Quarta, 01 Julho 2015 14:18

 

Nesses últimos tempos vem á tona inúmeras evidencias de corrupção, desde aqueles investigados, na Operação Lava Jato, onde o juiz Moro , sua equipe, a Policia Federal colocam em polvorosa  potenciais protagonistas de crimes e desvios apontados. São redes mafiosas e de interesses obscuros  atuando no roubo do estado brasileiro, aproveitando múltiplas possibilidades de desvios. Utilizando os negócios patrimonialistas que garantam a permanência no poder.

O governo, a base aliada, continuam  colocando em duvida e negando peremptoriamente as acusações, seja por investigações, seja por delação premiada. Tentar de todas a formas desqualificar, expulsar o juiz MORO  de sua determinação de cumprir com a justiça . Mais do que isso, mostra que a justiça pode ser aplicada também para os ricos e poderosos, que locupletam-se com o dinheiro publico, articulados com seus prepostos em mandatos no Congresso,  Casas  Legislativas e Executivos. Como no caso do mensalão, qualquer agente publico que arroste contra essas filas de verdadeiras associações criminais, vira objeto de ódio e vingança dos seguidores e cúmplices  da corrupção. Carregam ainda as bandeiras dos seus partidos, conspurcadas no fogo da corrupção e da possibilidade do  desvelamento total dos escabrosos negócios  cometidos contra o patrimônio publico. Surgem ate os mal entendidos, na falta de acordo para repartição dos valores obtidos. Confiam ainda em uma batalha enfurecida que venha  terminar, como  sempre acreditaram, mais cedo ou mais tarde. Depois,  um fingido abraço “republicano”, a  luz da mídia. Negam-se a evidencias e provas como do Mensalão. Na operação Lava Jato nem se fala. Após a fase de blindagem, ficando de longe do ”olho no furacão” , Dilma e Lula da Silva  vem de forma diferente fazer suas defesas .Em uma cantilena superficial e maniqueísta .Falar não sei de nada, de forma diferente. De um lado ,e difícil entender que Lula da Silva repentinamente caiu  na real e resolveu  redimir-se. Ainda mais, neste assunto que é  absolutamente distante: a auto critica. Parece mais um salve-se quem puder, com aguçamento e refinamento das investigações na Lava Jato ,acuando necessariamente gente de relevância financeira e estratégica ligada ao ex-presidente. Os dois convocados próximos  a eles constituem  uma grande ameaça . E La vem a Presidente falar contra a polemica delação premiada, utilizando este instituto jurídico de forma  diametralmente oposta { na qualidade de presa política. Estamos falando de redes reais de corrupção, suas teias e protagonistas em um processo investigatório. Não se sabe nada se nesta investigação se alguém tenha sido torturado{a} fisicamente ou ate mentalmente. Ao que se sabe,  os depoimentos dessa operação na justiça são publicizáveis . Existem singularidades em ambas situações, mas o divisor é , em que condições estão sendo estabelecidas as delações. Por enquanto, os efeitos são benéficos para se chegar a verdade, e arrasadores para a maioria dos investigados e suas relações espúrias. Sem duvida, a  corrupção não e patrimônio exclusivos do PT e seus irmãos siameses. Vem de longe .Ou, vai repetir –se argumento como : ”... para se chegar ao poder temos que sujar as mãos”?  Pior ,para se manter no poder do jeito que as coisa vieram caminhando. Lula da Silva pode estar “jogando o bebê com a água e bacia”.  Em outras palavras, tentando salvar a própria pele. A mídia do Palácio mandou a Presidente para os EUA, na tentativa de dar um tempo, envernizar sua hoje decadente e agonizante estética política. A final de contas, quem é  o maior responsável por tudo o que vem acontecendo nas mãos da Presidente? Como diz o meu povo antigo: ”é remediar com o que tem”!

 

Waldir Bertúlio

Professor aposentado da UFMT

Terça, 30 Junho 2015 09:23

15% (quinze por cento) em qualquer plano de mensalidade; uma semana de aula experimental gratuita e isenção da taxa de matrícula no plano mensal.

Rua 48 N, n. 760, Bairro Boa Esperança, Cuiabá/MT
Telefone: (65) 3664-2020
Sexta, 26 Junho 2015 13:07

 

Tem toda razão, e o nosso apoio, o senador Cristovam Buarque quando chama a União para cuidar do ensino fundamental das crianças brasileiras. 

