Nesses últimos tempos vem á tona inúmeras evidencias de corrupção, desde aqueles investigados, na Operação Lava Jato, onde o juiz Moro , sua equipe, a Policia Federal colocam em polvorosa potenciais protagonistas de crimes e desvios apontados. São redes mafiosas e de interesses obscuros atuando no roubo do estado brasileiro, aproveitando múltiplas possibilidades de desvios. Utilizando os negócios patrimonialistas que garantam a permanência no poder.
O governo, a base aliada, continuam colocando em duvida e negando peremptoriamente as acusações, seja por investigações, seja por delação premiada. Tentar de todas a formas desqualificar, expulsar o juiz MORO de sua determinação de cumprir com a justiça . Mais do que isso, mostra que a justiça pode ser aplicada também para os ricos e poderosos, que locupletam-se com o dinheiro publico, articulados com seus prepostos em mandatos no Congresso, Casas Legislativas e Executivos. Como no caso do mensalão, qualquer agente publico que arroste contra essas filas de verdadeiras associações criminais, vira objeto de ódio e vingança dos seguidores e cúmplices da corrupção. Carregam ainda as bandeiras dos seus partidos, conspurcadas no fogo da corrupção e da possibilidade do desvelamento total dos escabrosos negócios cometidos contra o patrimônio publico. Surgem ate os mal entendidos, na falta de acordo para repartição dos valores obtidos. Confiam ainda em uma batalha enfurecida que venha terminar, como sempre acreditaram, mais cedo ou mais tarde. Depois, um fingido abraço “republicano”, a luz da mídia. Negam-se a evidencias e provas como do Mensalão. Na operação Lava Jato nem se fala. Após a fase de blindagem, ficando de longe do ”olho no furacão” , Dilma e Lula da Silva vem de forma diferente fazer suas defesas .Em uma cantilena superficial e maniqueísta .Falar não sei de nada, de forma diferente. De um lado ,e difícil entender que Lula da Silva repentinamente caiu na real e resolveu redimir-se. Ainda mais, neste assunto que é absolutamente distante: a auto critica. Parece mais um salve-se quem puder, com aguçamento e refinamento das investigações na Lava Jato ,acuando necessariamente gente de relevância financeira e estratégica ligada ao ex-presidente. Os dois convocados próximos a eles constituem uma grande ameaça . E La vem a Presidente falar contra a polemica delação premiada, utilizando este instituto jurídico de forma diametralmente oposta { na qualidade de presa política. Estamos falando de redes reais de corrupção, suas teias e protagonistas em um processo investigatório. Não se sabe nada se nesta investigação se alguém tenha sido torturado{a} fisicamente ou ate mentalmente. Ao que se sabe, os depoimentos dessa operação na justiça são publicizáveis . Existem singularidades em ambas situações, mas o divisor é , em que condições estão sendo estabelecidas as delações. Por enquanto, os efeitos são benéficos para se chegar a verdade, e arrasadores para a maioria dos investigados e suas relações espúrias. Sem duvida, a corrupção não e patrimônio exclusivos do PT e seus irmãos siameses. Vem de longe .Ou, vai repetir –se argumento como : ”... para se chegar ao poder temos que sujar as mãos”? Pior ,para se manter no poder do jeito que as coisa vieram caminhando. Lula da Silva pode estar “jogando o bebê com a água e bacia”. Em outras palavras, tentando salvar a própria pele. A mídia do Palácio mandou a Presidente para os EUA, na tentativa de dar um tempo, envernizar sua hoje decadente e agonizante estética política. A final de contas, quem é o maior responsável por tudo o que vem acontecendo nas mãos da Presidente? Como diz o meu povo antigo: ”é remediar com o que tem”!
Waldir Bertúlio
Professor aposentado da UFMT
15% (quinze por cento) em qualquer plano de mensalidade; uma semana de aula experimental gratuita e isenção da taxa de matrícula no plano mensal.
Tem toda razão, e o nosso apoio, o senador Cristovam Buarque quando chama a União para cuidar do ensino fundamental das crianças brasileiras.
“Assegurar educação de qualidade é estratégia fundamental para aproveitar o potencial econômico de talentos e quebrar a desigualdade social” - afirma o senador.
