos por suas ideologias. Não é o caso do Brasil, onde os nomes dos partidos e suas palavras de ordem pouco ou nada têm em comum com as “ideologias” que supostamente bradam. Por exemplo, peguemos o Novo que se afirma como liberal, quando é conservador. Naturalmente seria novo haver um partido liberal ou alguém que defenda as ideais liberais em solo nacional. Mas, aqui só se propaga ideias autoritárias, que pensam o Estado como o salvador de tudo e de todos: reina a absoluta desconfiança da existência de sensatez nos homens, que se dermos liberdade se cairá na licenciosidade.


E assim o Novo é contra a descriminalização das drogas, do aborto, do jogo, considerando, contrariamente aos liberais, que é o Estado que deve determinar o certo e o errado sobre os homens, não dando a liberdade de escolha aos indivíduos, como manda a cartilha liberal. 


Enfim, o que o Novo tem de novo? Nada! É igual aos demais, quer assumir o poder político e nos ordenar segundo sua consciência particular; não quer diminuir o Estado, mas tão somente diminuir suas obrigações e sem garantir direitos.


Ou peguemos ainda o PSOL ou a Rede. Talvez, dê para intuir contra o que eles lutam, mas, sinceramente, alguém consegue entender o que defendem para além de palavras de ordem vagas e ambíguas? Também se propõem a se apresentar como algo novo ou diferente, e repetem com outra roupagem o mesmo triste enredo dos demais. Alias, não há nada tão antigo na política como querer ser novo.


Sobraram os partidos de centro. Triste ilusão, um lugar de radicalismos e ideias autoritárias como o Brasil, não há centro, apenas direções divergentes, e todos radicalmente equivocados ética e politicamente. Faltam republicanos, democratas, liberais, federalistas, internacionalistas. Faltam até mesmo nacionalistas. Na verdade, não há em quem votar: não há nem bons candidatos, nem bons partidos. O mais razoável é anular os votos, gritando de forma rotunda, não queremos nenhum de vocês!


Mas, sinceramente, tanto faz quem será o presidente, pois quem manda de fato e de direito, e determina a calamidade que vivemos, é o congresso, que cassa presidentes, inocenta criminosos e fazem as piores leis possíveis para todos nós, mas para grande benefício deles próprios. Não se preocupe quem será o presidente, se preocupe em como será o congresso, isso sim é preocupante.
 


Roberto de Barros Freire
Professor do Departamento de Filosofia/UFMT
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Quinta, 24 Maio 2018 19:17

 

Nessa quarta-feira, 23/05, a Adufmat-Ssind recebeu a presidente do ANDES Sindicato Nacional, Eblin Farage, e a professora Qelli Rocha, membro do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para questões Étnico-raciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) da Adufmat-Ssind para debater os cortes orçamentários e a resistência em defesa da educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada.

 

A professora Qelli Rocha iniciou a discussão com uma análise política das crises inerentes ao sistema capitalista, que evidenciam as disputas entre aqueles que pretendem manter a lógica da desigualdade e os que pensam nos reais interesses da população. “Faz parte da crise a resposta ao sistema, visando readequá-lo para que se perpetue”, disse a docente.

 

Segundo a professora do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Mato Grosso, nesses períodos, os ataques às instituições públicas, como as universidades, aparecem de forma bem definida, como um projeto privatista e puramente mercadológico. O congelamento dos recursos públicos por 20 anos, a partir da Emenda Constitucional 95/16, o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação (Lei 13.243/2016), a desvinculação das receitas obrigatórias da união, assim como outros contingenciamentos que inviabilizam as políticas de assistência estudantil, entre outros, evidenciam essa construção.

 

Da mesma forma, a ideologia conservadora, representadas por projetos como o Escola Sem Partido, aparecem como propostas políticas para minar concepções críticas, assegurando a imposição de medidas que, na realidade, prejudicam ainda mais a população – como as contrarreformas Trabalhista e da Previdência. “A Escola Sem Partido, na verdade, significa cada vez mais partido. A educação já é doutrinária”, afirmou a professora.        

 

Em sua análise, o desempenho dos governos petistas e sua proposta de conciliação de classe aparece como um ciclo que teve início na década de 1970, e se encerrou, de forma trágica para os trabalhadores, com as jornadas de junho de 2013. “O processo de conciliação se dissolveu em 2013, com a população em massa nas ruas, mas de maneira desorganizada. A burguesia percebeu isso e agiu. Para nós, permanece a necessidade de reorganização da classe trabalhadora”, concluiu Rocha.  

