Quinta, 30 Março 2023 09:56

 

 

 

Teve início nessa terça-feira (28) a Jornada de Mobilização sobre Assuntos de Aposentadoria do ANDES-SN “Ontem, hoje e amanhã”. Realizada na sede do Sindicato Nacional, em Brasília (DF), a atividade ocorre até amanhã (29) e reúne 70 docentes, de 26 seções sindicais.

A primeira mesa abordou o tema do encontro e tratou sobre o passado, o presente e o futuro da previdência das e dos docentes, com a participação do deputado federal Idilvan Alencar (PDT/CE), presidente da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, Leandro Madureira, da Assessoria Jurídica Nacional do ANDES-SN e da professora Sara Granemann, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com a mediação de Zuleide Queiroz, 2ª vice-presidenta do ANDES-SN.

O parlamentar falou da sua atuação no Congresso Nacional contra as reformas da Previdência e Trabalhista. Ressaltou a preocupação com a necessidade de recomposição do orçamento da Educação Pública e do fim da lista tríplice para escolha de reitores e reitoras nas universidades federais. Idilvan colocou seu mandato à disposição da luta da categoria docente e ressaltou a necessidade de lutar pela revogação da reforma da Previdência do governo Bolsonaro e outros ataques do último período.

A professora Sara Granemann apontou a relação entre a precarização do trabalho e a retirada de direitos da previdência, ressaltando que se a situação do trabalho é ruim, a da aposentadoria é ainda pior. Ela destacou o processo, não exclusivo do Brasil, de destituição da previdência como direito e instituição do direito à aposentadoria como mercadoria, através dos fundos de pensão, que apostam no capital fictício.

A docente comentou sobre os regimes de previdência em diferentes países e como o direito a aposentadoria é atacado sempre que há o interesse do sistema capitalista de se apropriar dos recursos da classe trabalhadora. “O Estado empurra a classe trabalhadora para procurar formas alternativas de proteção, e oferece como alternativa o capital fictício. Quando a pessoa contribui com um fundo de pensão, não tem certeza do valor da aposentadoria e ainda ajuda a desmontar a própria aposentadoria”, ressaltou.

Reforçando a necessidade pressão junto ao governo pela revogação da transferência de servidores e servidoras aposentados para o INSS e de luta da classe trabalhadora pela revogação da reforma da Previdência, Sara resgatou a intensa mobilização do Sindicato Nacional fez com que o Funpresp não avançasse dentro da categoria docente. “No ANDES-SN, conseguimos, com muito debate e muita continuidade, que a menor filiação a esse instrumento do mercado de capitais fosse da nossa categoria, da base do ANDES-SN”, afirmou.

 

 

O advogado Leandro Madureira abordou as várias contrarreformas que afetaram os servidores e as servidoras ao longo dos anos, contidas nas emendas constitucionais 20/1998, 41/2003, 47/2005, até a EC 103/2019, traçando um cenário de desmonte e retiradas sucessivas de direitos. Madureira lembrou, ainda, que a previsão de criação do Funpresp já constava na emenda aprovada no governo de Fernando Henrique Cardoso (EC 20/98).

O representante da AJN do ANDES-SN detalhou as regras de transição e os ataques contidos na EC 103/2019, do governo Bolsonaro. Segundo ele, essa contrarreforma representou o pior ataque à previdência e aos direitos de aposentadoria de toda a classe trabalhadora.

O advogado avaliou ser muito difícil se voltar ao patamar anterior ao de 1998, quando havia isonomia e paridade, mas ressaltou que juridicamente é possível. E que qualquer avanço só será alcançado através de muita luta. Madureira também resgatou a atuação do Sindicato Nacional no combate ao Funpresp.

“Não há caminho que não seja político, queria relembrar a participação do ANDES-SN na não adesão ao Funpresp. A imposição da automatização da adesão é resultado da luta do ANDES-SN, que pautou o debate público, e conseguiu uma baixa adesão entre docentes”, lembrou.

Veja aqui a apresentação de Leandro Madureira

A segunda mesa trouxe como temática “Os impactos das carreiras docentes na aposentadoria”, com as exposições de Virgínia Marcia Assunção Viana, da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e Amauri Fragoso de Medeiros, 1º Tesoureiro do ANDES-SN, e mediação da 1ª vice-presidenta da Regional Planalto do Sindicato Nacional, Neila Souza, também da coordenação do GTSSA.

A docente da Uece destacou que as contrarreformas estão num contexto de ajuste do Capital, pautadas dentro do neoliberalismo. “Todas e todos nós, das estaduais, passamos pela redefinição do Regime Próprio”, ressaltou. No entanto, ela relatou a dificuldade de envolver a categoria docente na luta em defesa dos direitos da aposentadoria, pois havia uma falsa percepção de que as mudanças só afetariam as novas e os novos servidores.

“A perspectiva da luta é o nosso único caminho”, ressaltou. “É um desafio para nós. E só trazendo esse debate com mais propriedade, no sentido da informação mais aprofundada, é que vamos conseguir mobilizar essas pessoas”, acrescentou.

 

 

Amauri Fragoso ressaltou que pela reestruturação da carreira docente é tão importante quanto a defesa do concurso público e da estabilidade, e faz parte do projeto de universidade que o ANDES-SN defende. Por isso, é essencial que toda a categoria se envolva nesse debate e nessa luta.

O diretor do ANDES-SN fez um resgate do desmonte da carreira ao longo dos anos, com a criação de vários “penduricalhos”, que foram distanciando a estrutura da defesa histórica do sindicato de “uma linha só no contracheque”. Segundo ele, a alteração efetuada em 2016 jogou uma pá de cal na carreira do magistério federal.

Fragoso ressaltou ainda que nessa negociação mais recente com o governo federal, que resultou no reajuste linear emergencial de 9%, os aposentados e as aposentadas foram rifadas pelo governo, que não concedeu, a essa parcela do funcionalismo federal, os R$ 200 reais de reajuste do auxílio-alimentação.

