Segunda, 26 Agosto 2024 15:58

 

A Campanha contra a Violência no Campo, no marco de seus dois anos de existência, divulgou nota, na última semana (20), em que alerta para a intensificação da violência contra os povos indígenas. A medida busca chamar atenção das autoridades governamentais, do judiciário e da sociedade para a realidade dos conflitos agrários, contra os povos dos territórios, das águas e das florestas. O documento é assinado por mais de 30 organizações e busca ação efetiva do Estado. No centro do conflito no campo está a grilagem, a pistolagem e a impunidade.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) publicou, no mês de julho, o relatório “Violência contra os Povos Indígenas no Brasil”, com dados sobre o crescimento da violência em 2023. De acordo com a pesquisa, foram 276 casos de invasões, em 202 territórios de 22 estados. O relatório ainda destaca que foram 1.276 casos de violência contra o patrimônio dos povos. No mês passado, houve uma escalada de violência contra os povos indígenas em mais de 10 comunidades dos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Ceará e Pará.

Outro estudo divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), destaca que 2023 teve o maior índice de conflitos no campo nos últimos 10 anos, com 2.203 ocorrências. Mais de 70% dessas ocorrências são por questão da terra. Na mesma linha da violência no campo destaca-se o trabalho escravo rural, do qual 2.663 pessoas foram resgatadas no ano passado. Esse foi o maior número de resgates na última década, conforme o relatório da CPT.

A Campanha contra a Violência no Campo aponta a negligência do Estado em relação à demarcação dos territórios e a morosidade do judiciário na decisão da inconstitucionalidade do marco temporal como fatores para aumentar a violência contra os povos originários e as comunidades tradicionais.

Na análise do Cimi, o governo federal retomou em 2023 ações de fiscalização e repressão às invasões em alguns territórios indígenas, mas a demarcação de terras e as ações de proteção e assistência às comunidades permaneceram insuficientes. O relatório traz um total de 1.381 terras e demandas territoriais indígenas existentes no Brasil, sendo que a maioria (62%) segue com pendências administrativas para sua regularização. São 850 terras indígenas com pendências, atualmente. Destas, 563 ainda não tiveram nenhuma providência do Estado para sua demarcação.

A Campanha Contra a Violência no Campo, em parceria com mais de 70 organizações e pastorais sociais, tem feito diversos enfrentamentos e denunciando as violações que os povos indígenas têm sofrido. As organizações solicitam, na nota, “atitudes concretas que promovam a paz no campo, a defesa e a promoção dos territórios e seus modos de vida”.

 

Fonte: Andes-SN

Sexta, 09 Agosto 2024 16:23

O Supremo Tribunal Federal (STF) propôs, nessa segunda-feira (5), em reunião, o cronograma de audiências de conciliação para tratar das cinco ações que discutem a constitucionalidade da Lei do Marco Temporal (Lei 14.701/2023) para a demarcação de terras indígenas, que movimentos sociais têm chamado de Lei do Genocídio Indígena.

 

Foto: Gustavo Moreno / STF

 

Os termos foram estabelecidos pela comissão especial instituída pelo ministro Gilmar Mendes, relator dos processos, que definiu as datas das próximas audiências para 28 de agosto, 9 e 23 de setembro. A audiência contou com a participação de representantes da Articulação dos Povos Indígenas (Apib), do Congresso Nacional, do governo federal, dos estados e municípios.

A confirmação do cronograma será feita após manifestação da Apib, que solicitou um prazo de 48 horas para discutir as datas com lideranças indígenas. No dia 5 de agosto, a entidade realizou um dia de mobilização em resposta às negociações que estão sendo feitas sobre os direitos indígenas.

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, destacou que, embora o Supremo tenha a interpretação final sobre a Constituição, é desejável uma solução consensual para o Marco Temporal.