“Assegurar educação de qualidade é estratégia fundamental para aproveitar o potencial econômico de talentos e quebrar a desigualdade social” - afirma o senador. 
A maioria das prefeituras brasileiras é constitucionalmente responsável por esse ensino, porém, sem incentivos federais suficientes, não apresenta condições materiais e pedagógicas para ofertar, pelo menos, uma educação aceitável. 
A população pobre, por sua vez, está impedida de acesso às escolas particulares, onde o ensino é de melhor qualidade, pois as suas mensalidades não são compatíveis com suas rendas familiares. 
Se os prefeitos brasileiros conseguirem sensibilizar o governo federal a assumir essa faixa importantíssima da formação dos nossos jovens, com certeza teremos uma nação mais justa, com possibilidades de pobres competirem com os ricos. 
Estamos contemplando um país onde existe uma luta de classes e a violência extrapolou o controle das nossas autoridades. 
O medo é absoluto, tanto nas grandes, como nas pequenas cidades brasileiras. 
Crianças pobres crescem sem perspectivas de uma ascensão social, já que lhes são negadas a ferramenta básica, a educação.
A vida para elas nada representa, a não ser a ilusão do dia vivido, muitas das vezes no mundo do crime. 
“É imoral termos educação com diferença de qualidade em função de renda ou endereço”. 
O Poder Executivo Federal assumir a educação das nossas crianças é política de governo, medida preventiva para evitarmos um conflito de dimensões incalculáveis e resultados desastrosos. 
Não adianta termos uma economia forte com uma educação de péssima qualidade. 
Lutemos com os prefeitos pela adoção federal das escolas municipais! 
Só assim haverá desenvolvimento sustentável e paz nesta nação.

Gabriel Novis Neves
12-06-2015

Terça, 23 Junho 2015 15:46

 

Sessenta por cento dos jovens da periferia sem antecedentes criminais já sofreram violência policial. A cada 4 pessoas mortas pela polícia, 3 são negras. Nas universidades brasileiras apenas 2 % dos alunos são negros. A cada 4 horas, um jovem negro morre violentamente em SP. Aqui quem fala é Primo Preto, mais um sobrevivente (Racionais MC’s).

Este tema é objeto de um ritual macabro no Congresso Nacional, afrontando a Constituição, aniquilando com intervenção em elementos fundantes da violência e criminalidade. Para não variar, está encaminhada a proposta com motivações indecorosas e distantes da democracia, no sentido de diminuir a idade de acesso a mandatos. De um lado, a diminuição da idade penal nunca atingirá os filhos de poderosos e endinheirados, pois tem como  pagar regiamente advogados para garantir a não punibilidade. Do outro lado, a diminuição da idade “eleitoral” vai favorecer interesses dos clãs que querem continuidade de acesso privilegiado a mandatos, ficar tudo como está, como atesta o arremedo de Reforma Política em curso.  Completam-se 22 anos de percurso da proposta de emenda constitucional que revisa o Instituto da Maioridade Penal, reduzindo a idade de 18 para 16 anos. No mínimo, defendo a manutenção da maioridade penal em 18 anos. Posições divergentes desde o Congresso Nacional, irradiando por toda a sociedade brasileira em acalorados debates. Estão mobilizados contra, os setores comprometidos com as causas dos Direitos Humanos, da Infância e da Juventude, alguns políticos, raros partidos, e movimentos ligados a causa da Justiça Social. Seja, a manutenção do limite de 18 anos contra a redução da maioridade penal para 16 anos. A legislação brasileira é considerada avançada e sintonizada com a maioria dos países desenvolvidos e a posição de organismos internacionais de referência como a UNICEF, a OMS e a própria OEA. A PEC 171/93 (Dep. Benedito Domingos PP-DF) que trata desta proposta, é conduzida pela chamada “bancada da bala”, bancada evangélica, todos parlamentares ultra conservadores, em grande número neste Congresso. Apesar de haver ainda muito caminho a percorrer, caso passe pelo Senado, pode não ser necessária a sanção presidencial. Se aprovada, a situação social ficará insustentável, lembrando que o percentual de menores em crimes violentos em relação ao total, tem índices baixos.  Conforme as estatísticas de pesquisas como do IPEA e outras instituições de pesquisa mostrando que até 80% da população afetada é negra, vivendo em condições de vida profundamente desfavoráveis. Se aprovarem esta matéria a situação social ficará insustentável, grande parte dos defensores, deliberadamente, outros, na ilusão de contenção da criminalidade. Para não ir mais longe, podemos citar 2 pontos estruturais que estimulam a situação em questão. De um lado, o sistema educacional como eixo das políticas sociais, com um débito quase insanável na ausência efetiva das políticas públicas. De outro lado, o sistema prisional, verdadeira escola do crime. Será que medidas penais como a draconiana diminuição da maioridade penal passaria a borracha nessa ausência, que é fundante no verdadeiro abismo da gestão pública? As instituições criadas para ressocializar menores infratores tendem ao fracasso, na medida em que “dão murros em pontas de facas”. Ou desviam de seus objetivos. É só visitar o Pomeri aqui em Cuiabá, e /ou ouvir relatos verdadeiros sobre sua estrutura e funcionamento. Uma vergonha! Além disso, com um sistema prisional falido e desumano, por que remeter para seu transbordamento máximo, com consequências deletérias e (im)previsíveis? Os novos aprisionados devem arder no fogo do inferno?  Não há saída neste abismo. Sou rigorosamente contra a diminuição da idade penal!