A maioria das prefeituras brasileiras é constitucionalmente responsável por esse ensino, porém, sem incentivos federais suficientes, não apresenta condições materiais e pedagógicas para ofertar, pelo menos, uma educação aceitável.
A população pobre, por sua vez, está impedida de acesso às escolas particulares, onde o ensino é de melhor qualidade, pois as suas mensalidades não são compatíveis com suas rendas familiares.
Se os prefeitos brasileiros conseguirem sensibilizar o governo federal a assumir essa faixa importantíssima da formação dos nossos jovens, com certeza teremos uma nação mais justa, com possibilidades de pobres competirem com os ricos.
Estamos contemplando um país onde existe uma luta de classes e a violência extrapolou o controle das nossas autoridades.
O medo é absoluto, tanto nas grandes, como nas pequenas cidades brasileiras.
Crianças pobres crescem sem perspectivas de uma ascensão social, já que lhes são negadas a ferramenta básica, a educação.
A vida para elas nada representa, a não ser a ilusão do dia vivido, muitas das vezes no mundo do crime.
“É imoral termos educação com diferença de qualidade em função de renda ou endereço”.
O Poder Executivo Federal assumir a educação das nossas crianças é política de governo, medida preventiva para evitarmos um conflito de dimensões incalculáveis e resultados desastrosos.
Não adianta termos uma economia forte com uma educação de péssima qualidade.
Lutemos com os prefeitos pela adoção federal das escolas municipais!
Só assim haverá desenvolvimento sustentável e paz nesta nação.
Gabriel Novis Neves
12-06-2015
Sessenta por cento dos jovens da periferia sem antecedentes criminais já sofreram violência policial. A cada 4 pessoas mortas pela polícia, 3 são negras. Nas universidades brasileiras apenas 2 % dos alunos são negros. A cada 4 horas, um jovem negro morre violentamente em SP. Aqui quem fala é Primo Preto, mais um sobrevivente (Racionais MC’s).
Este tema é objeto de um ritual macabro no Congresso Nacional, afrontando a Constituição, aniquilando com intervenção em elementos fundantes da violência e criminalidade. Para não variar, está encaminhada a proposta com motivações indecorosas e distantes da democracia, no sentido de diminuir a idade de acesso a mandatos. De um lado, a diminuição da idade penal nunca atingirá os filhos de poderosos e endinheirados, pois tem como pagar regiamente advogados para garantir a não punibilidade. Do outro lado, a diminuição da idade “eleitoral” vai favorecer interesses dos clãs que querem continuidade de acesso privilegiado a mandatos, ficar tudo como está, como atesta o arremedo de Reforma Política em curso. Completam-se 22 anos de percurso da proposta de emenda constitucional que revisa o Instituto da Maioridade Penal, reduzindo a idade de 18 para 16 anos. No mínimo, defendo a manutenção da maioridade penal em 18 anos. Posições divergentes desde o Congresso Nacional, irradiando por toda a sociedade brasileira em acalorados debates. Estão mobilizados contra, os setores comprometidos com as causas dos Direitos Humanos, da Infância e da Juventude, alguns políticos, raros partidos, e movimentos ligados a causa da Justiça Social. Seja, a manutenção do limite de 18 anos contra a redução da maioridade penal para 16 anos. A legislação brasileira é considerada avançada e sintonizada com a maioria dos países desenvolvidos e a posição de organismos internacionais de referência como a UNICEF, a OMS e a própria OEA. A PEC 171/93 (Dep. Benedito Domingos PP-DF) que trata desta proposta, é conduzida pela chamada “bancada da bala”, bancada evangélica, todos parlamentares ultra conservadores, em grande número neste Congresso. Apesar de haver ainda muito caminho a percorrer, caso passe pelo Senado, pode não ser necessária a sanção presidencial. Se aprovada, a situação social ficará insustentável, lembrando que o percentual de menores em crimes violentos em relação ao total, tem índices baixos. Conforme as estatísticas de pesquisas como do IPEA e outras instituições de pesquisa mostrando que até 80% da população afetada é negra, vivendo em condições de vida profundamente desfavoráveis. Se aprovarem esta matéria a situação social ficará insustentável, grande parte dos defensores, deliberadamente, outros, na ilusão de contenção da criminalidade. Para não ir mais longe, podemos citar 2 pontos estruturais que estimulam a situação em questão. De um lado, o sistema educacional como eixo das políticas sociais, com um débito quase insanável na ausência efetiva das políticas públicas. De outro lado, o sistema prisional, verdadeira escola do crime. Será que medidas penais como a draconiana diminuição da maioridade penal passaria a borracha nessa ausência, que é fundante no verdadeiro abismo da gestão pública? As instituições criadas para ressocializar menores infratores tendem ao fracasso, na medida em que “dão murros em pontas de facas”. Ou desviam de seus objetivos. É só visitar o Pomeri aqui em Cuiabá, e /ou ouvir relatos verdadeiros sobre sua estrutura e funcionamento. Uma vergonha! Além disso, com um sistema prisional falido e desumano, por que remeter para seu transbordamento máximo, com consequências deletérias e (im)previsíveis? Os novos aprisionados devem arder no fogo do inferno? Não há saída neste abismo. Sou rigorosamente contra a diminuição da idade penal!
