CONSULTAS INFORMAIS: O EXERCÍCIO DIÁRIO PARA ASSEGURAR A DEMOCRACIA NA UNIVERSIDADE
Foto: Primeira consulta informal para escolha da Reitoria da UFMT, realizada em 1982. Arquivo Adufmat-Ssind
Em 2020, a UFMT sofreu um golpe. Um golpe que não será esquecido pela comunidade interna e, assim como outros casos de imposição autoritária do mesmo período em instituições de ensino superior, tornou-se um exemplo a ser combatido nacionalmente.
Até aquele momento, 38 anos de resistência a ditaduras e o exercício democrático efetivo se impunham a cada quatro anos: as consultas, embora informais, eram organizadas e realizadas pelas entidades representativas, respeitando, sempre, a paridade de votos entre as três categorias e estimulando a presencialidade da participação.
Essa reivindicação não se deu por acaso. É de conhecimento de todos que a ditadura militar brasileira perseguiu, torturou e matou centenas de pessoas durante 21 anos. Muitas dessas pessoas eram estudantes, técnicos-administrativos e professores do ensino superior. Assim, para resguardar as universidades das nomeações de agentes autoritários, alinhados politicamente com os ditadores, as entidades reivindicaram a realização dos pleitos, e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) se orgulha por ter sido umas das primeiras a adotar essa dinâmica.
Fotos: Primeiro Debate para escolha da Reitoria da UFMT, em 1982 – Teatro da Universidade, em Cuiabá/ Arquivo Adufmat-Ssind
Público assiste ao primeiro debate entre candidatos à Reitoria da UFMT em 1982. Processos democráticos exigem o envolvimento do maior número possível de pessoas/ Arquivo Adufmat-Ssind.
Público assiste ao primeiro debate entre candidatos à Reitoria da UFMT em 1982. Processos democráticos exigem o envolvimento do maior número possível de pessoas/ Arquivo Adufmat-Ssind.
“As formações dos conselhos da universidade variam conforme o poder instalado no Estado - ora mais democrático, ora mais autoritário -, enquanto as entidades representam a própria luta dos trabalhadores; elas lhes dão vida e aí está a garantia da democracia. Cada passo da consulta é referendado por assembleias gerais das entidades, é isso que garante o controle popular e o processo democrático”, avalia a diretora geral adjunta da Adufmat-Ssind, Lélica Lacerda.
Isso significa que, para garantir a realização de um pleito realmente democrático, a paridade é fundamental, mas a condução dos trabalhos também é, porque a metodologia utilizada pode ser passível de eventuais manipulações, disfarçadas de democráticas.
O processo de consulta para a Pró-reitoria do campus da UFMT Várzea Grande, por exemplo, realizado em 2024, sem a condução das entidades, foi denunciado formalmente ao Ministério Público Federal, à plataforma Fala BR e à Ouvidoria da instituição, por indícios de irregularidades diversas, algumas delas envolvendo relações pessoais entre candidatos e membros da comissão (assista aqui o relato do Sintuf-MT).
Além disso, a realização dos processos pelas entidades é uma ferramenta de fortalecimento das mesmas, já que, historicamente, elas conquistaram direitos e lutam diariamente para mantê-los, como explica a professora Patrícia Félix da Silva, do departamento de Sociologia e Ciência Política da UFMT. Assista ao vídeo abaixo:
“A democracia dentro da universidade é essencial para garantir que os diversos atores e atrizes que fazem parte da instituição tenham iguais oportunidades de estarem em espaços de decisão, espaços de poder. Isso para que o conhecimento produzido pela instituição não fique restrito a ela, e para que a universidade não seja somente pública, mas, de fato, popular. Para que os três segmentos que compõem a universidade – docentes, discentes e técnicos - estejam nos espaços de maneira paritária. Então, para além da paridade, é fundamental que os próprios trabalhadores, de maneira organizada, também participem dos processos de eleição, de organização desses espaços, de maneira geral. É fundamental que essas dinâmicas sejam organizadas pelas entidades que representam os trabalhadores, porque a partir dessas instituições nós temos direitos garantidos, elas representam as lutas dessas categorias e, portanto, precisam ser fortalecidas, principalmente quando estamos num contexto de afronta aos direitos dos trabalhadores, sobretudo dos trabalhadores da educação”, afirma a docente.
Por que tanta resistência às entidades?