 

A presidente do ANDES-SN, Eblin Farage, lembrou que a categoria denuncia há anos a gestação do projeto de serviço público neoliberal que está se materializando atualmente. “Nós identificamos o caos e desejamos soluções imediatas, mas esse cenário é fruto de um processo progressivo que destrói o conceito de público estatal e universal, e põe no lugar serviços terceirizados e tudo o que for possível comercializar”, explicou a professora da Universidade Federal Fluminense.

 

O aumento do bandejão no Restaurante Universitário, cortes das bolsas e de recursos no geral, percebidos de maneira imediata, no cotidiano, são, portanto, reflexos de um projeto de universidade. As ações parecem isoladas, mas fazem parte de um mesmo pacote.   

 

De acordo com Farage, o modelo de universidade pública e gratuita brasileiro é um dos poucos no mundo, e só tem resistido por meio da luta organizada de trabalhadores e estudantes. “Em outros países da América Latina e da Europa até há universidade pública, mas não gratuita. Elas cobram mensalidades dos alunos. Em Portugal não há nenhuma universidade pública gratuita, e nenhum professor dessas universidades é servidor público”, afirmou a docente.

 

Os ataques às carreiras públicas também aparecem como indicadores do modelo público neoliberal. “As reformas previdenciárias dos governos Lula e Dilma são exemplos do desmonte das carreiras públicas. No meu departamento todos os professores exercem as mesmas atividades, no entanto, após 30 anos de trabalho, alguns vão se aposentar integralmente, outros com salário mitigado, calculado nos últimos vencimentos, e outros com o teto previdenciário, que pode representar 1/3 do salário atual. Essa é uma forma fazer as pessoas pensarem se realmente vale a pena ser servidor”, pontuou a presidente.

 

A abertura para terceirização da área meio, feita pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, e a autorização do governo Michel Temer de terceirização da área fim nos serviços públicos também caracterizam desmontes. A primeira pode ser percebida nos últimos anos a partir da redução dos cargos dos técnicos administrativos, substituídos por trabalhadores terceirizados, com relações de trabalho extremamente precárias. A segunda e mais recente representa o mesmo processo, agora para os professores.

 

Nesse bojo, aparece entre as propostas do governo a Reforma do Serviço Público, que deverá ser apresentada logo após as eleições, seguida da Reforma da Previdência. A ideia é criar uma carreira única de servidor, conhecida como “carreirão”, que consiste, entre outras coisas, na redução dos vencimentos. “Nessa proposta de carreirão, um professor titular, por exemplo, teria um salário de cerca de cinco mil reais a menos”, afirmou a presidente do ANDES.        

 

Resistência: a universidade pública e gratuita é um bem público

 

As duas convidadas da Adufmat-Ssind concordaram que a única alternativa dos trabalhadores para evitar o avanço dessa lógica destrutiva dos serviços públicos é a reorganização coletiva. Nesse sentido, as greves, que outrora trouxeram todos os direitos, agora são o instrumento que os mantém. Além disso, os momentos de greve são efetivos para reflexão dos trabalhadores acerca do seu trabalho e da conjuntura política que incidem sobre o cotidiano, por vezes ignorada.

 

“Nós temos alguns desafios pela frente. O primeiro é mostrar para a população que atacar os serviços públicos e os servidores é o mesmo que atacar direitos. A universidade é antes de tudo um bem público. O segundo desafio é construir a organização efetiva de docentes, estudantes e técnicos. O terceiro, ampliar os espaços de organização coletiva para além da universidade, dialogando com outras categorias”, afirmou a presidente do ANDES-SN.

 

Por fim, as convidadas encerraram suas participações destacando a importância de compreender a história para analisar e pautar as ações diante da conjuntura, no sentido de que as realidades locais são extensões das realidades nacionais e internacional.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind        

 

 

 

Quinta, 24 Maio 2018 17:50

 

 

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Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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JUACY DA SILVA*
 

Há poucos dias li duas noticias que para muita gente talvez tenham passado desapercebidas. Uma se referida a possibilidade de um projeto de lei que transformaria o MST (movimento dos trabalhadores sem terra) e o MTST (movimento dos trabalhadores sem teto) em movimentos terroristas e como tais, suas manifestações seriam enquadradas na Lei de Segurança Nacional, que , mesmo em plena democracia, ainda está em vigor como uma espada prestes a cortar a cabeça de quem não segue as ordens e normas dos donos do poder e das elites dominantes, incluindo os latifundiários e seus aliados.


