JUACY DA SILVA*
Seguindo a mesma “escola” e formas de mistificar a realidade que seu criador e antecessor ex-presidente Lula, a atual presidente Dilma, sempre que acuada pelas notícias, pelos meios de comunicação e pela opinião pública tenta desqualificar tanto as acusações quanto seus acusadores.
Parece que ambos são mestres na arte de dissimulação e enrolação através de muitas lorotas e bravatas como a que a mesma acaba de proferir em entrevistas durante sua atual viagem aos EUA. Indagada e bombardeada pelos jornalistas brasileiros e alguns estrangeiros quanto às denúncias feitas no andamento da operação LAVA-JATO, que apura o maior escândalo de corrupção na história brasileira, Dilma não se fez de rogada e disse “não respeitar delatores”.
Na sequência tentou comparar as denúncias do Presidente da UTC , uma das grandes empreiteiras, que é acusado de ser o ‘presidente do clube das empreiteiras” que até pouco tempo tinha livre acesso a gabinetes palacianos e ministeriais, com as tentativas que os agentes dos governos militares no DOI/CODI tentavam transformar presos políticos em delatores de “companheiros” que lutavam contra o governo e o Estado naquela época.
Ninguém ignora que após deixar a presidência da República Lula viajou algumas vezes em jatinhos da empreiteira Odebrecht a outros países onde a referida empreiteira e outras mais tinham atividades e recebiam financiamentos do BNDES, os quais ainda estão encobertos por um manto de sigilo, verdadeiras operações secretas, que Dilma vetou para que não se tornassem públicas e transparentes.
Tal comparação não tem nenhuma relação e representa uma distorção da história política e institucional brasileira e, ao mesmo tempo, é uma agressão ao ordenamento jurídico estabelecido democraticamente, que oferece aos criminosos tanto de colarinho branco quanto os bandidos cujos colarinhos são de outras cores, a colaborarem com a justiça, mediante um acordo livre e assistido por seus advogados, apresentando dados e informações que facilitem a justiça chegar a atos praticados por outros criminosos que ainda não prestaram contas à justiça.
Com certeza a OPERAÇÃO LAVA-JATO, presidida pelo Juiz Federal Sergio Moro, tendo o apoio do Ministério Público Federal e as ações investigativas da Polícia Federal deverão ir a fundo nessas denúncias, doa a quem doer, como costuma dizer a Presidente Dilma, e a verdade deverá vir a tona.
As denuncias feitas pelo Presidente da UTC e de outros presos pela operação LAVA-JATO, não foram feitas sob tortura ou qualquer constrangimento, mas amparadas pela legislação e princípios legais, constitucionais, não precisando a Presidente diga que caberá a Justiça, ao Ministério Público e a Polícia Federal fazer, pois cabe a essas instituições apenas cumprirem suas missões, investigarem e punirem os culpados.
Se houve dinheiro sujo nas campanhas de Lula, de Dilma e de outros políticos, isso é crime e como tal deverá ser tratado e os responsáveis punidos com os rigores da Lei, afinal vivemos em um Estado de direito e democrático, em uma República, onde todos devem ser tratados de forma igual, sem privilégios. Está mais do que na hora de o Brasil acabar com a imunidade, o foro privilegiado, os privilégios dos governantes e portentados. Só assim o combate `a corrupção será algo verdadeiro e não apenas para “inglês ver”. A denúncia foi feita formalmente pelo presidente da UTC, cabe agora essas entidades irem a fundo nas investigações.
Desde a década de noventa, portanto há quase vinte anos, o Brasil é signatário de vários tratados internacionais aprovados pela ONU, OEA, OECD e outros mais, para que o combate `a corrupção seja uma prática efetiva por parte dos governos nacionais.
Apesar disso, diversos casos escabrosos de corrupção, onde o MENSALÃO e o PETROLÃO – LAVA JATO são os símbolos maiores, ocorreram e continuam a ocorrer durante os mandatos de Lula e Dilma, atingindo figuras importantes de seus governos e do PT e outros partidos aliados no Congresso.