Amauri também abordou o processo de desmonte do direito à aposentadoria e seu impacto na categoria docente. “Há um grau de etarismo, uma disputa colocada dentro das universidades, entre quem tem aposentadoria integral e quem não tem. Há uma dificuldade em se fazer o debate de aposentadoria na categoria”, destacou.

Para o 1º tesoureiro do ANDES-SN, a luta pela revogação das contrarreformas deve se dar em articulação com as demais categorias do funcionalismo e também com toda a sociedade. No entanto, ele reforçou que é fundamental que essa luta se dê em conjunto com a pauta específica da categoria docente pela reestruturação da carreira.

“Se queremos ter perdas menores, especialmente para os futuros aposentados, temos que buscar reconstruir a carreira docente, como eixo central das lutas que temos pela frente”, concluiu. Confira aqui a apresentação de Amauri Fragoso.

A jornada tem sequência nesta quarta-feira (29) com atividade na Câmara dos Deputados pela manhã e roda de conversa no ANDES-SN na parte da tarde.

 

Clique aqui para assistir aos debates na íntegra

 

Fonte: Andes-SN

Quarta, 29 Março 2023 17:19

 

 

 

Para avançar na luta pelo projeto de universidade defendido pelo ANDES-SN e contra as intervenções nas Instituições Federais de Ensino, o Sindicato Nacional apresentou nesta quarta-feira (29), uma proposta de projeto de lei pelo fim da lista tríplice. O anteprojeto, denominado “Pelo Fim da Lista Tríplice”, foi elaborado pela Assessoria Jurídica Nacional do ANDES-SN, com base nos debates e deliberações da categoria ao longo dos anos.

O documento foi entregue por Rivânia Moura, presidenta do Sindicato, ao deputado federal Tarcísio Motta (PSol/RJ), integrante da Comissão de Educação da Câmara Federal. Também nesta semana, o Sindicato Nacional esteve reunido com o Ministério da Educação (MEC) para discutir o assunto.

“Pensando o que significa as intervenções para o nosso projeto de Educação, entregamos hoje um PL pelo fim da lista tríplice, para regulamentar as eleições nas nossas universidades, para que o processo seja feito respeitando a vontade da comunidade universitária, respeitando a escolha de estudantes, docentes e técnicos e técnicas. Temos perspectiva de que esse projeto irá avançar dentro do Congresso Nacional para que possamos derrotar esse entulho da ditadura”, afirmou Rivânia Moura, lembrando que a Secretária de Ensino Superior do MEC, Denise Carvalho, disse nesta semana que o governo também irá operar pelo fim da lista tríplice.

Atualmente, há alguns projetos na Câmara dos Deputados que tratam do processo de escolha de reitores e reitoras. O deputado Tarcísio se comprometeu em apresentar, em conjunto com a bancada do Psol, a proposta do ANDES-SN. O parlamentar irá dialogar também com demais parlamentares para avaliar a possibilidade do anteprojeto “O eleito será empossado” ser apresentado como substitutivo, na Comissão de Educação, aos PL já em tramitação, que está sob relatoria do deputado Chico Alencar (PSol/SP).

 

 

“Essa é uma luta histórica do nosso sindicato, pelo fim da lista tríplice, com processo iniciando e terminando dentro da universidade. Impossível pensar a democracia em nossa sociedade enquanto dentro das nossas universidades temos processos antidemocráticos e que atacam a nossa autonomia. Vamos intensificar a luta por essa pauta, pois é impossível pensar uma educação pública de qualidade socialmente referenciada sem ter uma universidade que atenda os desejos e necessidades  da classe trabalhadora”, ressaltou Rivânia.

Universidades sob intervenção

Na próxima terça-feira (4), o ANDES-SN realizará o Dia Nacional de Luta e Mobilização contra as Intervenções, pela Autonomia e Democracia nas Universidades, Institutos Federais e CEFETs. Na data, também acontecerá, na sede do Sindicato Nacional em Brasília (DF), o II Encontro das Universidades sob Intervenção, com a participação de reitoras e reitores eleitos e não-empossados e de docentes de seções sindicais sob intervenção.

Confira a programação:

9h – abertura 9h30 12h – Painel: Enfrentamentos e realidade das universidades sob intervenção (espaço destinado aos relatos das seções) 
Almoço 14h – Diálogo com parlamentares 
16h – Ato em frente ao MEC 
18h – Retorno ao Andes/SN e café 
18h30 – 21h30 – Mesa de debate: O fim da lista tríplice: democracia e autonomia das IFES

 

 

Fonte: Andes-SN

Quarta, 29 Março 2023 17:16

 

Representantes do ANDES-SN se reuniram na tarde desta segunda-feira (27) com a Secretária de Educação Superior (SESu) do Ministério da Educação (MEC), Denise Carvalho. O encontro, solicitado pelo Sindicato Nacional, tratou dos onze pontos programáticos para a Educação Pública definidos pelo ANDES-SN, e já protocolados junto ao MEC no início de janeiro.

 

Entre as questões tratadas estão a revogação da Emenda Constitucional 95, a reestruturação da carreira docente e a necessidade urgente de instalação das mesas setoriais de negociação com o governo. Também foram reforçadas, com a Secretária da Sesu, a importância da recomposição orçamentária das Instituições Federais de Ensino (IFE) e a ampliação e consolidação da política de Cotas, tanto para estudantes quanto para docentes, como da política de acesso e permanência e assistência estudantil.

