Quarta, 24 Julho 2019 13:47

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Publicamos a pedido do prof. Ailton José Terezo

 

 

 

O professor Ailton Terezo, do Departamento de Química/ICET, realizou uma vista a Fazenda Tucunaré, de propriedade da AMAGGI, com objetivo de conhecer as boas práticas agrícolas adotadas pela companhia.

 

Durante a visita, além conhecer os processos, também foram discutidas melhorias quanto à estabilidade dos ingredientes ativos e das práticas para aplicação de defensivos agrícolas para o controle de pragas, doenças e plantas daninhas.

 

A visita contou com o acompanhamento do diretor da AMAGGI Agro, Pedro Valente; de um dos acionistas da empresa, Blairo Maggi; além de gestores e outros colaboradores da empresa.

 

Na ocasião, também, foi apresentada a Rede MT-NanoAgro, Rede mato-grossense de P,D&I em Nanotecnologia para Agricultura (www.redemtnanoagro.com.br) e os projetos com potencial de aplicação futura no campo.

 

Segundo o professor, a visita foi uma oportunidade para divulgar os trabalhos em desenvolvimento na UFMT, bem como contribuir com sugestões para melhorar a eficiência de alguns processos no campo.

 

O professor Terezo acredita que entender e controlar as características físico-químicas dos defensivos agrícolas, por exemplo, pode ser muito vantajoso em termos de ganhos em eficiência do processo.

 

Além disso, Terezo lembra que no cenário atual de dificuldades para manutenção básica das IFES, buscar parcerias é importante para manter as atividades de pesquisa e inovação tecnológica, visando garantir a formação de recursos humanos qualificados, para além do ensino restrito às salas de aulas.

 

O acionista Blairo Maggi destacou a importância da disseminação do conhecimento por parte da UFMT e também o valor da troca de conhecimento entre o meio acadêmico e o setor produtivo.

 

Fonte: Divulgação

Quarta, 24 Julho 2019 13:32

 

 

O governo Bolsonaro/Mourão e o presidente da Câmara Rodrigo Maia estão com pressa em sacramentar o ataque às aposentadorias dos trabalhadores e benefícios do INSS. O presidente da Câmara promete realizar o 2° turno de votação da Reforma da Previdência no dia 6 de agosto.

 

Eles têm pressa e adotaram a velha política do toma-lá-da-cá. Para impor o mais duro ataque à Previdência e comprar o voto dos deputados picaretas, somente no mês de julho, Bolsonaro já gastou mais de R$ 3 bilhões através de emendas e destinação de recursos, sem contar a negociata de cargos no governo.  Foi assim que aprovaram a reforma em 1° turno no último dia 10.

 

Porém, essa guerra não acabou. Para ser aprovada em definitivo, a reforma terá de passar pela segunda votação na Câmara, onde precisa de pelo menos 308 votos, e depois ser votada também em dois turnos no Senado.

 

É possível reverter essa situação indo para cima deles, com muita pressão, mobilização e uma nova Greve Geral.  É preciso retomar a mobilização desde já!

 

6 de agosto é dia de luta!

A CSP-Conlutas aprovou a convocação de um Dia Nacional de Atos e Mobilizações contra a votação do 2° turno da Reforma da Previdência no próximo dia 6 de agosto. Não vamos deixar que eles na calada da noite, como fizeram na votação do 1° turno, acabem com nossas aposentadorias.

 

Baixe o panfleto de convocação deste dia de luta: Panfleto CSP Conlutas – 6deagosto contra a reforma

 

A data foi incorporada no calendário aprovado pelas centrais sindicais, em reunião realizada nesta quinta-feira (18). Mas é preciso que, de fato, as direções organizem essa luta e realizem atos e mobilizações.

 

A CSP-Conlutas segue na linha de frente contra essa nefasta reforma e, conforme resolução aprovada pela Secretaria Executiva Nacional, convoca todas suas entidades e movimentos filiados a realizar um forte dia de luta no dia 6 com atos nos estados e mobilização nas bases das categorias. Em São Paulo, realizaremos ato na Avenida Paulista.

 

Fazemos um chamado às demais centrais e todos os sindicatos e movimentos que joguem peso para retomar com força a luta contra a reforma e também realizem atos e mobilizações no dia 6, dia de votação na Câmara.

 

Lamentavelmente, a votação do 1° turno na Câmara ocorreu sem que tenha havido a necessária mobilização por parte das direções majoritárias para barrar a reforma, como se houvesse um “acordão” a favor do ataque à Previdência. A cúpula dirigente de parte das centrais, como CUT e Força Sindical, se recusou a chamar nova Greve Geral ou um “Ocupa Brasília”, facilitando a primeira aprovação do texto. A oposição parlamentar do PT, PCdoB e PDT também aposta apenas em negociar pequenas alterações que não impedem o brutal ataque às aposentadorias e facilitam o caminho para Bolsonaro.

 

É preciso que as direções deixem de corpo mole e parem de apostar nas negociações com este Congresso, que já mostrou que é inimigo dos trabalhadores. Negociação desta reforma é traição!

 

Para defender, de fato, as aposentadorias, a educação e os empregos, é hora de ir à luta!