Com certeza não será com bravatas e lorotas que os atuais donos de poder irão intimidar o Ministério Público, a Polícia Federal e muito menos juízes íntegros como o ex-Ministro Joaquim Barbosa e o Juiz Federal Sérgio Moro. Estamos em plena fase da operação “mãos limpas” tupiniquim. Praza Deus que possamos passar nosso país a limpo e banir os corruptos e as práticas de corrupção no Governo e meio empresarial como aconteceu na Itália há algumas décadas.
*JUACY DA SILVA, professor universitário, fundador, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, articulista de A Gazeta, Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Blog www.professorjuacy.blogspot.com Twitter@profjuacy
Roberto Boaventura da Silva Sá
Dr. Jornalismo/USP; Prof. Literatura/UFMT
Escrevi este artigo em clima do corajoso “oxi” (“não”, em grego) que o país-berço da democracia deu à zona do euro e ao próprio sistema, representado pelo FMI. O mundo capitalista está em pânico.
Ao contrário disso, enquanto novas denúncias de corrupção surgiam contra ministros do governo brasileiro, Dilma dizia um “sim” atrás do outro aos EUA de Barack. Na linhagem político-econômica das Parcerias Público Privadas, vários acordos foram firmados, inclusive para a educação.
Essa visita de Dilma me fez lembrar dos versos finais de “Quem dá mais” de Noel Rosa: “Quanto é que vai ganhar o leiloeiro// Que é também brasileiro// em três lotes vendeu o Brasil inteiro?
Mesmo diante de uma agenda política forte, falarei de algumas violências simbólicas que ocorreram recentemente em nosso país.
De tudo, destaco um adesivo contra a honra justamente de Dilma, as injúrias raciais contra a Maju do Jornal Nacional e as condenações à excelente crítica cultural que Zeca Camargo fez em torno do funeral e do tipo da “obra” de Cristiano Araújo.
O adesivo contra Dilma foi publicado no site da MercadoLivre. Trata-se de uma das mais grosseiras e ofensivas montagens que já vi. O rosto é da presidente. O corpo, possivelmente, é de uma mulher que poderia ter posado para alguma revista pornográfica.
O adesivo foi produzido para ser colado na entrada do tanque de gasolina dos automóveis, de tal forma que aquele orifício fosse visto com uma vagina.
Para quem adquiriu o produto, ele serviria como uma forma de protesto contra o aumento do preço da gasolina. Injustificável.
De minha parte, sou crítico contumaz da política do governo Dilma/PT, acentuadamente ao que concerne à tal “Pátria educadora”. É raro eu considerar positivamente algum encaminhamento político de seu (des)governo. Linhas acima deste próprio artigo são provas disso.
Todavia, o decalque é repugnante. Ele depõe contra a própria noção de crítica.
Já os ataques que a nova apresentadora do tempo no JN sofreu no Facebook – por aproximadamente “cinquenta criminosos” – demonstram que ainda temos longo caminho cultural a percorrer no sentido de vencer as manifestações de injúrias raciais, ainda que sempre localizadas, como atesta, neste caso, a própria Globo.
Sobre essa questão, todos precisamos sonhar e lutar para a chegada urgente do dia em que nenhum brasileiro negro precise dizer que “Eu já lido com esta questão do preconceito desde que eu me entendo por gente”. Inaceitável.
Inaceitáveis também são as condenações públicas que o apresentador Zeca Camargo, também da Globo, tem recebido. Motivo: falou algumas verdades em torno do funeral e do tipo de música que Cristiano Araújo cantava.
Em suma, Camargo expôs, na Globo News, uma análise sobre nosso panorama cultural a partir da morte do cantor. Essencialmente, falou do exagero da cobertura da TV que acompanhou cada momento do velório e do enterro daquele jovem.
Falou mais. Disse que não entendia a idolatria diante de "uma figura relativamente desconhecida"; que aquilo revelava a "pobreza da atual alma cultural brasileira".
Algum erro de análise?
Nenhum.
A prova do relativo desconhecimento do cantor foi dada por Fátima Bernardes e Marcela Monteiro, ambas da Globo. Elas confundiram Araújo com Ronaldo, jogador que também é Cristiano.
Confesso: também tive dificuldade semelhante. Ainda hoje troco Cristiano por Eduardo Araújo, nome de um cantor da jovem guarda, ainda vivo.
No tocante à "pobreza da atual alma cultural brasileira", pergunto: alguém ainda duvida disso?