Outro tema abordado foi o Reuni Digital. Segundo Francieli Rebelatto, 2ª secretária do ANDES-SN presente na reunião, a secretária Denise Carvalho sinalizou que o programa não se consolidou e que não há intenção do governo em levar adiante o projeto implementado durante o governo Bolsonaro. “Também tratamos da questão da previdência e nossa crítica ao Funpresp e a defesa da revogação tanto do Fundo quanto da Reforma da Previdência. Colocamos ainda a necessidade de revogação também da Reforma do Ensino Médio. Sobre esse ponto, a secretária da Sesu informou que essa semana o MEC irá instituir um GT [grupo de trabalho] específico sobre a BNC Formação”, comentou Francieli.

Os entraves nas progressões docentes, que vêm sendo tratadas de formas distintas pelas universidades, também foram discutidos. A representante da Sesu comentou que a Equipe de Educação da Procuradoria-Geral Federal (PGF) está se debruçando sobre a questão para apresentar uma orientação geral às instituições. Denise indicou que o ANDES-SN se reúna com a PGF para tratar da questão. “Iremos solicitar uma agenda com a PGF para aprofundar o diálogo sobre essa questão e buscar solucionar o problema que afeta muitos professoras e muitos professores, impactando inclusive financeiramente”, disse a diretora do Sindicato Nacional.

Intervenções nas IFE

De acordo com a diretora do Sindicato Nacional, a maior parte da reunião foi dedicada ao debate sobre as intervenções nas IFE durante a gestão de Jair Bolsonaro, com a indicação, em mais de 20 instituições, de reitores e reitoras que não estavam em primeiro na lista tríplice encaminhada pelas universidades ao MEC. Na avaliação do ANDES-SN, as nomeações configuram em grave desrespeito à autonomia universitária e devem ser revogadas.

Foram apresentadas como exemplo as situações da Universidade Federal da Fronteira Sul e do Vale do Jequitinhonha e Mucuri, onde as comunidades têm sido alvo de perseguições e processos administrativos por parte de gestores bolsonaristas autoritários. O presidente da Associação de Docentes da Universidade Federal da Paraíba (Adufpb Seção Sindical do ANDES-SN), Cristiano Bonneau, também participou da audiência e relatou a situação na sua universidade.

No entanto, a posição do MEC, colocada na reunião, é que, embora não seja legítima, a indicação de nome que consta na lista tríplice, mas não foi o mais votado pela comunidade acadêmica não é ilegal. Nesse sentido, o MEC atuará para uma mudança na legislação e pelo fim da lista tríplice. Apenas os gestores e as gestoras empossados que não participaram do processo de escolha nas instituições serão exonerados e exoneradas dos cargos.

 

“A representante da Sesu nos indicou reunir com o deputado Ivan Valente [PSol/SP], que é relator na Comissão de Educação de um projeto de lei que trata da escolha de dirigentes, sobre a possibilidade de avançar numa proposta pelo fim da lista tríplice e também buscar diálogo com a Andifes para fortalecer a luta e articulação por essa pauta junto ao Congresso Nacional”, comentou a 2ª secretária do Sindicato Nacional.

Para Francieli, que também é da coordenação do Setor das Ifes do ANDES-SN, depois de tanto tempo sem mesa de diálogo com governo, foi muito importante a oportunidade de reafirmar as pautas imediata e histórica da categoria docente. Entretanto, ela reafirma que a resposta do MEC em relação à manutenção dos interventores é inaceitável para as mais de 20 comunidades acadêmicas, que têm lutado diariamente contra a destruição da democracia nas universidades. O ANDES SN não irá recuar dessa pauta e dará continuidade a luta contra as intervenções, já apontando uma agenda de luta no dia 4 de abril.

“O governo assumiu o compromisso de avançar numa mudança no processo da lista tríplice, reconheceu a importância dos pontos colocados pelo ANDES-SN, em especial a necessidade do debate sobre a reestruturação carreira docente e sobre a recomposição dos orçamentos para manutenção das universidades e ampliação da política de acesso e permanência”, contou.

Porém, a diretora do Sindicato Nacional ressalta que é fundamental manter a mobilização e pressão constantes nas IFE e também em Brasília para garantir avanços concretos nas pautas da categoria. “Sabemos das contradições colocadas no interior desse governo, em especial no MEC. E, somente a nossa luta organizada pela base será capaz de garantir as mudanças necessárias. Por isso, temos construído uma agenda de lutas que reforça nossas pautas em especial em relação às intervenções, com jornada de lutas nas universidades e em Brasília, na semana que vem. Precisamos manter também a mobilização constante nas universidades, por meio das seções sindicais, para pressionar os reitores e as reitoras”, convoca.

Também participaram da reunião representando o ANDES-SN, Zuleide Queiroz, 2ª vice-presidenta do Sindicato, Neila de Souza, 1ª vice-presidenta da Regional Planalto, e Claudio Mendonça, 2º vice-presidente da Regional Nordeste 1.

 

 

Fonte: Andes-SN

Quarta, 29 Março 2023 13:04

 

 

Contrários à proposta, os estudantes ocuparam o prédio da Reitoria, em Cuiabá, nesta quarta-feira, 29/03, e realizam manifestações nos campi do interior

 

 

Os estudantes da UFMT podem pagar, mais uma vez, pela política neoliberal que asfixia a educação pública superior há anos. Após oito horas e meia de reunião remota, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Federal de Mato Grosso (Consepe UFMT) aprovou, na última segunda-feira, 27/03, a retirada de dois milhões de reais da Assistência Estudantil para pagar o aumento dos contratos com as empresas privadas que gerenciam os Restaurantes Universitários (RU’s).  

 

A decisão, que incide sobre os recursos do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), vai impactar diretamente em todos os auxílios e bolsas oferecidas aos estudantes, que contava com um orçamento de R$ 8.055.752,00 (oito milhões, cinquenta e cinco mil, setecentos e cinquenta e dois reais) em 2022, e agora terá exatamente dois milhões de reais a menos, enquanto o recurso destinado aos três Restaurantes Universitários passará de R$ 7.920.000,00 (sete milhões, novecentos e vinte mil reais) para exatamente dois milhões de reais a mais.