 

Vamos realizar um forte dia de luta no dia 6 de agosto e preparar a realização de uma nova Greve Geral para o dia 13 de agosto, quando estudantes e professores da Educação já anunciaram um dia de paralisação em todo o país.

 

Leia também:

 

Estudantes e trabalhadores da Educação convocam paralisação nacional para 13/8. Centrais devem se somar à luta e preparar nova Greve Geral

 

Reforma da Previdência volta à votação em agosto. É preciso denunciar e pressionar os deputados traidores do povo que votaram no 1° turno

 

Leia a íntegra da resolução aprovada pela SEN, no último dia 17 de julho:

 

VOLTAR ÀS RUAS CONTRA O 2° TURNO DE VOTAÇÃO DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA:

CSP-CONLUTAS CONVOCA ATOS PARA 6/8 E CHAMA CENTRAIS A CONVOCAREM GREVE GERAL PARA 13/8

 

Considerando que:

1 – Com maioria esmagadora, o Congresso o Congresso Nacional, aprovou a “Reforma” da Previdência em 1º turno;

2 – Essa reforma, se concretizada, significa um duríssimo golpe ao povo pobre e da ampla maioria da classe trabalhadora brasileira;

3 – Apesar dos esforços e insistência política da CSP-Conlutas, bem como das denúncias contra a cúpula dirigente das Centrais Sindicais, o fato é que essas direções se recusaram a chamar nova Greve Geral ou mesmo um novo “Ocupa Brasília”. Essa atitude acaba por colaborar com o espúrio acordão que vimos se realizar no meio parlamentar;

4 – A oposição parlamentar, dita de “esquerda” do PT, PCdoB e PDT, jogou-se, como era de se esperar, na mera via institucional e nas entranhas desse “acordão” revelando, de fundo, sua colaboração com essa famigerada reforma;

5 – Tanto parte da cúpula das Centrais, como Paulinho da Força Sindical ou Wagner Freitas, presidente da CUT, respectivamente, comemoram o “resultado” do 1º turno da votação na Câmara dos Deputados ou limitam-se a dizer que “a luta agora deve ser Senado”, revelando seus propósitos de seguir impondo a paralisia do movimento da classe trabalhadora contra essa “reforma” e o fazem juntamente com dirigentes de outras Centrais;

6 – Devemos manter a exigência por uma nova Greve Geral e aumentar o tom da denúncia dos parlamentares que votaram favoráveis em primeiro turno, bem como da cúpula dirigente das Centrais;

7 – Rodrigo Maia já anunciou que pretende votar a reforma, em segundo turno, no próximo dia 6 de agosto;

8 – A CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) está indicando um Dia Nacional de Paralisação da Educação Básica para 13 de agosto, bem como o ANDES, a Fasubra e o Sinasefe também deliberaram por convocar Greve Nacional do Setor do Ensino Superior nesta mesma data;

9 – Em meio a essa luta devemos intensificar nossa militância na construção do 4° Congresso Nacional da CSP-Conlutas.

 

A Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas resolve que:

1 – A CSP-Conlutas dará início a uma terceira fase da Campanha Contra a Reforma da Previdência com:

– Publicação de um novo vídeo para explicar os males da proposta aprovada em 1º turno na Câmara dos Deputados, com denúncia dos parlamentares e a cúpula dirigente das Centrais que acabaram por contribuir com esse resultado, e com exigência da necessidade de uma nova Greve Geral;

– Todas as entidades que puderem devem publicar cartazes, boletins e/ou outdoors, denunciando os deputados que aprovaram essa reforma;

– Produzir novos virais e cards para as redes sociais, explicando os ataques específicos contidos no texto aprovado em 1° turno pelos deputados;

– Produzir e garantir a distribuição de 500 mil panfletos da Central com o tema e conteúdo político contra a Reforma da Previdência, com convocação para “Um dia Nacional de Mobilização e Atos” em todos os Estados no dia 6 de agosto;

2 – Faremos novas assembleias em todos os setores e categorias e, nelas, explicaremos os ataques e iremos propor a deliberação de exigência do chamado a uma nova Greve Geral para 13 de agosto;

3 – Aprovaremos a convocação de mobilizações e atos de rua em todos os estados para o dia 6 de Agosto, sendo que especificamente para São Paulo devemos convocar o ato, desde já, para a Avenida Paulista;

4 – Participaremos ativamente de toda construção e realização de manifestações que forem convocadas para o dia 8 de agosto;

5 – Caso sejamos derrotados na proposta de realização de Greve Geral em 13 de agosto nas reuniões com as cúpulas dirigentes das outras Centrais, manteremos a data como Dia Nacional de Lutas, Paralisações e Protestos, nos incorporando de maneira ativa às atividades e ações convocadas pelo setor de Educação Nacional, tanto básica quanto superior;

6 – Até lá devemos, durante todo mês de julho, realizar visitas, protestos e/ou escrachos nas casas ou locais onde estiverem os parlamentares em cada estado, bem como seguir com a iniciativa de coleta de assinatura dos abaixo-assinados. Esse último deve ser remetido ao escritório da Central em Brasília, a partir do dia 30 de julho (está previsto entrega dos mesmos para dia 13 de agosto em BSB).