O ministro Gilmar Mendes, relator das ações em debate, enfatizou que a comissão especial busca garantir direitos tanto para os povos originários quanto para a população não-indígena. O decano também mencionou que o Marco Temporal é uma questão complexa e seus efeitos são vistos em conflitos territoriais em todo o país.  Ele contou que no julgamento do RE 1017365 (Tema 1.031 da repercussão geral), o STF reafirmou seu posicionamento sobre o tema, o qual permanece em vigor como interpretação legítima da Constituição, especialmente acerca da inexistência do Marco Temporal, cujas balizas serão debatidas e aprofundadas pela Comissão Especial.

A Apib destacou que a criação das audiências de conciliação foi determinada pelo ministro Gilmar Mendes em abril, sem a avaliação dos demais ministros da Corte e desconsiderando as solicitações do movimento indígena para suspender a lei durante o debate. Além disso, a associação criticou a Corte por conceder apenas seis vagas para representantes da Apib, sem considerar que a Articulação é composta por sete organizações regionais que representam mais de 200 povos indígenas do Brasil.

“Saímos com muitas dúvidas em relação à continuidade desse processo. Vamos avaliar junto com as nossas bases, organizações e lideranças sobre a possibilidade ou não de manter a representatividade da Apib na Câmara de Conciliação. Existem questões que ainda precisam de resposta, principalmente pelo Supremo Tribunal Federal, como, por exemplo, o pedido da Apib para a suspensão da Lei 14.701 enquanto o processo de conciliação estiver vigente”, disse Kleber Karipuna, em vídeo divulgado em uma rede social da Apib. Karipuna é representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) na Apib e participou da reunião nessa segunda (5).

“Para nós, a continuidade do debate só é viável com a suspensão da lei”, completou. A coordenação executiva da Apib reafirmou que o direito ao território tradicionalmente ocupado é um direito originário, garantido pela Constituição Federal de 1988 e que não pode ser negociado.

Marco Temporal

Segundo a tese do Marco Temporal, os povos indígenas teriam direito apenas às terras que ocupavam ou disputavam na data da promulgação da Constituição Federal de 1988. No entanto, em setembro de 2023, o STF decidiu que essa data não pode ser usada para definir a ocupação tradicional das terras pelas comunidades indígenas.

 

Foto: Ascom Cimi

 

No mesmo mês, foi aprovado no Senado Federal o Projeto de Lei (PL) 2903/23, antigo PL 490/07 da Câmara, que virou, após sancionado, a Lei 14.701/2023. A legislação dispõe sobre o reconhecimento, a demarcação, o uso e a gestão de terras indígenas no país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a vetar o dispositivo da Lei que impôs o Marco Temporal. No entanto, esse veto foi derrubado pelo Congresso Nacional. Desde então, foram apresentadas quatro ações questionando a validade da lei e uma pedindo ao STF que declare sua constitucionalidade (ADC 87, ADI 7582, ADI 7583, ADI 7586 e ADO 86).

Em dezembro do ano passado, também foi protocolada, no Congresso Nacional, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 48/2023, chamada pelo movimento indígena brasileiro como "Marco da Morte", que propõe a inserção do Marco Temporal na Constituição Federal. Após o pedido de vista, a tramitação foi suspensa. A votação da PEC está prevista para ocorrer em outubro, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

 

Fonte: Andes-SN

Quarta, 12 Maio 2021 10:01

 

 

Foto: Cimi Regional Sul

Uma liminar deferida pela juíza Clarides Rahmeier da 9ª Vara Federal de Porto Alegre, na última quinta-feira (6), concedeu a reintegração de posse ao povo Mbya Guarani e a desocupação da área invadida por não-indígenas em Porto Alegre (RS). 

O tekoha (lugar de onde se é) Pindó Poty está localizado em um bairro do extremo-sul da capital gaúcha e vinha sofrendo constantes invasões e loteamento do território tradicional devido a especulação imobiliária local.