Em 2020, apesar de a Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat-Ssind) e do Sindicato dos Servidores Sintuf-MT alertarem que havia evidências de que a votação online, via sistema, era passível de diversas falhas, o pleito, legal, porém ilegítimo, foi realizado (leia aqui); apesar de até mesmo as eleições municipais, que envolvem um número muito infinitamente de participantes e fatores de dependência terem sido adiadas por causa da pandemia, a da UFMT foi mantida; apesar de as críticas da comunidade acadêmica terem sido censuradas sem nenhum pudor, a consulta foi realizada, sem as entidades, sem paridade e sem presencialidade (relembre aqui).
Para a Adufmat-Ssind, essas ações, insufladas sempre por um ou outro agente, supostamente não organizado em nenhum grupo político, requerem, no mínimo, alguma reflexão por parte de uma comunidade educada justamente para pensar. Seriam tentativas de manipulação por parte de algum interessado em concorrer ao pleito? Aqueles que têm medo de que as entidades estejam a frente da consulta têm medo, na verdade, de não terem seus nomes referendados pela comunidade acadêmica? Teriam eles medo de perder o controle sobre o processo e, com isso, não serem eleitos?
Na semana passada o campus da UFMT em Sinop deu um passo importante neste sentido, a partir da unidade entre as entidades para a organização do pleito para escolha da Pró-reitoria local. No campus da UFMT Araguaia, o mesmo processo deve se dar nos próximos dias.
A mesma história de luta e conquista de direitos demonstra que, a democracia, mesmo esta, burguesa, com suas contradições e limitações, precisa, primeiro, ser conquistada, mas também precisa ser mantida, já que as disputas estão sempre em curso. Nas palavras de Angela Davis, “a liberdade é uma luta constante”. Por isso, as comunidades acadêmicas, da UFMT e todas as outras, toda a sociedade, precisa estar, sempre, muito atenta.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Docentes, técnicos e estudantes da UFMT em Sinop informam o início da condução do processo para escolha da pró-reitoria do campus
Representantes das três categorias da comunidade acadêmica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Sinop, docentes (Adufmat-Ssind), técnicos-administrativos (Sintuf) e estudantes (União Nacional dos Estudantes - UNE), entregaram, nesta sexta-feira, 01/11, um ofício ao atual pró-reitor local, Fábio José Lourenço, e ao Conselho Administrativo e Acadêmico do Campus de Sinop (Consin), informando o início da realização da consulta informal para escolha da pró-reitoria local.
Tadicionalmente, desde os últimos anos da ditadura militar, as entidades que representam as categorias das comunidades universitárias têm realizado, em todo o país, os processos de consulta para indicação das Reitorias e, nos últimos anos, esta forma democrática se estendeu a outros processos decisórios.
"A realização da consulta em âmbito local foi consensuada entre as entidades, considerando que elas realizam este processo desde a década de 1980. Não podemos prejudicar a democracia pela falta de circulação da fala, que é quando não há espaço para manifestação; isso gera adoecimento", afirmou a diretora da Adufmat-Ssind, Clarianna Silva.
O documento também informa que as entidades realização assembleia geral unificada na próxima quinta-feira, 07/11, às 14h, no auditório da subseção da Adufmat-Ssind em Sinop, para apreciar e aprovar o Regimento Eleitoral, o calendário e a comissão.
Confira, abaixo, a íntegra do ofício:
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Expansão ou desmonte? Conheça o GT Multicampia e Fronteiras, que debate a realidade dos campi da UFMT dentro da Adufmat-Ssind
Dando continuidade à série sobre a organização interna da Adufmat-Seção Sindical do Andes Sindicato Nacional, falaremos sobre um dos mais novos Grupos de Trabalho: o GT Multicampia e Fronteiras. Este GT foi fundado no 42º Congresso do Andes-SN, realizado no início deste ano em Fortaleza – CE, a partir de uma demanda objetiva, material, da categoria, que tem visto seus ambientes de trabalho sendo “expandidos”, na maioria das vezes, sem as condições necessárias para isso.
Neste momento, mais um novo comportamento preocupa os servidores das universidades federais. Além da expansão, políticos locais se movimentam para desmembrar novos campi, que já enfrentam condições difíceis, transformando-os em universidades autônomas. Assim como as “expansões”, empurradas de cima para baixo e alardeadas como grandes negócios, as propostas de desmembramento estão sendo feitas sem qualquer consulta às comunidades acadêmicas.
É neste contexto que o GT Multiacampia e Fronteiras nasce e passa a contribuir com a organização interna do Andes-Sindicato Nacional (maior sindicato docente da América Latina) e com suas cerca de 121 seções sindicais, entre elas, a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind).