Waldir Bertúlio

Professor aposentado da UFMT

Sexta, 19 Junho 2015 13:15

Roberto Boaventura da Silva Sá

Dr. Jornalismo/USP; Prof. Literatura/UFMT 

Em tempos da ditadura do consenso, ler um texto corajoso causa êxtase a quem o procura sempre. De antemão, informo: o título acima não saiu de minha mente, infelizmente.

Na leitura que fiz da edição de domingo (14/06) da Folha de São Paulo, vi algumas excelentes reflexões ali.

A primeira encontra-se já no editorial daquela edição. Sob o título “Submissão”, cunhado do “...polêmico livro de Michel Houellebecq...”, o editor da Folha afirma essencialmente que “O legítimo debate entre progressistas e conservadores não combina com o atual ritmo da Câmara Federal (e seguido pelo Senado), movida pela intimidação ideológica”.

A “intimidação ideológica” de que trata o editorial, na verdade, toca o dedo em uma ferida exposta, que já tem tudo para se transformar em câncer social.

Partindo do pressuposto de que, no Brasil, há “Um espírito crescente de fundamentalismo (religioso)...”, o editor afirma que, “como nunca, o Congresso Nacional parece empenhado a refleti-lo, intensificá-lo e instrumentalizá-lo com fins demagógicos e de promoção pessoal”.

Em termos concretos, o editor aponta que tem sido “rotineiro, nos debates do Congresso, que este ou aquele parlamentar invoque razões bíblicas para decisões que cumpre tratar com racionalidade e informação”.

Para além de que tais “razões bíblicas... pouco têm a contribuir para a coexistência entre indivíduos numa sociedade civilizada e plural”, esconde-se o pior de tudo: um ranço conservador de doer na alma, pois esse tipo de conservadorismo é pouco inteligente e muito desumano.

No bojo dessa parca inteligência e dessa farta desumanidade, vemos parlamentares – com o apoio da maioria de nosso povo – defender, dentre outras, a pena de morte e a redução da maioridade penal.

Para o editor da Folha, “Nos tempos de Eduardo Cunha, mais do que nunca a bancada evangélica se associa à bancada da bala para impor um modelo de sociedade mais repressivo, mais intolerante, mais preconceituoso do que tem sido a tradição constitucional brasileira”. Perfeita observação!

Na página seguinte desse editorial, li o belíssimo artigo “Justiça ou vingança?”, assinado pela psicanalista Maria Rita Kehl, que essencialmente se propõe a responder a seguinte questão: “Alguém realmente acredita que reduzir a maioridade penal há de amenizar a violência social de que somos todos, sem exceção, vítimas?”.

No meio de seu artigo, Kehl nos lembra de que os legisladores que defendem a redução da maioridade “...estão pensando em colocar na cadeia... somente ‘os filhos dos outros”.

Nesse sentido, a autora indaga: “Quem acredita que o filho de um deputado, evangélico ou não, homofóbico ou não, será julgado e encarcerado aos 16 anos por ter queimado um índio adormecido, espancado prostitutas ou fugido depois de atropelar e matar um ciclista?”.

A redução da maioridade tem alvo certo: preferencialmente, jovens pobres e/ou negros; ou seja, os filhos da mesma população que há 500 foram se amontoando nos morros e periferias de nossas cidades; que há 500 anos encontram-se excluídos do básico para uma vida digna, acima de tudo, da educação e da cultura de qualidade.

