EDITAL DE SELEÇÃO DA ADUFMAT - SEÇÃO SINDICAL DO ANDES-SN, PARA CONTRATAÇÃO DE PROFISSIONAL DE COMUNICAÇÃO (ANALISTA DE REDES SOCIAIS)
A Diretoria da Adufmat, no uso de suas atribuições, torna público o presente Edital para a seleção de 1 (um/uma) profissional de Comunicação (Analista de Redes Sociais) e formação de cadastro de reserva.
Todas as vagas disponibilizadas pela Adufmat em editais específicos são destinadas à ampla concorrência, com prioridade para mulheres, pessoas negras, indígenas, LGBTI+, quilombolas e/ou com deficiência.
1. DO CARGO E ATRIBUIÇÕES
Cargo: Analista de Redes Sociais
Carga Horária: 20 horas semanais
Horário do Expediente: 14h às 18h, de segunda-feira a sexta-feira
Local de atuação: Sede da Adufmat, em Cuiabá (MT)
Remuneração Inicial: R$ 2.277,00 + VR e VT (mediante aceitação)
Atribuições:
- Planejar, criar e publicar conteúdo para redes sociais (textos, imagens, vídeos e infográficos e alimentar com as campanhas os canais do Adufmat nas plataformas de comunicação);
- Gravação e edição de vídeos;
- Interagir com o público das redes sociais, respondendo comentários e mensagens de forma adequada, conforme o orientado pela Diretoria da Adufmat para cada situação específica;
- Acompanhar tendências e boas práticas no universo digital para aplicação nas estratégias institucionais;
- Trabalhar em equipe para alinhamento na disseminação de informações;
- Trabalhar para que toda comunicação esteja alinhada à identidade visual e institucional da entidade;
- Apoiar na cobertura de eventos e mobilizações, garantindo atualizações em tempo real nas redes sociais da entidade.
- Assessorar na síntese, elaboração e execução de conteúdos para divulgação das ações ou atividades de interesse do sindicato, pelos meios de comunicação utilizados pelo sindicato, podendo ainda atuar na elaboração, formatação e edição dos mesmos;
- Seleção de materiais, realização da arte e acompanhamento da execução da agenda anual distribuída a filiados.
2. REQUISITOS MÍNIMOS
- Graduação em Comunicação Social: Publicidade e Propaganda; e/ou Cinema e Audiovisual e/ou áreas correlatas;
- Conhecimento em estratégias de marketing digital, tráfego orgânico e engajamento em redes sociais;
- Domínio de programas de plataformas para design gráfico e edição audiovisual;
- Habilidade na produção de conteúdo textual e audiovisual para múltiplas plataformas;
- Habilidades de comunicação e trabalho em equipe.
3. ETAPAS DO PROCESSO SELETIVO
3.1. Inscrições
Período: 22/09/25 a 26/09/25
Por e-mail, com envio da ficha de inscrição (Anexo I) e documentação exigida, para o e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.;
Documentos necessários (em PDF):
- Currículo e portfólio atualizados e documentados correlatos, de forma a comprovar formação e experiência;
- Documento de identificação;
3.2. Homologação das Inscrições
Divulgação das candidaturas homologadas: 29/09/25 (no site da Adufmat)
3.3. Análise de currículo (Eliminatória)
Resultado: 06/10/25 (no site da Adufmat)
3.4. Prova prática e entrevista, por ordem de inscrição (Eliminatória e classificatória)
Data: 08/10/25, das 08h às 18h (e, se necessário, 09/10/25, das 8h às 18h)
Prova Prática: Elaboração de conteúdo para redes sociais (texto, imagem e/ou vídeo) com base em um tema fornecido. O trabalho será avaliado por três membros do sindicato que, de maneira individual, irão considerar o conteúdo elaborado como apto ou inapto. Será eliminado o candidato que obtiver dois votos desfavoráveis.
Local: Sede da Adufmat (Cuiabá)
3.5. Resultado Final
Divulgação: 10/10/25, pelo site da Adufmat (https://www.adufmat.org.br/)
4. DISPOSIÇÕES FINAIS
● A(o) candidata(o) aprovada(o) assumirá o cargo imediatamente após a conclusão do processo de admissão.