Outra notícia é a defesa que candidatos, como Bolsonaro, seus aliados e apoiadores pelo Brasil afora no sentido de que fazendeiros e talvez qualquer pessoa que assim o desejar possam comprar armas de Guerra (fuzis, metralhadoras, pistolas e outras mais) para defenderem suas propriedades a ferro e fogo. Para esses a segurança esta na ponta do fuzil e não nas ações que os poderes públicos deveriam executar através de politicas públicas que garantam teto, terra, trabalho, nas palavras do Papa Francisco , enfim, a vida, a liberdade e o direito de ir e vir e não apenas a propriedade.


Talvez seja bom lembrar que essas armas já estão nas mãos do crime organizado há vários anos, razão pela qual nem a intervenção federal sob a batuta do Exército brasileiro na segurança pública do Rio de Janeiro tem conseguido reduzir o poder de foto da bandidagem e com certeza levará `a desmoralização não apenas do nosso glorioso verde oliva, mas também das forças armadas e policiais como um todo e, inclusive, do governo Temer e de diversas governos estaduais que não estão conseguindo enfrentar o crime organizado que, a cada dia age com mais destemor, na certeza da impunidade, inclusive facilitada por uma justiça morosa.


Em meio a tudo isso, todos os dias surgem noticias e fatos novos para anuviar o cenário nacional, complicando sobremaneira o período eleitoral e pós eleitoral, se é que vamos ter eleições este ano. Alguns analistas e também videntes costumam dizer que Temer não termina seu governo e que um golpe de força não estaria descartado, na esteira de uma corrente de extrema direita que prega abertamente uma nova intervenção militar.


O exemplo mais patente da fragilidade politica, econômica, social e institucional que estamos vivendo é esta greve dos caminhoneiros, mais de 800 mil em todo o Brasil, que está colocando o governo Temer de joelhos e afetando o país como um todo, incluindo a possibilidade de desabastecimento, aumento exagerado de preços e a volta da inflação.


O interessante nesta estória que todo mundo já sabia o fim desta novela, afinal, atrelar o preço dos combustíveis à variação do preço internacional do petróleo, apesar de que o Brasil seja um dos maiores Produtores de etanol e um produtor médio de petróleo, preço este que é cotado em dólar que tem se valorizado nos últimos meses, levaria a um desastre econômico e social.


Quem autorizou a Petrobrás a aumentar diariamente o preço dos combustíveis foi o Governo Temer, sem avaliar as consequências desta medida, cujo objetivo nada mais é do que capitalizar novamente a Petrobrás que foi destruída ao longo dos últimos anos pela corrupção patrocinada pelos Governos Lula, Dilma/Temer e com o apoio de todos os partidos que apoiavam aqueles governos e continua apoiando o governo Temer e tem suas mãos manchadas não apenas pela corrupção como também pela conivência e incompetência que os caracterizam.  Para este governo e seus apoiadores no Congresso e nos Estados, “salvar” a Petrobrás é mais importante do que salvar o povo brasileiro que vive no desemprego e sub emprego e com um salário de fome (13,7 milhões de desempregados e 14 milhões de subempregados); mais de 50 milhões de inadimplentes com seus nomes sujos, devido a taxa de juros escorchantes e o desemprego; mais de 1,5 milhões de pessoas que voltaram a condição de pobreza extrema e mais de 5 milhões que voltaram a viver na pobreza.


O aumento do preço dos combustíveis, principalmente do óleo diesel e outros derivados como gás de cozinha, está paralisando o transporte urbano, intermunicipal e interestadual; transporte aéreo, transporte de cargas, contribuindo também para o desabastecimento de alimentos e outros produtos, enfim, infernizando a vida da população, principalmente das camadas pobres e miseráveis, mas também afetando a vida das camadas média e alta que não vão poder viajar de avião, por falta de combustível e aeroportos fechados com já está acontecendo.


Enquanto isso, os corruptos, os marajás da República e os sangue sugas do tesouro continuam com suas ações, uns poucos a caminho da prisão, como aconteceu há dois ou três dias com o Tucano, ex-governador mineiro que foi condenado a 20 anos de prisão por crimes de colarinho branco cometido há exatamente duas décadas e outros em sua insensibilidade social.