 

 

Assim, o Auxílio Moradia e Permanência terá redução de R$ 1.400.381,00 (um milhão, quatrocentos mil, trezentos e oitenta e um reais), o Auxílio Complementar de Alimentação terá um corte de R$ 43.000,00 (quarenta e três mil reais), o Auxílio Adicional de Alimentação menos R$ 103.680,00 (cento e três mil, seiscentos e oitenta reais) e a Bolsa Monitoria Inclusiva perderá R$ 124.800,00 (cento e vinte e quatro mil e oitocentos reais).

 

Outros benefícios como Auxílio Evento, Auxílio Emergencial, Auxílio Material Pedagógico, Programa de Acolhimento Imediato e Projetos, que somavam R$ 328.139,00 (trezentos e vinte e oito mil, cento e trinta e nove reais) em 2022 foram reduzidos a zero.

 

Confira a comparação nas tabelas abaixo:

 

 

 

O conselheiro Vinícius Fernandes, representante discente, criticou a proposta apresentada pela comissão do Consepe responsável pela proposta de distribuição dos recursos, e isso é resultado da Emenda Constitucional 95/16 (que estabelece um teto para os gastos sociais), uma política que tem prejudicado sobremaneira a permanência dos estudantes na universidade.

 

 

“Entre 2019 e 2022 houve uma queda de 300 milhões no que diz respeito aos valores autorizados na LOA para o PNAES [...]. Em termos de impacto humano, significa que muitos estudantes não terão acesso aos auxílios e benefícios e não terão condições de se manter nas Universidades, aumentando ainda mais os índices de evasão, além de um retrocesso sem precedentes na Política de Assistência Estudantil”, afirmou o estudante na relatoria do seu voto, apresentado durante a reunião do Consepe, após pedido de vista sem carga.  

 

Alguns professores acompanharam a argumentação de Fernandes. No entanto, a proposta foi aprovada por 57% dos conselheiros, com 30% contrários e 14% de abstenções.

 

Para a professora Emiliane Santiago, conselheira docente do Instituto de Ciências da Saúde da UFMT em Sinop, a Assistência Estudantil deveria ser prioridade.  

 

“A Comissão fez um enorme esforço para conseguir redigir um orçamento que está cada vez menor. É muito complicado tentar pagar tudo o que é necessário e manter a universidade com um orçamento que inviabiliza as coisas. Foram muitas discussões, muito trabalho tentando descobrir um santo e cobrir outro. Mas o santo que está sendo descoberto é justamente os estudantes, e aí a gente não pode mexer, porque quando você tira qualquer que seja o auxílio do estudante, ele para de ir para a universidade, e se nós não tivermos estudantes, a gente não tem mais universidade. É nesse ponto que a gente tem que tomar cuidado, deveria ser blindado. Tudo o que se diz respeito à assistência estudantil deveria ser prioridade, porque os estudantes têm de ser prioridade. A gente pensa em priorizar a qualidade de ensino, e eu concordo, mas não existe qualidade de ensino se você não tem para quem ensinar. E se os estudantes precisam dos auxílios, então a gente não pode diminuir”, afirmou Santiago.

 

 

Outra questão levantada pela professora é que o Conselho justifica a realocação dos recursos com base na expectativa de uma suplementação orçamentária que não está garantida. “A gente não tem como garantir isso. No momento que você tira esse valor da Prae e manda para o RU mesmo entendendo que o RU faz parte da assistência estudantil, você acaba tirando um dinheiro, uma verba, que talvez não volte nunca mais. A gente acaba fazendo provisoriamente aquele provisório definitivo, compreende? Então, a briga dos acadêmicos, dos estudantes, não é uma briga inválida. Ela não está errada. Realmente a gente acabou mexendo na Assistência Estudantil, e quando você mexe aí você diminui a probabilidade de permanência do estudante na universidade pública”, concluiu a docente.

 

 

O Caderno Orçamentário 2023 provado pelo Consepe precisa passar, ainda, pelo Conselho Universitário (Consuni) e pelo Conselho Diretor. No entanto, os estudantes já estão mobilizados. No Araguaia, houve ato em frente ao Restaurante Universitário na manhã desta quarta-feira, 29/03, ao mesmo tempo em que estudantes ocuparam o prédio da Reitoria em Cuiabá. Na capital mato-grossense, os estudantes também fecharam a principal entrada da universidade na terça-feira e realizaram um ato em frente a Reitoria no dia em que o Consepe aprovou a proposta.    

 

As empresas terceirizadas responsáveis pelos RU’s da UFMT são Kadeas Restaurante, desde 2021 (nos campi de Cuiabá e Araguaia, desde 2022), e Novo Sabor (Sinop), que operava em todos os restaurantes desde 2014, mas saiu após uma série de problemas relacionados à empresa dentro e fora da universidade.

 

 

Outras decisões do Consepe

 

 

Na mesma reunião, o Consepe iniciou debates sobre outros pontos importantes e sensíveis para a comunidade acadêmica, como o Calendário Acadêmico 2023/2024. A proposta recebeu o pedido de vista de uma conselheira e voltará à pauta nas próximas reuniões. Sobre essa questão, docentes criticam o parcelamento das férias para acelerar os semestres letivos (saiba mais aqui).

 

 

Também foi ponto de discussão a realização das reuniões de forma remota. A defesa é de que, antes do início da pandemia, as reuniões presenciais possibilitavam maior interação entre os conselheiros e a comunidade acadêmica, além de maior concentração nos debates. No entanto, alguns conselheiros dos campi do interior apontam dificuldades no deslocamento até Cuiabá. Por fim, foi aprovado com pequena diferença, uma recomendação de que os participantes ao menos liguem as câmeras ao fazerem suas intervenções.