● À Adufmat reserva-se o direito de, a seu critério, alterar o cronograma ou cancelar o processo seletivo, caso necessário.
● Dúvidas e informações adicionais podem ser esclarecidas através do e-mailO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
CLIQUE AQUI PARA BAIXAR O ANEXO I (também disponível para download no Arquivo Anexo Abaixo)
Supensão do Edital para Estagiário(a) em Comunicação e Redes Sociais da Adufmat-Ssind
Casos de Jones Manoel e Felca expõem urgência da regulação das plataformas digitais no país
As contas do historiador, escritor e comunicador social Jones Manoel no Instagram e Facebook foram excluídas pela empresa Meta, no início deste mês. Com mais de 1 milhão de seguidoras e seguidores no Instagram, Jones, que é conhecido por suas críticas à extrema direita, foi notificado da exclusão sem direito a recurso.
A denúncia foi feita pelo próprio comunicador em outra rede social e, após a repercussão do caso na mídia, a empresa recuou e devolveu suas contas. O episódio soma-se a outros recentes que evidenciam o monopólio das grandes plataformas digitais. Um deles foi relatado pelo youtuber Felca, que denunciou perfis responsáveis por promover e monetizar a adultização de crianças, entre outras práticas, e apontou o papel dos algoritmos na difusão de conteúdos de pedofilia.
Esses casos, segundo Helena Martins, 1ª secretária da Regional Nordeste 1 do ANDES-SN e integrante do coletivo Direito à Comunicação e Democracia (DiraCom), reforçam a urgência da regulação das plataformas digitais no Brasil. Para ela, no caso de Jones Manoel, mais grave que as razões da exclusão dos perfis, é a ausência de explicações por parte da empresa.
“Não temos como saber os motivos que levaram à supressão das contas do Jones Manuel. E, para mim, isso é mais sério até do que a gente especular sobre um determinado motivo ou outro. A ausência desse motivo faz com que a plataforma tome decisões de forma absolutamente opaca e reforça o que nós temos alertado há bastante tempo, que é o risco das plataformas virarem ministérios da verdade, que simplesmente suprimem conteúdo, diminuem o alcance de conteúdos ou projetam outros conteúdos sem nenhum tipo de controle público, sem nenhuma transparência nas suas próprias operações e sem o que a gente chama de devido processo”, criticou.
A diretora do Sindicato Nacional ressaltou que não é aceitável depender apenas da comoção pública para que contas ou conteúdos sejam restabelecidos. “Esse é o tipo de situação que mantém toda uma forma de agir das plataformas, que é bastante opaca, e, também, que não se guia por nenhuma regra, por nada público. Isso é muito perigoso, porque, no fim das contas, reforça o poder dessas plataformas”, acrescentou.
Além disso, a representante do DiraCom comparou o caráter essencial das redes ao de serviços públicos, defendendo uma regulação que garanta direitos e transparência. “Se o seu ônibus não passa, se a sua energia é cortada, você tem a quem recorrer, porque se compreende que há um serviço público sendo provido mesmo que seja explorado por uma empresa privada. No caso da internet, e das redes sociais especificamente, precisamos avançar nesse sentido, compreendendo que a importância e a relevância desses espaços lhes conferem um caráter público e que devem, portanto, ser objeto de uma regulação”, disse.
De acordo com ela, diversos países já implementaram regulações voltadas a combater práticas anticompetitivas, ampliar a participação de agentes nacionais e garantir transparência. No Brasil, o Marco Civil da Internet (2014) e a Lei Geral de Proteção de Dados (2018) são avanços, mas precisam ser atualizados diante da centralização de poder nas plataformas.
“Há vários tipos de regulação mundo afora. Uma pesquisa da Coalizão de Direitos na Rede mostrou que há 100 países com algum tipo de regulação sobre plataformas digitais, por exemplo, para conter práticas anticompetitivas e a ampliar a participação de agentes diversos num determinado setor, de música, de rede social, enfim. Esse é um tipo de regulação voltada para a questão do antitruste, para evitar uma concentração de mercado, que é um pensamento, inclusive, bastante liberal. Você ter agentes nacionais, por exemplo, que possam competir e evitar que apenas um grande agente transnacional domine um determinado mercado, porque isso tem impactos do ponto de vista financeiro e do mercado de trabalho e, claro, a nosso ver central, do ponto de vista da circulação da cultura, da informação, do conhecimento e da própria democracia”, explicou.
Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) retomou o julgamento sobre a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, com discussões sobre a necessidade de ordem judicial para remoção de conteúdo e a possibilidade de responsabilização das plataformas por conteúdos ilegais, mesmo sem ordem judicial prévia. O STF aumentou a responsabilidade das plataformas digitais pelo conteúdo que publicam e estabeleceu os parâmetros que elas devem seguir.
“O fato de STF atuar em relação a esse tema mostra a urgência que temos de fazer essa pauta avançar e explicita também a dificuldade que o Brasil encontra de fazer um caminho via Congresso Nacional, o qual seria mais correto, com participação social, com debates entre parlamentares, com votação, com escutas de especialistas. O Supremo tomou a frente, digamos, dessa especificação por meio da regulação, porque o Congresso, obviamente, tem colocado empecilhos, obstáculos, para que o país avance no sentido da regulação”, criticou Martins, lembrando que o STF não pode criar um órgão regulador nem estabelecer regras que não estejam previstas em lei.
De acordo com a docente, apenas alterar a legislação para responsabilizar as plataformas pelos conteúdos publicados é uma medida limitada e arriscada. “Só mudar e falar que as plataformas passam a ser responsabilizadas pelos conteúdos é insuficiente e perigoso, no sentido de que pode gerar esse processo de derrubada proativa de conteúdos. Mas é, sobretudo, insuficiente porque a gente não vai ter mecanismos para definir quais conteúdos devem permanecer ou não, quem é que vai dizer qual é o conteúdo que viola direito ou não, como é que a pessoa que tiver um conteúdo moderado pode recorrer a essa decisão. Não tem transparência, não tem devido processo e não tem órgão regulador. São questões que mostram a carência de regulação”, explicou a integrante do DiraCom.
Diego Marques, 2º tesoureiro e encarregado de Imprensa e Divulgação do ANDES-SN, reforçou a necessidade de marcos regulatórios que impeçam abusos, garantam transparência e assegurem a pluralidade de vozes na internet. O docente reforçou também a importância da categoria docente se apropriar dessa pauta e fortalecer essa luta.
"A regulação das big techs é urgente para garantir a soberania informacional, a pluralidade de vozes e a democratização do acesso à comunicação. Hoje, plataformas digitais como Google, Meta e X concentram poder econômico e político, controlando algoritmos que determinam o que a população vê, lê e ouve, muitas vezes priorizando desinformação e discurso de ódio em busca de lucro. Enquanto isso, o setor público brasileiro investe somas exorbitantes de recursos em publicidade nessas mesmas corporações e despendeu mais de R$23 bilhões nos últimos dez anos em licenças de TICs [Tecnologia da Informação e Comunicação], fortalecendo monopólios estrangeiros. Sem regras claras sobre transparência algorítmica, moderação de conteúdo, tributação e destinação de recursos, a comunicação seguirá refém de interesses privados. Regular é proteger a democracia, assegurar o direito à informação e ampliar o espaço para mídias públicas, comunitárias, populares e independentes”, avaliou o diretor do Sindicato Nacional.
Fonte: Andes-SN
EDITAL SUSPENSO | RETIFICADO: EDITAL DE SELEÇÃO PARA ESTÁGIO EM COMUNICAÇÃO DA ADUFMAT - SEÇÃO SINDICAL DO ANDES-SN
Edital suspenso pela organização no dia 18/08. Leia a decisão aqui*
Atualizado às 14h do dia 08/08/2025 para alterações conforme retificação (leia aqui)*
A Diretoria da Adufmat, no uso de suas atribuições, torna público o presente Edital para a seleção de 1 (um/uma) Estagiário(a) de Comunicação e Redes Sociais e formação de cadastro de reserva.
Todas as vagas disponibilizadas pela Adufmat em editais específicos são destinadas à ampla concorrência, com prioridade para mulheres, pessoas negras, indígenas, LGBTI+, quilombolas e/ou com deficiência.