Multicampia e Fronteiras na Adufmat-Ssind
Na Adufmat-Ssind, o GT Multicampia e Fronteiras é formado por docentes de Sinop, Araguaia e Cuiabá, e tem sido um dos mais atuantes. Surgiu, primeiro, como comissão, mas logo foi transformado em GT por decisão de assembleia, realizada no decorrer da última greve, que durou 41 dias. Ainda não há nenhum representante do campus UFMT Várzea Grande, que seria de grande importância, considerando que o campus não tem sequer sede própria, funcionando já há dez anos dentro do campus de Cuiabá.
Campus UFMT Várzea Grande deveria estar pronto há pelo menos 10 anos.
Em meados de abril, a categoria soube que o PL 2.223/2021, de autoria do senador Wellington Fagundes (PL) e que autorizava o Poder Executivo a criar Universidade Federal do Araguaia, seria apreciado pela Comissão de Educação e Cultura do Senado. Este foi o principal fato motivador da formação do GT naquele momento. No Senado, a Comissão emitiu parecer favorável ao PL em 21/05 e apenas duas semanas depois, no dia 04/06, o texto foi aprovado pelo pleno. No dia 10/06, foi enviado à Câmara Federal, onde ainda não teve movimentação interna. Mas o trânsito acelerado do projeto trouxe tensão aos docentes, discentes e técnicos da UFMT.
Após a formação do GT, as reuniões foram muitas e intensas, mas a primeira grande ação ocorreu ainda durante a greve, no dia 28/06, quando os membros do GT lotados no Araguaia conseguiram se reunir com uma comitiva de políticos que estava na cidade para outra agenda política. “O encaixe na agenda foi facilitado pelo fato de o coordenador da mobilização de políticos e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) municipal ser o professor Kiko, da UFMT, sensível ao tema”, explica o coordenador do GT, professor Edson Spenthof.
Nessa reunião, os docentes apresentaram uma única reivindicação: apoio de todos para que a tramitação do Projeto de Lei do senador Wellington Fagundes, e outros, de outros autores, sejam pausadas até que haja tempo de a comunidade interna da UFMT realizar - ou concluir, em algumas instâncias, o debate interno. “Deixamos claro que não defendíamos nem uma posição no mérito, favoráveis ou contrários ao desmembramento. Ao contrário, expusemos a divisão de sentimentos que ocorre internamente. Um cenário de mais dúvidas do que de certezas. E de que precisaríamos tempo para que a universidade realizasse amplo debate com todos os seus membros, como está aprovado, por exemplo, pelo Conselho Administrativo e Acadêmico do Câmpus Araguaia (Consua)”, pontua o docente (clique aqui para saber mais).
Além de Fagundes, a deputada federal Rosa Neide, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e o deputado federal Juarez Costa são autores de projetos no mesmo sentido, respectivamente direcionados à Rondonópolis (efetivado em 2018), Araguaia e Sinop.
De acordo com o Spenthof, não há a intenção de rivalizar com a universidade a esse respeito, apenas demonstrar que o debate ainda não chegou de forma ampla a todos os segmentos, e precisa chegar. Para isso, é fundamental apurar alguns dados para subsidiar o debate, como o levantamento de dados e relatos de experiências das universidades classificadas pelo MEC como novas, novíssimas e supernovas, entre elas a UFR – Universidade Federal de Rondonópolis (MT). Esta é a maior preocupação do grupo neste momento, porque o PL tramitou muito rápido pelo Senado, e pode ocorrer o mesmo na Câmara de Deputados.
O docente destaca, ainda, que este foi o processo que deu origem às universidades federais de Jataí (UFJ), Catalão (UFCat), do Norte do Tocantins (UFNT) e de Araguaína, que constaram em matérias jornalísticas recentes que indicaram uma série de dificuldades pelas quais estão passando.
Assim, dúvidas e a tensões pairam sobre as instâncias da universidade, desde as representações políticas da comunidade acadêmica até os conselhos universitários, tanto de Sinop quanto do Araguaia. As duas têm diferentes níveis de debates, mas nenhuma indicou posição. Também há o fato de que a universidade passa por transição da administração, a partir da indicação da nova Reitoria, que deve iniciar seu trabalho em outubro.