Waldir Bertúlio
Professor aposentado da UFMT
Roberto Boaventura da Silva Sá
Dr. Jornalismo/USP; Prof. Literatura/UFMT
Em tempos da ditadura do consenso, ler um texto corajoso causa êxtase a quem o procura sempre. De antemão, informo: o título acima não saiu de minha mente, infelizmente.
Na leitura que fiz da edição de domingo (14/06) da Folha de São Paulo, vi algumas excelentes reflexões ali.
A primeira encontra-se já no editorial daquela edição. Sob o título “Submissão”, cunhado do “...polêmico livro de Michel Houellebecq...”, o editor da Folha afirma essencialmente que “O legítimo debate entre progressistas e conservadores não combina com o atual ritmo da Câmara Federal (e seguido pelo Senado), movida pela intimidação ideológica”.
A “intimidação ideológica” de que trata o editorial, na verdade, toca o dedo em uma ferida exposta, que já tem tudo para se transformar em câncer social.
Partindo do pressuposto de que, no Brasil, há “Um espírito crescente de fundamentalismo (religioso)...”, o editor afirma que, “como nunca, o Congresso Nacional parece empenhado a refleti-lo, intensificá-lo e instrumentalizá-lo com fins demagógicos e de promoção pessoal”.
Em termos concretos, o editor aponta que tem sido “rotineiro, nos debates do Congresso, que este ou aquele parlamentar invoque razões bíblicas para decisões que cumpre tratar com racionalidade e informação”.
Para além de que tais “razões bíblicas... pouco têm a contribuir para a coexistência entre indivíduos numa sociedade civilizada e plural”, esconde-se o pior de tudo: um ranço conservador de doer na alma, pois esse tipo de conservadorismo é pouco inteligente e muito desumano.
No bojo dessa parca inteligência e dessa farta desumanidade, vemos parlamentares – com o apoio da maioria de nosso povo – defender, dentre outras, a pena de morte e a redução da maioridade penal.
Para o editor da Folha, “Nos tempos de Eduardo Cunha, mais do que nunca a bancada evangélica se associa à bancada da bala para impor um modelo de sociedade mais repressivo, mais intolerante, mais preconceituoso do que tem sido a tradição constitucional brasileira”. Perfeita observação!
Na página seguinte desse editorial, li o belíssimo artigo “Justiça ou vingança?”, assinado pela psicanalista Maria Rita Kehl, que essencialmente se propõe a responder a seguinte questão: “Alguém realmente acredita que reduzir a maioridade penal há de amenizar a violência social de que somos todos, sem exceção, vítimas?”.
No meio de seu artigo, Kehl nos lembra de que os legisladores que defendem a redução da maioridade “...estão pensando em colocar na cadeia... somente ‘os filhos dos outros”.
Nesse sentido, a autora indaga: “Quem acredita que o filho de um deputado, evangélico ou não, homofóbico ou não, será julgado e encarcerado aos 16 anos por ter queimado um índio adormecido, espancado prostitutas ou fugido depois de atropelar e matar um ciclista?”.
A redução da maioridade tem alvo certo: preferencialmente, jovens pobres e/ou negros; ou seja, os filhos da mesma população que há 500 foram se amontoando nos morros e periferias de nossas cidades; que há 500 anos encontram-se excluídos do básico para uma vida digna, acima de tudo, da educação e da cultura de qualidade.