Aos invasores, a juíza deu um “prazo de 10 dias para desocupação voluntária da área, sob pena de expedição de mandado de reintegração e execução forçada, nos termos da lei e com apoio de força pública, se necessário”. Caso a desocupação ocorra de forma voluntária, o próximo passo será o de “formalizar a reintegração de posse em favor da Comunidade Indígena Mbya Guarani. Do contrário, venham conclusos para expedição de mandado de reintegração forçada na posse e comunicação aos órgãos públicos competentes”, diz um trecho da sentença. A decisão proíbe ainda qualquer medida que represente apropriação do território indígena, sob pena de multa de R$ 10 mil. Em sua decisão, a magistrada estabelece um interdito proibitório para coibir novas invasões e garantir responsabilização legal a autores de novas invasões.

A Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), que representa o povo Guarani do Sul e Sudeste do Brasil, afirmou em nota que “hoje trazemos informações que de certa forma nos animam na luta pelo nosso território. Pindó Poty é Guarani!”.

Pindó Poty


A área Pindó Poty é habitada pela comunidade indígena Mbya Guarani há pelo menos quatro décadas. As ameaças e invasões têm sido frequentes, mesmo após abertura de processo de demarcação iniciado em 2012. Ainda não concluído e alvo de constantes violações, os Guarani decidiram pela autodemarcação do território tradicional.

Delegações de outras aldeias Guarani se somaram à resistência e em defesa do tekoha Pindó Poty. Entre elas, lideranças de aldeias de Porto Alegre, Viamão, Maquiné, Rio Grande, Terra de Areia e Charqueadas, no Rio Grande do Sul. Do outro lado do rio Uruguai, em Santa Catarina, somou-se à resistência lideranças das Terras Indígenas de Canelinha e Morro Dos Cavalos.

Retaliação


No mesmo dia (6), pessoas ainda não identificadas destruíram com trator uma área de terra onde a comunidade havia realizado o plantio de mudas de árvores frutíferas e nativas.Também foram destruídos os espaços onde se construiriam as casas e, além disso, foi roubado todo o material de construção pelos invasores.

"A comunidade acredita que este processo de invasão só terá fim quando for concluído o procedimento de demarcação terra, iniciado no ano de 2012 e paralisado em 2017", afirmou a CGY em nota.

Fonte: ANDES-SN (com informações do Cimi)

Segunda, 19 Abril 2021 15:57

Foto: Laila Menezes/CIMI 

Indígenas de todo o país amanheceram na Praça dos Três Poderes, em Brasília, para denunciar o garimpo em terras indígenas.

Foto: Tiago Miotto/Cimi

 

No Brasil, os povos indígenas lutam e resistem há mais de cinco séculos contra o genocídio, a invasão de seus territórios, a violência, a discriminação, a opressão e a exploração.  Por isso, os povos originários e movimentos sociais fazem deste dia 19 de abril o Dia da Luta e Resistência Indígena.

 

Em vídeo, a indígena Kunã Yporã, conhecida também como Raquel Tremembé, da Articulação da Teia de Povos de Comunidades Tradicionais do Maranhão e integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, destaca que é absurdo que, em pleno século 21, indígenas ainda sejam alvo de estereótipos, discriminação e violências.

 

“Nossa ancestralidade não se limita a uma data”, destaca ao lembrar que os povos originários vêm de um longo processo de luta e resistência. “Todo o dia é dia dos indígenas. Não podemos calar diante de tantos ataques e violência. A terra grita. Os povos indígenas, em sua diversidade, em cada região desse imenso território, gritam, mesmo quando silenciados”, afirma.

 

Atualmente, uma luta mais do que nunca necessária em meio à pandemia e ao governo de Bolsonaro e Mourão que, a serviço dos interesses de latifundiários, mineradoras, madeireiras, garimpeiros e grileiros, patrocina diversos ataques aos povos originários, seja contra seus territórios, suas vidas e também de extermínio cultural.