Conhecedores desses cenários de exclusão, esparramados pelo país afora, não podemos permitir, conforme se pede no editorial da Folha, que prevaleça a submissão aos inquisidores da irmandade evangélica e aos demagogos da bala e da tortura, tão atuantes no Congresso.

Por fim, não podemos permitir essa submissão, pois a atuação desses congressistas ditos religiosos, na essência, atira contra a democracia.

Terça, 16 Junho 2015 20:34

2,0% ( dois  por cento) de desconto para abastecimento  (álcool, gasolina ou diesel) para pagamento  à vista em dinheiro ou cheque; 1% ( um por cento) para pagamento com cartão de crédito ou débito. Nas compras de óleos, lubrificantes, aditivos e filtros o percentual de desconto será de 10% (dez por cento).

Segunda, 15 Junho 2015 14:32

 

JUACY DA SILVA* 

No ultimo  dia 08  deste  mês  de junho foi comemorado  em todos os países o DIA MUNDIAL  DO MEIO AMBIENTE, instituído pela ONU durante a primeira conferência do meio  ambiente  realizada em  Estocolmo na Suécia, em 1972.  Portanto, lá se vão 43  anos desde que o mundo acordou para este  desafio que é cuidar melhor do meio ambiente e preservar  a vida  no planeta.

O tema  deste ano para comemorar o DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE é: “ Sete bilhões de sonhos, um planeta: consuma  com cuidado”. Este  tema chama  a atenção  para os limites de crescimento, de um lado o aumento populacional mundial, hoje somos sete bilhões  e dentro em  breve seremos nove bilhões de pessoas e de outro  os  riscos da degradação ambiental.  O problema não  está apenas em relação `a  pressão que a população exerce sobre os ecossistemas em termos de produção de alimentos, de energia, de matérias primas, de água e do solo, mas principalmente o que isto significa para o futuro da humanidade.

Para efeito de reflexão e das ações que devem ser realizadas pelos  governos de todos os países  e em  todos os níveis de poder em cada país e  também pela população, mas  também  na questão do desperdício que o consumismo esta estimulando. O tema é desdobrado em  quatro dimensões: água,  energia, uso do solo e o consumo acelerado de bens e serviços que acabam representando uma pressão muito grande sobre o meio ambiente.  Para alimentar  uma  população de bilhões de pessoas os sistemas econômicos gastam água, solo e  energia, que são  fatores  escassos  e acabam também sendo degradados  com a erosão, o assoreamento dos rios  e lagos, o  desmatamento continua acelerado em vários países e essa dinâmica econômica, em busca de um lucro a qualquer preço deixa  um rastro de destruição ou o que é modernamente chamado de passivo ambiental.

Pior em tudo isto é perceber de um lado o consumismo que leva a um desperdício de alimentos, cujo custo mundial é superior a 750 bilhões de dólares por ano.  . Mas o desperdício de alimentos também representa o  desperdício de água, de solo  e de energia que foram usados para a sua produção.

Estamos  em pleno período da realização das conferências  municipais de saúde, quando a população de todos os municípios do Brasil está discutindo a situação e os rumos da saúde pública em nosso país. Qual o tamanho do CAOS  em que se encontra a saúde e quais os rumos que devem ser tomados para que este direito constitucional possa  deixar de ser letra morta em nossa Carta Magna  para se transformar  em uma realidade concreta do dia-a-dia das pessoas?

Boa parte das doenças que  a população enfrenta têm suas origens na  degradação ambiental.  As queimadas urbanas e rurais,  os sistemas de produção agrícola assentado sobre o uso exagerado de agrotóxicos, onde o Brasil é o segundo maior consumidor mundial,  a  falta  de saneamento básico, os lixões, os esgotos escorrendo a céu aberto, tudo isso  afeta a saúde da população, principalmente  das camadas mais empobrecidas do país.

O SUS gasta anualmente  mais de 400 milhões de reais  para  tratrar  pessoas que são internadas em decorrência de diarreias, além de muitos outros milhões com doenças respiratórias e outras mais decorrentes da falta de cuidado com o meio ambiente.  Costuma-se  dizer que para cada real investido em saneamento e cuidados  ambientais poderiam ser economizados quatro reais no tratamento de doenças. Saneamento, neste sentido, também  é saúde.