Conhecedores desses cenários de exclusão, esparramados pelo país afora, não podemos permitir, conforme se pede no editorial da Folha, que prevaleça a submissão aos inquisidores da irmandade evangélica e aos demagogos da bala e da tortura, tão atuantes no Congresso.
Por fim, não podemos permitir essa submissão, pois a atuação desses congressistas ditos religiosos, na essência, atira contra a democracia.
2,0% ( dois por cento) de desconto para abastecimento (álcool, gasolina ou diesel) para pagamento à vista em dinheiro ou cheque; 1% ( um por cento) para pagamento com cartão de crédito ou débito. Nas compras de óleos, lubrificantes, aditivos e filtros o percentual de desconto será de 10% (dez por cento).
JUACY DA SILVA*
No ultimo dia 08 deste mês de junho foi comemorado em todos os países o DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE, instituído pela ONU durante a primeira conferência do meio ambiente realizada em Estocolmo na Suécia, em 1972. Portanto, lá se vão 43 anos desde que o mundo acordou para este desafio que é cuidar melhor do meio ambiente e preservar a vida no planeta.
O tema deste ano para comemorar o DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE é: “ Sete bilhões de sonhos, um planeta: consuma com cuidado”. Este tema chama a atenção para os limites de crescimento, de um lado o aumento populacional mundial, hoje somos sete bilhões e dentro em breve seremos nove bilhões de pessoas e de outro os riscos da degradação ambiental. O problema não está apenas em relação `a pressão que a população exerce sobre os ecossistemas em termos de produção de alimentos, de energia, de matérias primas, de água e do solo, mas principalmente o que isto significa para o futuro da humanidade.
Para efeito de reflexão e das ações que devem ser realizadas pelos governos de todos os países e em todos os níveis de poder em cada país e também pela população, mas também na questão do desperdício que o consumismo esta estimulando. O tema é desdobrado em quatro dimensões: água, energia, uso do solo e o consumo acelerado de bens e serviços que acabam representando uma pressão muito grande sobre o meio ambiente. Para alimentar uma população de bilhões de pessoas os sistemas econômicos gastam água, solo e energia, que são fatores escassos e acabam também sendo degradados com a erosão, o assoreamento dos rios e lagos, o desmatamento continua acelerado em vários países e essa dinâmica econômica, em busca de um lucro a qualquer preço deixa um rastro de destruição ou o que é modernamente chamado de passivo ambiental.
Pior em tudo isto é perceber de um lado o consumismo que leva a um desperdício de alimentos, cujo custo mundial é superior a 750 bilhões de dólares por ano. . Mas o desperdício de alimentos também representa o desperdício de água, de solo e de energia que foram usados para a sua produção.
Estamos em pleno período da realização das conferências municipais de saúde, quando a população de todos os municípios do Brasil está discutindo a situação e os rumos da saúde pública em nosso país. Qual o tamanho do CAOS em que se encontra a saúde e quais os rumos que devem ser tomados para que este direito constitucional possa deixar de ser letra morta em nossa Carta Magna para se transformar em uma realidade concreta do dia-a-dia das pessoas?
Boa parte das doenças que a população enfrenta têm suas origens na degradação ambiental. As queimadas urbanas e rurais, os sistemas de produção agrícola assentado sobre o uso exagerado de agrotóxicos, onde o Brasil é o segundo maior consumidor mundial, a falta de saneamento básico, os lixões, os esgotos escorrendo a céu aberto, tudo isso afeta a saúde da população, principalmente das camadas mais empobrecidas do país.
O SUS gasta anualmente mais de 400 milhões de reais para tratrar pessoas que são internadas em decorrência de diarreias, além de muitos outros milhões com doenças respiratórias e outras mais decorrentes da falta de cuidado com o meio ambiente. Costuma-se dizer que para cada real investido em saneamento e cuidados ambientais poderiam ser economizados quatro reais no tratamento de doenças. Saneamento, neste sentido, também é saúde.
Mais de 61% da população brasileira, ou seja, 124 milhões de habitantes não tem tratamento de esgoto. Na região norte esta é a realidade de 83,4% da população; no Nordeste 76%; no Sudeste 61,; na região Sul 68%e no Centro Oeste 55,1%. Ou seja, milhões de brasileiros convivem com valões, córregos, rios e oceanos estão morrendo devido `a falta de saneamento. Na verdade são grandes esgotos a céu aberto, onde animais, lixo e toda sorte de dejetos produzem mal cheiro e riscos para a saúde da população.