Isto é Brasil, uma panela de pressão prestes a explodir e levar pelos ares nosso tão decantado “estado democrático de direito” ou nas palavras do Conde Affonso Celso, em sua obra “Porque me ufano de meu país”, escrito em 1906, publicado em 1908 e que vale a pena ser lida.


*JUACY DA SILVA, professor universitário, mestre em sociologia, colaborador e articulistas de diversas veículos de comunicação. EmailO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Twitter@profjuacy  Blog www.professorjuacy.blogspot.com
 

Quarta, 23 Maio 2018 17:16

 

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O Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Roberto Boaventura da Silva Sá

Prof. de Literatura/UFMT; Dr. em Jornalismo/USP

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Após publicar o artigo “Livre de Lula” (10/05/18), trocadilho com o qual me contraponho a “Lula livre”, diversos (e)leitores se manifestaram, ora se identificando, ora se opondo ao meu ponto de vista. Seja como for, importante é garantir o debate; e se estivermos abertos aos argumentos alheios, melhor.

Assim pensando, li todas as ponderações, com atenção às divergências. Nelas, busquei algo com que pudesse concordar. Nada. Todavia, encontrei elementos para este artigo: as considerações que pontuam Lula como o político que mais investiu nas universidades.

Será?

Pergunto porque somos descendentes de crendices pra lá de estranhas. De todas, destaco o sebastianismo, ou seja, a “crença no movimento profético que surgiu em Portugal, em fins do século XVI, como consequência do desaparecimento do rei Dom Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir. Uma vez que não havia um corpo, acreditava-se que ele voltaria para salvar Portugal de todos os problemas surgidos após seu desaparecimento”. (https://pt.wikipedia.org/wiki/Sebastianismo).

Antes de tudo, a transcrição acima serve para mostrar nossa ancestralidade em crenças, mitos, fantasias... A realidade nem sempre nos é relevante. Logo, meias-verdades já podem ser tornadas dogmas. Eis o caso.

Na questão em pauta, a centralidade não é comprovar a quantidade de investimentos e políticas voltadas ao ensino superior, mas ver como isso foi feito no governo Lula, e com quais motivos tudo foi arquitetado.

Às instituições particulares, nunca se canalizou tanto recurso público. Além do ProUni e do FIES, há de lembrar dos generosos financiamentos – via BNDS/CEF – à estruturação física daquelas instituições. Contudo, não nos esqueçamos de que, com raras exceções, as privadas não têm nível superior; só legalidade como tal. Logo, nunca se iludiu tanto nossa juventude.

Por que isso foi feito?

Três motivos: 1º) salvar da inadimplência um dos setores da economia; 2º) fomentar eleitores fiéis, pela ilusão de pertencimento à universidade; 3º) dar longevidade político-eleitoral ao PT.

E nas instituições federais?

Dom Lula reinou. Pós-ditadura, ele foi o que mais ingerência impôs às universidades, subjugando-as.

Para sustentar sua ingerência, manteve listas tríplices à escolha de reitores. Como a última palavra cabia ao “rei”, sobre que reitor gestaria aqui e acolá, ele cresceu e foi, com auxílio de súditos partidários espalhados alhures, impondo políticas ditas de “inclusão”.

As cotas foram as primeiras experiências. Sem mexer na estrutura que sustenta a desigualdade social do país, até para não atrapalhar os lucros do capital, nas federais, Dom Lula fez – via políticas focalizadas – acomodação para o mundo ver.

Na mesma linha, criou programas diversificados, que, com raras exceções, tinham intenção apenas eleitoreira.

Na base do toma-lá-dá-cá financeiro, impôs um programa de reestruturação e expansão, irresponsável socialmente; hoje, as federais estão na penúria. As mais recentes, forjadas às pressas, não têm estrutura elementar.   

 Mais: impôs a ilusão do ENEM, que nos obrigada a conviver com injustiças e denúncias a cada edição.

Em contrapartida, nunca foram construídos tantos prédios nas federais, invariavelmente, de péssima qualidade. Desconsiderando os inacabados até hoje, muitos estão vazios, e sem condições de uso. Detalhe: as empreiteiras não reclamaram de nada...

No limite de um artigo, eis algumas considerações minhas sobre a relação Lula e as universidades.

Há quem aprove isso.

Eu não.