1. DO CARGO E ATRIBUIÇÕES
Cargo: Estagiário(a) de Comunicação
Modelo de Contrato: Estágio via CIEE
Carga Horária: 20 horas semanais
Horário do Expediente: 14h às 18h
Local de atuação: Sede da Adufmat, em Cuiabá (MT)
Remuneração Inicial (bolsa estágio): R$ 1.200,00 + VT
Atribuições:
● Planejar, criar e publicar conteúdo para redes sociais (textos, imagens, vídeos e infográficos e alimentar com as campanhas os canais do Adufmat nas plataformas de comunicação);
● Gravação e edição de vídeos;
● Interagir com o público das redes sociais, respondendo comentários e mensagens de forma adequada, conforme o orientado pela Diretoria da Adufmat para cada situação específica;
● Acompanhar tendências e boas práticas no universo digital para aplicação nas estratégias institucionais;
● Trabalhar em conjunto com a equipe de comunicação para garantir alinhamento na disseminação de informações;
● Garantir que toda comunicação esteja alinhada à identidade visual e institucional da entidade;
● Apoiar na cobertura de eventos e mobilizações, garantindo atualizações em tempo real nas redes sociais da entidade.
2. REQUISITOS MÍNIMOS
● Estar cursando graduação em Comunicação Social, Jornalismo, Publicidade e Propaganda ou áreas correlatas;
● Conhecimento em estratégias de marketing digital, tráfego orgânico e engajamento em redes sociais;
● Domínio de programas da plataforma Adobe e da plataforma Canva para design gráfico e edição audiovisual;
● Habilidade na produção de conteúdo textual e audiovisual para múltiplas plataformas;
● Excelentes habilidades de comunicação e trabalho em equipe.
3. ETAPAS DO PROCESSO SELETIVO
3.1. Inscrições
● Período: 01/08/2025 a 07/08/2025;
● Por e-mail, com envio da ficha de inscrição e documentação exigida, para o email: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.;
● Documentos necessários:
○ Currículo e portfólio atualizados e documentados;
○ Documento de identificação;
○ Comprovante de matrícula emitido pela secretaria do curso;
3.2. Homologação das Inscrições
Divulgação das candidaturas homologadas: 08/08/2025 (no site da Adufmat)
3.3. Análise de currículo (Eliminatória)
Resultado: 08/08/2025 (no site da Adufmat)
3.4. Prova prática e entrevista, por ordem de inscrição (Eliminatória e classificatória)
Data: 20/08/2025, das 08h às 18h (e, se necessário, 12/08/25, das 8h às 12h)
● Prova Prática: Elaboração de conteúdo para redes sociais (texto, imagem e/ou vídeo) com base em um tema fornecido.
● Entrevista
● Local: Sede da Adufmat (Cuiabá)
3.5. Resultado Final
Divulgação: 22/08/2025, pelo site da Adufmat (https://www.adufmat.org.br/)
4. DISPOSIÇÕES FINAIS
● A(o) candidata(o) aprovada(o) assumirá o estágio imediatamente após a conclusão do processo de admissão.
● A Adufmat reserva-se o direito de, a seu critério, alterar o cronograma ou cancelar o processo seletivo, caso necessário.
● Dúvidas e informações adicionais podem ser esclarecidas através do e-mailO endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
CLIQUE AQUI PARA BAIXAR O DOCUMENTO E ANEXO.
Cuiabá (MT), 30 de agosto de 2025.
(Documento disponível para download no Arquivo Anexo abaixo)
COMUNICADO: Não haverá expediente na sede da Adufmat-Ssind nos dias 07 e 08/04
Em decorrência do feriado municipal na próxima terça-feira, 08/04, em comemoração ao 306º aniversário de Cuiabá, e do recesso administrativo anunciado pela UFMT no dia anterior, a Adufmat-Ssind informa que não haverá expediente na sede do sindicato nos dias 07 e 08/04.
Retomaremos as atividades na quarta-feira, 09/04.
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Espaço Aberto é um canal disponibilizado pelo sindicato
para que os docentes manifestem suas posições pessoais, por meio de artigos de opinião.
Os textos publicados nessa seção, portanto, não são análises da Adufmat-Ssind.
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Roberto Boaventura da Silva Sá
Dr. em Ciências da Comunicação/USP
Consoante o narrador de Grande Sertão: veredas, um clássico de Guimarães Rosa e referência ímpar da literatura brasileira, “...cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniães…”.