 

Também receberam pedidos de vista as propostas sobre Política Institucional de Pesquisa e de Reformulação da Resolução dos Programas de Pós-graduação Lato Sensu da universidade.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Segunda, 27 Março 2023 16:56

 

 

Circular nº 082/2023

Brasília (DF), 27 de março de 2023.

 

 

Às seções sindicais, secretarias regionais e à(o)s diretore(a)s do ANDES-SN

 

                     

Companheiro(a)s,

 

Conforme deliberação do 41º Congresso do ANDES-SN e reunião do Setor das IFES, no dia 4 de abril, o Sindicato Nacional conclama a categoria para o Dia Nacional de Luta e Mobilização contra as Intervenções e pela Autonomia e Democracia nas Universidades, Institutos Federais e CEFETs, reforçando o chamamento para que as seções sindicais construam ações nos locais de trabalho em articulação com as demais categorias.

Ainda como parte do dia de lutas, realizaremos em Brasília (DF) o "II Encontro das Universidades sob intervenções". Nesse evento serão debatidos os enfrentamentos e a realidade das universidades sob intervenção e o fim da lista tríplice. Além da realização de diálogo com parlamentares e ato público.

Serão convidada(o)s, além das seções sindicais e secretarias regionais, as entidades da educação, SINASEFE, FASUBRA, UNE, FENET e também o Fórum de Reitores e Reitoras eleito(a)s não empossado(a)s por Bolsonaro.

Convidamos as seções sindicais do ANDES-SN a se mobilizarem para participar dessa agenda de lutas do nosso sindicato.

Segue a programação:

 

II Encontro das Universidades sob Intervenção

04 de abril, Sede do ANDES/SN em Brasília (DF).

 

PROGRAMAÇÃO:

9h – Abertura;

9h30 - 12h – Painel: enfrentamentos e realidade das universidades sob intervenção (espaço destinado aos relatos das seções sindicais)

 

Almoço

 

14h – Diálogo com parlamentares;

16h – Ato em frente ao MEC;

18h – Retorno ao Andes-SN e café;

18h30 – 21h30 – Mesa de debate O fim da lista tríplice: democracia e autonomia das IFES.

Sem mais para o momento, renovamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias.

 

 

Profª. Francieli Rebelatto

2ª Secretária

Segunda, 27 Março 2023 15:36

 

É com profundo pesar que a Adufmat-Ssind recebe a notícia do falecimento da professora Kelli Cristina Munhoz, pró-reitora de Assuntos Estudantis da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), que ocorreu neste domingo, 26/03.

Graduada em Física pela UFMT e doutora em Ecologia Aplicada pela Universidade de São Paulo (USP), a professora estava realizando tratamento contra um câncer há alguns meses. Por sua precoce partida, as atividades da Unemat foram suspensas por dois dias.

A Adufmat-Ssind lamenta profundamente mais esta perda e manifesta solidariedade aos amigos, familiares e alunos da docente.

Segunda, 27 Março 2023 14:22

 

Assinatura do termo de acordo marca ainda a crescente da campanha salarial de 2024

Entidades do Fonasefe, do Fonacate e outras ainda não integrantes destes coletivos, assinaram nesta sexta-feira (24), em Brasília (DF), o termo de acordo 01/2023 (acesse AQUI) com o governo federal, que institui o reajuste de 9% sobre a estrutura remuneratória permanente dos cargos efetivos das servidoras e dos servidores federais civis, a ser implementado a partir de 1º de maio, bem como o acréscimo de R$ 200 ao Auxílio-Alimentação, que passará a ser de R$ 658,00.

 

O ANDES-SN foi representado pela presidenta Rivânia Moura, pelo 3º secretário, Luiz Henrique Blume e pelo 2º vice-presidente da Regional Planalto, Luis Augusto Vieira. Pelo governo, presença da ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, da ministra da Saúde, Nísia Trindade e do secretário de Gestão de Pessoas de Relações de Trabalho, Sérgio Mendonça, dentre autoridades que ali estiveram.

Ao falar pelo Fonasefe, a presidenta da Sindicato Nacional reforçou que apesar de ser um momento importante, esse do acordo em torno dos 9% de reajuste linear emergencial, é fundamental que o governo reconheça as perdas históricas do segmento. Rivânia asseverou ser fundamental que a Mesa Nacional de Negociação Permanente trate das perdas acumuladas no último período e que também instale as mesas setoriais para tratar especificamente das questões específicas das categorias do serviço público, vítimas de um processo intenso não só de desvalorização salarial, mas também precarização das condições de trabalho.

 

Para implementar o reajuste, o governo precisa operar mudanças no Orçamento Geral da União de 2023, enviando um Projeto de Lei à Câmara dos Deputados tratando do reajuste e outro, um PLN, ao Congresso Nacional, para alterar a autorização da concessão de reajuste dos servidores prevista no anexo V da Lei Orçamentária de 2023. Essa alteração é necessária para cumprir uma exigência da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2023, porém, não mudará a dotação orçamentária total já prevista na LOA para o reajuste dos servidores este ano, que é de R$ 11,2 bilhões. Em entrevista coletiva logo após a cerimônia, a ministra Esther Dweck informou que os projetos já estão prontos.

Quanto ao auxílio-alimentação, o Ministério da Gestão confirmou ter realizado o remanejamento de despesa de pessoal para benefícios, sem que o valor total dessa despesa aumentasse. A alteração já foi realizada no Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas primárias, divulgado pela pasta na última quarta-feira (22/3).

A assinatura do termo de acordo marca ainda a crescente da campanha salarial de 2024, que ao lado da exigência pela instalação das mesas setoriais, compunha os três eixos principais definidos na Mesa Nacional de Negociação Permanente. O objetivo é buscar a recomposição dos salários do segmento, partindo inicialmente do reconhecimento, por parte do governo, das pesadas perdas salariais registradas no período Bolsonaro.