 

Fonte: CSP-Conlutas

Terça, 23 Julho 2019 16:48

 

O Future-se, projeto apresentado nesta quarta-feira, 17, pelo Ministério da Educação, põe fim ao sentido público das universidades, institutos federais e CEFET. Embora inicialmente tenha recuado do ataque à gratuidade, a proposta altera os eixos históricos que sustentam o caráter público e socialmente referenciado das instituições.

O programa propõe garantir a "autonomia financeira" das universidades, institutos federais e CEFET via captação de recursos junto ao setor privado, através de fundos de investimento, parcerias público-privadas e privatização do patrimônio imobiliário das IFE. A gestão passará a ser feita por Organizações Sociais, de caráter privado.

De acordo com o MEC, será financiado por um fundo de direito privado, cuja administração será de responsabilidade de uma instituição financeira e funcionará em regime de cotas. O orçamento de manutenção e investimento das IFE será desvinculado da União e substituído pelo financiamento privado.

Embora o ministério tenha anunciado que a proposta vai passar por consulta pública e, posteriormente, serão apresentadas as mudanças na legislação, todo o projeto foi construído sem diálogo algum com a comunidade acadêmica e os reitores das universidades e institutos federais. "É um projeto extremamente autoritário construído sem diálogo, imposto de cima para baixo", avalia Eblin Farage, secretária-geral do ANDES-SN.

Eixos do desmonte

O programa foi apresentado dividido em três eixos: Gestão, Governança e Empreendedorismo; Pesquisa e inovação; e Internacionalização.  O fomento à competitividade, à captação de recursos próprios e ao empreendedorismo individual são algumas das propostas apresentadas. Dessa forma, a produção de conhecimento estará submetida aos interesses do Mercado e não mais voltada às necessidades da sociedade.

Todas as medidas têm como enfoque o ensino e a pesquisa, ignorando a extensão. Com isso, o Future-se promoverá o desmonte do tripé que sustenta a lógica de produção de conhecimento socialmente referenciado e colocará em risco diversos projetos que atendem a população, em especial as parcelas mais vulneráveis da sociedade.

"A autonomia pedagógica vai estar ameaçada", denuncia Eblin. Segundo a diretora do ANDES-SN, a proposta irá transformar os professores em empreendedores, captadores de recursos. Os projetos terão como foco atrair investidores e não a produção de conhecimento para o desenvolvimento de políticas sociais. "Será que o mercado vai querer investir em projetos de extensão voltados para a favela, a periferia, para as mulheres, indígenas, quilombolas, LGBTTs?", questiona.

Para a secretária-geral do Sindicato Nacional, o projeto do governo federal busca destruir o caráter social e heterogêneo das instituições federais de ensino. "Nessa universidade [que o governo quer] só caberá o conhecimento que sirva ao mercado e não à população, em especial a mais pobre", critica.

Ataque ao funcionalismo

Outro grande ataque contido no programa do governo para a privatização das instituições federais de ensino é o desmonte das carreiras do magistério superior, do ensino básico técnico e tecnológico (EBTT) e dos técnicos-administrativos.

Aponta para a cessão de atuais servidores para as Organizações Sociais e, ainda, para a contratação via essas organizações e não mais através de concursos públicos, vinculado ao Regime Jurídico Único.

Greve da Educação Federal

Na tarde desta quinta-feira (18), o ANDES-SN, Fasubra e Sinasefe realizaram uma transmissão ao vivo através do Facebook para comentar os ataques contidos no programa Future-se. Após o bate papo, os representantes das três entidades conclamaram as categorias da educação e toda a sociedade à luta em defesa da Educação Pública.

Um dia de greve geral da Educação foi convocado para 13 de agosto. A paralisação está sendo construída em conjunto pelas entidades de trabalhadores da educação e o movimento estudantil. E buscará envolver todos os setores da sociedade.

"As universidades e institutos federais e Cefet não são nossos [dos professores, estudantes e técnicos], são patrimônios de toda a sociedade e têm que ser defendidos por toda a população. O que também está em jogo são os serviços que as instituições prestam para toda a sociedade", disse Eblin, convocando toda a categoria a fazer a resistência necessária "à destruição da Educação Pública, que esse projeto pretende".

Clique aqui e confira a transmissão com mais detalhes sobre avaliação do ANDES-SN, Fasubra e Sinasefe sobre o Future-se.

 

Fonte: ANDES-SN

 
Terça, 23 Julho 2019 13:43

 

Os ataques de Bolsonaro à Educação não param, mas a luta para enfrentar os absurdos desse governo de ultradireita também não. Estudantes, professores e técnicos administrativos se preparam para voltar às ruas no próximo dia 13 de agosto, quando estão convocando um dia de paralisação nacional.

 

 

 

A mobilização está sendo convocada por entidades dos professores e trabalhadores da educação e organizações estudantis, como CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação), Andes-SN, Fasubra, Sinasefe, UNE, Ubes, entre outras.