Outro ponto de destaque do GT e central para toda a sociedade é: uma universidade deve ser construída em cima de um projeto, que ainda não existe, ainda mais numa terra de intensas disputas, como Mato Grosso. Por isso, o GT pontua, inclusive formalmente. Que este projeto precisa ser construído, passando “não só por um determinado conceito de desenvolvimento, voltado para os grandes negócios, mas para um desenvolvimento e uma expansão que contemple a diversidade social, com curso de medicina (o Araguaia já tem um projeto tramitando), cursos de pedagogia, cursos da área de humanas ligadas ao pensamento crítico (filosófico, cultural e social), cursos voltados para a comunidade indígena (como a licenciatura intercultural indígena), cursos voltados para a população carente em geral, especialmente as comunidades negras, quilombolas, de trabalhadores da agricultura familiar, de trabalhadores sem-terra, entre outros”, pontua o coordenador.
Campus da UFMT em Sinop
Próximas ações
Impedir a tramitação dos projetos de lei que desmembram a UFMT sem o devido debate dentro da comunidade acadêmica tem sido o foco do GTMulticampia e Fronteiras da Adufmat-Ssind. Esse trabalho tem sido direcionado aos representantes políticos, senadores, deputados, além da nova administração da universidade. No entanto, há outras ações no horizonte. Debates públicos, contatos com universidades que passaram recentemente pelo mesmo processo, produção de dados e materiais informativos, seminários com estudiosos do tema, e a própria construção de um documento histórico sobre este processo já aparecem entre as alternativas.
Essa semana foi apresentado em assembleia geral e publicado no site da Adufmat-Ssind o primeiro documento de avaliação do GT sobre o tema, com o título “Gargalos não solucionados e ausência de projeto de universidade podem colocar em risco instituições propostas a partir do desmembramento de atuais câmpus da UFMT” (leia aqui). O documento, mais robusto, é anexo do ofício formal enviado aos representantes políticos do estado.
Para que todas essas ideias se tornem realidade, o engajamento dos docentes precisa persistir em trabalho coletivo e contínuo. “Temos quatro representantes de Sinop, dois de Cuiabá e cinco do Araguaia. Essa representatividade multicampus é essencial. Nos reunimos quinzenalmente, por videoconferência. Temos um coordenador, que propõe a pauta das reuniões e coordena a implementação das ações aprovadas”, revela Spenthof.
E apesar de o GT ser novo, há, ainda, uma demanda junto ao GTMulticampia e Fronteira nacional, como a participação em reunião agendada para os dias 28 e 29/09, em Brasília, e no Seminário programado para março de 2025, no qual os membros do GTMulticampia e Fronteiras da Adufmat-Ssind pretendem apresentar candidatura para sediar o encontro em 2026. A ideia é que o evento nacional seja realizado em Sinop ou no Araguaia.
“A partir dessas movimentações local e nacional surgirão outras demandas e formas de interação, que serão encaminhadas futuramente. Estamos iniciando esse processo, mas o consideramos extremamente importante”, concluiu o professor.
Outros GT’s da Adufmat-Ssind debatem temas como Política Educacional (GTPE), Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria (GTSSA), Carreiras (GTCarreira), Ciência e Tecnologia (GTC&T), Política Agrária, Urbana e Ambiental (GTPAUA), Política de Formação Sindical (GTPFS), Comunicação e Arte (GTCA), Políticas de Classe para as Questões Étnico-raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS). Para participar basta entrar em contato com a Secretaria do sindicato por meio do e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. ou pelos telefones (65) 99686-8732, (65) 99696-9293, informando o GT de interesse e contato para receber os informes do mesmo.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Imagens: TVU/UFMT
AVALIAÇÃO SOBRE O DESMEMBRAMENTO DOS CAMPI DA UFMT - GTMulticampia e Fronteiras
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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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Texto produzido pelo Grupo de Trabalho Multicampia e Fronteiras, da Adufmat-Ssind, intitulado “Gargalos não solucionados e ausência de projeto de universidade podem colocar em risco instituições propostas a partir do desmembramento de atuais câmpus da UFMT”.
Docentes do Araguaia pedem tempo a representantes políticos para discussões sobre eventual emancipação dos campi da UFMT
Na última semana, os membros da Comissão de Multicampia, formada durante a greve docente deste ano, organizou uma audiência com políticos mato-grossenses que podem ter influência sobre os trâmites de projetos de lei que disponham sobre o processo de emancipação dos campi da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
A audiência, que durou cerca de meia hora, foi realizada na sexta-feira, 28/06, e contou a presença do deputado estadual Valdir Barranco e algumas pessoas de sua comitiva, embora outros representantes que têm projetos acerca do tema, como a deputada federal Rosa Neide, também tenham sido convidados, já que estavam em atividade política na região.