Com o risco do exagero, arrisco a dizer que nós, brasileiros, nunca vivemos um momento tão propício a emitir opiniões... ou opiniães. Nunca havíamos tido tanta oportunidade de expressar, e até esbanjar, o que chamamos de “liberdade de expressão”.
Com a massificação das redes sociais, cada um de nós tem se visto no direito de compartilharas nossas opiniões, mesmo as mais esdrúxulas, em geral, desprovidas de lastro, ou seja, de repertório qualificado; aliás, a qualificação para opinar é o que menos parece nos incomodar na era da máxima exposição dos egos inflados. Se houvesse essa preocupação, básica para os diálogos profícuos e saudáveis, as fakes, p. ex., não seriam tão fartamente promovidas, tampouco, promoveriam tantos e desnecessários antagonismos entre nós todos.
Diante desse quadro, de fakes e antagonismos, muitas relações profissionais, familiares e amistosas foram sendo esmaecidas ou simplesmente canceladas, acentuadamente nos últimos cinco anos. Quem não passou ou passa por algum desgaste desse tipo que atire a primeira pedra. Quase impossível.
Do meu grupo de amigos, por conta de recentes artigos, culminando com o que intitulei “Do tropicalismo ao cristianismo” (https://www.midianews.com.br/opiniao/do-tropicalismo-ao-cristianismo/435718), alguém, aderente à onda bolsonarista, aproveitou o momento para tentar me mostrar que cada um tem o direito de ter sua própria opinião sobre todas as coisas. Para isso, foi-me encaminhada a letra da canção “Ponto de Vista”, de Eduardo Lyra Krieger e João Cavalcanti.
Na referida canção, cuja estrutura textual tem as construções anafóricas como predominantes de seus versos, busca-se mostrar que a interpretação de tudo que vemos e/ou que nos circunda, depende do nosso ponto de vista, “...e ponto final”. Sendo assim, é dito ali que, “Guardado no bolso do louco/ Há sempre um pedaço de deus/ Respeite meus pontos de vista/ Que eu respeito os teus... // Não é preciso por lente nem óculos de grau/ Tampouco que exista somente// Um ponto de vista igual...”
Sem discordâncias.
De fato, em termos de “ponto de vista”, tudo pode ser relativo, e as certezas, fluidas. Nesse sentido, creio que o ponto de vista mais intrigante de nossa literatura, p. ex., reside naquele famoso olhar de “cigana oblíqua e dissimulada” de Capitu, personagem fabulosa de Dom Casmurro de Machado de Assis.
Com essa obra, de 1899, Machado, se estivesse vivo, continuaria se divertindo com o leitor, que se digladia tentando provar, sem conseguir, mas, paradoxalmente, sem poder descartar, um possível adultério de Capitu imposto a Bentinho. Assim, cada leitor vai tendo seu ponto de vista sobre aquele contexto romanesco.
Logo, o ponto de vista está para o modo particular de como entendemos, julgamos e/ou percebemos as coisas e as pessoas (suas ações, obviamente) que estão ao nosso redor. A pluralidade das particulares opiniões – que materializa nossa liberdade de expressão – estará sempre presente e garantida naquilo que venha a ser o nosso “ponto de vista; e, mais uma vez, “...ponto final”.
Todavia, muito do que muitos expressam, hoje, não se trata de simples “ponto de vista”, mas de concepção de vida; e aí, os pontos de vista, para terem lastro, precisam estar todos sob o mesmo guarda-chuva, ao qual chamo de Constituição Federal; “...e ponto final”. Tudo o que estiver fora dessa guarda-chuva está alheio ao ordenamento legal do nosso país; e é sobre isso que estamos nos confrontando diuturnamente, e não sobre meros e “inocentes” pontos de vista disso ou daquilo.
Em palavras bem diretas, defender o golpe militar, p. ex., como extremistas da direita brasileira estão fazendo à frente de quartéis do Exército, desde que foram derrotados nas urnas, não se trata de um simples e inocente ponto de vista. Os golpistas, completamente fora da lei, estão externando uma concepção de vida, que, antes de tudo, agride a legislação do nosso país e desconsidera nosso estado democrático de direito; logo, são seres, sob a ótica da lei, criminosos, aderentes ao golpe e à ditadura militar, bem como tudo o que isso significa: fechamento das instituições, como o Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional, exílios, torturas, assassinatos sumários de opositores do regime, censura à imprensa, às universidades, aos sindicatos, às entidades de representação democráticas etc etc etc.