 

reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas, realizada de 5 a 7 de julho, aprovou o apoio e participação de suas entidades neste dia de luta e defende que a data seja incorporada por todas as centrais sindicais para transformar a mobilização num dia de greve geral no país em defesa da Educação, bem como contra todos os ataques do governo ao conjunto da classe trabalhadora, como a Reforma da Previdência.

 

Bolsonaro vai destruir a Educação pública

 

A situação da educação no país é cada vez mais preocupante. Ao invés de resolver os problemas históricos do setor, cuja realidade é de escolas sucateadas, má qualidade de ensino, professores mal remunerados e baixo acesso ao ensino superior, a postura de Bolsonaro e de seu ministro Abraham Weintraub é de desprezo total pela Educação.

 

Em seis meses de governo, a política adotada até agora é de destruição da educação pública, seja com ataques à Educação Básica (ensino fundamental e médio), seja às universidades.

 

Não bastassem os cortes anunciados ainda no início do ano no valor de R$ 5,7 bilhões, a imprensa noticiou nesta segunda-feira (15), com base em dados oficiais do governo, que Bolsonaro paralisou as ações voltadas para a Educação Básica no primeiro semestre deste ano. O corte no repasse de verbas afetou áreas como educação integral, creches, escolas rurais, alfabetização e ensino técnico.

 

Se depender desse governo, a juventude também não terá acesso às universidades. O atual ministro assumiu com críticas às universidades e anúncio de cortes que afetaram bolsas de estudo, pesquisas, assistência estudantil, transporte e até bandejão. A mais recente proposta é fazer com que as universidades públicas deixem de ser autarquias, para que sejam todas privatizadas e passem a cobrar mensalidades. Um ataque brutal que vai impedir milhões de estudantes de terem acesso ao ensino superior.

 

Leia também: Bolsonaro quer acabar com universidades públicas e gratuitas, Andes-SN lança manifesto e defende greve em 13 de agosto

 

Por uma nova Greve Geral

O dia 13 de agosto será, portanto, um dia de tomar as ruas e realizarmos um novo “tsunami” contra os ataques desse governo de ultradireita, a exemplo das manifestações que tomaram as ruas do país nos dias 15 e 30 de maio.

 

Mas, além da pauta da educação, temos ainda a luta contra a Reforma da Previdência. O projeto da reforma foi aprovado em 1° turno pela Câmara dos Deputados, mas ainda terá de passar por uma segunda votação na Câmara antes de ir para o Senado, onde também terá de ser votada em dois turnos. Portanto, a luta para impedir que essa reforma seja aprovada ainda não acabou. É hora de botar pressão total sobre os 379 picaretas que votaram pelo fim das aposentadorias.

 

“O dia 13 de agosto deve ser a referência para construção de uma paralisação nacional em todos os setores. Para isso, é preciso que as Centrais abram mão de priorizar as negociações no parlamento e intensifiquem a luta contra essa reforma nas ruas”, defendeu o integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Paulo Barela.

 

 Fonte: CSP - Conlutas

Terça, 23 Julho 2019 11:36

 

Professores, estudantes e técnicos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) realizaram uma manifestação no entorno instituição no final da tarde dessa segunda-feira, 22/07. A ideia foi chamar a atenção da população mais uma vez para os riscos que a universidade corre a partir das sugestões de intervenção na administração e privatização.

 

O ato teve início com um abraço simbólico à universidade. De mãos dadas, os presentes circularam o símbolo da instituição que serve a população mato-grossense há 49 anos. Suas contribuições vão desde a formação de profissionais das mais diversas áreas, passando pela produção de pesquisas e desenvolvendo tratamentos diversos na área da saúde, alertando para os riscos que a utilização de agrotóxicos trazem à população e ao meio ambiente, além da oferta de mais de 800 projetos de extensão que disponibilizam cursos de línguas, música, atividades físicas, cuidados com a saúde física e mental de jovens, adultos e idosos, entre outras.

 

“A universidade está em praticamente todos os espaços. Até mesmo cursos de formação de policiais no estado têm a contribuição de professores e pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso”, lembrou o professor Reginaldo Araújo, diretor a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior – Sindicato Nacional (ANDES-SN), durante o ato.

 

A função social da universidade, no entanto, está ameaçada. Utilizando o discurso da "má gestão" para turvar o histórico de cortes de recursos na Educação e se eximir da culpa, o governo federal tem demonstrado que pretende indicar alguém de afinidade política para assumir a Reitoria da universidade (como já fez em outros estados) devido à exposição da falta de recursos, além de privatizar a universidade pública.

 

A comunidade acadêmica, representada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), Associação dos Docentes - Seção Sindical do ANDES (Adufmat-Ssind) e Sindicato dos Trabalhadores Técnico- administrativos (Sintuf/MT) repudia tanto a ideia de haver um interventor na instituição quanto a proposta de alterar o caráter público e gratuito da universidade, a partir do projeto Future-se.

 

“Nós não vamos admitir que ninguém mais, além da própria comunidade acadêmica, indique quem vai administrar a instituição, porque é assim que funciona numa democracia. Da mesma forma, não vamos aceitar que privatizem a universidade. Haverá resistência. Nós ocuparemos as ruas todas as vezes que for necessário”, disse o diretor geral da Adufmat-Ssind, Aldi Nestor de Souza.