Benedito Pedro Dorileo
Devíamos aliar a inteligência à criatividade para aprofundar o humanismo, pois, aquele tempo, mais do que o debate político, exigia doação e fervor. Não podia perecer a decisão do governo federal em instituir a Universidade Federal em Cuiabá, ainda no papel, para torná-la palpitante realidade – diante de fracassos de gestão em desperdiçar por incúria tantos programas advindos de Brasília. Enfrentando a empreitada, lembramos como âncora o escultor Augusto Rodin (França: 1840-1917), quando escreveu L’Art, em seu diálogo com Paul Gsell: ? ‘Hoje, a arte está ausente da vida cotidiana. Buscam a utilidade da vida moderna, esforçam-se para melhorar materialmente a existência, apenas’. Ao que Gsell rebateu: ‘Eu sei, mas desejo que este livro seja um protesto contra as ideias de hoje; que vossa voz desperte nossos contemporâneos para o amor à arte e à beleza’. Esta a inspiração: extirpar o marasmo e a bestealidade para produção do encanto do pensamento, robustecer os sentimentos para o serviço da implantação da Universidade, a pioneira. Precisávamos encontrar beleza até na cólera, como, na paisagem, a ave desfere o grito de guerra, para, desconhecendo a selvageria, identificar o belo.
Já se disse que Gabriel, o reitor da arrancada inaugural, tocava obra dia e noite, ensejando pensar que o trabalho só é bendito quando se realiza cantando. Dessa maneira, a vontade tinha dimensão acentuada no décimo ano da criação, em 1980. Urgia a cantante voz humana na desenvoltura dos esforços – dos laços que o amor arma brandamente (Camões). Foi que, na fremente colmeia, houve o alargar do voo em busca do banimento da descrença. – Felizes o povo, professores, técnicos e estudantes do Instituto de Ciências e Letras e da Faculdade Federal de Direito que acreditaram. Prevaleceu a premência do fazejamento pela angústia do tempo – fazer à toda brida.
A Orquestra Sinfônica Universitária iniciou os passos em 1974; muito cedo foram as suas raízes na banda sinfônica – resposta à desoladora baforada: ‘banda de música no interior é com prefeitura’. Com música erudita, em 1979, estava ela organizada, sob direção do maestro fundador, Konrad Wimmer, acolitado por Domingos Vieira de Assunção. Nenhuma ideologia ou escola literária exerceram influência, tampouco contribuíram, ainda que à distância na organização da OSU e do Coral Universitário. Foi arte pela arte.
Nasceu o Coral, em 29 de abril de 1980, visando à construção de um veículo de cultura musical do mais alto valor artístico, objetivando atuar como elemento de integração da universidade com a comunidade. Tanto Orquestra quanto Coral foram organizados pelo vice-reitor, autor deste texto, mediante delegação de competência.
Tempo de inigualável inventividade, nas décadas de 1970 e 80, com editora, cineclube, núcleo de documentação e história regional, museus, biblioteca, audiovisual, departamento de artes, esportes e teatro. Sôfregas tarefas à procura de recomposição de energias na música e na revivescência das atividades culturais.
Buscamos almas solícitas, sob as virtuosidades de Peter Ens e Lydia Ens, o primeiro, o maestro fundador, admitidos como professores visitantes, dados os admiráveis currículos na arte musical e experiência vivenciada em Estados da Federação. Organizar um Núcleo Permanente foi ato ímpar com membros da comunidade universitária e da sociedade cuiabana. Para tanto, criamos o quadro de Colaborador de Ensino, convertido depois em Agente Didático. Privilegiada improvisação que deu certo. Como Agentes, tivemos figuras ilustres: Rubens de Mendonça, Pedro Rocha Jucá, Dunga Rodrigues e outros, além dos coralistas. Logo o Coral atinge 130 componentes, ganhando os estudantes partícipes incentivos de créditos nos estudos.