Mais  de 61% da população  brasileira, ou seja, 124  milhões de habitantes não  tem   tratamento de esgoto.  Na  região norte esta é a  realidade  de 83,4%  da população; no Nordeste 76%; no Sudeste 61,;  na região Sul 68%e no Centro Oeste 55,1%.  Ou seja, milhões de brasileiros  convivem  com valões, córregos, rios e oceanos estão morrendo devido `a falta de saneamento.  Na  verdade  são  grandes esgotos a céu aberto, onde animais, lixo e toda  sorte de dejetos produzem mal cheiro e riscos para a saúde da população.

Em  nosso maior  aglomerado urbano de Mato Grosso, por exemplo, Cuiabá  tem  apenas 39,9%  de esgotos tratados e Várzea Grande 21%  e  a média no restante do Estado é de menos de 20%.  Neste  aglomerado que tem pouco mais de 820 mil habitantes 66% da população não é servida por tratamento de esgoto, são aproximadamente  540 mil habitantes, convivendo com uma das formas de degradação ambiental.

A pergunta  que se faz, isto é correto,  é digno? Qual a qualidade de vida dessas pessoas? Qual a saúde que tem? Qual o futuro que nos  espera? Com a palavra  nossos  representantes eleitos, nossos gestores públicos, enfim,  nossos governantes que continuam  insensíveis a  este drama que afeta  dezenas de milhões de brasileiros/as.

 

*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT,  mestre  em sociologia, articulista  de A Gazeta. 

E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy

Quarta, 10 Junho 2015 18:53

 

Notícia ruim é o que não falta quando o assunto é saúde pública.
Foi inaugurado em nossa capital o prédio reformado do velho Hospital Neurológico Egas Muniz, no bairro do Quilombo. 
A hotelaria ficou chique, digno de hotel cinco estrelas. 
O ruim é que logo após a sua inauguração o nosocômio foi fechado, para reabrir somente quando o governo federal decidir repassar recursos permanentes para o seu custeio. 
Sabemos que essa liberação poderá demorar meses, e a garantia de um apoio permanente é uma aposta. 
O único hospital público federal e de ensino aqui existente está sucateado, exatamente por falta de investimentos financeiros. 
Em inauguração de hospital a má notícia é que não existe ainda formado, treinado e contratado o corpo clínico e administrativo. 
A referência do hospital são seus profissionais, e não, a hotelaria. 
A dificuldade do governo é tão grande para captar bons profissionais, que a única Unidade de Pronto Atendimento (UPA) inaugurada há dois anos até hoje não funcionou na sua plenitude. 
Não é atrativo, profissionalmente, trabalhar em prédio ‘novo’ e bonito, mas sem as mínimas condições de trabalho, e honorários sempre abaixo do mercado de trabalho.
O paciente quando procura um serviço de saúde prioriza a qualificação dos seus profissionais. 
A hotelaria de luxo é dispensável. Torna-se obsoleta em curto prazo de tempo, e necessita de permanente manutenção e reposição dos equipamentos. 
Não é isso que acontece nos órgãos públicos. 
Sem robustos financiamentos públicos para a alta complexidade, o ‘jeitinho’ são as liminares judiciais. 
Mesmo hospitais internacionalmente reconhecidos cientificamente pela excelência do seu atendimento, como o Sírio Libanês e Albert Einstein em São Paulo, para citar os preferidos pelos políticos, precisam de incentivos oficiais (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) e de particulares para sobreviverem com qualidade. 
Vamos torcer para que o nosso São Benedito consiga transpor essa barreira de incompreensão do poder público com a saúde para oferecer serviços médicos de ‘gente rica para uma população pobre’.

Gabriel Novis Neves
24-05-2015

Segunda, 08 Junho 2015 17:52

Benedito Pedro Dorileo 

De quando em quando é aberto o álbum de memória mato-grossense e, de maneira evocativa, buscamos a doçura suave da recordação de personalidades que plasmaram as suas vidas na história e nas letras, sendo agora reverdecidas. Se em julho fecha-se a memoração do centenário de Rubens de Mendonça, outras pétalas vão-se abrindo para Gervásio Leite e Luís-Philippe Pereira Leite.

Aprendemos na segunda metade do século XX, para compor a equipe de implantação da nossa Universidade Federal de Mato Grosso, com apoio da família universitária, que nenhum conhecimento pode encerrar em si mesmo; que a sua produção deve imediatamente ser compartilhada: pesquisar, ensinar e estender. A extensão vai muito além do processo educativo, cultural e científico, pois une o ensino e a pesquisa, e viabiliza a transformação da comunidade e da sociedade. Transferir conhecimento – eis a questão.