 

Após o abraço, os participantes saíram em marcha pela lateral da UFMT em direção à Avenida Fernando Corrêa, dialogando com a população no entorno da instituição. Muitos estudantes declararam que não teriam condições financeiras para custear qualquer curso na iniciativa privada, ao mesmo tempo em que ressaltaram a qualidade evidente dos institutos públicos de ensino superior.  

 

Outras manifestações devem ocorrer nos próximos dias, considerando que a própria comunidade acadêmica determinou o início do "estado de mobilização permanente" desde que o corte de energia, efetuado no dia 16/07, passou a ser utilizado pelo governo federal e seus apoiadores para justificar a possibilidade de intervenção política na instituição.

 

Além do ato público no final da tarde, às 19h a comunidade acadêmica se reuniu no auditório da Adufmat-Ssind para estudar o projeto "Future-se", já apelidado “Fature-se”.

 

 GALERIA DE IMAGENS

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Terça, 23 Julho 2019 10:28

 

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Roberto de Barros Freire*

 

Cada dia que passa, mais visível vai ficando o ditador na pele de presidente. Bolsonaro quer determinar que filmes devemos ver ou produzir, que os dados dos organismos de pesquisas que informam a todos a realidade das ocorrências – fome no Brasil e aumento do desmatamento na Amazônia (que de forma mentirosa o presidente diz ser uma mentira) – sejam submetidos ao seu escrutínio, permitindo ou não que tais informações atinjam a todos. Ele quer “filtrar” – censurar, proibir, perseguir – as informações que podemos ou devemos ter. Se considera o único detentor da verdade: nem organismos científicos reconhecidos internacionalmente, nem pesquisas realizadas com todo rigor possível e desejável, mas a sua opinião, ou seu julgamento, enfim, ele está acima de tudo e de todos, e quer determinar o que é certo, o que realmente ocorre, o que é verdadeiro ou falso. Que filmes podem ou não serem realizados.


Isso é inadmissível numa democracia, suas opiniões preconceituosas contra pessoas e organismos, seu julgamento raso, estúpido, ignorante, rústico e rasteiro está levando esse país para um descrédito internacional, denigrindo nossa imagem que já não é lá muito confiável, pelas constantes tentativas de nossos governantes de imporem suas idiossincrasias a todos, de negarem a realidade, como se pudessem enganar os estrangeiros, quando muito só ludibria os nacionais mais tolos.


Contra o aumento do desmatamento, sua proposta é o fim ou a censura a pesquisa que revela o fato, enfim, quer jogar fora o termômetro ao invés de erradicar a febre. Com a fome, apenas nega sua existência e acredita que com isso está encerrado o problema. Tem alguma proposta para mitigar a fome ou o crescimento do desmatamento? Sobre isso nada fala, fala contra os pesquisadores que levantaram esses dados, sobre a imprensa que só pega coisa negativa do seu governo, ou ainda resmunga pelo fato de ter sido o último a saber, como se fosse marido traído, quando os organismos estão alertando para o aumento do desmatamento no governo Bolsonaro desde o início, pois que liberou geral: não há mais multa, não mais investigação, não há mais problemas com os desmatamentos, há apenas pessoas que precisam aparentemente sobreviver da natureza, arrasando tudo que está a sua frente. O fato é que nada fez com os dados diariamente atualizado, ignorou solenemente enquanto pode, e negou o fato depois de não mais se poder esconder do público, pois que pertencem ao domínio público como ocorre nas democracias.


Ao invés de nos mostrar o que pretende fazer para diminuir o desmatamento, o que pretende fazer para acabar com a fome, como pretende melhorar nossos índices que não se alteram só com o seu discurso raivoso contra a verdade dos fatos, ocorre um silêncio, ou então começa a berrar seus preconceitos contra alguma outra coisa, por exemplo, contra os nordestinos, contra repórteres, contra professores, contra setores sociais. Ofender e maldizer é o que mais faz, depois de ficar flauteando pelo mundo e pelo Brasil com verbas federais participando de comemorações. Quando vai começar a trabalhar????


Ora, o sonho de todo tirano como Bolsonaro é exatamente censurar e controlar as informações que não pertencem apenas ao presidente, pois que são informações de interesse de todos e não apenas dos governantes. Todos nós temos direito a informações verdadeiras e corretas, realizadas por organismos competentes e reconhecidos. Bolsonaro sempre teve acesso privilegiados a essas informações, o que ele fez, foi solenemente ignorar e amaldiçoar os organismos de pesquisas, achando que sabe mais do que todos a verdade da Amazônia.


Só há uma forma de mostrar ao mundo que estamos realmente preocupados com o meio ambiente, quando mostramos ações protegendo-o, quando Bolsonaro só apresenta liberações e modificações na legislação ambiental para permitir a ampliação do desmatamento. Eis o que é claro e cristalino em suas ações. Quem mais combate o meio ambiente inclusive é o ministro do meio ambiente, alguém com processo ambiental nas costas.