 

Um verdadeiro “etnocídio”, como define Raquel Tremembé, “com a dizimação de povos, cultura e ancestralidade. Um verdadeiro apagamento histórico”, disse.

 

Sob patrocínio de Bolsonaro e da bancada ruralista no Congresso, há vários projetos de lei contra a demarcação de terra indígenas, para exploração dos territórios, legalização de desmatamentos e invasões por grileiros, como os PLs 191/20, 490/07, a PEC 215/00.

 

A CSP-Conlutas reafirma seu compromisso e decisão de seus Congressos com os povos originários do Brasil e se mantém firme na mobilização contra os que os atacam violentamente contra a política de discriminação e extermínio desses povos.

 

Fonte: CSP-Conlutas

Quinta, 09 Julho 2020 14:25

 

 

O número de indígenas que morreram ou se contaminaram pelo novo coronavírus tem crescido de maneira acelerada e quintuplicaram em apenas um mês.

 

É o que indica o último levantamento feito pela Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), que nesta segunda-feira (6) apontava para mais de 11 mil infectados. Em 1º de junho, a Apib contabilizava 1,8 mil indígenas com o vírus, o que representa um aumento de mais de 500% em um mês.

 

Números que estão subnotificados e são ainda maiores afirma a indígena Raquel Aguiar, do povo Tremembé do Engenho,  do Maranhão, que também compõe a Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas. “Sem exageros, arrisco dizer que povos serão infelizmente dizimados se não propagarmos esse ecoar de socorro”, avalia Raquel.

 

A Apib informa ainda que mais de 122 povos indígenas foram afetados pela pandemia com 426 mortos. Raquel reforça, no entanto, que a realidade vivida por seu povo nas aldeias é mais alarmante e tem sido abafada pelas estatísticas oficiais. “Em suma, esses dados são completamente artificiais e não condizem com a realidade dos povos”, afirma.

 

Raquel destaca ainda que “o ápice do vírus nos territórios está ocorrendo agora”, no entanto, “autoridades de saúde já cogitam em diminuição de casos nas aldeias”.

 

Organizações e entidades indígenas têm denunciado que órgãos federais não têm adotado as providências necessárias para proteger as comunidades. Não há materiais básicos, como máscaras, água, sabão e luvas para lidar com eventuais casos nas aldeias. Nem há testes para que possam fazer o exame dos que estão com sintomas.

 

De acordo com pesquisa feita pela Abraj (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e o portal Transparência Brasil, dos R$ 13 bilhões alocados pelo governo federal no auxílio aos povos indígenas, apenas 39% foram usados. O levantamento apurou o período de 7 de abril a 17 de junho.

 

Política feita para passar a boiada e dizimar os povos indígenas

O presidente Jair Bolsonaro tem reafirmado sua política contra os povos indígenas e que beneficiam o agronegócio e os ruralistas. No ano passado, deu declarações de que se dependesse dele, não haveria mais nenhuma demarcação de terra indígena no país.

 

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no vídeo da reunião ministerial de 24 de abril disse que passaria “a boiada” indicando a linha de pensamento do governo em aprovar projetos que atacam direitos dos povos indígenas por meio de reformas “infralegais” – atos que não estão totalmente de acordo com os mecanismos legais”, de “simplificação” e “desregulamentação” de leis ambientais.

 

Entre as alterações, está a que regulariza propriedades rurais em terras indígenas. Esta medida interfere na “Declaração de Reconhecimento de Limites”, permitindo invasão, a exploração e a comercialização de terras indígenas que ainda não estejam homologadas, o que era proibido.

 

No “passar a boiada” de Salles está também a medida de diminuição da distância entre áreas povoadas e as em que há pulverização de agrotóxico. Um perigo, porque aumentará o risco de contaminação de moradores de comunidades rurais, indígenas, quilombolas e até escolas em áreas rurais.