Também pautas políticas continuarão destacadas como a luta pelo "revogaço" de portarias, decretos e instruções normativas, utilizados principalmente na gestão anterior, para retirada ou restrição de direitos do funcionalismo federal.

Reforma Administrativa

Ponto que vale destacar foi o compromisso assumido pelo governo na cláusula quarta do acordo, de fazer gestão junto ao Congresso Nacional para a retirada da reforma administrativa, a PEC — 32/2020. A sinalização é importante principalmente no momento em que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP/AL), volta a movimentar o tema junto à opinião pública.

 

Fonte: Andes-SN (Fotos: Pedro Mesidor/Fenasps e André Luis/ExLibris)

Segunda, 27 Março 2023 09:55

 

 

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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
 
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Juacy da Silva*
 


“Quando os seres humanos destroem a biodiversidade da criação de Deus; quando os seres humanos, (com suas ações e ganância), comprometem a integridade da terra, desnudando-a de suas florestas naturais ou destruído suas zonas úmidas; quando os seres humanos contaminam as águas (córregos, rios, lagoas, lagos e oceanos); o solo (com agrotóxicos, erosão e desertificação) e o ar (com poluição, emissão de gases tóxicos que causam o aquecimento global)... tudo isso é pecado (pecado ecológico). Porque um crime contra a natureza é um crime contra nós mesmos e um pecado contra Deus” (Para Francisco, Laudato Si 8; transcrevendo parte do pronunciamento do Patriarca Bartolomeu, em Santa Bárbara, EUA, novembro de 1997).

O mês de Março de 2023 está chegando ao fim, mês dedicado `a luta contra a violência e a Defesa dos Direitos da Mulher, sem que a desigualdade de gênero tenha sido banido entre nós, sem que o feminicídio, a violência e outras formas de agressões sejam algo do passado.

Também nesta semana que está chegando ao final, tivemos duas datas muito importantes e significativas na luta ambientalista: 21/03 DIA INTERNACIONAL DAS FLORESTAS  e 22/03 DIA MUNDIAL DA ÁGUA.

No próximo próximo mês de abril, teremos outras datas importantes para a população em geral e para os ambientalistas em particular, como o 07 dedicado como Dia Mundial da Saúde; 15 Dia Nacional da Conservação do Solo; 17 Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária (tema bastante esquecido há muito tempo nos debates públicos); 19 Dia dos povos indígenas (que continuam sendo massacrados e violentados, cujo exemplo mais recente e cruel foi a constatação do genocídio do povo Yanomami; e 22 o Dia da Terra.

Todas essas datas e diversas outras nos demais meses do ano, tem por objetivo estimular uma reflexão mais profunda, tanto por parte da população em geral quanto dos poderes públicos em particular, sobre a realidade atual das diversas dimensões da ecologia integral e os cenários, indicando se a destruição da natureza continua e o que isto representa para o futuro do planeta e inclusive para a sobrevivência da espécie humano.

É mais do que sabido, amplamente conhecido e os cientistas tem-nos alertado sobejamente de que o planeta terra tem uma determinada capacidade ou seja tem limites, além dos quais uma destruição planetária é inexorável.

Além de muitos discursos, quase sempre extremamente demagógicos de inúmeras autoridades, a realidade em relação a essas duas realidades, tanto no Brasil quanto no mundo todo não é nada animador.

Por exemplo, apesar do que costumamos ouvir, a realidade diante de nossos olhos, no caso do Brasil, é o desmatamento, as queimadas continuam destruindo nossas florestas na Amazônia, no Cerrado, no Pantanal e demais biomas, deixando um rastro de destruição da biodiversidade, erosão, contaminação dos solos e das águas por pesticidas, herbicidas, fungicidas, enfim, agrotóxicos que envenenam os alimentos e prejudicam a saúde humana.

Quase a metade da população brasileira ainda aguarda por um direito fundamental que é o saneamento básico, intimamente relacionado com o bem estar e a saúde humana, nossos córregos e nossos rios, como no caso de Cuiabá e Várzea Grande, o maior aglomerado urbano de Mato Grosso, já com mais de UM MILHÃO de habitantes, foram e continuam sendo degradados com esgotos escorrendo pelas ruas, a céu aberto, contaminando de forma criminosa o nosso lendário Rio Cuiabá, que além do lixo, da destruição de suas nascentes e desmatamento de suas margens, ainda está ameaçado pelo apetite de grandes grupos econômicos que querem transformar a água, que é um bem coletivo e universal em um simples produto de mercado em busca de lucro, a título de gerar energia, quando o mundo todo está migrando para energia oriunda de fontes renováveis e com menor ou nenhum impacto ambiental que são a energia solar e a eólica.

Neste sentido merece um destaque o fato de que toda a região Centro Oeste e, particularmente, Mato Grosso a viabilidade econômica e a sustentabilidade é altamente propícia, com incidência solar muito maior de que diversas outras regiões do Planeta, onde essa fonte de energia (solar) já é amplamente utilizada. Prova disso é que Mato Grosso é o estado que mais tem progredido na geração de energia solar, apesar da falta de incentivos por parte dos poderes públicas, até o absurdo do governo do Estado tributar a energia solar, simplesmente para encarecer a energia solar e facilitar os interesses de grupos econômicos de outros setores energéticos.

Todos os córregos da área urbana deste aglomerado urbano já referido já se transformaram em verdadeiros esgotos a céu aberto, além de toneladas de lixo que são carreadas diariamente para os cursos d’água, destruído todas as formas de vida aquática e afetando de morte este, outrora exuberante Pantanal, que hoje está também ameaçado de morte.

Por incrível que possa parecer, mesmo que no papel existam políticas, estratégias, planos e programas federais, estaduais e municipais relacionados com o meio ambiente, enfim, com a ecologia integral, as ações, poucas que existem, estão longe de mudarem a realidade dramática em que vivem  a grande maioria da população brasileira e, particularmente, de Mato Grosso em geral e da Baixada Cuiabana , com destaque para Cuiabá e Várzea Grande, em particular.