Creio que nada é mais simbólico de uma tirania do que o fato dos governantes quererem determinar os produtos culturais, o que censurarão e o que permitirão que ocorra. O fato de Bolsonaro querer interferir no cinema nacional revela o ditador medíocre que o habita, que tenta disfarçar, mas que reaparece a todo momento, quando emite suas opiniões atrasadas e preconceituosa.
 
*Roberto de Barros Freire
Professor do Departamento de Filosofia/UFMT
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Sexta, 19 Julho 2019 19:52

 

Segunda-feira, 22/07, também será dia de luta em defesa da universidade pública e gratuita. A Adufmat-Ssind convida toda a comunidade acadêmica para participar do:

16h - Abraço à UFMT (concentração na Praça do RU)
19h - Debate sobre o Future-se (no auditório da Adufmat-Ssind)

Sexta, 19 Julho 2019 17:29

 

Não foi com surpresa que docentes participantes do 64º Conselho do ANDES-SN receberam, na semana passada, a notícia de que o governo federal anunciaria um plano de autofinanciamento às instituições de ensino superior. Afinal, as mentiras de que as reformas Trabalhista e da Previdência (e, muito em breve, a Tributária) salvariam a economia do país não se sustentariam por muito tempo. Além disso, o perfil mercadológico da Presidência sempre esteve evidente, assim como seu ódio ao conhecimento e à educação pública.

 

O que não causou surpresa, no entanto, causou profunda tristeza. Verificar os ataques denunciados há anos sendo aplicados ao serviço público em níveis tão profundos fez elevar o sentimento de indignação daqueles que dedicam suas vidas ao ensino, e sinalizou que é hora de intensificar ainda mais a resistência.

 

Por isso, mais do que um dia de paralisação e mobilização nacional, como será o 13/08 - já convocado por entidades da Educação -, os docentes dos Institutos Federais de Ensino Superior decidiram iniciar, nas bases, o debate sobre a construção de uma greve de categoria por tempo indeterminado. Assim, se as universidades não pararem no segundo semestre pela falta de condições provocada pelas sufocantes políticas do Governo Bolsonaro, pararão como forma de protesto contra essas políticas.

 

Os professores da Universidade Federal de Santa Maria já aprovaram e levarão ao ANDES-SN a proposta de que 13/08 seja definido, além de um dia nacional de lutas, como indicativo de greve da categoria. Mas os docentes iniciarão, de fato, o debate sobre greve na próxima reunião de setor, marcada para o dia 27/07. Enquanto isso, assembleias gerais devem ser realizadas em todos os estados e institutos federais de ensino.  

 

Para o diretor geral da Adufmat-Ssind, Aldi Nestor de Souza, o CONAD cumpriu seu papel de fortalecer e intensificar a luta contra a Reforma da Previdência, em defesa da Educação Pública, da liberdade de cátedra, pela revogação da Emenda Constitucional 95/16 (teto dos gastos), entre outros pontos. “O CONAD serviu para a gente pensar quanto trabalho nós temos pela frente e nos organizar para o que vem por aí, como essa proposta de autofinanciamento anunciada para as universidades federais. Isso acontece num momento em que parte da sociedade se sente confortável para atacar as instituições de ensino superior, sem constrangimento nenhum em dizer que elas devem ser privatizadas. E isso é resultado de uma longa construção que levou as pessoas a elegeram um governo com essa pretensão. Nosso trabalho, portanto, será muito mais árduo, e o segundo semestre desse ano será de intensa luta”, afirmou o docente.      

 

A vice-diretora geral do sindicato, Quélen de Lima Barcelos, participou pela primeira vez do CONAD, e destacou a organização do evento, bem como o exercício democrático construído ao longo dos anos pela categoria, na tentativa de que todas as contribuições fossem expostas e debatidas. A docente, lotada na UFMT de Sinop, relacionou as discussões do evento sobre as disputas de projeto de universidade e de sociedade com a realidade que encontrou ao voltar para o campus no qual trabalha. “Retornei a Sinop com muitas dúvidas sobre como construir a unidade num ambiente tão binário. Logo no dia seguinte, tivemos um corte de energia exatamente no momento em que a Reitoria falava sobre a política de gestão do restaurante universitário em uma reunião aberta no campus. O motivo do corte, segundo a Reitoria, foi a falta de recursos provocada pelo contingenciamento realizado pelo governo. Já o ministro da educação soltou nota declarando que o corte ocorreu por má gestão administrativa da UFMT. O impacto imediato deste dia na comunidade acadêmica foi, mais uma vez, o confronto de argumentos entre os que acreditam na má gestão da reitora, que o ensino superior deve se tornar privado, orientado pelos interesses do mercado, e aqueles que não aceitam a perda da qualidade nem da gratuidade do ensino superior. Este dia foi o mais difícil que presenciei durante a minha vida acadêmica”, afirmou Barcelos.  

 

Os números atualizados do Conselho registraram a participação de 238 pessoas, representando 64 seções sindicais, sendo 62 delegados, 134 observadores, 38 diretores do ANDES-SN e quatro convidados, de outras entidades.