O professor Edson Spenthof, membro da comissão multicampia, explicou o que foi discutido. “Nossa intenção foi pedir tempo, apoio para a comitiva de políticos que estavam aqui. Infelizmente não se confirmou a presença do ministro Fávaro, que é um dos autores do projeto de lei que cria a universidade do Araguaia e de Sinop, e também da deputada Rosa Neide que é autora do projeto daqui e de Rondonópolis, mas veio o deputado Barranco e uma comitiva. A audiência marcada para pedir tempo para que os projetos de lei não tramitem tão rapidamente como tramitou o do senador Wellington Fagundes (PL) no Senado. Nos pegou de surpresa durante a greve a provação do Projeto no Senado [PL 2.223/2021], e já desceu para a Câmara dos Deputados. Lá ainda não tem relator, até sexta-feira não tinha, quando eu fiz a última pesquisa. Mas a comunidade acadêmica precisa de tempo para amadurecer essas questões dentro da universidade”, afirmou.
Segundo Spenthof, o grupo também foi autorizado a falar em nome dos colegas de Sinop, que também compõem a comissão e também se preocupam em fazer uma boa discussão e preparo, para definir se a comunidade quer uma UFMT multicampi, forte, com igualdade de condições como propõe a Reitoria que assumirá em alguns meses, ou se o caminho será a construção de universidades independentes.
“De toda forma, relatamos a eles o resultado da comissão formada pelo próprio Consua (Conselho de Campus do Araguaia), que concluiu que precisamos de mais tempo para amadurecimento e, ao mesmo tempo, já identificou alguns gargalos”, aponta o professor, elencando, ainda, outras atividades, como um seminário realizado no ano passado pela Adufmat-Ssind, que registrou, em sua maioria, manifestação contrárias à emancipação do campus. O que essas atividades demonstram é que tudo o que há, nesse sentido, são dúvidas.
Alguns dos gargalos apontas no relatório do Consua são a evasão e baixo ingresso, situação que atinge todas as universidades, inclusive privadas. No entanto, as universidades do interior do estado recebem muitos estudantes de fora e podem sofrer mais nesse sentido. Além disso, as instituições ainda vivem os efeitos da pandemia e continuam tendo problemas com a evasão. Além disso, há um número insuficiente de docentes e técnicos, problemas de estrutura, e dificuldades para atender aos critérios de internacionalização.
“O relatório conclui que neste momento nós não estamos atingindo nem mesmo o que se exige de uma instituição privada para alcançar o status de universidade. “Em qual situação estaríamos melhor, como UFMT ou como universidade autônoma? Não sabemos. Por isso estamos aqui na posição “nem nem”, nem favoráveis nem contrários. Nós estamos querendo tomar posição após discutir profundamente. Não estamos contra a UFMT, reconhecemos a legitimidade da sociedade para dizer o que quer, mas também a legitimidade da nossa participação, considerando a nossa presença aqui dentro, inclusive desenvolvendo estudos sobre esta questão”, defendeu Spenthof durante o debate.
Para o professor Magno Silvestri, a preocupação é a construção de um projeto de universidade não só pautado nas demandas de setores econômicos, mas também sociais. “Nós estamos acompanhando essa fração do movimento docente, via sindicato, portanto, parte da sociedade civil organizada, que reivindica um aprofundamento no debate, tanto dos projetos e desmembramento quanto das possibilidades que já estão circulando acerca da expansão do campus do Araguaia. Por que digo isso? Nós queremos aprofundar o processo que viabiliza a construção de um projeto de universidade, e não fazer isso às cegas ou de forma que atenda interesses mais específicos. Nós nos embasamos aqui pela importância que tem a UFMT e o campus do Araguaia tem nesta região geográfica de Barra do Garças”, pontuou.
As premissas do projeto, segundo o docente, seriam trazer, junto ao aparato estrutural e orçamentário, visões que contemplem a sociodiversidade da região. “Esse é um debate caro a esta comitiva e está no centro do debate público atual: somos favoráveis ao curso de medicina, cursos e pesquisas do setor empresarial, do agronegócio, mas também é preciso ter atenção, maior sensibilidade, com propostas concretas, que dialoguem com a diversidade local. A nossa região tem mais de 40 territórios indígenas de diferentes povos, do Xingu ao Araguaia, mais de 100 assentamentos da Reforma Agrária. Então é estratégico para essas políticas preverem também avanços no campo social, aprofundar os investimentos no campo da Educação. Existem reivindicações históricas na nossa região dos povos do campo, indígenas, assentados, pequenos agricultores, agricultores familiares, comunidades tradicionais, quilombolas, ribeirinhos e pescadores de toda a região para que a UFMT encampe um espaço, uma política concreta. Nós temos exemplos de sucesso em toda a Amazônia Legal, mas a UFMT ainda não caminhou nesse sentido. Não é à toa que o movimento docente organizado, e aqui presente, tem uma aliança com esses povos: nós recebemos essas reivindicações. Educação do campo, outro setor importante que pode trazer elementos para a gente aprofundar, com responsabilidade, a questão ambiental e o efetivo enfrentamento às mudanças climáticas, com políticas institucionais, com essa responsabilidade que a gente necessita hoje”, concluiu.