Precisamos cuidar melhor do meio ambiente, reduzir o consumismo, cuidarmos do nosso lixo, de nossa água, de nossas florestas, nossos recursos naturais, evitar todas as formas de desperdício e sabermos que a nossa geração tem por  dever deixar um mundo politicamente, socialmente, economicamente e ecologicamente melhor para as próximas gerações. isto se chama JUSTIÇA INTERGERACIONAL, JUSTIÇA SOCIAL e JUSTIÇA ECONÔMICA.

Um, não o único, fator da degradação do meio ambiente é a GANÂCIA HUMANA, a busca insenssante por lucro imediato e uma corrida sem sentido por acumulação e sabemos que quando as pessoas morrem não levam nada deste planeta.

Em decorrência, é necessário, é fundamental que também tenhamos em mente que existem dois níveis de responsabilidade, o primeiro nível é o individual, comunitário e empresarial e o segundo é o nível da responsabilidade pública, que no caso brasileiro está muito longe de ser realidade.

Por exemplo, de pouco ou quase nada adianta serem realizadas campanhas para combater o consumismo, o desperdício e a geração de lixo, resíduos sólidos, estimular a separação do lixo, a reciclagem etc., se as Prefeituras não incluem nas licitações públicas que as empresas vencedoras das licitações da coleta de lixo sejam obrigadas a realizarem a coleta seletiva e o destino apropriado do lixo.

Ou que as pessoas devem economizar energia, água e outros recursos naturais se os poderes públicos não dão o exemplo e continuam malbaratando esses recursos e não pautam suas ações por transparência, ética e parcimônia, racionalidade, eficiência e eficácia.

De forma semelhante, de pouco adianta as famílias, principalmente  das classes média e alta, implantarem sistemas para uso da energia solar, que, diga-se de passagem, mesmo com a falta de incentivos dos poderes públicos, se os imóveis, prédios públicos continuarem a não usarem energia solar, que reduz as despesas públicas com energia e também contribui para a sustentabilidade.

Todos sabemos da importância da arborização urbana, das árvores tanto nos quintais quanto nos logradouros públicos para o sombreamento, o bem estar das pessoas e para o clima, no entanto nossas cidades continuam sem árvores, o que aumentam as ondas de calor no meio urbano.

De pouco adianta as pessoas, os moradores plantarem algumas poucas árvores em frente `as suas casas se as Prefeituras não tiverem os Planos Municipais de Aroborização Urbana, os PADAUS, nossas ruas , avenidas e praças continuarão “peladas”.

Enfim, precisamos cuidar melhor do meio ambiente, reduzirmos o consumismo, o desperdício, cuidarmos de nosso lixo, das nascentes, dos mananciais, das águas, precisamos evitar todas as formas de desperdício e sabermos que a nossa geração deve deixar um mundo social, econômica e ecologicamente melhor para as próximas gerações.

isto se chama JUSTIÇA INTERGERACIONAL e JUSTIÇA SOCIAL e JUSTIÇA ECONÔMICA. Um, não o único, fator da degradação do meio ambiente é a GANÂNCIA HUMANA, a busca insensata por lucro imediato e uma corrida sem sentido por acumulação de capital, renda e riquezas sem considerar os custos desta degradação ambiental. Precisamos refletir que quando as pessoas morrem não levam nada  deste planeta.

Nossas autoridades falam e prometem muito e realizam pouco, oxalá as mesmas façam menos discursos demagógicos e realizem mais ações públicas, voltadas, de fato para o cuidado com o meio ambiente, com a ecologia integral, enfim, que os organismos públicos coloquem a questão do meio ambiente, da ecologia integral como uma das ou talvez como a prioridade central de todas as ações de governo.

Cabe, por outro lado, também `a população, que na verdade são os eleitores que livre, democrática e soberanamente elegem os governantes, inclusive governantes incompetentes, demagogos e corruptos, cobrarem dessas autoridades ações que enfrentem e solucionem os problemas e desafios socioambientais.

Afinal, esta mesmo população também são os contribuintes, que sofre com uma das maiores cargas tributárias do planeta, sem que em troca ou em retorno, pouco ou nada recebem em termos de obras e serviços públicos de qualidade e universais.

Exigir obras públicas e serviços públicos de qualidade e universais não é favor que os governantes devem prestar à população, mas sim, UM DIREITO da cidadania, do povo.


Todavia, a omissão do povo e, ao mesmo tempo, a manipulação que nossos governantes promovem em relação ao que realizam ou dizem realizar é uma das razões de todas as mazelas que afetam nosso país, não apenas em relação às questões ambientais, mas em todas as demais áreas como saúde, saneamento básico,  abastecimento, educação, justiça, segurança pública, habitação, urbanismo, direitos humanos e outras mais.

Para salvamos o planeta de uma catástrofe, já amplamente anunciada, precisamos ter em mente também a nossa responsabilidade, como cristãos ou não cristãos. É neste sentido que nos exorta o Papa Francisco ao dizer que “ toda abordagem ecológica deve integrar também uma perspectiva social que tenha em conta os direitos fundamentais dos mais desfavorecidos. O princípio da subordinação da propriedade privada ao destino universal dos bens e, consequentemente, o direito universal ao seu uso é uma “regra de ouro”  do comportamento social e o primeiro princípio de toda a ordem ético social” Laudato Si, 93.


*JUACY DA SILVA, professor titular e aposentado Universidade Federal de Mato Grosso, sociólogo, mestre em sociologia, ambientalista, articulador da PEI Pastoral da Ecologia Integral. Email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo. Instagram @Profjuacy 

Sexta, 24 Março 2023 09:42

 

 

A Associação dos Docentes (Adufmat-Ssind) encaminhou, nesta sexta-feira, 24/03, um ofício ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), solicitando a participação na próxima reunião do mesmo, na segunda-feira, 27/03. O motivo é a proposta de alteração de calendário acadêmico que retira da categoria o direito a 30 dias de férias.