 

Outros encaminhamentos do 64º Conselho do ANDES-SN

 

Os cinco dias de intenso debate resultaram numa série de deliberações que visam fortalecer a luta dos docentes do ensino superior no âmbito federal, estadual e municipal. Além do início do debate sobre uma greve da categoria, alguns dos outros encaminhamentos foram:

 

- Inserir o dia 13/08 no calendário como Dia Nacional de Luta em Defesa da Educação Pública, o dia 17/10 como Dia Nacional de Combate ao Assédio, e o dia 22/11 como Dia Nacional de Combate ao Racismo;

 

- Escrever um Manifesto de Alerta em Defesa do Ensino Superior Público e Gratuito (leia aqui).

 

- Que a categoria avalie em assembleias e GT’s a participação na Marcha das Margaridas, já para o dia 14/08 e, futuramente, a inserção do evento no calendário de atividades do ANDES-SN;

 

- Intensificar a luta por melhorias salariais da categoria;

 

- Fortalecer a luta contra a Reforma da Previdência e pela revogação da EC 95/16;

 

- Construir o IV Encontro Nacional da Educação (ENE), para que seja realizado em 2021;

 

- Que o ANDES-SN intensifique a luta pelo reenquadramento dos aposentados na carreira docente com ações políticas e jurídicas (proposta defendida pelo professor Tomás Boaventura, membro do GTSSA/ Adufmat-Ssind e parte da delegação do sindicato no evento);

 

- Atuar, por meio da CSP-Conlutas, no Fórum Sindical Popular e de Juventudes por Direitos e Liberdades Democráticas, em defesa da Previdência Pública, da educação pública, e de todos os direitos da classe trabalhadora.

 

- Estimular as seções sindicais a participarem do IV Congresso da CSP-Colutas, que será entre os dias 15 e 18/08/19.

 

- Lutar pela revogação do Decreto 9.794/19, que ataca a autonomia da universidade na medida em que transfere para a Presidência da República, para a Casa Civil e para o Ministério da Educação as indicações de pró-reitores, decanos e diretores das universidades;

 

- No GTPAUA: debater o meio ambiente e a ocupação das cidades de forma ampla, desvendando as políticas neoliberais de Bolsonaro;

 

- No GTC&T: discutir a produção de pesquisas numa perspectiva que realmente interesse ao projeto de sociedade que interessa aos trabalhadores, denunciando instituições que visam mercantilizar a ciência.              

 

- No GTCA: estudar melhor a comunicação de redes para compreender seus algoritmos e terminologias.

 

Essas e outras deliberações do 64º CONAD serão disponibilizadas pelo ANDES-SN nos próximos dias, no Relatório Final do encontro, mas também podem ser encontradas na Carta de Brasília, já divulgada pelo sindicato nacional (clique aqui para ler a carta de Brasília).

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Sexta, 19 Julho 2019 11:03

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Por Roberto de Barros Freire*
 

Que saudade da esquerda.... dela nada se ouve, pouco se sabe e se espera. Quais são suas propostas para a triste situação nacional? Que projeto defendem? Quando muito se sabe o que atacam, de forma fraca, inconsistente e quase sem repercutir pela sociedade.


Não! Não desejo a volta do PT ao poder, mas sinto falta daquele discurso defendendo escola, saúde e emprego, aquela luta pelo fim da desigualdade, aquela ideia utópica de igualdade de todos. Ainda que em grande parte possa ser tudo uma bobagem, acho importante que as diversas vozes sejam manifestadas, mesmo vozes equivocadas, pois a multiplicidade dos dizeres, tornam a fala de todos mais interessante. Hoje só se fala de previdência.....


E não vejo problema em haver vozes majoritárias, mas há problemas quando há apenas um discurso frequentando a praça. Há problemas quando pessoas se movimentam para impedir que outras pessoas se manifestem e que outras pessoas possam compartilhar dessa manifestação.


Naturalmente, a direita vitoriosa e sentindo a fraqueza da esquerda, se aproveita do momento e ocupa os espaços públicos, se não calando, inibindo bastante as antigas vozes esquerdistas. No entanto, ainda que possa haver uma pressão forte da direita para calar a esquerda, o fato é que a esquerda se calou, pois que falava até na ditadura, quando aí sim havia um forte motivo para se calar.


Parece não ter proposta, nem projeto, nem fins, nem princípios. Não deveria ter iniciado um movimento contra a perseguição de ideia ocorrida na FLIP ou agora em Santa Catarina? Não deveria encabeçar uma luta pela liberdade de ideias, afirmando o princípio da dignidade humana de poder manifestar sua opinião? Ora, uma coisa é ser contra uma ideia, outra muito diferente é tentar impedir que a pessoa se manifeste e impedir que outras pessoas queiram compartilhar dessa opinião.


Suas vozes hoje sussurradas parecem envelhecidas, esgarçadas. Defendem algo antigo que parece não caber mais num mundo onde as relações de trabalho e as formas de participação política já não correspondem mais aos seus tipos ideais. Ou ainda, combatem uma economia imoral quando ela é antes amoral, cria inimigos imaginários e não percebem seus reais adversários, enfim, vivem e agem como se ainda estivessem no século XX, quando o século XXI está a exigir pessoas com atitudes, mais do que engajadas em partidos políticos.