Ao final de todas as intervenções, o deputador Valdir Barranco reconheceu a demanda e solicitou que os docentes formalizem a reivindicação. “Na democracia, é natural que possamos dialogar, que nada seja feito sem que haja consenso, que seja dialogado com a sociedade. Vocês deixaram bem claro que não são contrários, mas que é preciso ter certeza sobre o que é melhor para a universidade. Eu saio daqui com esse desafio, vou levar os encaminhamentos, aguardar a formalização do que vocês estão propondo, para que possa trabalhar junto com à professora Rosa Neide, ministro Fávaro, Emanuelzinho e outros, como a Gleisi e o ministro Camilo, que têm proximidade com a pauta. Está acolhida a sugestão, vamos trabalhar para que nada seja aprovado a fórceps, sem que haja uma discussão, porque se democraticamente houver esse convencimento, será melhor para todos. Inclusive com relação às questões orçamentárias e financeiras, que podem ser discutidas e realocadas para garantir o sucesso daquilo que for decidido. Fica aqui o meu comprometimento”, disse.
Em nome da Adufmat-Ssind, a diretora Ana Paula Sacco intermediou a audiência.
Vale ressaltar que, devido a relevância do tema, a comissão de multicampia virou Grupo de Trabalho na última assembleia geral, realizada no dia 01/07, e continuará debatendo e acompanhando esta questão. Interessados em participar podem manifestar a disponibilidade à Adufmat-Ssind por meio do e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Evento sobre Agroecologia, em Sinop, faz nascer o Fórum Coletivo Territórios Amazônicos de Mato Grosso
O clima seco, árido e de certa forma um pouco hostil de Sinop (479,9 Km de Cuiabá) não foi empecilho para a realização do Seminário “Dos povos originários às cidades amazônicas: saúde e segurança alimentar", que reuniu cerca de 27 coletivos ligados à agroecologia, comunidades indígenas e pesquisadores entre os dias 29 e 30/06, na subsede da Adufmat-Ssind., no campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
A intenção foi reunir as entidades e demais interessados na temática para debater e articular propostas que sejam capazes de influenciar e até mudar o modelo produtivo atual, baseado no latifúndio e na monocultura, que tem destruído a terra, o meio ambiente e, consequentemente, a vida no planeta.
Por que nos deixamos envenenar? Foi uma das questões trazidas pela pesquisadora Márcia Montanari, que além de nutricionista e doutora em Saúde Coletiva, é diretora da Adufmat-Ssind, uma das entidades realizadoras do evento.
Junto ao professor Wanderlei Pignati, companheiro de estudos no Núcleo de Estudos Ambientais, Saúde e Trabalho do Instituto de Saúde Coletiva da UFMT (NEAST), Montanari demonstrou como resíduos químicos prejudiciais à saúde, resultantes do uso dos agrotóxicos, estão presentes em níveis preocupantes na água dos rios e das chuvas, no solo, nos animais, nos produtos agrícolas, na alimentação e até no leite materno.
“Mato Grosso não tem área livre de resíduos químicos”, lamentou a docente, concluindo que até as produções orgânicas estão sendo afetadas pelo uso indiscriminado de agrotóxicos, que muitas vezes extrapola os limites já permissivos estabelecidos pela legislação brasileira.
O professor aposentado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Sebastião Pinheiro, provocou reflexões acerca da questão “o que é necessário fazer para mudar o que aí está?”. Como engenheiro agrônomo de formação, percorreu diversas regiões do mundo estudando o meio rural e sua posição é muito clara: é preciso valorizar e acompanhar a sabedoria indígena.
Para Pinheiro, conhecimento, educação e compromisso devem ser os eixos de resistência e da luta para transformar esse a sociedade.
Antônio Carneiro, biólogo e militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), afirmou que a Reforma Agrária foi necessária para o desenvolvimento do capitalismo, mas hoje não é mais. Por este motivo, há tanta resistência no Brasil de realizar a distribuição de terras já feita em diversos países capitalistas, como nos Estados Unidos da América. “Agora, é o modo industrial burguês que está desenvolvendo o campo”, afirmou.