Em nosso maior aglomerado urbano de Mato Grosso, por exemplo, Cuiabá tem apenas 39,9% de esgotos tratados e Várzea Grande 21% e a média no restante do Estado é de menos de 20%. Neste aglomerado que tem pouco mais de 820 mil habitantes 66% da população não é servida por tratamento de esgoto, são aproximadamente 540 mil habitantes, convivendo com uma das formas de degradação ambiental.
A pergunta que se faz, isto é correto, é digno? Qual a qualidade de vida dessas pessoas? Qual a saúde que tem? Qual o futuro que nos espera? Com a palavra nossos representantes eleitos, nossos gestores públicos, enfim, nossos governantes que continuam insensíveis a este drama que afeta dezenas de milhões de brasileiros/as.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta.
E-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
Notícia ruim é o que não falta quando o assunto é saúde pública.
Foi inaugurado em nossa capital o prédio reformado do velho Hospital Neurológico Egas Muniz, no bairro do Quilombo.
A hotelaria ficou chique, digno de hotel cinco estrelas.
O ruim é que logo após a sua inauguração o nosocômio foi fechado, para reabrir somente quando o governo federal decidir repassar recursos permanentes para o seu custeio.
Sabemos que essa liberação poderá demorar meses, e a garantia de um apoio permanente é uma aposta.
O único hospital público federal e de ensino aqui existente está sucateado, exatamente por falta de investimentos financeiros.
Em inauguração de hospital a má notícia é que não existe ainda formado, treinado e contratado o corpo clínico e administrativo.
A referência do hospital são seus profissionais, e não, a hotelaria.
A dificuldade do governo é tão grande para captar bons profissionais, que a única Unidade de Pronto Atendimento (UPA) inaugurada há dois anos até hoje não funcionou na sua plenitude.
Não é atrativo, profissionalmente, trabalhar em prédio ‘novo’ e bonito, mas sem as mínimas condições de trabalho, e honorários sempre abaixo do mercado de trabalho.
O paciente quando procura um serviço de saúde prioriza a qualificação dos seus profissionais.
A hotelaria de luxo é dispensável. Torna-se obsoleta em curto prazo de tempo, e necessita de permanente manutenção e reposição dos equipamentos.
Não é isso que acontece nos órgãos públicos.
Sem robustos financiamentos públicos para a alta complexidade, o ‘jeitinho’ são as liminares judiciais.
Mesmo hospitais internacionalmente reconhecidos cientificamente pela excelência do seu atendimento, como o Sírio Libanês e Albert Einstein em São Paulo, para citar os preferidos pelos políticos, precisam de incentivos oficiais (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) e de particulares para sobreviverem com qualidade.
Vamos torcer para que o nosso São Benedito consiga transpor essa barreira de incompreensão do poder público com a saúde para oferecer serviços médicos de ‘gente rica para uma população pobre’.
Gabriel Novis Neves
24-05-2015
Benedito Pedro Dorileo
De quando em quando é aberto o álbum de memória mato-grossense e, de maneira evocativa, buscamos a doçura suave da recordação de personalidades que plasmaram as suas vidas na história e nas letras, sendo agora reverdecidas. Se em julho fecha-se a memoração do centenário de Rubens de Mendonça, outras pétalas vão-se abrindo para Gervásio Leite e Luís-Philippe Pereira Leite.
Aprendemos na segunda metade do século XX, para compor a equipe de implantação da nossa Universidade Federal de Mato Grosso, com apoio da família universitária, que nenhum conhecimento pode encerrar em si mesmo; que a sua produção deve imediatamente ser compartilhada: pesquisar, ensinar e estender. A extensão vai muito além do processo educativo, cultural e científico, pois une o ensino e a pesquisa, e viabiliza a transformação da comunidade e da sociedade. Transferir conhecimento – eis a questão.