A imprensa pouco fala dos partidos de oposição, cada vez mais suas falas, suas percepções e sua opinião é menos consultada. Pouco ou quase nada podem fazer no Congresso, onde se tem propostas, elas não aparecem. Sem força política, também não tem competência para criar fatos ou motivar obstruções as posições majoritárias.


Temo que os partidos de esquerda se reduzirão ao ponto de se tornarem insignificantes. Sem falarem com os demais, voltados apenas para seus militantes e área de influência, não conseguem ultrapassar seus redutos, nem convencer os não convencidos, como fez a direita oportunamente sobre a triste repetição de antigas ladainhas da esquerda.
 

*Roberto de Barros Freire
Professor o Departamento de Filosofia/UFMT
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Sexta, 19 Julho 2019 08:39

 

A educação no Brasil vem enfrentando grandes ataques por parte do governo federal: cortes financeiros que ameaçam o tripé da universidade brasileira (ensino, pesquisa e extensão), desvalorização do trabalho dos docentes e dos técnico-administrativos, campanhas difamando o papel de escolas, institutos federais e universidades, perseguição a professores e cientistas. Apesar do papel estratégico das instituições de ensino para o desenvolvimento da ciência e tecnologia no país, assim como para a formação de qualidade e a oferta de serviços necessários para a sociedade brasileira, o atual governo escolheu a Universidade como inimiga de sua gestão.


Nos últimos dias, a grande imprensa vem noticiando sobre um projeto de reforma da “autonomia financeira” para a educação superior pública federal imposta pelo Ministério da Educação. Embora as informações ainda sejam difusas, trata-se do maior e mais profundo ataque à autonomia das instituições de ensino, abrindo caminho para a privatização do ensino superior e cobrança de mensalidades. Trata-se de mais um passo rumo à destruição de todo nosso sistema educacional.


Em uma só medida, Bolsonaro e Weintraub pretendem: a) desresponsabilizar o Estado na garantia do financiamento da educação superior, aprofundando os cortes e contingenciamento já iniciados; b) pôr fim à carreira pública de servidores federais da educação, estimulando a
concorrência perversa com novos ingressos pelo sistema de contratação privada, sem qualquer garantia ou estabilidade de emprego; c) reverter a democratização da universidade que permitiu nos últimos 15 anos a entrada de milhares de estudantes de segmentos historicamente excluídos, como
pobres, negros, índios, mulheres.


É importante ressaltar que os cortes nos orçamentos das universidades atingem não apenas o ensino, mas também o desenvolvimento científico de pesquisas que, por exemplo, contribuem para o descobrimento de vacinas, medicamentos e a produção de alimentos, assim como a extensão da
universidade, por meio da qual estudantes, professores e técnicos prestam serviços para as comunidades (por exemplo, hospitais universitários e escolas). Esses ataques contra as instituições de ensino superior fazem parte de um projeto político que mata os sonhos da juventude brasileira e o
futuro do país ao destruir serviços públicos e retirar direitos sociais. Parte desta mesma agenda é a Reforma da Previdência que, após ser aprovada em primeiro turno, será votada em 6 de agosto.


Diversas universidades já alertaram que não conseguem chegar ao próximo semestre se os cortes não forem revertidos. Agências de fomento não conseguirão pagar as bolsas de estudos de pós-graduação. A UFMT, por exemplo, teve sua energia elétrica cortada, significando que aulas não
serão dadas, pesquisas não serão concluídas e a prestação de serviços será prejudicada. Além disso, estudantes que dependem de políticas públicas não conseguirão permanecer na universidade.


A política que Bolsonaro e seu ministro vem apresentando caminha na contramão da valorização do Ensino Superior. Países desenvolvidos investem em educação e ciência públicas e em momentos de crises financeiras contribuem para a retomada do desenvolvimento brasileiro.


Enquanto anuncia cortes na educação e ciência, o governo triplica o orçamento para propaganda do governo, compra parlamentares para aprovação de seus projetos e permite o gasto de mais de R$ 1 bilhão de reais por dia para o pagamento de juros da dívida pública brasileira.


Diante desse cenário, precisamos estar atentos e preparados na resistência e em defesa da educação e da ciência públicas. Precisamos mobilizar cada vez mais a sociedade para lutar contra as medidas do governo Bolsonaro, dentre elas a sua tentativa de destruir a Previdência Pública por meio
da PEC 6/2019 e a Educação Pública por meio de cortes orçamentários e do novo Programa Ministerial.


Em defesa da educação pública e gratuita conclamamos a todos e todas para a construção da Greve Nacional da Educação em 13 de agosto. Também destacamos a necessidade de uma Greve Geral para derrotar a política de privatização dos serviços públicos e a destruição dos direitos e conquistas da classe trabalhadora e do povo brasileiro.

Em defesa da educação pública e gratuita!

Contra a privatização e os cortes nos investimentos em educação!
Construir a Greve Nacional da educação em 13 de agosto!
Combater a retirada de direitos e a destruição dos serviços públicos!

 

Assinam: ANDES-SN, ANPG, CNTE, FASUBRA, FENET, PROIFES, SINASEFE, UBES e UNE