Para Carneiro, a Reforma Agrária brasileira deve estar diretamente ligada à agroecologia e ao cooperativismo, com incentivo público, porque as dificuldades do campo fazem os trabalhadores abandonarem as terras logo nos primeiros anos.
Na quinta-feira (29), primeiro dia de atividades, representantes dos povos Ikpeng, Kaiabi, Kayapo, Yudja e Trumai falaram sobre os desafios com relação à segurança alimentação nas aldeias.
“A natureza era rica antes, hoje a oferta é difícil em território demarcado, limitado. Acabou a ampla variedade de alimentos. A maior oferta de alimentos hoje é industrializada” afirmou o cacique Managu Ikpeng. Além da limitação das terras, o uso de agrotóxicos, especialmente por meio de pulverização, contamina a floresta matando ou envenenando o alimento. Pesquisadores encontraram resíduos químicos até mesmo nas plantas medicinais utilizadas por indígenas. A solicitação de análise foi das próprias comunidades, que perceberam alterações no efeito dos chás medicinais.
Ao final do evento os presentes produziram uma Carta, na qual registraram a fundação do Fórum Coletivo Territórios Amazônicos, bem como os principais objetivos e reivindicações do grupo.
Nos próximos dias, a Adufmat-Ssind produzirá materiais com mais detalhes dos importantes dados apresentados durante o evento, e disponibilizará vídeos com trechos das intervenções após edição para melhoramento das imagens.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Sinop realiza Seminário "Dos Povos Originários às Cidades Amazônicas: Saúde e Segurança Alimentar" neste final de semana
A Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat-Ssind) e o Coletivo Territórios Amazônicos MT (Integrantes de Projetos de Pesquisa e de Extensão, Iniciativas e Coletivos nos Territórios Amazônicos) realizam, nos dias 29 e 30/07, quinta e sexta-feira, o Seminário "Dos povos originários às cidades amazônicas: saúde e segurança alimentar".
Segundo a organização, a intenção é fortalecer o exercício de análise, diálogo e proposição de alternativas ao modelo de desenvolvimento econômico vigente. Para isso, serão dois dias intensos de atividades, refletindo sobre os desafios impostos pelos temas crise climática, preservação ambiental, exclusão social, além do resgate da história dos povos originários da região, incluindo ao máximo a enorme diversidade cultural existente na região.
Para isso, o evento garantirá a presença de diversas representações indígenas, como os povos Ikpeng, Kaiabi, Kayapo, Yudja, Trumai. Também haverá a participação e contribuição de diversos movimentos sociais e coletivos.
A participação é gratuita com emissão de certificado, e a inscrição pode ser feita por meio do formulário disponível aqui, por isso as vagas são limitadas. O evento será presencial, na subsede da Adufmat-Ssind em Sinop (dentro do campus da UFMT), e também haverá transmissão pelo Youtube (acompanhe aqui).
Confira, abaixo, a íntegra da programação e não deixe de visitar a página do evento no Instagram (clique aqui).
Programação
29/06/2023
7:30 às 9:00 - Atividade cultural e abertura
9:00 às 9:30 – Segurança Alimentar no Brasil com o Prof. Dr. Renato Maluf (CPDA/UFRRJ)
9:30 às 10:00 – Debate
10:00 às 10:30 Coffee break
10:30 às 12:00 - Territórios Amazônicos MT - Quem somos nós? Apresentação dos coletivos representados no evento
12:00 às 13:30 - Almoço
13:30 às 15:30 - Povos Originários – Roda de Conversa com representantes dos Povos Ikpeng, Kaiabi, Kayapo, Yudja, Trumai (Instituto Raoni) e o Projeto Troca de Saberes (UFMT)
15:30 às 16:00 Coffee break
16:00 às 18:00 - Roda de Conversa – Rachel Carson “A obrigação de suportar nos dá o direito de saber”, Jean Rostand – Efeito dos agrotóxicos na saúde, com o Prof. Dr. Antônio Pignati, Profa. Dra. Márcia Montanari, Profa. Dra, Noemi Galvão (ISC/UFMT)
18:00 às 19:00 - Mostra e feira de arte, artesanato e produtos orgânicos e agroecológicos
30/06/2023
7:30 às 8:30 - Atividade cultural
8:30 às 9:20 – Caminhos para a sobrevivência nos Territórios Amazônicos, com o Prof. e Eng. Agrônomo e Florestal Sebastião Pinheiro (Organização Juquira Candiru Satyagraha)
09:20 – 9:50 – Coffee break
9:50 às 10:30 – Atualidade da luta pela reforma agrária, a questão ambiental e a Lei Kandir, com o Biólogo Antônio Carneiro Menezes, militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Mato Grosso
10:30 às 12:00 – Debate
12:00 às 13:30 – Almoço
13:30 às 15:30 – Espaço Bem-Viver – Apresentação de coletivos e iniciativas dos Territórios Amazônicos MT – Coletivo Água Vida, Rede de Sementes do Portal, PA Dente de Leão, Mulheres de Fibra, COOPERVIA, Ponto Agroecológico Ramos de Souza, Instituto Amazonas, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Instituto Ecótono (IEco), REPOAMA, Pedra do Índio, Grupo de Intercâmbio em Agroecologia (GIAS)
15:30 às 16:00 Coffee break
16:00 às 17:30 – Passeio na Matinha (Projeto Arborescer) e no Sistema Agroflorestal Agroecológico (Projeto Gaia – Rede de Cooperação para a Sustentabilidade)
17:30 – 18:00 – Conclusão e leitura do manifesto elaborado durante o evento
18:00 – 19:00 – Encerramento com comercialização solidária – arte indígena, artesanato, alimentos orgânicos e agroecológicos e feira de troca de sementes – com a participação especial da Dona Cida (GIAS), guardiã e animadora de sementes crioulas.