De minha parte, no lugar da canção “Ponto de Vista”, acima referida, bonita, mas limitada por não abranger nossas concepções de vida, encerro este artigo com um fragmento de um diálogo de Dom Quixote: II/LVIII, de Miguel de Cervantes, que pode nos servir como uma reflexão sobre a importância da liberdade, que jamais pode ser perdida; por isso, deve ser defendida sempre, e com veemência:
“— A liberdade, Sancho, é um dos dons mais preciosos, que aos homens deram os céus: não se lhe podem igualar os tesouros que há na terra, nem os que o mar encobre; pela liberdade, da mesma forma que pela honra, se deve arriscar a vida, e, pelo contrário, o cativeiro é o maior mal que pode acudir aos homens (...)”.
Salve a liberdade! Salve a democracia, que não é uma questão de opinião ou de “opiniães”, mas de uma concepção de vida que preza pela liberdade. Sempre.
ANDES-SN fará Seminário Nacional sobre Comunicação Sindical e Mídias Digitais
Nos dias 1 e 2 de julho, o ANDES-SN realizará o Seminário Nacional sobre Comunicação Sindical e Mídias Digitais. O encontro, voltado para docentes e também para profissionais de comunicação das seções sindicais do Sindicato Nacional, ocorrerá em Brasília (DF).
Durante os dois dias, as e os participantes debaterão o papel das artes, da comunicação e da tecnologia no sindicalismo em tempos de ódio, além do monopólio das plataformas digitais e a democratização da comunicação na luta de classes, antirracistas e anti-cisheteronormativas. Experiências latino-americanas estratégias de mobilização nas redes e nas ruas também serão compartilhadas no evento, que contará com a presença, nas mesas, de representantes da Colômbia e do Chile.
“Buscamos contemplar a necessidade desse debate entre a arte, comunicação e a tecnologia, numa conjuntura na qual a disputa pela sensibilidade da classe trabalhadora perpassa muito a questão das redes sociais e das mídias digitais e como atuamos nesse espaço e também nas ruas, seja no sentido de avançarmos na organização das nossas lutas, e também de intervir melhor nesses espaços de comunicação, especialmente nesse momento de avanço da política de ódio, do obscurantismo e também do autoritarismo”, explica Francieli Rebelatto, 2ª secretária do ANDES-SN e encarregada de Imprensa da entidade.
O primeiro dia do Seminário será realizado no café Objeto Encontrado. Após a mesa de abertura, ocorrerá um sarau político e cultural. As seções sindicais, a partir de seus e suas representantes, e também as e os profissionais de comunicação foram convidados a ocuparem cultural e artisticamente o evento, com apresentações musicais acústicas, declamação de poemas, interpretações cênicas, performance corporal, dança, entre outros. Interessadas e interessados em apresentar suas artes devem informar os possíveis equipamentos que serão necessários até o dia 24 de junho, às 14h, através do email O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..
“Vai ser um seminário diferente, porque vamos ter um momento num espaço aberto, no café Objeto Encontrado, que é um espaço de militância e de resistência em Brasília. Vamos fazer um sarau político-cultural, na primeira noite, então convidamos tanto os professores e as professoras quanto as e os profissionais de comunicação a, não só participar desse seminário, mas também a participar dessas possíveis intervenções artístico-culturais que teremos nesse espaço”, reforçou a diretora do ANDES-SN.
No sábado (2), segundo dia do encontro, os debates acontecerão na sede do ANDES-SN e focarão o monopólio das plataformas digitais e a democratização da comunicação, além das experiências de arte, comunicação e tecnologia nas estratégias de mobilização nas redes e nas ruas.