 

Na minuta, encaminhada pela Pró-reitoria de Ensino de Graduação (Proeg) ao Conselho, com a justificativa de recuperação do calendário - atrasado pela pandemia -, estão previstos três períodos letivos em 2024, separados por 15 dias de férias docentes: 15 em janeiro, 15 em abril e 15 em período a ser determinado em nova proposta.

 

A ideia, no entanto, além de sobrecarregar ainda mais o trabalho já extenuante da categoria, compromete sobremaneira o direito a férias de 30 dias, que tem como principal objetivo o necessário descanso físico e mental, imprescindível para a saúde.

 

“Somos cientes do grande atraso no calendário acadêmico em relação ao civil, e da necessidade de diminuir progressivamente essa diferença. Contudo, não achamos condizente que isso seja ao preço de nossas merecidas férias. Muito problemática tem sido a diferença entre o calendário da graduação e da pós-graduação, gerando um sem número de transtornos, sobretudo para os professores que têm acumulado trabalho de ‘diferentes semestres’, o que, na prática, é sobretrabalho”, argumenta a Adufmat-Ssind. 

 

Além disso, o diretor geral do sindicato, Leonardo Santos, observa que a proposta apresentada pela Poeg tem causado preocupação aos professores dos cursos de Licenciatura, que realizam estágios nas escolas - uma etapa fundamental para a formação de professores, função, inclusive, pela qual a UFMT é uma das principais responsáveis no estado. A Pró-reitoria apresenta início de semestre em meados de novembro, quando o ano letivo já está sendo encerrado nas escolas.   

 

O sindicato questiona, ainda, como a ideia de retirar um direito fundamental pode ser utilizada como argumento para contornar as consequências de outros ataques a direitos. “Algumas das defesas utilizadas para a mudança no calendário utilizam-se do argumento de que tal atraso tem levado à evasão de estudantes da UFMT. Contudo, não parece haver razão para acreditar numa relação direta entre as duas questões, sobretudo se pensarmos nas dificuldades que nossos estudantes têm enfrentado para manterem-se na universidade, por exemplo, a partir do aumento da inflação, do desemprego etc. Vale ressaltar ainda que a falta de uma Assistência Estudantil efetiva e de bolsas de Pesquisa e Extensão são elementos importantes para avaliar a evasão de estudantes. Mudar o calendário para termos efetivamente três semestres em um mesmo ano civil não é o caminho para combater esse problema, pelo contrário. A deterioração das condições de trabalho docente também afeta os estudantes, pois nossas condições de ensino são as condições de aprendizagem dos estudantes”, aponta o documento.

 

Por fim, afirmando contrariedade com relação à proposta, a Adufmat-Ssind solicita a participação na reunião, pontuando que todas as paralisações que ocorreram na universidade decorreram de demandas legítimas, necessárias e importantes, e que é preocupante a possibilidade de que o Conselho debata o assunto sem tocar nas razões que levaram a esse atraso, naturalizando a adequação do calendário a qualquer custo.

 

 

Luana Soutos

Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind

Quinta, 23 Março 2023 15:57

 

 

Foto: CGT/FR

 

Milhares foram às ruas na França, mais uma vez, nesta quinta-feira (23), para protestar contra o aumento da idade de aposentadoria do país de 62 para 64 anos. Desde o início da tramitação do projeto no legislativo francês, os trabalhadores e as trabalhadoras se mobilizam em greves e passeatas, mas a crise explodiu após o presidente Emmanuel Macron usar um dispositivo da Constituição para aprovar a reforma sem votação na Assembleia Nacional, na última segunda (20).

Trabalhadoras e trabalhadores contrários à reforma enfrentam forte repressão policial. Mais de 300 pessoas foram detidas somente esta semana.  Advogados e sindicatos de juízes denunciam detenções arbitrárias, já que a maioria de manifestantes foi solta sem indiciamento por violência.

Em Paris, Lyon, Toulouse, Lille, Estrasburgo e Nantes, manifestantes ergueram barricadas e incendiaram latas de lixo. Diversas categorias estão em greve em todo o país. Há manifestações em diversas cidades francesas, que paralisam transportes rodoviário, ferroviário e até aeroviário.

Metade das viagens de trens de alta velocidade do país foi cancelada e 30% dos voos no aeroporto da capital francesa não decolaram, de acordo com informações publicadas pelo Le Monde. Em entrevista publicada pelo Brasil de Fato na quarta-feira (22), a professora na Universidade Sorbonne Paris Nord, Silvia Capanema, afirmou que existe uma unidade sindical incomum no país para enfrentar a crise.

O ministro do Interior da França, Gérald Darmanin, afirmou que 12 mil policiais estão mobilizados nesta quinta, 5 mil deles em Paris. Já o Ministério da Transição Energética destacou que as reservas de combustível na capital estão "criticas".

Solidaires

 

Manobra do governo

Macron utilizou o artigo 49.3 da Constituição francesa, que permite que o Executivo aprove um projeto de lei sem que ele passe pela Assembleia Nacional. A idade mínima para aposentadoria foi aumentada, assim como o tempo de contribuição necessário, que passou de 42 anos para 43 anos.

A popularidade do presidente atingiu seu menor índice desde a eclosão do movimento dos Coletes Amarelos, em 2018. A taxa de aprovação do presidente Francês está em 28%, uma queda de quatro pontos percentuais na comparação com o mês passado, de acordo com pesquisa da Ifop publicada pelo Le Journal du Dimanche. 76% dos jovens de 18 a 24 anos e 82% dos trabalhadores rejeitam o presidente.

 

*Com informações da CGT France, Solidaires, Brasil de Fato e Carta Capital