Se hoje, a pesquisa translacional, científica por excelência, contribui para descobertas a partir da ciência básica – útil para o bem-estar imediato da vida humana – focada na solução de problemas que acometem a população brasileira; da mesma forma, a extensão complementa insumos imediatos e dosados para a alimentação intelectual ou prática do povo. Nem universidades, centros ou faculdades, bem como instituições de cultura podem guardar intramuros os conhecimentos auferidos ao longo do tempo. O povo tem direito de saber, bem como o de receber informações pedagogicamente organizadas. Assim também fazem as instituições culturais: da história, das letras, da geografia, da antropologia etc.
Pensamos que a ancianidade não fecunde em ranço os nossos conhecimentos, pois rejuvenescer é essencial como obra do espírito. Que o râncido e a veteranice estiolem-se em favor do pubescer dos novos tempos. Nada implica esteja a face enrugada ou nevados os cabelos a murcharem a beleza, ou haja apoio em cajado, importa que a mente se recrie e se renove.
Augusto Rodin, o escultor da idade do bronze, no século XIX, em L’Art, prelecionou: respeito à tradição, saber distinguir o que ela contém de eterno e fecundo: o amor à natureza e à sinceridade – estas são árduas e fortes paixões dos gênios. É bom atentar que a civilização mais facilmente está preocupada em apurar os vícios do que aperfeiçoar as virtudes.
Sem atrelamento a ideologias, mas no cultivo axiológico é fundamental lembrar os numes tutelares que exornam o caráter da nossa cultura. Dessa forma, vêm a lume nestes anos de 2015 e 2016 os nomes de Gervásio Leite e de Luís-Philippe Pereira Leite para realce dos seus centenários de nascimento.
Gervásio, jurista e historiador, poeta e jornalista, magistrado e do magistério – foi associado do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, e ainda presidente da Academia Mato-Grossense de Letras e do Tribunal de Justiça do Estado. Luís-Philippe, jurista e historiador, foi Procurador-Geral de Justiça. Ambos foram políticos como deputados constituintes do Estado, em 1947. Foi Luís-Philippe presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso e associado da Academia Mato-Grossense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Foram escritores. Nasceram os dois eminentes cuiabanos no mesmo ano de 1916. O primeiro, em 19 de junho e o segundo, em 12 de dezembro. Gervásio rendeu o seu espírito ao Pai em 10 de abril de 1990, no Rio de Janeiro; e Luís-Philippe descansou no Senhor em 4 de fevereiro de 1999, em Ribeirão Preto, Estado de São Paulo.
A Casa Barão de Melgaço, cumprindo a tarefa da extensão cultural, no próximo dia 19 deste mês de junho, inicia a celebração do centenário de Gervásio Leite, e o de Luís-Philippe no decorrer do próximo ano de 2016, quando as solenidades se enlaçarão.
Assim segue a vida, do verdor dos anos e plenitude da mocidade até o desflorescer das idades e o crepúsculo da existência. Jubilados do viver passam a evocados na memória dos seus conterrâneos como flamas da nossa cultura. Cada corola na relva, cada pétala desprendida compõem o florilégio da nossa saudade, em infinita fruição das nossas vidas.
Benedito Pedro Dorileo é
advogado e foi reitor da UFMT
Olá, Pessoal!
Bom dia. Segue, em anexo, para todos refletirem, um bom artigo sobre a greve nas universidades públicas, de autoria do Prof. Marcelo Badaró (UFF/História). Acrescento que na última longa greve das IFES, por aqui, na UFRJ, a pós-graduação também parou. Sou testemunha do fato por estar cursando doutorado no IPPUR/UFRJ.Os alunos da graduação e da pós-graduação também se mantiveram em greve. Houve alteração do calendário no período duas vezes, porque logo depois os técnico-administrativos iniciaram uma nova greve. Os prejuízos aconteceram, mas também o aprendizado que levou a modificações nas relações com a CAPES que, com a conivência de vários coordenadores de cursos, insiste em desrespeitar a autonomia constitucional das IFES.É bom lembrar que em 2005 a CAPES era presidida pelo atual Ministro da Educação que, segundo relatos da época que chegaram ao então Comando Nacional de Greve/Andes-SN, teria procurado apoio, inclusive entre seus alunos, para que a greve fosse minada.
Boa reflexão para todos, independentemente das posições que defendam, afinal, monocultura não ajuda nada.
Abraços.
Prof. José Domingues de Godoi Filho
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