Em 5 de maio de 1980, Dia Nacional da Comunicação, houve apresentação inaugural em homenagem à memória do patrono, o cuiabano, marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, um nome universal (nasceu em Mimoso, Santo Antônio, distrito na época, em 1865, do município de Cuiabá). O repertório avantajava-se progressivamente, cantando à ‘capella’ ou com a OSU. Ouvia-se o Hino de Mato Grosso, obrigatoriamente nos eventos cívicos. Também: O Coro dos caçadores, de Antônio Carlos Gomes; Jesus, alegria dos homens, de J. Sebastian Bach; Saudade de Matão, de Raul Torres e Galati. Ou Aleluia, de George F. Händel. E mais. Chegou-se ao Laboratório Coral em 1981, integrando instituições de ensino e cultura. Decorridos, neste 2015, os 35 anos de existência, o Coral Universitário da UFMT tem o condão de harmonizar trabalho e engenho artístico, integrar a formação do ‘homo totus’e liderar o canto coral em Mato Grosso, que muito tem expandido.
Benedito Pedro Dorileo é
Advogado e foi reitor da UFMT.
Roberto Boaventura da Silva Sá
Dr. Jornalismo/USP; Prof. Literatura/UFMT
Há muito que de religioso, na originalidade do termo, não tenho nada. Em vários artigos já deixei isso claro. Meus dois últimos textos (“Inquisidores da irmandade evangélica” e “Pedradas do caos”) são provas desse tipo de liberdade pessoal que tenho construído. Logo, procuro cultivar meu humanismo pela leitura política que faço do cotidiano.
Por que abri este artigo com essas afirmações?
Porque algumas opiniões que aqui exporei têm tudo para ser confundidas com o pior dos conservadorismos religiosos.
Há um ano, o Brasil aprovou o Plano Nacional de Educação (PNE) para o decênio 2014-24. Os estados e os municípios deveriam fazer o mesmo até o dia 26/06.
Muitos não fizeram.
Em nove estados, os projetos sequer chegaram às Assembleias. Em cinco, estão em tramitação. Em outros cinco – incluindo o DF – foram aprovados, mas aguardam sanção. Em oito, foram aprovados e sancionados.
Dos municípios, quase metade (2.942) tem um plano local aprovado. 707 já o aprovaram, mas aguardam sanção.
Como todo plano, o PNE contém diversos itens que deveriam ter sido debatidos de forma democrática. Isso não ocorreu. Os “debates” promovidos não passaram de jogos de cartas marcadas.
De qualquer forma, dos itens, destaco o encaminhamento da aprovação, ainda em 2015, da Lei de Responsabilidade da Educação, que jogará a bomba pela má qualidade do ensino no colo dos gestores das escolas, livrando a cara (de pau) dos primeiros responsáveis pela tragédia.
O PNE, dentre tantos tópicos, trata do número de alunos em sala de aula, bem como da remuneração, geralmente, humilhante, dos professores. Isso, aliás, tem afugentado da educação os melhores recém-formados no magistério, que já são poucos.
Todavia, o que tem mobilizado a sociedade no tocante ao PNE são alguns dos temas transversais, com destaque aos de orientação sexual e identidade de gênero.
Dos segmentos sociais, os ditos religiosos (católicos e evangélicos unidos) são os mais alvoraçados. Muitos, até de batinas pretas, foram protestar em frente a assembleias legislativas e câmaras municipais contra a inserção de tais temas nos planos educacionais.
Ignorando problemas reais de tantos “enviados de Deus”, como os macacos fazem com os rabos, os protestos desses sujeitos são ferozmente conservadores. Em Cuiabá, chegou-se ao cúmulo de em uma faixa poder-se ler: “Deixem os meninos serem meninos e as meninas serem meninas. Não à ideologia de gênero”. Ignorância pura.
Em Minas Gerais, um deputado disse que a “Ideologia de gênero é uma praga que veio do marxismo, passa pelo feminismo e visa destruir a família tal qual nós a conhecemos”. Estupidez completa.
Pois bem. Não pelos motivos acima, expostos por esses seres vinculados às religiões de cunho cristão, também tenho reservas no que tange às transversalidades do PNE, com destaque a dois tópicos: gênero e religião.
Por que?
Porque as licenciaturas das universidades, já transformadas em colegiões, não estão dando mais conta sequer da formação acadêmica convencional. Logo, não preparam quase ninguém intelectualmente para esses complexos debates.
Ademais, como o país já virou uma praça de guerra, se isso for imposto, os conservadores, “em nome de Jesus”, estarão lá nas escolas disputando espaços com os carregadores das bandeiras LGBTT. As escolas virarão palco de pequenas tragédias. Será um tormento a mais na vida de nossas maiores vítimas: as novas gerações.
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