Se hoje, a pesquisa translacional, científica por excelência, contribui para descobertas a partir da ciência básica – útil para o bem-estar imediato da vida humana – focada na solução de problemas que acometem a população brasileira; da mesma forma, a extensão complementa insumos imediatos e dosados para a alimentação intelectual ou prática do povo. Nem universidades, centros ou faculdades, bem como instituições de cultura podem guardar intramuros os conhecimentos auferidos ao longo do tempo. O povo tem direito de saber, bem como o de receber informações pedagogicamente organizadas. Assim também fazem as instituições culturais: da história, das letras, da geografia, da antropologia etc.

Pensamos que a ancianidade não fecunde em ranço os nossos conhecimentos, pois rejuvenescer é essencial como obra do espírito. Que o râncido e a veteranice estiolem-se em favor do pubescer dos novos tempos. Nada implica esteja a face enrugada ou nevados os cabelos a murcharem a beleza, ou haja apoio em cajado, importa que a mente se recrie e se renove.

Augusto Rodin, o escultor da idade do bronze, no século XIX, em L’Art, prelecionou: respeito à tradiçãosaber distinguir o que ela contém de eterno e fecundo: o amor à natureza e à sinceridade – estas são árduas e fortes paixões dos gênios. É bom atentar que a civilização mais facilmente está preocupada em apurar os vícios do que aperfeiçoar as virtudes.

Sem atrelamento a ideologias, mas no cultivo axiológico é fundamental lembrar os numes tutelares que exornam o caráter da nossa cultura. Dessa forma, vêm a lume nestes anos de 2015 e 2016 os nomes de Gervásio Leite e de Luís-Philippe Pereira Leite para  realce dos seus centenários de nascimento.

Gervásio, jurista e historiador, poeta e jornalista, magistrado e do magistério – foi associado do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, e ainda presidente da Academia Mato-Grossense de Letras e do Tribunal de Justiça do Estado. Luís-Philippe, jurista e historiador, foi Procurador-Geral de Justiça. Ambos foram políticos como deputados constituintes do Estado, em 1947. Foi Luís-Philippe presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso e associado da Academia Mato-Grossense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Foram escritores. Nasceram os dois eminentes cuiabanos no mesmo ano de 1916. O primeiro, em 19 de junho e o segundo, em 12 de dezembro. Gervásio rendeu o seu espírito ao Pai em 10 de abril de 1990, no Rio de Janeiro; e Luís-Philippe descansou no Senhor em 4 de fevereiro de 1999, em Ribeirão Preto, Estado de São Paulo.

A Casa Barão de Melgaço, cumprindo a tarefa da extensão cultural, no próximo dia 19 deste mês de junho, inicia a celebração do centenário de Gervásio Leite, e o de Luís-Philippe no decorrer do próximo ano de 2016, quando as solenidades se enlaçarão.

Assim segue a vida, do verdor dos anos e plenitude da mocidade até o desflorescer das idades e o crepúsculo da existência. Jubilados do viver passam a evocados na memória dos seus conterrâneos como flamas da nossa cultura. Cada corola na relva, cada pétala desprendida compõem o florilégio da nossa saudade, em infinita fruição das nossas vidas. 

                                                                             Benedito Pedro Dorileo é

                                                                             advogado e foi reitor da UFMT

Segunda, 01 Junho 2015 13:14

 

Olá, Pessoal!

Bom dia. Segue, em anexo, para todos refletirem, um bom artigo sobre a greve nas universidades públicas, de autoria do Prof. Marcelo Badaró (UFF/História). Acrescento que na última longa greve das IFES, por aqui, na UFRJ, a pós-graduação também parou. Sou testemunha do fato por estar cursando doutorado no IPPUR/UFRJ.Os alunos da graduação e da pós-graduação também se mantiveram em greve. Houve alteração do calendário no período duas vezes, porque logo depois os técnico-administrativos iniciaram uma nova greve. Os prejuízos aconteceram, mas também o aprendizado que levou a modificações nas relações com a CAPES que, com a conivência de vários coordenadores de cursos, insiste em desrespeitar a autonomia constitucional das IFES.É bom lembrar que em 2005 a CAPES era presidida pelo atual Ministro da Educação que, segundo relatos da época que chegaram ao então Comando Nacional de Greve/Andes-SN, teria procurado apoio, inclusive entre seus alunos, para que a greve fosse minada.
Boa reflexão para todos, independentemente das posições que defendam, afinal, monocultura não ajuda nada.
Abraços.
 
Prof. José Domingues de Godoi Filho

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