 

Em carta aberta assinada por povos originários de diversas etnias a declaração foi repudiada, com a exigência de que sua renuncia ao cargo.

 

Contra a política de Bolsonaro, vamos à luta!

Nos próximos dia 10, 11 e 12 de julho a CSP-Conlutas está convocado uma jornada de lutas que inclui a o repúdio à política do governo Bolsonaro que está dizimando os povos originários.

 

Em abril, povos indígenas de 22 etnias e de estados do Mato Grosso, Rondônia, Amazonas, Acre, Ceará e Maranhão lançaram um manifesto denunciando tais políticas diante da pandemia do coronavírus e a violência contra os seus territórios. Neste documento consta um plano emergencial construído por vários povos. Além desse plano mais geral, listado abaixo,  cada um dispõe do seu individual (povo ou aldeia), a partir da sua organização política e social.

 

Confira o plano emergencial:

 

1 – Garantia de alimentação para todas as aldeias;

 

2 – Implantar orçamento destinado para a SESAI (Secretaria Especial de Saúde), DSEIs (Distritos Sanitários Especiais Indígenas) e para as CASAIs (Casas de Saúde Indígena);

 

3 – As ações de saúde para o combate à pandemia Covid-19 devem ser aplicadas na língua materna das etnias;

 

4 – Distribuição de kits de higiene pessoal e máscaras nas aldeias;

 

5 – Proteção dos territórios em conflito pela Força Nacional de Segurança e Policia Federal, independente da fase de regularização;

 

6 – Implantar Programa de Proteção para as lideranças indígenas ameaçadas;

 

7 – Agilidade na apuração dos crimes contra indígenas, em especial, aos cometidos recentemente na Terra Indígena Araribóia, Estado do Maranhão;

 

8 – Demarcação dos territórios.

 

Os indígenas fazem exigências para a proteção de aldeias pelo país, como ações de saúde pública especificas, garantia de alimentação, demarcação de territórios entre outras demandas.

 

Fonte: CSP-Conlutas

Quinta, 14 Novembro 2019 15:32

 

O território de retomada indígena Ñu Vera, em Dourados (MS), foi atacado por pistoleiros de proprietários rurais com terras incidentes sobre territórios tradicionais na noite de segunda-feira passada (4).

 

 

Foram queimados os barracos onde viviam os indígenas e um Guarani Kaiowá foi ferido com balas de borracha no tórax, ombro e cabeça. A disputa é pelo território considerado sagrado pelos indígenas e ocupado por fazendeiros.

 

A região é palco constante de conflitos.

 

Há menos de 2 meses esse mesmo tekoha – lugar onde se é – foi atacado. De acordo com o documento enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), no dia 24 de julho, um dia depois, o bando armado retornou com mais ferocidade. “Um menor indígena de 14 anos de idade, de nome Romildo Martins Ramires (pai Ventura Ramires, mãe Marciana Martins), foi atingido por 18 tiros de borracha e tiros de grosso calibre, sendo em seguida atirado vivo a uma fogueira pelos seguranças do ruralista (o nome consta na denúncia) onde permaneceu até o amanhecer, tendo 90% do corpo queimado”.

 

Só em 2018, foram 38 indígenas assassinados no Mato Grosso do Sul, região que concentra parte da violência e dos conflitos por terra no Brasil.

 

Esse é mais um caso que exemplifica na prática as violências sofridas pelos povos indígenas no Brasil, que vem se intensificando com o discurso de ódio contra os indígenas e ainda a liberação do uso de armas no campo, que agravará os conflitos por terra, onde as vítimas são sempre os povos e comunidades tradicionais que já vivem em situação de vulnerabilidade.

 

A Jornada Sangue Indígena está na Europa com 8 lideranças indígenas de todas as regiões do país justamente para denunciar esse e outros casos e pedir providências dos países europeus para diminuir essa violência e barrar o genocídio em curso.

 

Fonte: CSP-Conlutas