Serviço:
O quê: Seminário Dos povos originários às cidades amazônicas: saúde e segurança alimentar.
Quando: 29 e 30/06/2023
Horário: 7:30 às 19:00
Local: ADUFMAT, UFMT Câmpus de Sinop, Sinop, MT
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
EM REUNIÃO HISTÓRICA, SINOP CRIA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS DO NORTÃO
Esta semana, o município de Sinop (distante 479,5 Km de Cuiabá) viu movimentos sociais organizados criarem a Comissão de Direitos Humanos do Nortão, durante reunião itinerante do Conselho Estadual de Direitos Humanos de Mato Grosso. A ideia é que a Comissão seja vinculada ao Conselho, o que facilitará o diálogo e ações de combate a violações dos Direitos Humanos na região.
As organizações envolvidas, entre elas a Adufmat-Ssind, por meio do Grupo de Trabalho Políticas de Classe para Questões Étnico-raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS), consideram o fato uma vitória histórica.
“A criação da Comissão aqui no norte de Mato Grosso representa um grande avanço para a sociedade civil da nossa região, uma vez que ela vai aproximar ainda mais a sociedade do Conselho e possibilitar um canal direto para denúncias das violações dos direitos que ocorrem na nossa região. É um grande marco, um grande passo para que consigamos ter avanços nessa área. Enquanto componente do GTPCEGDS posso dizer que temos esta ação como uma grande conquista, porque o nosso GT milita exatamente nas questões voltadas aos direitos humanos. Então, para nós, representa uma grande conquista, que vai nos ajudar ainda mais na militância, na realização de denúncias e também na prevenção de violações de direitos humanos”, afirmou a professora Patrícia Marisco, membro do GTPCEGDS.
Segundo os participantes, foi a primeira vez que o Conselho Estadual de Direitos Humanos de Mato Grosso se reuniu de forma itinerante fora de Cuiabá. Assim, a sede da Adufmat-Ssind em Sinop foi a primeira entidade a receber a reunião, justamente por conta de todas as demandas de violação dos direitos humanos na região.
A mediação entre o Conselho e as entidades envolvidas se deu por meio do defensor público Roberto Vaz Curvo.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
CONVITE: você tem afinidade com a discussão sobre questões etnicorraciais, de gênero e diversidade sexual?
Olá!
Se você tem afinidade com a discussão sobre questões etnicorraciais, de gênero e diversidade sexual, temos um convite para lá de especial para você: venha participar do nosso grupo de trabalho, o Grupo de Trabalho Políticas de Classe para as Questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) do Andes-Sindicato Nacional.
Este ano temos o desafio de construir ações para combater o racismo, o machismo, o capacitismo e a LGBTQIAPN+fobia nas universidades e na sociedade. A exemplo do sindicato nacional, as seções sindicais contam com o GTPCEGDS local, que também realiza atividades e ações que visam subsidiar as iniciativas do Andes-SN.
Aqui no Mato Grosso temos representantes na Adufmat (Cuiabá e Sinop) e Adunemat (Sinop e Tangará da Serra).
Como faço para participar?
É bem simples! Basta entrar em contato com a Secretaria da sua Seção Sindical.
Quando são as reuniões?
As reuniões ordinárias ocorrem na última segunda-feira de cada mês, às 14h, pela plataforma do meet
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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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