“Temos muito interesse de pensar e reforçar o debate sobre as plataformas digitais e a democratização da comunicação no contexto da luta de classes, de uma luta que é necessariamente antirracista. Por isso, trazemos representantes da mídia negra, indígena e comunicadores que estão atuando na internet, fazendo disputas importantes nesse. Além disso, nós pensamos uma programação internacional e chamamos representantes de coletivos da América Latina. Vamos ter um coletivo do Chile, que tem feito comunicação popular numa perspectiva de intervir nos espaços das ruas, e também uma comunicadora popular da Colômbia, que tem uma relação muito próxima com o movimento campesino e as lutas históricas desse movimento no seu país e também com o movimento de luta pela descriminalização do aborto, que é fundamental”, afirma Francieli.
O coletivo chileno “Muros e Resistência” nasceu no calor do levante popular em outubro de 2019, com a ideia de registrar o que estava acontecendo no Chile através de um arquivo audiovisual dos grafites, murais e outras expressões urbanas que relatavam aquele momento histórico. Pouco a pouco, foi ampliando com transmissões ao vivo e programas de debates. Atualmente contam com 10 integrantes, presentes em 3 cidades, e busca mostrar as lutas do povo chileno e driblar o cerco comunicacional imposto pelos meios hegemônicos.
Participação
Por motivo dos cuidados sanitários, só poderão participar representantes das seções sindicais - docentes e profissionais de comunicação - que estiverem devidamente vacinados e que apresentem teste de COVID-19 (antígeno/RT-PCR), com diagnóstico negativo, realizado até 72h antes da viagem à capital federal. Durante o evento será obrigatório o uso de máscaras. O comprovante de vacinação deverá ser anexado ao formulário que confirma presença de representantes (Circular nº 211/2022) e o resultado do teste deverá ser enviado para a Secretaria Nacional (O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.).
“Acredito que vamos ter um espaço de formação e de debate extremamente ricos nesse sentido de reforçar nossa intervenção na realidade, a partir desse espaço da comunicação e da arte, e também entender quais são os desafios que a comunicação sindical tem nesse sentido e como podemos avançar e nos prepararmos melhor para as nossas lutas a partir dessas perspectivas”, avalia.
“É fundamental a participação da nossa base. Os seminários do ANDES-SN são espaços fundamentais de formação, para que todos nós possamos, além de nos conhecer, também compartilhar as experiências e desafios que temos nas seções sindicais e poder, com certeza, nos formarmos no sentido de avançarmos nas nossas lutas. Então, é muito importante que as seções sindicais possam participar com professores e professoras e, para além, com profissionais que compõem a comunicação das nossas seções sindicais”, acrescenta a encarregada de Imprensa do Sindicato Nacional, reforçando o convite à participação.
Confira a programação:
Seminário Nacional sobre Comunicação Sindical e Mídias Digitais
01/07 - Local: Café Objeto Encontrado
18h30 - Mesa de Abertura
19h às 21h - Mesa 1 - O lugar da Arte, comunicação e tecnologia no sindicalismo em tempos de avanço da política de ódio. Com: Claudia Santiago (Núcleo Piratininga de Comunicação), Helena Martins do Rêgo Barreto (UFC) e Micael Carvalho (Apruma SSind).
21h - Sarau Político-Cultural do ANDES-SN
02/07 – Local: Sede do ANDES-SN
09h30 às 12h - Mesa 2 - Monopólio das plataformas digitais, redes sociais e a democratização da comunicação na luta de classes, antirracistas e anti-cisheteronormativas. Com: Bia Barbosa (Intervozes), Dimitra Vulcana (Produtora de conteúdo, Drag Queen @Doutoradrag) e Viviane Gomes (Representante da Rede Criola);
14h às 16h30 - Mesa 3 - Arte, comunicação e tecnologia nas estratégias de mobilização nas redes e nas ruas: experiências latino-americanas. Com: Édina Barbosa (representante das Mídias Indígenas), Luz Angela Rubiano Tamayo (Comunicadora Popular da Colômbia, do Movimento de Luta pela discriminação do aberto e movimentos campesinos) e Coletivo 'Muros e Resistências' do Chile.
16h30 - Encerramento
Fonte: ANDES-SN
Adufmat-Ssind prorroga prazo de inscrição e altera data de Festival Contra Atacar
A Adufmat-Ssind prorrogou o período de inscrição para o Festival Contra Atacar, e alterou a data do evento de premiação. Os artistas locais terão, agora, a oportunidade de se inscreverem até o dia 25/06, e o Festival ocorrerá no dia 07/07. Devido à prorrogação do prazo de inscrição, o anúncio das músicas e poemas selecionados será feito na quinta-feira, 01/07.
Para participar basta enviar a música ou poema autoral para o e-mail O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo., junto a outros documentos solicitados pela organização (confira quais são aqui, no Edital de Retificação, também disponível para download no arquivo anexo abaixo).
Vale lembrar que a seleção do material autoral enviado está condicionada também à compreensão do tema do Festival, “Contra Atacar”, considerando que as entidades promotoras são sindicatos historicamente reconhecidos pela atuação em defesa dos direitos da classe trabalhadora.
O prêmio para quem vencer na categoria Música será o patrocínio da produção de um clipe single (áudio + videoclipe) no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). Para quem vencer na categoria Poema, o prêmio corresponderá ao patrocínio da produção de um webclipe no valor de R$ 600,00 (seiscentos reais).
Também serão pagos cachês no valor de R$ 200,00 para as músicas e poemas classificados em 2º, 3º e 4º lugares, e de R$ 400,00 para a música e o poema vencedores.
Veja também o Edital de Lançamento do Festival Contra Atacar, clique aqui.
Luana Soutos
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Empresas censuram campanha contra a Reforma Administrativa em Mato Grosso
A Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat-Ssind) sofreu censura de empresa de comunicação da capital mato-grossense. Não foi a primeira vez. A empresa que veiculou as últimas campanhas de outdoors do sindicato censurou o último conteúdo, alegando que o setor jurídico barrou a arte que continha a frase “Ele não”, entre outras, porque a empresa não interfere em questões políticas. O sindicato acredita, no entanto, que a verdadeira razão da censura é o alinhamento político da empresa com o Governo Bolsonaro e as reformas neoliberais.
No ano passado, outra empresa de comunicação se recusou a publicar uma nota pública do sindicato cobrando respeito por parte do governador Mauro Mendes aos pesquisadores da universidade, após uma infeliz declaração do político acerca das projeções sobre a pandemia no estado. Mesmo pagando, a empresa, afiliada de um grande grupo nacional de comunicação, disse que só publicaria a nota mediante alterações solicitadas pelo setor jurídico. A diretoria do sindicato não aceitou (leia aqui a nota).
Segundo a diretora de Comunicação da Adufmat-Ssind, Lélica Lacerda, a realidade é que não há espaço na mídia convencional para divulgar opiniões divergentes ou críticas ao governo federal ou estadual. “Nós fomos censurados, mesmo na tentativa de comprar espaço na mídia, que já não é barato. As empresas de comunicação não abrem espaço para que o contraditório apareça”, afirma.
Desde o começo da pandemia, a Adufmat-Ssind decidiu intensificar as campanhas por outdoors para dialogar com a população
A diretora conta, ainda, que no entorno da universidade, que é um espaço público, e que o sindicato tem autorização para colocar as faixas, há uma prática comum de rasgá-las. “A gente percebe que Mato Grosso segue dominado pelas elites que não abrem espaço para o diálogo, não abrem espaço pra que o contraditório apareça”.
Por fim, ela explica que diante das dificuldades, a Adufmat-Ssind vem buscando outras estratégias de comunicação, como um programa de rádio (veja aqui), a distribuição de spots nas rádios e uma campanha nas redes sociais com a personagem local Almerinda (saiba mais aqui).
O ANDES-Sindicato Nacional e outras entidades de trabalhadores organizados já denunciaram ações do mesmo tipo, em Mato Grosso e outras regiões, evidenciando a leitura de que as empresas estão formando barreiras às críticas ao governo e suas políticas de destruição de direitos.
A preocupação central do sindicato, no entanto, além de informar a categoria e a população, é mobilizar e fortalecer a opinião pública para que a Reforma Administrativa, quando colocada em pauta, seja amplamente rejeitada, assim como qualquer outra proposta que represente ameaça à dignidade dos trabalhadores.
Confira, abaixo, as peças censuradas pela empresa de outdoors:
Assessoria de Imprensa da Adufmat-Ssind
Prorrogação - Adufmat-Ssind contrata estagiários na área da Comunicação